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Prévia do material em texto

Epidemiologia 
e Saúde Pública
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Sérgio Ricardo Boff
Profa. Ms. Gizela Faleiros
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco 
Políticas de Saúde, SUS – Princípios, Diretrizes
• A Saúde
• Políticas Públicas de Saúde
• SUS – Princípios, Diretrizes
 · Aprender um pouco sobre os conceitos de saúde, o que são e como 
são determinadas as políticas públicas de saúde, além de conhecer 
um pouco sobre o Sistema Único de saúde (SUS).
 · Permitir a você saber um pouco mais sobre questões relacionadas 
a saúde e entender um pouco do que é ter saúde, além disso 
compreender como são pensadas e traçadas as políticas públicas de 
saúde e em que se fundamentam, por último você terá uma visão do 
que é o Sistema único de Saúde.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Políticas de Saúde, SUS – 
Princípios, Diretrizes
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Políticas de Saúde, SUS – Princípios, Diretrizes
A Saúde
A atual definição de saúde da Organização Mundial da Saúde, diz respeito 
a uma “situação de completo bem-estar físico, mental e social, e não 
simplesmente à ausência de doença ou enfermidade”. (OMS, 1998)
No Brasil, em 1986, acontece a VII Conferência Nacional de Saúde, a partir 
de onde adotou-se o seguinte conceito sobre saúde: “... em seu sentido mais 
abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, 
renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra 
e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de 
organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos 
níveis de vida” (BRASIL, 1986).
Sendo assim, o conceito de saúde não é compreendido apenas ausência de 
doença, e sim como uma somatória de fatores e condições que levam o indivíduo a 
ter melhor qualidade de vida, interagindo com o meio ambiente de forma a admitir 
uma longevidade condizente com os avanços tecnológicos do nosso século.
“Para Evans & Stoddart (1990) a doença não é mais que um constructo 
que guarda relação com o sofrimento, com o mal, mas não lhe correspon-
de integralmente. Quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos 
parâmetros biológicos, prognóstico e implicações para o tratamento, po-
dem afetar pessoas diferentes de forma distinta, resultando em diferentes 
manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento dife-
renciado de suas habilidades de atuar em sociedade. O conhecimento 
clínico pretende balizar a aplicação apropriada do conhecimento e da tec-
nologia, o que implica que seja formulado nesses termos. No entanto, do 
ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho social, a percep-
ção individual sobre a saúde é que conta (EVANS; STODDART, 1990).”
EVANS, R.G.; STODDART G.L. Consuming research, producing policy? American Journal of Public Health; 93(3):371-379, 2003.
Dentro deste conceito, o Brasil, promulga a Lei n. 8.080 (BRASIL, 1990), por 
onde instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), esta, em seu Artigo 3º diz que
“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, 
a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, 
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos 
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a 
organização social e econômica do País.” (BRASIL, 1990).
Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção, ao defini-los como os 
fatores e mecanismos através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que 
potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em informação.
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A Conferência de Alma-Ata, no fi nal dos anos 70, e as atividades inspiradas no lema “Saúde 
para todos no ano 2000” recolocam em destaque o tema dos determinantes sociais.
https://youtu.be/Eq0arxXfOiA
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Há várias mecanismos através dos quais os fatores determinantes provocam as 
desigualdades de saúde. A produção da saúde e da doença, relaciona-se diretamente 
as diferenças de renda, ou seja, influenciam a saúde pela escassez de recursos 
dos indivíduos e pela ausência de investimentos em infra-estrutura comunitária 
(educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de saúde etc.), decorrentes 
de processos econômicos e de decisões políticas. Outro relação importante, 
explorando as desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e situação de 
saúde, baseando-se na ideia de que as sociedades desiguais provocam estresse e 
prejuízos à saúde.
O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e 
saúde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores 
mais gerais de natureza social, econômica, política e as mediações através das quais 
esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que a relação 
de determinação não é uma simples relação direta de causa-efeito. (Buss, 2007).
A Figura 1, através do modelo de Dahlgren e Whitehead (GUNNING-SCHE-
PERS, 1999), mostra as relações entre características do indivíduo e outros fatores 
sociais e ambientais que quando associados permitem influenciar sobre as condi-
ções de saúde.
Figura 1: O modelo de Dahlgren e Whitehead
Fonte: Adaptado de GUNNING-SCHEPERS, 1999
9
UNIDADE Políticas de Saúde, SUS – Princípios, Diretrizes
Então, como podemos avaliar ou quantificar a influência destes fatores sobre 
a saúde´, ou mesmo como estes fatores poderiam servir como referência para 
novas política públicas de saúde? Como podemos mostrar por que não são as 
sociedades mais ricas as que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são 
mais igualitárias e com alta coesão social.
Para resposta a estas questões, é possível avaliar o bem-estar de uma população, 
poderíamos considerar o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) per capita de 
uma população, porém vale lembrar que o desenvolvimento humano e a melhora 
das condições de vida não podem ser medidos apenas por sua dimensão econômi-
ca, o que nos faz continuar a busca por indicadores socioeconômicos mais abran-
gentes e justos, que incluam também outras dimensões fundamentais da vida e da 
condição humana.
Desta maneira, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), foi criadono início 
da década de 1990 para o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi-
mento), combina três componentes básicos do desenvolvimento humano: a longe-
vidade, que reflete, entre outras coisas, as condições de saúde da população, me-
dida pela esperança de vida ao nascer; a educação, medida por uma combinação 
da taxa de alfabetização de adultos e a taxa combinada de matrícula nos níveis de 
ensino fundamental, médio e superior; e a renda, medida pelo poder de compra da 
população, baseado no PIB per capita ajustado ao custo de vida local para torná-
-lo comparável entre países e regiões, por meio da metodologia conhecida como 
paridade do poder de compra (Torres, 2003).
Para Gadamer, saúde e doença não são duas faces de uma mesma moeda. 
De fato, se considerarmos um sistema de saúde, como, por exemplo, 
o SUS, é possível verificar que as ações voltadas para o diagnóstico e 
tratamento das doenças são apenas duas das suas atividades. Inclusão social, 
promoção de equidade ou de visibilidade e cidadania são consideradas 
ações de saúde. O entendimento da saúde como um dispositivo social 
relativamente autônomo em relação à ideia de doença, e as repercussões 
que este novo entendimento traz para a vida social e para as práticas 
cotidianas em geral e dos serviços de saúde em particular, abre novas 
possibilidades na concepção do processo saúde e doença. (apud BRÊTAS 
e GAMBA, 2006).
BRÊTAS, A.C.P.; GAMBA, M.A. Enfermagem e saúde do adulto. Barueri: Manole, 2006.
Valendo-se do sucesso do IDH, é possível sinalizar, aos governantes dos diversos 
países e regiões em desenvolvimento, a proposição de que buscar crescimento 
não é sinônimo exclusivo de fazer aumentar o produto interno bruto. Com isso, 
tem sido possível constituir um considerável debate internacional a respeito de 
que, pelo menos, a melhoria das condições de saúde e educação da população 
deve também ser considerada parte fundamental do processo de desenvolvimento. 
(Scarpin, 2007)
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Figura 2 – Estruturação do IDH global, segundo Fukuda-Parr, 2004
Fukuda-Parr, 2004
Sendo assim, a utilização desse indicador reflete a estreita relação a mensuração 
da qualidade de vida, ou seja, podemos admitir de que a qualidade de vida não 
se resume apenas à esfera econômica, podemos também avaliar o nível de 
prosperidade ou qualidade de vida de um país, região ou município usando critérios 
que tenham significado para o desenvolvimento humano.
A questão da qualidade de vida, pode ser entendida através da conceituação 
adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e definida como
“a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da 
cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus 
objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (OMS, 1998).
Uma análise de forma mais ampla, podemos abordar qualidade de vida como 
uma representação social criada a partir de parâmetros subjetivos (bem-estar, 
felicidade, amor, prazer, realização pessoal) e também objetivos, cujas referências 
são a satisfação das necessidades básicas e das necessidades criadas pelo grau 
de desenvolvimento econômico e social de determinada sociedade. Diferentes 
aspectos que definem a qualidade de vida são apresentados na literatura, como, 
por exemplo, poder aproveitar as possibilidades da vida, de escolher, de decidir e 
ter controle de sua vida (PEREIRA, 2012).
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UNIDADE Políticas de Saúde, SUS – Princípios, Diretrizes
Apesar da grande relevância social, o tema qualidade de vida apresenta imprecisões teórico/
metodológicas o que dificulta a investigação, o diálogo entre as diferentes áreas que trabal-
ham com o tema e, principalmente, a aplicação do conhecimento produzido na melhoria da 
qualidade de vida da população. Buscando contribuir para a clarificação do conceito este es-
tudo teve como objetivo, a partir da leitura, discussão e análise da literatura especializada, 
apresentar as principais abordagens, conceitos e propostas de classificação e avaliação da 
qualidade de vida. Verificou-se que as abordagens e conceitualizações sobre a qualidade de 
vida se apresentam na literatura de forma diversificada, e, por vezes, divergentes. A falta 
de consenso teórico leva muitas pesquisas a utilizarem conceitos como saúde, bem estar e 
estilo de vida como sinônimos de qualidade de vida. Novas abordagens epistemológicas no 
estudo do tema são necessárias bem como estudos que analisem a qualidade de vida em 
situações de intervenção.
PEREIRA, Érico Felden; TEIXEIRA, Clarissa Stefani; SANTOS, Anderlei dos. Qualidade de vida: abordagens, 
conceitos e avaliação. Rev. bras. educ. fís. esporte, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 241-250, Junho 2012.
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Portanto, entende-se que saúde é um direito humano fundamental inscrito na 
carta de fundação da OMS, em 1948, seguindo o compromisso mundial com 
a Declaração Universal dos Direitos do Homem, (Dalari, 1998), assim, espera-
se que o mais alto nível de saúde seja a mais importante meta social mundial, 
cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além 
especificamente do setor saúde.
Políticas Públicas de Saúde
A política pública pode ser compreendida como a tradução de propósitos de 
governos e de anseios da sociedade, segundo Souza, 2003, não existe uma única, 
nem melhor, definição sobre o que seja política pública, a formulação de uma política 
pública deve ser compreendida como um processo por meio do qual os governos 
traduzem seus propósitos em programas e ações, que produzirão resultados ou as 
mudanças desejadas no mundo real.
Então podemos entender como sendo um conjuntos de medidas e procedimentos 
que orientam as atividades governamentais, sendo medidas tomadas baseadas no 
interesse público, são atividades diretas de produção de serviços pelo próprio Estado.
Portanto políticas públicas em saúde convergem para a melhoria das condições 
de saúde da população e dos ambientes onde o indivíduo transita seja natural, social 
ou do trabalho, consiste ainda em organizar e dirigir as ações governamentais para 
a promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da coletividade.
Neste contexto, a Constituição Federal de 1988, no artigo 196, assegura que: 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a 
promoção, proteção e recuperação”. (Brasil, 1988)
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‘Promover’ significa “dar impulso a; fazer com que se execute; que se ponha 
em prática; propor; fomentar; desenvolver; causar: originar; gerar”, assim a 
promoção da saúde é bem mais ampla que a prevenção, pois relaciona-se com 
medidas mais abrangentes, e não se limita apenas a uma determinada doença ou 
desordem, mas visa a melhor da saúde e o bem-estar da comunidade. Baseia-se em 
estratégias em que se enfatiza a transformação das condições de vida e de trabalho 
em conformidade aos problemas de saúde
A Organização Mundial de Saúde definiu promoção da saúde, como sendo o 
“processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade 
de vida e saúde incluindo uma maior participação no controle deste processo”, 
além disso também identifica algumas estratégias fundamentais para a promoção 
da saúde: a defesa da saúde, a capacitação (proporcionar meios para) e a mediação, 
cita também ações importantes a serem cumpridas pelo Estado e pela comunidade, 
como elaborar a implementação de políticas públicas saudáveis; criação de 
ambientes favoráveis à saúde; esforço da ação comunitária desenvolvimento de 
habilidades pessoais; reorientação do sistema de saúde (OMS, 1988).
O termo prevenir significa “advertir, preparar, precaver, informar, tentar evitar; 
chegar antes de; dispor de maneira que evite (dano, mal); impedir que se realize”, 
desta mentira, a prevenção em saúde exige antecipação de ações baseadas na 
história natural da doença na tentativa de controlar o progressoda doença.
Ações preventivas são intervenções com o objetivo de evitar o surgimento de 
doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência, tendo como base 
conhecimento epidemiológico. Projetos de prevenção tem forte fundamentação na 
educação em saúde, pois ações de divulgação de informação e de recomendações 
normativas levam a de mudanças de hábitos na população.
Por último e não menos importante, temos a recuperação ou reabilitação, que 
consiste na recuperação parcial ou total das capacidades no processo de doença e 
na reintegração do indivíduo ao seu ambiente social e na sua atividade profissional. 
Sempre deve visar a reeducação e o treinamento, objetivando o reemprego ou à 
colocação do reabilitado na sociedade, assim, as ações de recuperação da saúde 
devem ser integradas às ações promotoras e protetoras, todas regidas pelas 
necessidades da comunidade.
Para saber mais sobre a legislação a respeito das políticas públicas de saúde no Brasil, acesse:
https://goo.gl/1OIuWC
https://goo.gl/U45eOp
https://goo.gl/nYBHoy
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Projeto promoção da Saúde: as cartas da promoção da saúde: https://goo.gl/CVYh4H
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UNIDADE Políticas de Saúde, SUS – Princípios, Diretrizes
SUS – Princípios, Diretrizes
As décadas de 1980 e 1990 no Brasil foram marcadas por crises econômicas, 
PIB baixo e inflação alta.
A década de 1980 é o período da redemocratização do país, logo após o período 
obscuro da ditadura militar, o processo de instalação da democracia é acompanhado 
pela instabilidade econômica, quando ocorre uma maxidesvalorização da moeda, 
e a tentativa de controle da economia através de diversos planos econômicos com 
pouco efeito prático, além disso é claro o sucateamento dos serviços públicos, 
sendo forte a ideia de que tudo que o Estado oferece seria de qualidade duvidosa. 
A década de 1990 é marcada por políticas neoliberais com um forte processo de 
privatização dos serviços públicos, o ponto alto do período é a implantação do 
plano Real que acaba com a inflação alta, mudando também a moeda.
Nesse cenário é convocada a Assembleia Nacional Constituinte, sendo o Con-
gresso nacional eleito em 1986 transformado em Assembleia Constituinte, cuja 
função seria a de elaborar e aprovar uma nova Constituição, assim, Em 5 outubro 
de 1988 a Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada.
Para saber um pouco mais sobre a Assembleia Constituinte: https://goo.gl/mC8xLh
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A nova Carta Magna fundamenta-se em valores como, a soberania, a cidada-
nia, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, 
estes valores servirão de base para a criação, interpretação e aplicação das leis.
Paralelo a isto, em 1986 é realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde, e o 
relatório produzido serve como referência para os deputados constituintes elabo-
rarem a Seção II da Constituição Federal, onde os artigos entre 196 a 200, trata 
exclusivamente da Saúde, assim na Constituição de 1988, a saúde ganha rumos 
diferentes com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). (FALEIROS, 2006)
Sobre a história da saúde pública no Brasil: https://youtu.be/8RcIFbPH0I4
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Neste contexto o Artigo 196 diz
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação.” (BRASIL, 1988)
A criação do SUS é regulamentada pela lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, 
onde em seu Artigo 1º diz que em “todo o território nacional, as ações e serviços de 
saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, 
por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado” (BRASIL, 1990).
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Já o Artigo 4º refere-se “ao conjunto de ações e serviços de saúde, prestados 
por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração 
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema 
Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 1990).
Desta maneira, fica claro que o Sistema Único de Saúde ou somente SUS é 
uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços 
e ações de saúde estabelecida pela Constituição de1988. Portanto o SUS não 
é um serviço ou uma instituição, mas um Sistema que significa um conjunto de 
unidades, de serviços e ações voltadas para um fim comum, as políticas públicas de 
saúde, ou seja os elementos integrantes do sistema, referem-se ao mesmo tempo, 
às atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Serie sus:
https://youtu.be/C2YRU_lvW4Y
https://youtu.be/wV_SPOJfqgk
https://youtu.be/PzVxQkNyqLs
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Nesta cartilha, o Ministério da Saúde produz um documento sobre o Sistema Único de 
Saúde - SUS, que permite a compreensão de suas doutrinas e seus princípios, inspirados na 
Constituição e na Lei Orgânica da Saúde.
https://goo.gl/vvlsof
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Sendo um sistema de saúde o SUS fundamenta-se em princípios doutrinários e 
organizativos, sendo necessário a constante atualização por meio de leis, normas 
e regulamentações que vão sendo promulgadas em função de adequações a novas 
necessidades da população.
Para tanto, os princípios doutrinários do SUS (universalidade, equidade e 
integralidade) dizem respeito às ideias filosóficas que permeiam a implementação 
do sistema e consolidam o conceito ampliado de saúde e o princípio do direito à 
saúde. (FALEIROS, 2006)
O princípio da Universalidade encara a saúde como um direito de cidadania para 
todos, é a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer 
cidadão, o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de 
saúde, assim como aqueles contratados pelo poder público, sendo este o Governo 
municipal, estadual e federal. Pressupõe a abrangência de todos os cidadãos na 
política distributiva do SUS, e não distingue o tipo de cuidado. Significa dizer que 
todos, independentemente de sua classe econômica e social, são acolhidos pela 
política nacional de saúde. (BRASIL, 1990a)
A integralidade é um dos princípios doutrinários do SUS e deve ser entendida 
como um princípio relativo à prática de saúde, onde deve ser observado que 
cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade; as ações de 
15
UNIDADE Políticas de Saúde, SUS – Princípios, Diretrizes
promoção, proteção e recuperação da saúde formam, também, um todo indivisível 
e não podem ser compartimentalizadas; e as unidades prestadoras de serviço, 
com seus diversos graus de complexidade, formam, também, um todo indivisível, 
configurando um sistema capaz de prestar assistência integral. (BRASIL, 1990a)
Na conceituação oficial, Equidade significa assegurar ações e serviços de todos os 
níveis de acordo com a complexidade exigida pelos cidadãos em suas necessidades 
distintas, no âmago da política nacional (Brasil, 1990). Considerando que todo 
cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades, 
considerando que a iniquidade se caracteriza por uma diferença que afeta a vida 
dos indivíduos de forma injusta, desnecessária e totalmente evitável, pois estabelece 
diferenças que são moralmente inaceitáveis. É de responsabilidade dos gestores 
do sistema a regulação entre os componentes da rede de atenção à saúde, com 
definição de fluxos para fins de controle do acesso e da garantia do atendimento, 
promovendo a otimização de recursos segundo a complexidade e a densidade 
tecnológica necessárias à atenção da pessoa. Deve ir além das suas necessidades 
de saúde, respeitando as diversidades étnico-raciais, culturais, sociais, territoriais e 
religiosas. (BRASIL, 1990a)
Os princípios organizativos (regionalização, hierarquização, participação do 
cidadão e descentralização) orientam a forma como o sistema deve funcionar, 
tendo como eixo norteador os princípios doutrinários (FALEIROS, 2006).
Os princípios da Regionalização e Hierarquização sugeremque os serviços 
devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos 
numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida 
(regionalização). Isto implica na capacidade dos serviços em oferecer a uma 
determinada população todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a 
todo tipo de tecnologia disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade 
(solução de seus problemas). O acesso da população à rede deve se dar através 
dos serviços de nível primário de atenção que devem estar qualificados para 
atender e resolver os principais problemas que demandam os serviços de saúde 
(hierarquização). Os demais, deverão ser referenciados para os serviços de maior 
complexidade tecnológica. (BRASIL,1990a)
A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite 
um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada, 
favorecendo ações em todos os níveis de complexidade. (BRASIL,1990a)
A Resolubilidade é a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento 
ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço 
correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua 
competência. (BRASIL,1990a)
Já a Descentralização é entendida como uma redistribuição das responsabilidades 
quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da 
ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de 
16
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acerto. Assim, o que é abrangência de um município deve ser de responsabilidade 
do governo municipal; o que abrange um estado ou uma região estadual deve estar 
sob responsabilidade do governo estadual, e, o que for de abrangência nacional 
será de responsabilidade federal. (BRASIL,1990a)
Ainda vale lembrar que existe a garantia constitucional ao direito de que 
a população, participe do processo de formulação das políticas de saúde e do 
controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local, assim a 
participação popular na gestão da saúde é prevista pela Constituição Federal de 
1988, em seu artigo 198, que trata das diretrizes do SUS. (BRASIL,1988)
Rolim (2013) destaca que a ênfase ao controle refere-se às ações em que os ci-
dadãos exercem para monitorar, fiscalizar, avaliar, interferir na gestão estatal e não 
o inverso, a organização e mobilização popular é garantia do acesso aos direitos a 
saúde, surge, então, a perspectiva de um controle da sociedade civil sobre o Estado.
A principal forma para participação e do controle social sobre a implementação 
das políticas de saúde em todas as esferas governamentais é através dos Conselhos 
e Conferências de Saúde, são espaços privilegiados para a explicitação de 
necessidades e para a prática do exercício da participação e do controle social sobre 
a implementação das políticas de saúde nas três instâncias públicas, municipal, 
estadual e federal (CONASS, 2006).
Os Conselhos de Saúde, como meios através dos quais a população, de forma 
autônoma, pode intervir no processo de gestão das políticas públicas, para em 
conjunto com o órgão gestor criar estratégias, controlar, fiscalizar e deliberar sobre 
as políticas públicas em cada esfera do governo, podem se constituir ainda em 
espaços democráticos de construção de uma nova ordem capaz de revigorar o 
sentido autêntico de liberdade, democracia e igualdade social (CONASS, 2006).
E como fica a gestão do SUS? Os gestores são encarregados de fazer com que o 
SUS seja implantado e funcione adequadamente dentro das diretrizes doutrinárias e 
organizacionais. Haverá gestores nas três esferas do Governo, no nível municipal, 
estadual e federal. (BRASIL,1990a)
Nos municípios, os gestores são as secretarias municipais de saúde ou as 
prefeituras, sendo responsáveis pelas mesmas, os respectivos secretários municipais 
e prefeitos. Nos estados, os gestores são os secretários estaduais de saúde e no 
nível federal o Ministério da Saúde. A responsabilidade sobre as ações e serviços 
de saúde em cada esfera de governo, portanto, é do titular da secretaria respectiva, 
e do Ministério da Saúde no nível federal. (BRASIL,1990a)
Outra questão importante é saber de onde vem o dinheiro para pagar tudo isso.
A Constituição Federal de 1988 determina que as governos federal, estadual 
e municipal financiem SUS, gerando receita necessária para custear todas as 
despesas com saúde, este financiamento vem da arrecadação e repasse necessários 
para garantir a funcionalidade do sistema.
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UNIDADE Políticas de Saúde, SUS – Princípios, Diretrizes
Os recursos, geridos pelo Ministério da Saúde, são divididos em duas partes: uma 
é retida para o investimento e custeio das ações federais; e a outra é repassada às 
secretarias de saúde, estaduais e municipais, de acordo com critérios previamente 
definidos em função da população, necessidades de saúde e rede assistencial. Em 
cada estado, os recursos repassados pelo Ministério da Saúde são somados aos 
alocados pelo próprio governo estadual, de suas receitas, e geridos pela respectiva 
secretaria de saúde, através de um fundo estadual de saúde. Desse montante, uma 
parte fica retida para as ações e os serviços estaduais, enquanto outra parte é 
repassada aos municípios, de acordo também com critérios específicos. Finamente, 
cabe aos próprio municípios destinar parte adequada de seu próprio Orçamento 
para as ações e serviços de saúde de sua população. (BRASIL, 1990a)
Os percentuais de investimento financeiro dos municípios, estados e União no 
SUS são definidos atualmente pela Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro 
de 2012, esta lei determina que municípios e Distrito Federal devem aplicar 
anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações e serviços 
públicos de saúde cabendo aos estados 12%. No caso da União, o montante 
aplicado deve corresponder ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, 
acrescido do percentual relativo à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano 
antecedente ao da lei orçamentária anual (BRASIL, 2012).
Para saber mais sobre os recursos do SUS, acesse: https://goo.gl/5TJBf4
Ex
pl
or
Concluindo, a política de saúde brasileira foi pensada num modelo prevencio-
nista e aglutinador de ações onde pudesse atender todos os cidadãos indistinta-
mente, tornando-se uma das políticas sociais do Estado brasileiro mais inclusivas 
e igualitárias, oferece uma visão não parcializada e fragmentada do cuidado, seja 
no nível das ações e dos serviços, seja na perspectiva do usuário que necessita de 
atenção preventiva e curativa (CONASS, 2006).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Promoção à Saúde: Trajetória Histórica de suas Concepções
Este artigo aborda uma revisão da literatura das cartas e declarações sobre a estratégia 
da promoção à saúde a partir da Carta de Ottawa, em 1986, e busca um resgate 
histórico das suas correntes e concepções a fim de trazer subsídios para compreendê-
la no momento atual. Conclui-se que a Carta de Ottawa ainda permanece como peça 
central de direcionamento da estratégia de promoção à saúde em todo o mundo. Ela 
tem orientado as demais conferências, principalmente quando enfatiza a dimensão 
social e a importância de cinco estratégias fundamentais para se alcançar plena saúde: 
política pública, ambiente saudável, reforço da ação comunitária, criação de habilidades 
pessoais e reorientação do serviço de saúde.
HEIDMANN, Ivonete T.S. Buss et al. Promoção à saúde: trajetória histórica de suas 
concepções. Texto contexto-enferm. Florianópolis, v.15, n.2, p. 352-358, June 2006.
https://goo.gl/7KropK
Qualidade de Vida e Saúde: Aspectos Conceituais e Metodológicos
Na área da saúde, o interesse pelo conceito Qualidade de Vida é relativamente recente e 
decorre, em parte, dos novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as práticas 
do setor nas últimas décadas. Os determinantes e condicionantesdo processo saúde-
-doença são multifatoriais e complexos. Assim, saúde e doença configuram processos 
compreendidos como um continuum, relacionados aos aspectos econômicos, sociocul-
turais, à experiência pessoal e estilos de vida. Consoante essa mudança de paradigma, a 
melhoria da QV passou a ser um dos resultados esperados, tanto das práticas assisten-
ciais quanto das políticas públicas para o setor nos campos da promoção da saúde e da 
prevenção de doenças.
SEIDL, Eliane Maria Fleury; ZANNON, Célia Maria Lana da Costa. Qualidade de vida e 
saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 
20, n. 2, p. 580-588,Apr.2004.
https://goo.gl/kgj6Nm
Processo de Revisão da Política Nacional de Promoção da Saúde: Múltiplos Movimentos Simultâneos
A política pública pode ser compreendida como a tradução de propósitos de governos 
e de anseios da sociedade. Impulsionados pelos avanços e desafios das transformações 
sociais, pela necessidade de articulação de agendas e a pequena participação social na 
elaboração da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), de 2006, o Ministério 
da Saúde e o Grupo Temático de Promoção da Saúde/Abrasco propuseram a revisão 
desta. Este artigo descreve os movimentos deste processo. Trata-se de uma análise 
de política, realizada por revisão de literatura e análise documental na perspectiva da 
“triangulação interna”
ROCHA, Dais Gonçalves et al. Processo de revisão da Política Nacional de Promoção 
da Saúde: múltiplos movimentos simultâneos. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 
19, n. 11, p. 4313-4322, Nov. 2014.
https://goo.gl/S9wUVj
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UNIDADE Políticas de Saúde, SUS – Princípios, Diretrizes
O SUS nos seus 20 anos: Reflexões num Contexto de Mudanças
A partir de uma breve retrospectiva sobre o direito à saúde conquistado pelo cidadão 
brasileiro, este artigo tem como objetivo discorrer sobre o Sistema Único de Saúde 
(SUS) ao longo da sua trajetória de 20 anos, destacando em forma de análise crítica 
os avanços conquistados na saúde e os desafios a serem superados. São discutidas as 
temáticas do direito à saúde como responsabilidade do Estado a partir da Conferência 
de Alma-Ata, da Constituição Federal e das Leis Orgânicas da Saúde; as diretrizes do 
SUS envolvendo as competências da União, do Estado e do Município. Discute ainda a 
importância da Estratégia Saúde da Família na consolidação da Atenção Básica no Bra-
sil, as dificuldades do processo de regionalização e o papel da gestão e da participação 
social como bases para a construção do SUS que queremos.
SOUZA, Georgia Costa de Araújo; COSTA, Iris do Céu Clara. O SUS nos seus 20 
anos: reflexões num contexto de mudanças. Saude soc., São Paulo, v. 19, n. 3, p. 
509-517, set. 2010.
https://goo.gl/fH7nSg
Participação Popular e o Controle Social como Diretriz do SUS: Uma Revisão Narrativa
O objetivo deste texto é realizar uma análise do modelo de participação popular e con-
trole social no SUS, bem como favorecer reflexões aos atores envolvidos neste cenário, 
através de uma pesquisa narrativa baseada em publicações relevantes produzidas no 
Brasil nos últimos 11 anos. É insuficiente o controle social estar apenas na lei, é preciso 
que isto aconteça na prática. Entretanto, a sociedade civil, ainda não ocupa de forma 
efetiva esses espaços de participação.
ROLIM, Leonardo Barbosa; CRUZ, Rachel de Sá Barreto Luna Callou; SAMPAIO, 
Karla Jimena Araújo de Jesus. Participação popular e o controle social como diretriz do 
SUS: uma revisão narrativa. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 37, n. 96, p. 139-147, 
Mar. 2013.
https://goo.gl/41r2h2
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Referências
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Brasil.16 ed. Organização de Alexandre de Moraes. São Paulo: Atlas, 2000.
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da Saúde. Distritos sanitários: concepção e organização o conceito de saúde e do 
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a promoção, proteção e recuperação da saúde, da organização e funcionamento 
dos serviços correspondentes e dá outras providências (Lei Orgânica da Saúde). 
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recomposição de recursos financeiros do SUS. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 2012.
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Karla Jimena Araújo de Jesus. Participação popular e o controle social como diretriz 
do SUS: uma revisão narrativa. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 37, n. 96, p. 139-
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Outros materiais