Integração Comunidade e Escola

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INTEGRAÇÃO COMUNIDADE E ESCOLA
 
Acadêmicos¹ 
Tutor Externo² 
 
RESUMO 
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a integração entre a escola e a comunidade, pois inserindo a comunidade na construção da proposta pedagógica, novos horizontes podem surgir possibilitando a evolução da educação e melhorando o ambiente escolar, enfatizamos também sobre a relação entre a escola e a comunidade, pois é um fato social importante que deve ser tratado com mais seriedade pelos profissionais e pelos pais também, pois é uma proposta que deve ocorrer no sentido de favorecer a aprendizagem do aluno na busca de caminhos para melhoria, se vê também que a gestão democrática é uma ferramenta que torna possível a construção de consensos, o estabelecimento de objetivos comuns e todos os esforços coletivos tentando alcançar os objetivos traçados construindo caminhos para introduzir a comunidade no processo escolar.
Palavras-chave: Escola e Comunidade. Gestão Democrática. Integração.
1 INTRODUÇÃO 
A integração entre a escola e a comunidade é um processo importante nos dias atuais e essencial para um bom funcionamento do processo educativo, no espaço escolar ambas tem que adquirir uma parceria, escola e família para juntas trabalharem para contribuir na melhoria processo de ensino. 
Nesse caso, é necessário que a escola encontre meios de estar mais presente no cotidiano da comunidade, construindo uma relação desenvolvida pelo diálogo, construção de saberes e pelas possibilidades de juntas formarem alunos críticos e atuantes dentro da sociedade. É fundamental que a escola e a comunidade desempenham uma boa relação entre elas, deste modo a escola tem a função de construir caminhos para inserir a comunidade no processo escolar, para que tanto a escola como as famílias possam apoiar umas as outras, garantindo que os objetivos sejam concretizados com a participação de toda comunidade escolar, visando o desenvolvimento dos educandos.
 Abordará também sobre o papel da gestão democrática, pois é um dos caminhos primordiais para alcançar a qualidade no ensino, oferecendo estratégias e suporte ao corpo docente para conduzi-los em suas ações de ensino, envolvendo-os nas atividades realizadas na rede escolar, contribuindo de forma positiva para um melhor desempenho dos educandos no processo de aprendizagem e construção do conhecimento, fortalecendo a coletividade com propósito de favorecer uma educação significativa, considera-se que quanto mais à comunidade, a escola e a família participem das decisões tomadas pela gestão escolar mais chances têm de atingir os objetivos de uma aprendizagem de qualidade.
2 GESTÃO DEMOCRÁTICA 
 
A Gestão Democrática é uma forma de administrar uma instituição escolar de um jeito que possibilite a participação, transparência e democracia. Buscando sempre a qualidade e efetividade da educação, criando vínculos com a comunidade e sendo fiel às propostas pedagógicas.
Existem princípios que norteiam uma gestão democrática, como:
· A descentralização é onde todas as ações devem ser elaboradas e executadas de uma forma não hierarquizada.
· Participação onde todos os envolvidos (professores, alunos, funcionários, pais) participem dos projetos na escola.
· Transparência é quando todas as decisões e ações tomadas são de conhecimento de todos.
Foi necessária uma mudança no modelo de gestão, tornando o trabalho mais coletivo, dinâmico e aumentando as competências entre todos os participantes da comunidade escolar.
Trata-se de uma maneira de organizar o funcionamento da escola pública quanto aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pedagógicos, com a finalidade de dar transparência às suas ações e atos e possibilitar à comunidade escolar e local a aquisição de conhecimentos, saberes, idéias e sonhos, num processo de aprender, inventar, criar, dialogar, construir, transformar e ensinar (BRASIL, 2004).
Fundamentada a partir da participação coletiva, transparência nas informações, respeitando as diferenças e com dialogo aberto, a gestão democrática é a ferramenta que torna possível a construção de consensos, o estabelecimento de objetivos comuns e todos os esforços coletivos tentando alcançar os objetivos traçados no projeto político-pedagógico.
A concretização da gestão democrática, precisa tornar possível a participação de todos da comunidade escolar, dando suporte e condições necessárias para essa participação. Por isso a necessidade da construção de mecanismos que assegurem essa efetividade nos diferentes momentos do processo de organização da instituição, do diagnóstico da realidade escolar ao planejamento de ações; do levantamento de demandas e indicação de prioridades à formulação de objetivos e metas; da discussão compartilhada e tomada de decisões coletivas à distribuição de responsabilidades e tarefas; da execução do que foi coletivamente planejado ao acompanhamento e à avaliação das ações.
“..tendo em conta que a participação democrática não se dá espontaneamente, sendo antes um processo histórico em construção coletiva, coloca-se a necessidade de se preverem mecanismos institucionais que não apenas viabilizem mas também incentivem práticas participativas dentro da escola pública.( PARO, 1998,p.46).”
A gestão democrática da educação impõe-se por força de princípios já consagrados na Constituição Federal Brasileira, em seu Artigo 206, inciso VI, que elenca a importância da “gestão democrática do ensino público”, colocando-a como obrigatória em todo e qualquer órgão público de educação (BRASIL, 1988). 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDBEN 9394/96 estabelece que as escolas precisam ser organizadas e administradas tendo como pressupostos os princípios da gestão democrática (BRASIL, 1996).
Mesmo com um avanço na legislação, percebemos que nas escolas essa democratização ainda não acontece de fato, a gestão esta muito atrelada ao ato de controlar a ação do outro e acaba seguindo um modelo de administração hierárquica que é confundida com mandar, impor e controlar.
Algumas características da gestão democrática são importantes como o compartilhamento de decisões e de informações, a preocupação com a qualidade de ensino e a transparência, para que tudo isso ocorra pode ser criado conselhos escolares para que todos os envolvidos participem e opinem sobre as questões escolares, auxiliem no projeto político-pedagógico, avaliem os resultados da administração e busquem solucionar problemas administrativos e pedagógicos.
Atualmente existem muitos desafios no ambiente escolar e acabam surgindo muitos conflitos, mais não que sejam negativos, pois conflitos bem resolvidos e bem direcionados podem trazer boas reflexões para o convívio interpessoal dentro da escola. Efetivar a democracia, priorizando sempre o diálogo com a comunidade escolar, é encarar esses conflitos, diminuindo as fragilidades existentes nessas relações.
A gestão escolar deve ter consciência de seu papel pedagógico, pois o produto final de todas as ações junto com a comunidade escolar deve ser sempre a melhoria na educação. Depois que os gestores entenderem e tomarem posse de saber, todos seus esforços se tornaram estratégias para garantir um processo de ensino-aprendizagem de qualidade, ganhando assim um formato democrático, buscando em conjunto o que há de melhor.
 3 INTER-RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE
A escola está inserida em uma comunidade e faz parte dela é muito importante que a escola trabalhe na construção de uma relação positiva com a comunidade do entorno, pois isso ajuda no desenvolvimento da escola e também dos próprios alunos é necessário que a comunidade e a instituição de ensino se encarem responsavelmente como parceiras de caminhada, pois as duas são responsáveis pelo que produz podendo assim reforçar ou contrariar a influência uma da outra. 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p.32):
Para que aconteça a interação entre a escola e a comunidade, é preciso buscar formas para que a escola esteja mais presente no dia-a-dia dacomunidade e também o inverso, isto é, a escola (...). De modo que a escola e os estudantes e professores possam se envolver em atividades voltadas para o bem-estar de sua comunidade.
Com isso a comunidade e escola precisam criar através da educação uma força para superar as suas dificuldades construindo uma identidade própria e coletiva, atuando juntas como agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do educando, é necessário que a escola crie mecanismos de parcerias e de diálogo produtivo com a comunidade escolar, e que cada uma compreenda o seu papel e as suas responsabilidades, para que a relação entre escola e comunidade aconteça é necessário que a instituição de ensino é que têm de tomar as iniciativas como de se apresentar e de se colocar à disposição das famílias para além das convocações das reuniões de pais ou para as conversas sobre o comportamento dos educandos a escola deve incentivar a participação da família no cotidiano escolar mais para que isso aconteça é necessário criar uma boa relação, vale considerar também que a escola disponibilize canais efetivos de comunicação dentro da escola para que os familiares sejam incluídos em debates e que os familiares possam opinar em diversos momentos da rotina escolar, é importante também que a escola realize projetos que envolvam a comunidade. 
Segundo Piletti (2004, p.100):
Da mesma forma que a escola, para realizar eficazmente seu trabalho, precisa estar na comunidade, esta não pode estar ausente da escola. Pois, há necessidade de estarem sempre em parceria buscando assim usufruir o que a comunidade tem de melhor para beneficiar a instituição de ensino tais como, prestação de serviços voluntários auxiliando a equipe pedagógica com aulas de culinária, artesanato, informática, contação de história ou até na manutenção do espaço físico do prédio para que elas possam ver que é possível melhorar a qualidade do ensino.
A participação da comunidade escolar não pode ser somente vinculada às festas da escola, é preciso mudar essa realidade, a participação da comunidade escolar deve ser um ato político contribuindo assim com mudança de postura, participando ativamente da tomada de decisões, na escola essa participação exige das famílias um engajamento na vida da escola, conhecendo sua realidade, seu regimento e seu Projeto Político Pedagógico. A instituição de ensino só será democrática quando toda comunidade escolar se conscientizar da importância de seu papel na tomada de decisões, participando ativamente da vida da escola, cumprindo com sua função de agente transformador da realidade, com isso vemos que na prática essa participação fica limitada, pois muitos não conhecem seus direitos e outros não querem se envolver ou assumir seu papel. 
Segundo Hora (1994, p. 134)
Para a comunidade, participar da gestão de uma escola significa inteirar-se e opinar sobre os assuntos para os quais muitas vezes se encontra despreparada; significa todo um aprendizado político e organizacional (participar de reuniões, darem opiniões, anotar, fiscalizar, cumprir decisões) mudar sua visão de direção de escola, passando a não esperar decisões prontas para serem seguidas, significa, enfim, pensar a escola não como um organismo governamental, portanto externo, alheio, e sim como um órgão público que deve ser não apenas fiscalizado e controlado, mas dirigido pelos seus usuários.
A relação escola e comunidade é um fato social importante que deve ser tratado com mais seriedade pelos profissionais da educação e pelos pais também, principalmente nos dias atuais em que a sociedade e a família vêm sofrendo muito com a falta de políticas públicas que promovam o bem estar de ambas, pois quando a escola e a comunidade trabalham juntas os resultados positivos são bem visíveis tanto na qualidade do ensino quanto na forma de relacionamento entre as pessoas que compõem estas duas instituições percebe-se então que a participação da escola na comunidade e desta na escola seja um fator de bastante importância dentro do processo educacional.
3.1 INTEGRAÇÃO ESCOLA E COMUNIDADE: É POSSIVEL
A escola exerce um papel fundamental na vida de qualquer pessoa, nos últimos anos ela vem buscando cada vez mais melhorar suas relações com os familiares e com a comunidade, propondo que participem mais da vida escolar das crianças.
A educação tem cada dia mais saído dos muros das escolas e vem alcançando outros espaços sociais. Não é apenas a parceria com os familiares o principal objetivo da gestão, é também construir uma relação com a população ao redor.
“A escola pública tem como compromisso oportunizar condições para sua clientela construir conhecimentos, atitudes e valores, contribuindo na formação de cidadãos críticos, éticos e participativos nos contextos que integram” (BRASIL, 2004).
Deve-se ter consciência que é possível sim acontecer essa integração por mais difícil que pareça ser tendo como principal objetivo melhorar a qualidade da educação escolar e buscar questões mais pertinentes com essa integração, para que não haja depois cobranças da comunidade com a escola ou vice-versa. E para isso ocorrer deve-se trabalhar com uma gestão democrática.
O processo de gestão democrática das instituições de ensino representa um importante instrumento de consolidação de democracia na sociedade, considerando que a escola e a sociedade estão dialeticamente constituídas. Promover a democratização da gestão escolar significa estabelece novas relações entre a escola e o contexto social no qual está inserida. Repensar a teoria e a prática da gestão educacional no sentido de eliminar os controles formais e incentivar a autonomia das unidades da educação constitue-se em instrumentos de construção de uma nova cidadania. Assim, a democratização institucional torna-se um caminho para que a prática pedagógica torne-se efetivamente prática social e possa contribuir para o fortalecimento do processo democrático mais amplo (GARDIN E ALMEIDA, 2007, p. 3).
As escolas devem tentar ao máximo se aproximar das comunidades, e não esperar que elas se aproximem, devem buscar ações e estratégias para que cada dia mais ocorra essa integração. Promover formações, palestras, colocar pessoas da comunidade para participar dos conselhos escolares, Associação de Pais e Mestres (APM), projetos, para que assim a comunidade se interesse pela escola, colabore e transforme-a de forma positiva. Quebrando barreiras e assim assegurar uma educação de qualidade, que impulsionada por uma gestão democrática, seja promotora da cidadania.
A partir do momento que a gestão educacional se fizer democrática, a possibilidade de melhoramento social será mais concreto, pois se pensará na prática pedagógica de uma forma mais ampla e em tudo que possa vir a acrescentar de forma positiva à educação, se preocupando mais com a comunidade e deixando-a ter vez e voz nas ações realizadas durante o desenvolvimento das atividades educacionais.
Uma gestão democrática não é algo fácil de incluir na unidade escolar e principalmente atrair a comunidade para a escola por ela, mais isso não é algo impossível de acontecer, pois tudo o que vier agregar para melhorar a educação devem ser consideradas e tentadas sem exitar.
Novos horizontes poderão surgir se efetivado essa integração escola e comunidade, possibilitando constantemente a evolução da educação e melhorando cada dia mais o ambiente escolar, tornando mais comunitária e democrática.
4 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Para a realização deste trabalho foram feitos vários estudos com pesquisas de várias bibliografias, artigos, teses, e revistas relacionados com os temas de Gestão democrática na escola e de integração e de relação da comunidade com a escola para que isso contribuíssem para o grupo conhecimento sobre o tema, o que me despertou ainda mais o interesse em falar sobre este assunto.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Durante ao nosso estudo e pesquisas identificamos a importância da instituição de ensino ver a si mesma como parte integrante da comunidade e reciprocamente da mesma reconhecer a escola como umainstituição sua da qual pode participar e cuidar, vimos o quanto é importante e necessário que a comunidade e a escola firmar parcerias na caminhada pois as duas instituições são fundamentais para a formação do indivíduo e que a escola tem a responsabilidade de criar oportunidades para que a comunidade se sinta confortável para ter uma participação na escola, com tudo isso entendemos que encontrar o caminhos para relações de parceria pode ser uma experiência significativa para ambos, e resultando também melhorias nas interações humanas.
6 CONCLUSÃO 
 
Tendo em vista os aspectos analisados concluímos que ambas as partes tanto a escola com a comunidade tem que se ver integrante uma da outra, cremos que haja necessidade de modificar as relações do cotidiano escolar, criar atividades planejadas que propõem integração escola-comunidade, pois a muitos benefícios para os alunos, identificando as necessidades buscando proporcionar um ensino significativo para a comunidade, incentivar novos olhares para a educação. 
Deste modo entendemos que a relação é um fato que deve ser tratado com mais seriedade pelos educadores, os pais e as escolas, pois é um ambiente que tem um grande poder de transformação da sociedade através da educação, desta forma a escola e a comunidade devem criar parcerias para atribuir uma qualidade melhor na educação para seus alunos, construindo uma gestão democrática séria, criando espaços de diálogo e dedicar mais tempo às pessoas para que os projetos e as questões do dia-dia da escola sejam cuidados por todos, proporcionando uma educação melhor.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (5ª a 8ª Série): Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília. MEC/SEF, 1998.
 	. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Caderno 1 - Conselhos Escolares: democratização da escola e construção da cidadania. Brasília – DF, 2004.
 	. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Gestão da educação escolar. Brasília: UnB/CEAD, 2004
 	, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei N°9.395/96. Brasília: 1996.
 	, Constituição Federal do Brasil. Brasília: 1988.
DOURADO, Luiz Fernandes. Gestão da educação escolar. Brasília: Universidade de Brasília, Centro de Educação a Distância, 2006.
GARDIN, Tereza. ALMEIDA, Janaina. Gestão escolar democrática: limites e possibilidades uma discussão sempre necessária. Paraná, 2007. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/865-2.pdf Acesso em 7 abr. 2020.
HORA, Dinair. Gestão democrática na escola: Artes e ofícios da participação coletiva. 9 ed. Campinas: Papirus, 2002
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3 ed. São Paulo: Ática, 2000. 
PILETTI, Nelson. Sociologia da educação. São Paulo: Ática, 2000.