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INTERNALIZAÇÃO DAS CONVENÇÕES DA OIT

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II 
PROFESSORA: DRª CARLA REITA FARIA LEAL 
ALUNO: NILSON FERNANDO GOMES BEZERRA 
 
INTERNALIZAÇÃO DAS CONVENÇÕES DA OIT 
 
Resumo: Introdução / 1. Importância do Direito 
Internacional do Trabalho / 2. Atividade Normativa da 
OIT / 3. Recepção das Convenções da OIT no Brasil / 4. 
Os Tratados Internacionais na Emenda Constitucional nº 
45/2004 / 5. Conflito entre a Norma Internacional e a 
Norma Interna / 6. Exemplo de Convenção Recepcionado 
pelo Nosso Direito Interno / 7. A Convenção n. 132 da 
OIT e a CLT / 8. Considerações Finais / 9. Bibliografia. 
Introdução 
O Direito Internacional do Trabalho (DIT) é ramo do Direito Internacional Público 
que trata da proteção ao trabalhador, não pertencendo, portando, ao Direito do Trabalho, no 
entanto as normas internacionais sobre Direito do Trabalho são de grande relevância para o 
Direito do Trabalho, principalmente as normas emanadas da ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL 
DO TRABALHO1, a OIT. 
E, na lição do professor Valério (Mazzuoli, 2006, p. 597), são vários os objetivos do 
Direito Internacional do Trabalho, e segundo a melhor doutrina, tais objetivos visam 
prioritariamente: 
"a) universalizar os princípios e as normas trabalhistas, a fim de garantir maior 
uniformidade em sua aplicação; 
b) difundir em âmbito global as regras de justiça social, fomentando a justiça e a paz nas 
relações de trabalho; 
c) impedir que razões econômicas impeçam os Estados de aplicar as normas internacionais 
de proteção ao trabalhador previstas nas convenções da OIT; 
d) estabelecer regras claras de reciprocidade dos Estados na aplicação das regras de 
trabalho entre os seus cidadãos; e 
e) proteger os direitos dos trabalhadores imigrantes, inclusive no que tange à conservação 
das garantias trabalhistas adquiridas no país de origem, relativamente aos seguros sociais." 
1. Importância do Direito Internacional do Trabalho 
O Direito Internacional do Trabalho e as normas elaboradas pela OIT tem sua 
importância e relevância aumentada na medida em que o fenômeno da globalização incide 
sobre as relações trabalhistas, ainda mais diante da integração econômica que ocorre nos 
continentes, tornando necessário uniformizar as legislações trabalhistas para se adequarem aos 
interesses das diferentes organizações regionais ou supranacionais, como é o caso da União 
 
1 A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência multilateral especializada ligada à Organização 
das Nações Unidas (ONU) em busca da promoção de melhorias nas condições de trabalho no mundo. Estabelece 
obrigações para os Estados Membros que ratificam suas convenções internacionais do trabalho. Esses 
instrumentos internacionais versam acerca da proteção do trabalho humano. 
2 
 
Européia, do Mercosul, da Alca, da Nafta, e ninguém melhor do que a OIT para orientar estas 
mudanças estabelecendo regras que possam impedir que a globalização e os avanços 
tecnológicos retirem a proteção do Direito do Trabalho. 
Em resumo (Mazzuoli, 2006, p. 596), funda-se o Direito Internacional do Trabalho, 
basicamente, em três motivos bem definidos: os de ordem econômica, os de índole social e os 
de caráter técnico. 
2. Atividade Normativa da OIT 
A atividade normativa da OIT consiste basicamente na elaboração de convenções e 
recomendações internacionais do trabalho, que são instrumentos jurídicos distintos, com a 
finalidade de promover justiça social entre os Estados, de maneira equitativa e de modo que 
não exista concorrência desleal entre eles. 
As convenções são tratados multilaterais abertos, elaborados durante as Conferências 
Internacionais do Trabalho, com o objetivo precípuo de regulamentar o trabalho no âmbito 
internacional. Assim, ambas se distinguem, uma vez que as convenções são tratados 
internacionais e que devem ser ratificadas pelos Estados-Membros da organização para que 
tenham eficácia e aplicabilidade nos seus respectivos direitos internos, ao contrário das 
recomendações que não são tratados e visam tão-somente sugerir ao legislador de cada um 
dos países vinculados à OIT mudanças no seu direito interno. 
3. Recepção das Convenções da OIT no Brasil 
A integração das convenções da OIT ao direito brasileiro ocorre da mesma forma que 
qualquer outro tratado internacional. 
Nesse mister, prevalece a regra do art. 84, inc. VIII de nossa Constituição Federal: 
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
[...] 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional; 
[...]” 
Assim como o disposto no art. 49, inc. I, também de nossa Carta Magna: 
“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem 
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
[...]” 
Contudo, em relação à integração das convenções da OIT ao nosso direito interno, 
temos algumas especificidades bastante controversas, gerando divergência entre os 
doutrinadores, especialmente porque pela teoria geral do Direito dos Tratados, a submissão de 
um tratado à autoridade interna competente para referendá-lo não é obrigatória, sendo ato 
discricionário e exclusivo do Presidente da República. 
Mas em relação às convenções da OIT, a regra processual é outra, conforme dispõe o 
art. 19, §5º, alínea b da Constituição da OIT: 
“5. Tratando-se de uma convenção: 
[...] 
3 
 
b) cada um dos Estados-Membros compromete-se a submeter, dentro do prazo de um 
ano, a partir do encerramento da sessão da Conferência (ou, quando, em razão de 
circunstâncias excepcionais, tal não for possível, logo que o seja, sem nunca exceder o 
prazo de 18 meses após o referido encerramento), a convenção à autoridade ou 
autoridades em cuja competência entre a matéria, a fim de que estas a transformem em 
lei ou tomem medidas de outra natureza; 
[...]” 
Portanto, como descrito acima, os Estados membros da OIT nas convenções 
internacionais do trabalho, ao contrário do que prega nosso direito interno (ato discricionário), 
contraem obrigação formal (ato vinculado) de submetê-las à autoridade competente para 
referendá-las, segundo seu direito interno. 
4. Os Tratados Internacionais na Emenda Constitucional n. 45/2004 
Os tratados internacionais celebrados pelo Brasil e aprovados pelo Congresso 
Nacional por decreto legislativo incorporam-se ao nosso ordenamento com o status de lei 
ordinária federal. No caso específico dos tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos, a Emenda Constitucional n. 45/2004 estabeleceu a possibilidade de incorporação 
com hierarquia de emenda à Constituição. Para isso, entretanto, é necessário que sejam 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos 
dos respectivos membros. (Alexandrino e Paulo, 2008, p. 26) 
Portanto, no caso de tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, 
tem-se duas possibilidades: serem eles aprovados pelo Congresso Nacional por maioria 
simples, mediante decreto legislativo comum, caso em que se internalizam com status de lei 
ordinária, ou serem aprovados mediante procedimento especial, conforme descrito acima, 
quando são internalizados em situação equivalente à das emendas constitucionais. 
É o que deflui do art. 5º, §3º da Constituição Federal, acrescentado pela Emenda 
Constitucional n. 45/2004: 
“§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.” 
5. Conflito entre a Norma Internacional e a Norma Interna 
Prescreve o art. 19, §8º da Constituição da OIT: 
“8. Em caso algum, a adoção, pela Conferência, de uma convenção ou recomendação, ou a 
ratificação, por um Estado-Membro, de uma convenção, deverão ser consideradas como afetando 
qualquerlei, sentença, costumes ou acordos que assegurem aos trabalhadores interessados 
condições mais favoráveis que as previstas pela convenção ou recomendação.” 
Ou seja, no conflito entre a norma internacional e a norma interna, no campo das 
relações trabalhistas, deve ser aplicada a norma mais favorável ao trabalhador, conforme 
preceitua o trecho acima destacado e o consagrado princípio do direito do trabalho. 
4 
 
 
6. Exemplo de Convenção Recepcionado pelo Nosso Direito Interno 
Dentre as inúmeras convenções internacionais do trabalho adotadas pela Conferência 
Internacional do Trabalho2, merece realce a norma internacional que aborda o instituto das 
férias anuais remuneradas. O interessante volta-se, dessa forma, para a análise da Convenção 
n. 132 da OIT. Esse texto convencional foi devidamente incorporado ao ordenamento jurídico 
brasileiro, através do Decreto n. 3.197, de 06 de outubro de 1999, adquirindo o status de lei 
ordinária. Em determinados aspectos - que serão analisados pormenorizadamente - a 
Convenção n. 132 da OIT revelou-se mais benéfica aos trabalhadores. Sendo assim, a norma 
internacional da mesma hierarquia, tratando de assunto específico e posterior à Consolidação 
das Leis Trabalhistas (CLT), é possível afirmar que o texto convencional promoveu 
significativas alterações na legislação pátria, embora ainda exista resistência em sua aplicação 
por alguns operadores do Direito. 
O Congresso Nacional brasileiro aprovou esta convenção pelo Decreto Legislativo n. 
47, de 23 de setembro de 1981, publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 29 de 
setembro de 1981, e o governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação da referida 
Convenção em 23 de setembro de 1998, passando a mesma a vigorar no Brasil, segundo 
alguns3, em 23 de setembro de 1999. 
A promulgação ocorreu através do Decreto n. 3.197, de 5 de outubro de 1999, 
publicada no DOU de 6 de outubro de 1999 que determinou: 
"Artigo 1º - A Convenção nº 132 da OIT, sobre Férias Anuais Remuneradas (revista em 
1970), concluída em Genebra, em 24.6.70, apensa por cópia a este Decreto, deverá ser executada 
e cumprida tão inteiramente como nela se contém. 
Artigo 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação." 
7. A Convenção n. 132 da OIT e a CLT 
O artigo 3º estabelece a duração das férias, que não será inferior a 03 semanas de 
trabalho por cada ano de serviço. Refere-se aqui a férias integrais, aquela adquirida a cada 12 
meses de serviço, as quais já são previstas no artigo 130 da CLT. 
A inovação vem no artigo 4º, § 1º c/ o artigo 5º §§ 1º e 2º, onde o trabalhador terá 
direito a férias proporcionais, desde que adquirido um período mínimo de serviço, período 
que será fixado pela autoridade competente do país, ressalvando que esse período mínimo não 
poderá ultrapassar a seis meses. Logo, a partir da vigência da norma, o trabalhador que contar 
com seis meses de serviço poderá usufruir férias proporcionais. Com isso, a CLT deverá ser 
acrescida com mais um artigo no capítulo referente às férias proporcionais. 
No artigo 6º, § 1º, assinala alteração na Norma Trabalhista, estabelece que os 
feriados oficiais ou adotados pelo costume, quer se situem ou não dentro do período de férias, 
não serão computados como parte do período mínimo das férias anuais, estabelecido no § 3º 
do artigo 3º. Nesse caso, inobstante a Convenção estabeleça que os feriados não serão 
 
2 Aprovado pela Conferência Internacional do Trabalho de Genebra, no ano de 1970, entrando em vigor no plano 
internacional em 30 de junho de 1973 
3 A divergência ocorre entre a data da publicação da promulgação (06.10.1999) e um ano após a ratificação da 
convenção (23.09.1999) 
5 
 
computados no período mínimo (3 semanas - §3º do art. 3º) a intenção do legislador foi a de 
não computar os dias de feriados no período total de gozo das férias, porquanto na Convenção 
o período total corresponde a 03 semanas. Assim, temos que se o nosso ordenamento jurídico 
prevê o prazo mínimo de 30 dias para o usufruto de férias a cada doze meses de trabalho, é 
nesse prazo que deverão ser excluídos os feriados que coincidirem com o período de usufruto 
das férias, concluindo que qualquer feriado que marcar no período de gozo não será 
computado para esse efeito. Exemplificando, temos que, se o trabalhador usufrui férias a 
partir de 30 de abril, o feriado de 1º de maio, incluso no curso da 1ª semana de férias será 
excluído do cômputo de suas férias, logo, o servidor terá 31 dias de afastamento, ou seja, os 
30 dias que tem direito por força das férias e mais um pelo feriado do dia 1º de maio. 
O § 2º do artigo supranumerado, estabelece que não serão computados no período 
das férias os dias em que o empregado estiver afastado por licença saúde ou acidentária. 
Também aqui é inovadora a norma, porque se o trabalhador adoecer ou sofrer acidente no 
período de férias, ou antes mesmo desse período, mas a licença se elastecer atingindo os dias 
de férias, esses dias (de licença) serão excluídos do cômputo das férias. É lógica a redação 
desse parágrafo porque está em harmonia com o § 2º do artigo 10 que estabelece que as férias 
serão fixadas de acordo com as necessidades de trabalho e as possibilidades de repouso e 
diversão ao alcance da pessoa empregada. Com certeza, em estando de licença médica doença 
ou acidentária o trabalhador não estará em condições de divertir-se ou repousar (descansar). 
Esta alteração veio atender o objetivo principal visado pelo legislador quando da concessão do 
direito às férias, qual seja, a oportunidade de o empregado higienizar a mente, restabelecer o 
sistema nervoso, enfim, recuperar-se biologicamente. Esse objetivo não vem sendo observado 
até o momento. 
O artigo 8º, §§ 1º e 2º, prevê o fracionamento das férias anuais, que pode ser 
autorizado por autoridade competente. Que no fracionamento, salvo acordo entre as partes 
(empregador e empregado), uma das frações não poderá ser inferior a duas semanas. Ou seja, 
o empregado deve usufruir, no mínimo 2 semanas de férias ininterruptas. Alterou-se o § 1º do 
artigo 134 da CLT, que previa o fracionamento em dois períodos, um dos quais não poderia 
ser inferior a 10 dias. Agora, o período não poderá ser inferior a 14 dias. 
No artigo 9º, § 1º estabelece que a férias do período ininterrupto, duas semanas, 
deverá ser concedida e usufruída nos 12 meses subsequentes ao período aquisitivo, sendo que 
o restante da fração deverá ser concedido no prazo máximo de seis meses após o término do 
período concessivo, ou seja, dentro dos 18 meses após o período aquisitivo. Assim, 
exemplificando, temos que a férias, referente ao período aquisitivo de 14/02/2000 a 
14/02/2001, poderá ser fracionada, sendo que uma das frações (14 dias ininterruptos, no 
mínimo) poderá ser concedida até 14/02/2002, e a outra fração deverá ser concedida até 
14/08/2002. Com isto o empregador fica isento do pagamento da multa prevista no artigo 137 
da CLT, pela não concessão das férias integrais, fracionadas, dentro do período concessivo de 
12 meses após o período aquisitivo, ficando sujeito àquela multa se não obedecer ao prazo 
máximo de 18 meses contados do final do período aquisitivo das férias. 
O artigo 10, § 1º, também inova o capítulo das férias no artigo 136 da Norma 
Consolidada, prevendo que o empregador deverá consultar a pessoa interessada ou seus 
representantes, antes da concessão das férias, salvo a fixação por acordo coletivo, 
regulamento, sentença arbitral ou outra prática nacional, prevendo no § 2º, que para a fixação 
6 
 
das férias serão levados em consideração às necessidades do trabalho, e as possibilidades de 
repouso e diversão ao alcance da pessoa empregada. 
8. Considerações Finais 
A Convenção n. 132 da OIT assumiu a hierarquia de lei ordinária e, 
consequentemente, modificou certos dispositivos anteriores que com ele não foram 
compatíveis. As principais determinações advindas com a vigência da referida convenção, 
sucintamente, são: 
a) A duraçãodo período das férias anuais remuneradas não poderá, em caso algum, ser 
inferior a três semanas de trabalho; 
b) Todo empregado terá direito a férias proporcionais, no momento da cessação da 
relação de emprego, independentemente de sua causa, desde que tenha adquirido seis 
meses no serviço; antes deste período, permanece o disposto no art. 147 da CLT; 
c) As faltas ao trabalho provenientes de motivos independentes da vontade do obreiro 
não poderão ser computadas no período de fruição de férias; 
d) Os feriados oficiais ou costumeiros estarão excluídos no cômputo do período das 
férias remuneradas; 
e) No caso de fracionamento das férias remuneradas, uma das frações não poderá ser 
inferior a duas semanas ininterruptas; 
f) O empregador deverá observar as necessidades do trabalho e as possibilidades de 
repouso e diversão ao alcance da pessoa empregada, na fixação das férias 
remuneradas. 
Não obstante as alterações ocorridas no Capítulo IV da CLT, percebe-se claramente a 
resistência de aplicação da norma internacional por parte dos operadores do Direito. 
Afastando-se dessas dissensões, no presente momento, merece destaque a finalidade 
precípua do instituto das férias anuais remuneradas, a saber, a proteção da integridade daquele 
tido como hipossuficiente na relação empregatícia, permitindo-lhe a recuperação da energia 
física perdida durante o ano. Nesse contexto, fundamental é o cumprimento da Convenção n. 
132 da OIT na seara interna, com o escopo de garantir a integralidade dos direitos 
pertencentes à classe trabalhadora. 
9. Bibliografia 
ALEXANDRINO, M.; PAULO, V. Manual de direito do trabalho. 11. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 
2008. 
BARROS, G. D. O. Férias anuais remuneradas: alterações no capítulo IV da CLT. Jus Navigandi, 
2000. Disponivel em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1177>. Acesso em: 22 nov. 2009. 
LISBÔA, L. V. A Convenção n. 132 da OIT e seus efeitos no ordenamento jurídico brasileiro. Jus 
Navigandi, 2003. Disponivel em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4460>. Acesso em: 22 
nov. 2009. 
MARCONI, M. D. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do Trabalho Científico. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2001. 
MAZZUOLI, V. D. O. Curso de direito internacional público. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2006. 
7 
 
MORAES, A. D. Direito constitucional administrativo. São Paulo: Atlas, 2002. 
SUSSEKIND, A. L. Direito internacional do trabalho. 3. ed. São Paulo: Editora LTr, 2000.

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