Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lesão de Furca É muito complexa, muitas vezes não é possível fazer uma raspagem eficaz sem realizar um retalho e acessar cirurgicamente a região da furca. Porém pode ser evitada caso a anatomia seja conhecida perfeitamente. O objetivo de tratar as lesões de furca é melhorar o prognóstico dos dentes afetados, possibilitando ao pc uma melhor visualização para uma higiene adequada, e assim controlando a doença periodontal. → Para saber se o paciente tem lesão de furca, utilizamos a sonda de Nabers e radiografia como complemento. ANATOMIA DA FURCA: - Cone Radicular: parte radicular do elemento dental. - Tronco Radicular: medido da entrada da furca (fórnix) até a junção cemento-esmalte. Quanto maior, melhor, pois a doença periodontal precisa de perda óssea para chegar na região da furca. Molares Superiores: - três raízes, três entradas de furca (melhor acesso furca vestibular). - as raízes possuem anatomia diferenciada: palatina (circular), distovestibular (oval) e mesiovestibular (achatada). Molares Inferiores: - anatomia, tronco radicular, abertura entre as raízes (quanto maior, mais fácil) e o teto da furca muito variados. - as raízes possuem anatomia diferente: distal (oval) e mesial (achatada com concavidade na parte interna, o que torna mais difícil sua raspagem). FATORES ETIOLÓGICOS: → Fator primário: placa bacteriana (resposta inflamatória a longo prazo); → A extensão da perda de inserção necessária para produzir lesão é variável (tronco radicular, morfologia, projeções cervicais de esmalte, cárie e necrose pulpar); → A prevalência e a severidade dos envolvimentos de furca aumentam com a idade. DIAGNÓSTICO DO DEFEITO: ▫ Exame clínico completo para realizar o diagnóstico e plano de tratamento (sondagem e rx); ▫ Identificar fatores que possam contribuir para o defeito, e que influenciam no resultado do tratamento; ▫ Morfologia, posição com relação aos demais dentes, anatomia do osso alveolar, defeitos ósseos e outras alterações dentárias; ▫ 81% das furcas apresentam dimensão de 1mm ou menos. SONDAGEM: em pacientes fumantes, muitas vezes a aparência é saudável, porem quando é feito a sondagem a sonda “cai” dentro da furca. FATORES LOCAIS: → Anatômicos: projeções cervicais de esmalte, pérolas de esmalte (podem se estender para a região da furca); → Comprimento do tronco radicular: quanto menor o tronco radicular, menor a perda de inserção necessária para atingir a furca; → Comprimento radicular: quantidade de suporte ósseo; → Forma radicular: forma e curvaturas; → Dimensão inter-radicular: grau de separação; → Anatomia da furca: presença de proeminencias, concavidade no teto da furca, necessidade de odontoplastia. CLASSIFICÇÃO DO DEFEITO: GRAU I: perda horizontal dos tecidos de suporte, não excedendo 1/3 da largura do dente; GRAU II: perda horizontal dos tecidos de suporte, excedendo 1/3 da largura do dente, mas não envolvendo toda a largura da área da furca; GRAU III: destruição horizontal, lado a lado, dos tecidos de suporte na área da furca. OBJETIVOS DO TRATAMENTO: Facilitar a manutenção; prevenir perda adicional de inserção; fechar os defeitos de furca (enxertos). TRATAMENTO: Lesões iniciais: furca grau I: terapia conservadora, RAR, plastia da furca; Lesões moderadas: furca grau II: plastia de furca, tunelização, resseção redicular, extração dentária, regeneração tecidual guiada nos molares inferiores; Lesões avançadas: furca grau III: tunelização, ressecção radicular, extração dentária. TUNELIZAÇÂO: → Defeitos de furca grau II profundos e grau III em molares inferiores; → Molares inferiores com tronco radicular curto, amplo ângulo de separação e grande divergência entre as raízes mesial e distal. → Risco de sensibilidade e cárie radicular. TERAPIA CIRURGICA: → Hemissecção radicular: separação do complexo radicular e manutenção de todas as raízes; → Ressecção radicular: separação e remoção de 1 ou 2 raízes de um dente multirradicular; → Regeneração tecidual: uso de membrana com ou sem enxertia óssea; → Extração: lesões de furca grau III associados com mobilidade grau 3 em pacientes que não irão realizar um adequado controle de placa; alto índice de placa; não retornam para manutenção; problemas socioeconômicos. PROGNÓSTICO: O sucesso a longo prazo envolve um diagnóstico detalhado, adequada seleção de pacientes com boa higiene bucal, realização de procedimentos cirúrgicos e restauradores cuidadosos.
Compartilhar