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Imunidade Inata

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Imunologia 
ABBAS 9º EDIÇÃO – cap. 4 
Imunidade Inata 
Aspectos gerais: 
As respostas imunes inatas são as reações iniciais 
aos microrganismos que servem para prevenir, 
controlar ou eliminar a infecção do hospedeiro por 
muitos patógenos; 
Elimina células danificadas e inicia o processo de 
reparo tecidual; 
Estimulam respostas imunes adaptativas e podem 
influenciar a natureza dessas respostas, para torná-
las otimamente efetivas contra diferentes tipos de 
microrganismos; 
Os dois tipos principais de reações protetoras do 
sistema imune inato são a inflamação e a defesa 
antiviral; 
O sistema imune inato não reage contra células e 
tecidos sadios normais; 
Os receptores do sistema imune inato são 
codificados por genes herdados (linhagem 
germinativa); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. BARREIRAS: 
 
• Mecânicas ou físicas: 
Pele 
Membranas das Mucosas (gastrointestinal e 
respiratória, urogenital); 
Lágrimas (arrasta os microrganismo e 
partículas); 
Cílios (movimentos sincrônicos impulsionam a 
saída de microrganismos); 
Saliva (dilui microrganismos e impede a 
colonização); 
Muco (retém patógenos); 
Fluxo urinário (impede a colonização de 
microrganismos no trato urinário); 
Defecar e vômito (expelem microrganismos). 
 
• Barreiras químicas: 
Lisozima: efeito antibacteriano e age na parede 
celular (lágrimas e nas vias urinárias); 
Suco gástrico: estômago (pH1,0) e intestino (pH 
alcalino), somente bactérias que vivem em pH 
extremo que conseguem resistir; 
Defensinas: produzidos pelos epitélios e que 
têm função de antibiótico natural; 
Cera de ouvido (física e química) 
Saliva: enzima amilase e pH levemente ácido; 
• Barreiras Biológicas: 
Microbiota normal: Impede a colonização por 
patógenos, por competir por nutrientes e 
produzir substâncias que impede a colonização 
de patógenos; 
 
 
 
 
Probióticos são microrganismos vivos, 
administrados em quantidades adequadas, que 
conferem benefícios à saúde do hospedeiro. 
Prebióticos são carboidratos não-digeríveis, que 
afetam beneficamente o hospedeiro, por 
estimularem seletivamente a proliferação e/ou 
atividade de populações de bactérias desejáveis 
no cólon. 
 
2. MECANISMOS CELULARES 
 
A. Reconhecimento: 
PAMPs: Padrões moleculares associados aos 
patógenos presentes em muitos 
microrganismos, sendo substâncias microbianas 
que estimulam a imunidade inata. 
• Diferentes tipos de microrganismos 
expressam PAMPs diferentes; 
• Ex.: RNA, lipopolissacarídeo (LPS) em 
bactérias Gram-negativas, ácido 
lipoteicoico em bactérias Gram-
positivas, e etc. 
DAMPs: Padrôes Moleculares associados ao 
perigo, moléculas endógenas que são produzidas 
ou liberadas por células danificadas ou que estão 
morrendo, se ligam em receptores e desenvolve 
resposta imune; 
• Alarminas: são um subconjunto de 
DAMPs, moléculas endógenas 
produzidas por células sadias são 
liberadas quando ocorre dano celular e, 
então, estimulam respostas inatas; 
PRRs: Receptores de reconhecimento de 
padrões, são expressos na superfície, em 
vesículas fagocíticas e no citosol de vários tipos 
celulares (onde microrganismos podem estar 
presentes), quando se ligam aos PAMPs e 
DAMPs, ativam vias de transdução de sinal que 
promovem as funções antimicrobianas e pró 
inflamatórias das células que os expressam. 
 
 
O Sistema imune inato usa vários tipos de 
receptores celulares, presentes em diferentes 
locais nas células, e moléculas solúveis 
presentes no sangue e nas secreções de 
mucosas, para reconhecer PAMPs e DAMPs; 
 
Fagócitos: Células dotadas de funções 
fagocíticas especializadas, primariamente 
macrófagos e neutrófilos, constituem a primeira 
linha de defesa contra microrganismos que 
rompem as barreiras epiteliais; 
• macrófagos estão sempre presentes na 
maioria dos tecidos e atuam como 
sentinelas de infecção; 
• outros fagócitos, incluindo monócitos e 
neutrófilos, são recrutados para os 
tecidos infeccionados em resposta aos 
microrganismos ou aos sinais gerados 
pelas células sentinela; 
Deficiências em fagócitos: Alta frequência de 
infecções fúngicas e bacterianas (baixas 
contagens de neutrófilos no sangue), em 
cânceres de medula óssea ou quimioterapia 
e tratamento com radiação para câncer 
(destrói as células imaturas na medula 
óssea); e pacientes com deficiências 
hereditárias nas funções de neutrófilos e 
macrófagos; 
Outras funções dos macrófagos ativados 
Geralmente as funções são realizadas depois que os 
macrófagos são ativados pelos micróbios; 
Mediadas por citocinas: 
• Produção de TNF e quimiocinas: induz a 
reação inflamatória; 
• IL-12 estimula células NK e linfócitos T; 
Ativadores da coagulação: proteínas de expressão 
tecidual; 
Ativadores do reparo tecidual crônico: fatores 
angiogênicos (células endoteliais), fatores que 
estimulam proliferação de fibroblastos, fatores de 
crescimento de plaquetas; 
Proteases (metaloproteinases): remodelagem dos 
tecidos pela degradação das proteínas da matriz 
extracelular; 
Aumento da expressão de moléculas de MHC. 
 
Células Dendríticas: detectam de forma 
rápida e eficiente os microrganismos invasores, 
devido à sua localização nos tecidos e expressão 
de numerosos receptores de reconhecimento de 
padrão para PAMPs e DAMPs; 
• expressam tipos mais diversificados de 
receptores citoplasmáticos do que 
qualquer outro tipo celular, e isso as 
torna mais versáteis como sensores de 
PAMPs e DAMPs; 
• secretam citocinas inflamatórias que 
promovem o recrutamento de leucócitos 
adicionais oriundos do sangue; 
• intensificam a habilidade das DCs de 
ativar células T na resposta imune 
adaptativa subsequente; 
Células Natural Killer: são células citotóxicas 
que exercem papéis importantes nas respostas 
imunes inatas, principalmente contra vírus e 
bactérias intracelulares; 
• essencialmente a mesma citotoxicidade 
mediada pelas CTLs CD8 +, porém não 
expressam os receptores antigênicos 
diversificados; 
• matam células infectadas e produzir IFN-
γ, que ativa macrófagos a destruírem 
microrganismos fagocitados; 
• Distinguem as células infectadas e 
estressadas das células sadias, e sua 
função é regulada pelo equilíbrio entre 
os sinais gerados a partir dos receptores 
de ativação e dos receptores de inibição; 
• Os receptores de inibição das células NK 
reconhecem moléculas do MHC 
(proteínas de superfície celular 
normalmente expressas em todas as 
células nucleadas sadias do corpo); 
 
Mastócitos: são células sentinelas presentes 
na pele, epitélio de mucosa e tecidos conectivos 
que rapidamente secretam citocinas pró-
inflamatórias (ex.: histamina, heparina, TNF) e 
mediadores lipídicos (ex.: prostaglandinas) em 
resposta à infecção e outros estímulos. 
• também conferem defesa contra 
helmintos e são responsáveis pelos 
sintomas das doenças alérgicas. 
 
Fagocitose: 
1° linha: macrófagos amadurecem 
continuamente a partir dos monócitos; 
2° linha: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os 
neutrófilos são os que possuem maior atividade 
fagocítica e são os mais envolvidos 
imediatamente na imunidade inata contra 
agentes infecciosos. 
3° linha: células dendríticas presentes nos 
tecidos de todo o organismo e órgãos linfoides 
periféricos. 
O processo pode ser dividido nas seguintes 
fases: 
1. Opsonização: nem sempre precisa 
ocorrer para ter reconhecimento pelos 
fagócitos; é o revestimento dos 
micróbios por opsoninas que facilitando 
e aumentando a eficiência da fagocitose; 
Três classes principais de receptores: 
Imunoglobulinas da classe G, Fragmentos do 
componente C3 do Sist. Compl. (C3b, iC3b) e certos 
carboidratos ou proteínas ligantes de carboidratos; 
2. Reconhecimento: é feito pelos 
receptores presentes nos fagócitos que 
liberam sinais de ativação que estão 
envolvidas na remodelação da 
membrana dos fagócitos: 
 
• Receptores de manose 
• Receptores scanvenger 
• Receptores de opsoninas 
 
3. Ingestão: a membrana em protrusão se 
estende engolfando a partícula e forma umavesícula intracelular, o fagossoma, 
4. Digestão: o Fagossomo se une ao lisossoma, 
o qual contém enzimas digestivas para digerir o 
patógeno; 
5. Descarte: as substâncias são digeridas em 
aminoácidos, açúcares, lipídeos e nucleotídeos, 
e o fagócito tem teoricamente 2 escolhas: 
• neutrófilo morre após a fagocitose, 
formando o pus; 
• macrófagos células de vida longa, 
formam novos; 
 
3. SISTEMA COMPLEMENTO 
É um conjunto formado por mais de 30 
proteínas que interagem entre si, que podem 
ser encontradas solúveis no plasma (inativas) ou 
ligadas a superfície de certos tipos celulares 
(ativas), e é altamente regulado por proteínas; 
Proteínas produzidas pelas células do fígado, 
que cai na corrente sanguínea inativas, migram 
para os locais de inflamação, inserem na 
superfície do microrganismo interagindo umas 
com as outras, formando poros em sua 
superfície; 
Estas proteínas trabalham conjuntamente na 
opsonização de microrganismos, promoção de 
recrutamento de fagócitos para o sítio de 
infecção e, em alguns casos, na destruição 
direta dos microrganismos; 
A ativação do sistema complemento pode ser 
iniciada por três vias distintas que reconhecem 
moléculas em superfícies microbianas: 
1. via clássica: usa uma proteína plasmática 
denominada C1q para detectar anticorpos 
ligados à superfície de um microrganismo 
ou outra estrutura, se liga aos anticorpos, 
ativando C1r e C1s que iniciam uma cascata 
proteolítica; 
 
2. via alternativa: uma proteína do 
complemento chamada C3 reconhece 
diretamente certas estruturas presentes na 
superfície microbiana, como o LPS 
bacteriano. Consegue distinguir entre o 
próprio normal e os microrganismos 
estranhos, com base na presença ou 
ausência das proteínas reguladoras; 
3. via da lectina: uma proteína plasmática 
chamada lectina ligante de manose, a qual 
reconhece resíduos de manose terminais 
em glicolipídeos e glicoproteínas 
microbianas; iniciam etapas proteolíticas 
downstream idênticas às da via clássica. 
O reconhecimento de microrganismos por 
qualquer uma das três vias do complemento 
resulta no recrutamento e montagem 
sequencial de proteínas adicionais do 
complemento em complexos protease: 
C3 convertase, cliva a proteína C3, produzindo: 
• C3a (menor): liberado e estimula a 
inflamação atuando como agente 
quimiotático para neutrófilos; 
• C3b (maior): se fixa covalentemente à 
superfície microbiana, onde a via do 
complemento foi ativada, atua como uma 
opsonina para promover fagocitose de 
microrganismos; 
C3b se liga a outras proteínas formar uma 
protease chamada C5 convertase, que cliva C5 
gerando: 
• C5a (menor): exerce os mesmos efeitos 
pró-inflamatórios de C3a e é mais 
potente; 
• C5b (maior): permanece ligado às 
membranas celulares microbianas. 
C5b inicia a formação de um complexo com as 
proteínas C6, C7, C8 e C9 as quais são montadas 
em um poro de membrana denominado 
complexo de ataque à membrana MAC, 
formando poros nas membranas plasmáticas 
(etapas tardias), causando a lise das células em 
que o complemento é ativado; 
Deficiências em C3: altamente suscetíveis a 
infecções bacterianas recorrentes, 
frequentemente letais. 
Deficiências genéticas na formação do MAC (o 
produto terminal da via clássica) aumentam a 
suscetibilidade a apenas um número limitado de 
microrganismos, notavelmente as bactérias do 
gênero Neisseria; 
Citocinas: são polipeptídeos produzidos em 
resposta a microrganismos e outros antígenos, 
que medeiam e regulam reações imunológicas; 
Funções: 
• Crescimento e diferenciação de linfócitos; 
• Ativação de células efetoras; 
• Desenvolvimento de células 
hematopoiéticas; 
Propriedades: 
• Autócrina: citocina produzida, secretada e 
com ação na mesma célula; 
• Parácrina: citocina produzida e secretada 
em uma célula, porém age em células 
vizinhas; 
• Endócrina: citocina produzida e secretada 
na corrente sanguínea por uma célula, para 
agir em células distantes; 
A secreção das citocinas é um evento breve e 
autolimitado; 
Podem influenciar a síntese de outras citocinas; 
Agem sobre outras citocinas podendo ser: 
• antagonistas: uma citocina inibe o efeito da 
outra; 
• sinergísticas: citocinas diferentes 
conjuntamente potencializa o efeito 
esperado; 
• Pleiotropismo: mesma citocina age em 
células diferentes, causando funções 
diferentes; 
• Redundância: citocinas diferentes atuando 
no mesmo tipo de célula, causando mesma 
função; 
 
 
Categorias de Citocinas 
 
Citocinas 
Inteferon y (IFNY), 
IL1, IL2, 1L6 
 
Células 
Macrófagos e 
Células NK 
 
Funções 
Imunidade Inata e 
inflamação Local e 
sistêmica 
 
Estímulo 
PAMPs (LPS e 
peptidioglicanos 
bacterianos, RNA 
viral, etc 
 
Sepse: resposta sistêmica à infecção grave; 
sendo uma inflamação exacerbada com grande 
produção de citocinas, ativando cascata de 
coagulação, que produz microtrombos, porque 
a ação da citocina deixa as paredes dos vasos 
mais sensibilizados; 
TNF e IL-1 (fontes fagócitos ativado): estimula o 
recrutamento de neutrófilos e de monócitos 
para o sítio de infecção, para ativar as células 
para erradicarem os micróbios; 
IL 12 (fontes macrófagos e células dendríticas): 
principal mediador da resposta imune inata 
inicial aos micróbios intracelular, estimula a 
produção de INF e aumenta a atividade citolítica 
e a proliferação de células NK; 
INF (fonte NK e células T): ativa macrófagos;

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