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ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GESTÃO HOSPITALAR

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O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GESTÃO HOSPITALAR
Palmas – TO
Outubro / 2020
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GESTÃO HOSPITALAR
Maria Rosa Marques de Mesquita
RESUMO
Considerando os desafios que se colocam cotidianamente para o assistente social que atua na área da saúde, especialmente em contextos hospitalares, trato neste trabalho das dimensões éticas que estão presentes nas ações constitutivas da identidade da profissão, expressando-se em diferentes níveis desde a ética dos cuidados até a ética militante e de proteção social. Finalizo indicando a importância da pesquisa para qualificar o conhecimento e a própria intervenção profissional.
Palavras-chaves: Serviço Social; Saúde; Ética; Profissão.
INTRODUÇÃO
O Serviço Social é uma profissão de natureza eminentemente interventiva que atua no campo das relações humano-sociais. É uma forma de especialização do trabalho coletivo, socialmente construído. Participa do processo global de trabalho, e tem, portanto, uma dimensão sócio-histórica e política que lhe é constitutiva e constituinte. Como área de conhecimento e de intervenção profissional o Serviço Social se consolida em suas relações com as demais profissões e com as práticas societárias mais amplas. 
O exercício profissional, expressão material e concreta do processo de trabalho do Assistente Social, explicita a natureza interventiva da profissão, cujo fim último é sempre a emancipação social dos sujeitos com quem atua (PNAS, 2004).
Para tanto, em cada ato profissional são mobilizados conhecimentos, saberes e práticas que, mediante uma ampla cadeia de mediações e do uso adequado de instrumentais de trabalho, visam a alcançar os resultados estabelecidos.
A dimensão ética é constitutiva da identidade da profissão, juntamente com as dimensões técnico-operativas e teórico-metodológicas, articulando-se em termos de poderes, fazeres e saberes como mediações da prática profissional e expressões de nossa práxis humana. Há um fim último que buscamos com nossas ações profissionais e que configuram a particularidade histórica da profissão. 
Cada um de nossos atos profissionais, até mesmo o menor deles, é dimensionado eticamente, direciona-se à emancipação humana e, portanto, sua vocação “é sempre a humanização da prática profissional”.
Consolidamos a nossa identidade profissional, fortalecemo-nos enquanto seres humanos, quando somos capazes de humanizar a nossa prática, pois:
[...] a substância do existir é a prática, [...]. Só se é algo mediante um contínuo processo de agir; só se é algo mediante a ação. [...] É na prática e pela prática que as coisas humanas efetivamente acontecem, que a história se faz. [...] Por isso, a esfera básica da existência humana é a aquela do trabalho propriamente dito, ou seja, é a prática que alicerça a existência material dos homens. (SEVERINO, 1995, p. 47–48).
Trabalhamos com pessoas vulnerabilizadas que nos pedem um gesto humano: um olhar, um sorriso, uma palavra, uma escuta atenta, um acolhimento, para que possam se fortalecer na sua própria humanidade.
Serviço Social é uma profissão cuja identidade é marcadamente histórica. Seu fundamento é a própria realidade social e sua matéria-prima de trabalho são as múltiplas expressões da questão social, o que lhe confere uma forma peculiar de inserção na divisão social e técnica de trabalho. 
Como profissão de natureza eminentemente interventiva, que atua nas dinâmicas que constituem a vida social, participa do processo global de trabalho e tem, portanto, uma dimensão sócio-histórica e política que lhe é constitutiva e constituinte.
Como área de conhecimento e de intervenção profissional, consolida o seu significado social em suas relações com as demais profissões e com as práticas societárias mais amplas, especialmente com as que se direcionam para o enfrentamento das situações de violações de direitos que afetam as condições de vida da população em geral e, sobretudo, dos setores mais empobrecidos da sociedade.
A SAÚDE E O SERVIÇO SOCIAL
A inserção e atuação do Serviço Social na saúde conforme observado por Bravo (1996, apud, MATOS 2003), deu-se primeiramente no âmbito curativo e com abordagem individual (Serviço Social de caso), contexto que somente na década de 1980 ocorre transformações significativas.
Com relação ao Serviço Social na saúde, encontramos diversas publicações que versam sobre temas que vão desde a trajetória histórica da profissão nesta área, bem como elencamos acima, até outras que trazem uma proposta de aproximação teórica e sistemática da prática do assistente social.
A fim de refletir sobre o Serviço Social enquanto uma profissão em saúde, bem como sobre as demandas para a formação profissional, esta revisão bibliográfica está estruturada em três eixos. Inicialmente, nos estudos das particularidades das profissões em saúde, seguido da caracterização do Serviço Social no trabalho nessa área e, por fim, elucida alguns desafios presentes na relação trabalho e formação profissional em saúde.
Na reflexão sobre o trabalho dos assistentes sociais é relevante destacar que esses profissionais atuam nas manifestações da questão social e no modo como elas interagem com a política social, “mediação incontornável na constituição do trabalho profissional” (IAMAMOTO, 2007, p. 185).
No que se refere à saúde, Bravo (1996, p. 13) salienta que este é “um dos setores mais significativos na atuação do Serviço Social, tendo concentrado
historicamente um grande quantitativo de profissionais, situação que permanece até os dias correntes”.
Mioto e Nogueira (2009, p. 225) ressaltam que, como o princípio da integralidade sustenta-se nos pilares da interdisciplinaridade e da intersetorialidade, ele não só possibilita como justifica uma “inserção diferenciada do assistente social na área da saúde, superando o estatuto de profissão paramédica, típico do modelo biomédico”.
Dessa forma, é necessário que o Assistente Social que atua nessa área aprofunde seus conhecimentos para ser capaz de entender suas origens e desdobramentos e dominar certos conhecimentos epidemiológicos e administrativos que conformam o agir em saúde. 
Diante do exposto, pode-se afirmar que as demandas que se apresentam ao Serviço Social envolvem uma série de condicionantes e exigem uma intervenção profissional que não se limite à prática curativa, mas que inclua aspectos preventivos, informativos e de promoção da saúde.
A GESTÃO HOSPITALAR
O Assistente Social, em especial, devido a sua formação generalista, necessita ter esse conhecimento histórico da política de saúde, da epidemiologia, dos mecanismos de gestão entre tantas outras ferramentas.
Assim, poderá identificar os determinantes do processo saúde-doença e propor intervenções específicas e intersetoriais na busca pela saúde integral, articulando organicamente os saberes teóricos apropriados pela categoria, e expressos nas próprias diretrizes curriculares para os cursos de Serviço Social, com a realidade cotidiana dos serviços e das políticas sociais nos quais os profissionais atuam. 
Para isso, o projeto profissional já assinala a ênfase numa formação acadêmica qualificada e permanente, para que haja uma nova relação com os usuários, tornando-os sujeitos das ações profissionais.
É um esforço que a profissão exige, sobretudo, em relação aos conteúdos oferecidos durante o curso de graduação. Nesse sentido, vale a pena retomar a reflexão de Mourão et al. (2006, p. 374):
É na perspectiva da atenção integral que o profissional de Serviço Social estrutura seu processo de trabalho no interior das equipes de saúde. Com uma abordagem individual e coletiva constrói sua prática na perspectiva do direito e da ampliação da cidadania contribuindo, com um aporte teórico metodológico sobre o processo saúde-doença, para o avanço das reflexões e possibilidades de
atuação interdisciplinar no cuidado à saúde.
Contudo, não se deve esquecer que o trabalho em saúde para o profissional do Serviço Social conjuga saberes ligados às Ciências Sociais se afastando do campo das Ciências da Saúde. Portanto,o profissional precisa aprofundar-se na ligação entre o biológico e as condições sociais. 
Não se pode ignorar o processo mais amplo em que se insere o ensino superior no país. A educação, principalmente no que diz respeito ao nível superior, tem sido
sistematicamente sucateada no âmbito público por corte de verbas, tendência a privatizações, ingerências de entidades e órgãos “pseudopúblicos” que visam o lucro e ferem o princípio da autonomia universitária.
No âmbito privado, a formação para o mercado, aligeirada por vezes nos moldes do ensino a distância, avança a passos largos. Este contexto impacta a formação profissional, inclusive dos profissionais em saúde, quando nos currículos os conteúdos, estágios supervisionados e outros espaços formativos, privilegiam a visão curativa, lucrativa, especializada e descontextualizada da saúde em detrimento da saúde integral, universal, pública e compromissada com os interesses da coletividade.
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
A Política Nacional de Assistência Social - PNAS, aprovada pela Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social n. 145, de 15 de outubro de 2004 nos pede um novo olhar para o social: o da proteção social como direito, como elemento fundante da cidadania. 
Da mesma forma, os princípios da Política Nacional de Saúde Lei n. 8080, de 19 de setembro de 1990, nos direcionam na luta pela vida, no compromisso pela construção de práticas democráticas, sintonizadas com as necessidades sociais e de saúde da população.
Assim também a "Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde" - Ministério da Saúde, 2006 - partindo do princípio consagrado na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, de que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, o Assistente Social é reconhecidamente um profissional da saúde. 
As Resoluções do Conselho Nacional de Saúde n. 218, de 6 de março de 1997, e do Conselho Federal de Serviço Social n. 383, de 29 de março de 1999, além da Resolução n. 196, de 1996, que trata da ética em pesquisa, envolvendo seres humanos. (ROSA; et al., 2006)
No âmbito desses marcos legais e normativos, torna-se indispensável ressaltar a importância dos Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde, elaborados a partir de ampla participação da categoria profissional e promulgados pelo CFESS, com o objetivo de "referenciar a intervenção dos profissionais na área da saúde" (CFESS, 2010, p. 11).
Este é o compromisso que nos cabe assumir e que somente pode ser alcançado por meio de práticas interdisciplinares, pautadas em um horizonte ético de humanização e de respeito à vida. Isto exige um contínuo processo de construção de conhecimentos, pela via da pesquisa e da intervenção profissional competente, vigorosa e crítica, alicerçada na Política Nacional de Saúde e no Projeto Ético-Político do Serviço Social.
Como área de conhecimento e de intervenção na realidade humano social, o Serviço Social deve mobilizar-se, cada vez mais intensamente, na perspectiva da assistência integral à saúde da população atendida. O trabalho profissional qualificado é o compromisso de cada dia, pois como bem destaca Critelli (2006, p. 2):
Fonte de sentido para a vida humana, organiza nossa vida diária. Define o tempo e a história humana [...] O trabalho nos revela para os outros e para nós mesmos. Por meio dele construímos nossa identidade. A partir dele descobrimos habilidades, poderes, limites, competências, alegrias, tristezas. Criamos vínculos com as pessoas, com os ambientes, com a cidade e a nação. O trabalho é o lugar privilegiado onde descobrimos, inclusive, para que viemos e o que nos compete cuidar nesta vida.
É desse trabalho crítico e competente sob o ponto de vista ético-político que estamos falando, pois trata-se de um trabalho que é ético porque se movimenta no campo dos valores, porque parte do reconhecimento da condição humana dos sujeitos, e que é político porque aspira sempre à sua emancipação, abrangendo a relação saúde, doença, cuidados, a população atendida, seus familiares e a própria comunidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Política Nacional de Assistência Social - PNAS. Brasília: Senado Federal, Resolução n. 145, 15 out. 2004.       
BRAVO, M. I; et al. Saúde e Serviço Social. 2. ed. –SP: Cortez: RJ: UERJ, 2006
BARCHIFONTAINE C. P.; PESSINI, L. Bioética em saúde. São Paulo: Centro São Camilo de Desenvolvimento em Administração de Saúde, 1989.       
CONSELHO Federal de Serviço Social. Código de ética do assistente social. Brasília: CFESS, 2011.  
CONSELHO Federal de Serviço Social. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na política de saúde. Brasília: CFESS, 2010.
CRITELLI, D. O trabalho e o sentido da vida. Folha de S. Paulo. São Paulo, 2 mar. 2006. Folhaequílíbrio, p. 2.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007
MARTINELLI, M. L. O exercício profissional do assistente social na área da saúde: algumas reflexões éticas. Serviço Social e Saúde, São Paulo, v. 6, n. 6, p. 21-33, maio 2007. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:QdtkGfB66UQJ:www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/%3Fdown%3D46133+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
MATOS, M. C. de. O Debate do Serviço Social na saúde nos anos 90. In: Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo: Cortez. N. 74, jul./2003, p. 84-117.
MIOTO, R. C. T.; NOGUEIRA, V. M. R. Sistematização, planejamento e avaliação das ações dos Assistentes Sociais no campo da Saúde. In: MOTA, A. E. et al. (Org.). Serviço Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009, p. 273-303
ROSA, L. C. S. et al. O Serviço Social e a Resolução 196/96 sobre ética em pesquisa envolvendo seres humanos. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, ano XXVII, n. 85, p. 62-70, mar. 2006.        
SEVERINO, A.J. O poder da verdade e a verdade do saber. In: MARTINELLI, M.L. RODRIGUES,M.L., MUCHAIL, S. T. (Org.).O uno e o múltiplo nas relações entre as áreas do saber. São Paulo: Cortez/EDUC, 1995, p. 46−54. 
SODRÉ, F. A atuação do Serviço Social em cuidados paliativos. Serviço Social & Sociedade. São Paulo, ano XXVI, n. 82, p.131-147, jul. 2005.

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