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História Antiga

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Prévia do material em texto

HISTÓRIA ANTIGA
Professora Me. Adriele Andrade Ceola
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/815
C397CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; CEOLA, Adriele Andrade. 
História Antiga. Adriele Andrade Ceola. 
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019.
216 p.
“Graduação - EaD”.
1. História. 2. Antiga . 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1920-9
CDD - 22 ed. 901
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Pós-graduação 
Bruno do Val Jorge
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Gerência de de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Coordenador de Conteúdo
Priscilla Campiolo Manesco Paixão
Designer Educacional
Amanda Peçanha Dos Santos
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Robson Yuiti Saito
Qualidade Textual
Monique Coloni Boer
Ilustração
Rodrigo Barbosa da Silva
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian-
do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças 
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento 
compatível com os desafios que surgem no mundo 
contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi-
ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica, 
contribuindo no processo educacional, complemen-
tando sua formação profissional, desenvolvendo com-
petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos 
em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no 
mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm 
como principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o 
desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe-
cimentos necessários para a sua formação pessoal e 
profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó-
runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma 
equipe de professores e tutores que se encontra dis-
ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
CU
RR
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LO
Professora Me. Adriele Andrade Ceola
Professora de História no Centro Universitário de Maringá. É integrante do 
Grupo de Estudos Interdisciplinares da Antiguidade e Tardo-Antiguidade 
(STVDIA); possui graduação em História pela Universidade Estadual de 
Maringá (2014) e mestrado em História pela mesma instituição (2017). Tem 
experiência em história com ênfase em história antiga, atuando sobre os 
seguintes temas: Narrativa Histórica, Biografia, Principado, Tácito e Plutarco.
http://lattes.cnpq.br/4706656588443514. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao mundo antigo! Sou a professora Adriele An-
drade Ceola, responsável por pensar e preparar o material da disciplina de História Antiga.
Este material foi planejado com muito zelo, com a finalidade de ser um guia para sua 
viagem às civilizações antigas. Isso significa que ele pode servir como manual, que ofe-
recerá a você conhecimento básico sobre alguns elementos da Antiguidade, mas ne-
cessita de seu interesse e dedicação em buscar mais informações, fazer pesquisas, ler os 
materiais indicados e realizar as atividades propostas.
Você perceberá que o livro possui alguns direcionamentos de estudos: em primeiro lu-
gar – e também a maior parte do livro – apresentará os conteúdos e os fatos históricos 
de algumas civilizações do Oriente e do Ocidente antigos. Em segundo, desenvolverá os 
conteúdos metodológicos acerca do estudo da Antiguidade, oferecendo instrumentos e 
materiais para fortalecer um pensamento crítico sobre as sociedades antigas. Em terceiro 
lugar, com o objetivo de paramentar suas leituras, apresentará um glossário de conceitos 
específicos das civilizações antigas, que deverá ser consultado no decorrer da leitura.
O material foi organizado em cinco unidades temáticas, que, ao mesmo tempo, infor-
marão a você sobre os fatos do passado e apresentarão as preocupações teóricas e me-
todológicas. É preciso que você se atente que, para os estudos acerca das civilizações 
orientais antigas, a organização da escrita foi baseada nas características constantes das 
sociedades, como práticas econômicas, organização social e vida política; para as civili-
zações ocidentais, a organização se deu de forma distinta, visto que é possível descrever 
as mudanças nas sociedades a partir da cronologia política. Todas as unidades possuem 
fontes históricas imagéticas, que não são meramente ilustrativas; no entanto, os docu-
mentos históricos escritos e uma fonte imagética foram reunidos e organizados na últi-
ma unidade, juntamente com os passos metodológicos da análise crítica.
O tema da primeira unidade é Oriente Próximo Antigo. Nela, trabalharemos as distintas 
sociedades em aspectos comuns, tendo em vista quenão constituem um reino unifica-
do. Sendo assim, estudaremos as práticas econômicas, considerando a principal ativida-
de – a agricultura – e a importância das cheias dos rios Tigre e Eufrates nessa produção; a 
organização da sociedade; as distintas culturas ou cidades-estados que predominaram 
na região; e, por fim, a hipótese causal hidráulica e as suas fragilidades.
A segunda unidade contemplará também uma sociedade que se desenvolveu na parte 
oriental do mundo: o Egito Antigo. Diferente do Oriente Próximo Antigo, o Egito foi um 
reino unificado, longínquo e duradouro. Discutiremos suas práticas econômicas, enfa-
tizando a agricultura dependente do rio Nilo; a organização piramidal e burocrática da 
sociedade; as fases políticas do período faraônico; e a legitimação da sociedade pelas 
crenças e pelas práticas religiosas.
APRESENTAÇÃO
HISTÓRIA ANTIGA
A Grécia Antiga será abordada na terceira unidade. Esta civilização é considerada 
como parte do mundo ocidental antigo e, quando comparada às civilizações do 
Oriente, possuímos mais informações a seu respeito. Assim, a unidade foi organi-
zada de acordo com a divisão temporal política e contemplará a organização da 
sociedade nos Períodos Homérico, Arcaico e Clássico, e na Era Helenística.
A quarta unidade se refere à Roma Antiga. Esta civilização foi a última da Antiguida-
de do Ocidente, que, após profundas transformações, deu início ao período conhe-
cido como Idade Média. Essa unidade foi organizada de forma similar ao da Grécia 
Antiga, visto que a explicação priorizou a divisão temporal pautada nos modelos 
políticos da civilização, o que significa que você estudará a Monarquia (ou a Realeza 
Romana), a República e o Império.
Por fim, a quinta unidade diverge das demais, visto que sua temática irá referir-se às 
fontes e aos métodos dos historiadores classicistas. Dessa maneira, você estudará 
as especificidades do ofício do historiador especialista em Antiguidade, as etapas 
da metodologia de uma análise de fonte histórica, e, enfim, trechos de documentos 
históricos das sociedades trabalhadas em todo o livro.
Espero que sua leitura seja agradável e que possa enriquecer sua formação. Desejo-
-lhe sucesso e excelente estudo!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
O ORIENTE PRÓXIMO ANTIGO: OS POVOS DO CRESCENTE FÉRTIL
15 Introdução
16 Estabelecimento dos Primeiros Povos do Oriente Próximo 
26 A Organização das Sociedades 
31 Os Principais Povos: Uma Cronologia 
35 Hipótese Causal Hidráulica: Uma Perspectiva Interpretativa 
39 Considerações Finais 
45 Referências 
46 Gabarito 
UNIDADE II
O EGITO ANTIGO
49 Introdução
50 As Práticas Econômicas e a Política no Egito Antigo 
71 Sociedade Egípcia: Organização Piramidal 
77 Cultura Fúnebre: A Justificativa da Sociedade por Meio da Crença 
81 Considerações Finais 
87 Referências 
88 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
MUNDO GREGO ANTIGO
91 Introdução
92 Período Homérico: Os Primórdios da Civilização Grega 
99 O Período Arcaico: O Nascimento da Pólis 
104 O Período Clássico: A Consolidação da Política 
111 Domínio Macedônico 
115 Considerações Finais 
121 Referências 
122 Gabarito 
UNIDADE IV
O MUNDO ROMANO ANTIGO
125 Introdução
126 Fundação de Roma 
131 Os Tempos da Realeza 
136 O Período da República Romana 
147 O Império Romano 
158 Considerações Finais 
164 Referências 
165 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
HISTÓRIA ANTIGA: A PRÁTICA DO OFÍCIO DO HISTORIADOR DA 
ANTIGUIDADE
169 Introdução
170 As Especificidades do Trabalho da História Antiga 
178 Pontos a Serem Considerados na Análise de um Documento 
181 Documentos de Referência: Oriente Próximo Antigo, Egito Antigo, Grécia 
 Antiga e Roma Antiga
199 Considerações Finais 
205 Referências 
206 Gabarito 
207 CONCLUSÃO
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Professora Me. Adriele Andrade Ceola
O ORIENTE PRÓXIMO 
ANTIGO: OS POVOS DO 
CRESCENTE FÉRTIL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Estudar sobre o estabelecimento dos primeiros povos na região do 
Oriente Próximo Antigo;
 ■ Desenvolver a questão da organização das sociedades, suas 
hierarquias e relações;
 ■ Apresentar algumas das culturas predominantes e cidades-estados 
que nos legaram maiores informações da região do Oriente Próximo;
 ■ Discutir sobre a Hipótese Causal Hidráulica e a teoria interpretativa 
do estabelecimento das civilizações derivada do marxismo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ O estabelecimento dos primeiros povos do Oriente Próximo;
 ■ A organização das sociedades;
 ■ Os principais povos: uma cronologia;
 ■ Hipótese Causal Hidráulica: uma perspectiva interpretativa
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), o Oriente Próximo Antigo é, ao mesmo tempo, chamativo 
e enigmático. Chamativo, pois, muitas vezes, olhamos as civilizações que nele 
existiram com alteridade, isto é, como exóticas e diferentes de nossa realidade. 
Assim, essa região nos desperta interesse por atribuirmos atenção somente ao 
que seja distinto de nós, sem compreendermos as sociedades em determinados 
tempo e espaço. Enigmático, visto que convivemos com a presença de poucos 
documentos e a dificuldade em compreender àqueles que persistem, tornando 
seu conhecimento trabalhoso e lacunoso. Essa característica se deve ao fato de 
que as civilizações ali se desenvolveram há milhares de anos antes da nossa Era, 
e muitos dos materiais produzidos se perderam, foram destruídos ou sobrevi-
veram em fragmentos e espalhados por toda a região.
No Brasil, há dificuldade maior para o conhecimento das civilizações orientais 
antigas: os estudos acerca dessas civilizações, muitas vezes, não estão traduzidos 
para o português. Além disso, ao empreendermos um levantamento bibliográfico 
acerca das civilizações orientais na academia brasileira, facilmente identificamos 
volume menor de trabalhos em comparação com as civilizações grega e romana.
Apesar das dificuldades “o Oriente ajudou a definir a Europa (ou Ocidente), 
como sua imagem, ideia, personalidade e experiência de contraste” (SAID, 1990, 
p. 13-14), isto é, se Grécia e Roma foram o berço da civilização Ocidental, o 
Oriente Próximo foi o berço da civilização. Sua organização de sociedade, prá-
ticas econômicas e cultura foram tão complexas que não podemos descartar sua 
relevância para as demais sociedades, o que significa que seu estudo e conheci-
mento são primordiais no campo da história.
Nesta unidade serão oferecidos alguns direcionamentos do que foi o Oriente 
Próximo Antigo, pois seria pretensão e ousadia afirmar que daremos conta de 
explicar toda sua história em algumas páginas. Espero instigar seu senso de histo-
riador a buscar novas informações e a realizar mais leituras acerca dessa temática.
Bons estudos!
Introdução
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15
Um relato de rações de cevada emitidas mensalmen-
te para adultos (30 ou 40 pintas) e crianças (20 pin-
tas) escritas em cuneiforme em tábua de barro, es-
crita no ano 4 do rei Urukagina (cerca de 2350 a.C).
O ORIENTE PRÓXIMO ANTIGO: OS POVOS DO CRESCENTE FÉRTIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
ESTABELECIMENTO DOS PRIMEIROS POVOS DO 
ORIENTE PRÓXIMO
Olá, caro(a) aluno(a) e futuro(a) professor(a) de História! Com a leitura desta 
unidade, você iniciará seus estudos acerca das civilizações do Antigo Oriente 
Próximo. Para tanto, selecionei para você os estudos acerca das principais carac-
terísticas físicas da região, que são fundamentais para compreender as práticas 
econômicas, as organizações social e administrativa, e os aspectos culturais. 
Você entrará em contato com a forma de organização social e a relação entre as 
diferentes hierarquias. Entrará em contato, brevemente, com as civilizações que 
mais nos renderam informações e predominaram por um tempo na região.Por 
fim, conhecerá uma proposta interpretativa do estabelecimento dos povos nessa 
localidade baseada na visão marxista, bas-
tante influente na academia brasileira.
Antes de adentrarmos no conte-
údo acerca do Oriente Próximo Antigo, 
é importante ressaltar que você perce-
berá o uso do termo “civilização”, além 
de “povos”, “comunidade” e “sociedade” 
para designar os grupos humanos que se 
tornaram sedentários e desenvolveram 
relações entre si. O vocábulo “civilização”, 
por vezes, pode denotar questionamen-
tos, pois, usualmente, é empregado como 
forma de exaltar uma sociedade em 
detrimento de outra. No entanto, neste 
material, o termo não terá esse sentido 
pejorativo, mas seguiremos a perspec-
tiva em que
Estabelecimento dos Primeiros Povos do Oriente Próximo
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17
[Civilização] significa grande número de pessoas atuando de forma 
organizada, pela incorporação de conhecimentos sociais e sob uma li-
derança que vai se estabelecendo e adquirindo legitimidade (PINSKY, 
1994, p. 46).
Isso quer dizer que o conceito não é utilizado para designar uma sociedade 
melhor ou pior do que a outra, mas corresponderá aos grupos humanos estabe-
lecidos que possuíam organização econômica, social, política e cultural.
A segunda ressalva a ser colocada é que, quando nos referimos à história do 
Oriente Próximo Antigo, temos que ter sempre em mente que falamos de anos antes 
da nossa Era, isto é, do segmento de tempo que veio antes de Cristo – a.C. –, visto 
que as primeiras civilizações dessa região se desenvolveram há milhares de anos.
Feitas as observações, é possível identificar os primeiros traços das socie-
dades orientais antigas durante o período Neolítico, em torno de 10000 a.C. e 
6000 a.C., momento em que houve o início do desenvolvimento da agricultura, 
da criação de animais, do comércio, da cerâmica, da arquitetura e dos princípios 
de uma vida urbana. Não se sabe os motivos que levaram os homens a se tor-
narem sedentários, por isso, há diversas hipóteses explicativas sobre o assunto 
– como veremos adiante sobre a hipótese causal hidráulica.
O Oriente Próximo Antigo é uma forma genérica utilizada para referir-
-se à região, pois não foi conhecido assim por seus habitantes, visto que muitas 
cidades existiram concomitantemente na localidade e não havia unidade ou 
poder central, mas diversas autoridades locais. Nesse sentido, outras expressões 
generalizantes podem ser empregadas para referir-se à região, como: Crescente 
Fértil – devido ao formato de lua crescente que as terras cultiváveis possuíam; e 
Mesopotâmia – termo de origem grega que, decomposto, “meso” significa meio, 
“potâmia”, rio e o sentido final é “[terra] entre rios”.
Dialogando com essa ideia de heterogeneidade da região, para compreendê-la
convém ter em mente que o Oriente Próximo não tem sido nunca uma 
entidade coerente nem claramente definida, mas o que melhor repre-
senta é uma série de sistemas econômicos, políticos e culturais que se 
sobrepunham (KUHRT, 2000, p. 18, tradução da autora).
Isso significa que não houve características generalizantes durante os primeiros 
milênios de civilização oriental, mas diversas cidades-estados ou cultura predo-
minante que, em determinado, período se destacava na região ou centralizava a 
O ORIENTE PRÓXIMO ANTIGO: OS POVOS DO CRESCENTE FÉRTIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
autoridade por curto segmento de tempo. Nesse sentido, a presente unidade não 
tratará das especificidades de cada cidade desenvolvida, mas discutirá a respeito 
dos pontos em comum na economia, na política, na cultura e na organização social.
Como qualquer estudo de outra sociedade antiga, não temos documentos 
que nos permitam dar uma data exata da origem das sociedades. Os indícios nos 
levam a crer que os homens deixaram os aspectos tribais e começaram a estabe-
lecer-se em comunidades com organizações mais complexas por volta de 4000 
a.C., isto é, sua história é tão longínqua, que coincide com a Idade do Bronze. 
Também não é possível identificar com precisão os territórios que foram ocupa-
dos por essas cidades-estados. Kuhrt (2000) afirma que os sítios arqueológicos 
indicam que elas ocuparam as atuais regiões de Israel, do Líbano, da Jordânia, de 
parte da Síria, do Iraque, da Turquia e do Irã, bem como parte do Golfo Pérsico 
e da Península Arábica, conforme exemplifica o mapa abaixo:
Figura 1 – Mapa do Antigo Oriente Médio
Fonte: Wikipédia (2013, on-line)¹.
Estabelecimento dos Primeiros Povos do Oriente Próximo
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Apesar dessas incertezas em relação aos antigos povos orientais que subsistiram 
em tempo tão longínquo, podemos ainda obter informações e identificar aspec-
tos em comum entre eles. Dentre essas semelhanças, é possível identificar forças 
produtivas muito parecidas e diálogo entre as cidades baseadas nessas ações.
AS PRÁTICAS ECONÔMICAS E ADMINISTRATIVAS DO ANTIGO 
ORIENTE PRÓXIMO
Quando nos referimos a qualquer sociedade da antiguidade – sejam orientais ou oci-
dentais – e suas forças produtivas, a expressão mais adequada para essas ações é “práticas 
econômicas”, pois essas sociedades não eram organizadas com a finalidade de possuírem 
economia, como foi imaginado no período da modernidade, isto é, como atividades 
autônomas e independentes dos demais aspectos da comunidade. Isso significa que 
as práticas econômicas antigas não estavam dissociadas da política, das crenças, da 
ideologia ou da organização social, mas todos estes aspectos da vida se interligavam.
Não é possível compreender as práticas econômicas da Mesopotâmia sem 
conhecer como era seu meio ambiente, que é, até hoje, muito específico. Este 
território pode ser dividido didaticamente em duas regiões: Alta Mesopotâmia 
– montanhosa – e Baixa Mesopotâmia – com planícies. Como você já deve ter 
observado no mapa, a palavra Mesopotâmia – “[terra] entre rios” – significa que 
os solos cultiváveis eram localizados entre os rios Tigre e Eufrates. Kuhrt (2000) 
afirma que, inicialmente, as comunidades não haviam criado mecanismos para 
controlar o avanço e o recuo das águas fluviais, dessa forma, a princípio, elas se 
sustentavam com o que os pântanos ofereciam – a caça e a coleta. As cheias dos 
rios não eram tão regulares, o solo tinha a propensão de ficar muito úmido com 
a vinda das águas dos rios e, em seguida, ressecar facilmente.
Somado a esses fatores, João (2013) afirma que as correntezas dos rios não eram 
calmas, pelo contrário, eram fortes e poderiam destruir os territórios produtivos, bem 
como prejudicar o que havia sido plantado. É importante demarcar que os rios não 
eram iguais, o rio Tigre era mais violento e a utilização de suas águas demandava mais 
esforços; o Eufrates, apesar de fortes correntezas, era mais fácil de ser utilizado e o 
avanço de suas águas sobre o solo era maior, isto é, a área fertilizada era mais extensa.
Figura 2 – Cisterna de água da antiga cidade mesopotâmica de 
Dara, localizada atualmente na Turquia
O ORIENTE PRÓXIMO ANTIGO: OS POVOS DO CRESCENTE FÉRTIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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No entanto, esses mesmos rios, que dificultavam o cultivo da terra ini-
cialmente, tornaram-se primordiais para que a produtividade agrícola se 
desenvolvesse. De acordo com Cardoso (2005), os homens passaram a observar 
que essas cheias possuíam regularidades e construíram diques, canais, méto-
dos de irrigação e regos, a fim de dominarem com mais propriedade o que essas 
águas poderiam oferecer. Dentre as dominações impostas pelo homem ao meio 
ambiente, foi observado que o avanço das águas se dava entre março e maio, e a 
baixa entre junhoe setembro. Esse movimento dos rios estava ligado ao degelo 
dos picos das montanhas da Alta Mesopotâmia.
“A agricultura intensiva era a base da vida econômica e da urbanização” 
(CARDOSO, 2005, p. 38) dos povos orientais antigos. O cultivo de terras na 
Mesopotâmia passou a ser dependente das cheias dos rios, pois, de acordo com 
Rocha (2010), estes eram caudalosos. Isso significa que as águas eram enrique-
cidas com húmus, que era composto por substâncias orgânicas de animais e de 
vegetais, fertilizando as terras que banhavam. Em consonância, João (2013) afirma 
que as civilizações da Mesopotâmia não existiriam sem os rios e suas regulari-
dades, visto que o restante do ambiente era árido e raramente chovia.
Os principais produtos a serem cul-
tivados eram os grãos, dentre os quais 
podemos identificar cevada, trigo e ger-
gelim, produzidos em larga escala, e, 
frequentemente, os excedentes eram usa-
dos como produtos de troca. Além desses, 
legumes, raízes e pomares de frutas eram 
existentes para completar a alimentação.
Diante do fato de o cultivo das terras 
ser umas das principais atividades de caráter 
econômico, as demais práticas desse cunho 
eram complementares e poderiam depender 
do calendário da agricultura. Nesse sentido, 
uma das principais atividades complemen-
tares à agricultura foi a criação de animais. 
Entre os gados criados podemos citar ovinos, 
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caprinos, suínos, bovinos e muares. Poucos desses animais eram destinados à alimen-
tação com suas carnes e leite, mas eram relevantes para o transporte, para o auxílio 
nos instrumentos da produção agrícola e a pelagem servia para a confecção de tecidos.
Diferente da agricultura, que detinha território estabelecido para a produção, 
a criação de animais era itinerante, pois não existia território bem demarcado 
para a atividade, mas havia os pastores, que cuidavam e direcionavam os ani-
mais para lugares em que não interfeririam na produção agrícola.
Além dessa atividade, Cardoso (2005) destaca outras práticas econômicas 
secundárias: a pesca, a caça e a coleta. Evidentemente, a pesca estava ligada às 
águas dos rios Tigre e Eufrates, esta atividade funcionava como uma maneira de 
completar a alimentação tanto das camadas mais abastadas da sociedade quanto 
das mais pobres. A caça e a coleta possuíam o mesmo objetivo da pesca, mas era 
realizada em territórios mais afastados e a busca era por animais ou por alimen-
tos que as comunidades não haviam criado ou plantado.
Apesar da produção local e dos produtos que os antigos orientais conseguiam 
com seus próprios trabalhos e esforços, nem todos os materiais ou alimentos de 
que necessitavam conseguiam em sua região, ou seja, essas civilizações não eram 
autossuficientes. Diante de uma produção de grãos excedentes, as civilizações da 
Mesopotâmia também desenvolveram o comércio. Em conformidade com Mcintosh 
(2005), na Mesopotâmia havia a troca de grãos por aquilo que eles não possuíam em 
seus territórios, como a madeira, o cobre, o estanho, as pedras duras, assim como 
por artigos de luxo, como o ouro, a prata, lápis-lazúli e tecidos finos. Esses mate-
riais eram utilizados na confecção de instrumentos para trabalhos mais resistentes, 
assim como objetos de decoração e pompa dos estamentos sociais mais abastados.
A atividade comercial não se restringia as trocas entre as cidades-estados da 
Mesopotâmia, mas também se dava com civilizações de outras regiões. Conforme 
Kuhrt (2000), as civilizações do Oriente Próximo Antigo não eram isoladas, pois os 
indícios arqueológicos nos indicam contato com os egípcios e com povos do Egeu. 
Essas características sugerem que o comércio ocorria tanto por terra quanto pelo mar, 
em curtas ou em longas distâncias. É importante demarcar que, apesar do comércio 
bem desenvolvido e inclusive com povos de regiões distantes, o uso da moeda não 
era frequente: a cevada e os demais grãos eram usados como unidades de valor de 
trocas internas; e os lingotes de metal eram usados para as trocas externas.
O ORIENTE PRÓXIMO ANTIGO: OS POVOS DO CRESCENTE FÉRTIL
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De acordo com João (2013), além dessas atividades expostas até o momento, 
há indícios de que existia a produção artesanal bem desenvolvida. Os estudos 
arqueológicos encontraram esculturas, ourivesaria, vestígios de carpintaria, 
alfaiataria entre outras. O artesanato era atividade subordinada ao plantio, visto 
que era empregada nos momentos em que o cultivo das terras não era possível 
(os trabalhadores das terras eram direcionados a essas atividades nos momen-
tos das cheias), e estava ligada ao pagamento de dívidas dos homens que haviam 
sofrido com a fome e deviam para os templos.
Caro(a) aluno(a), você identificou diversas naturezas das práticas econômicas 
no Antigo Oriente Próximo, mas a organização e a administração dessas ativi-
dades suscitou e suscita até hoje questionamentos e dúvidas de como ocorriam. 
O que sabemos com mais clareza é que havia forte centralização da organiza-
ção, conforme exposto a seguir:
A instauração de uma máquina administrativa centralizada se vê refletida 
na tipificação cada vez maior ao longo de todo período, da escrita, os sis-
temas de peso, calendário, os registros e arquivos. O governo das regiões 
conquistadas estava nas mãos dos reis e dos governadores nomeados pelos 
reis, mas alguns lugares contavam com um chefe militar local. Ainda em 
algumas ocasiões quem recebia a nomeação de governador ou quem era 
confirmado no cargo de príncipe local, só governaria com a permissão dos 
reis [...] (KUHRT, 2000, p. 72 – adaptado e traduzido pela autora).
O excerto deixa claro que havia um sistema de práticas administrativas centrali-
zado, que poderia ser liderado pelos reis, pelos chefes locais ou por funcionários 
reais. Essa centralização administrativa controlava as trocas, a organização 
As civilizações do Antigo Oriente Próximo estão separadas de nós por milha-
res de anos e, ainda assim, os estudos atuais comprovam a existência de prá-
ticas econômicas desenvolvidas e diversificadas. Você já parou para refletir 
como essas atividades se organizavam? Será que estes homens e mulheres 
conseguiam imaginar as práticas econômicas de forma autônoma?
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dos pesos, registrava a produção agrí-
cola e artesanal, bem como controlava 
o calendário. As descobertas sobre o 
funcionamento da administração se 
deram por volta da segunda metade 
do século XX e essas características 
administrativas são os principais vestí-
gios da existência de um tipo de Estado 
local, o que significa que as cidades 
funcionavam como pequenos Estados 
autônomos.
O centro organizador dessas cidades 
eram os templos e eles desempenhavam 
papel fundamental na sociedade:
Os templos devem ser imaginados como enormes complexos, com ter-
ras, reservas de pesca, rebanhos, oficinas artesanais e uma participação 
direta e talvez predominante no comércio de longo curso e nos emprés-
timos usurários de prata e cereal (CARDOSO, 2005, p. 46).
Isso significa que além do comando religioso, esses complexos religiosos funciona-
vam como organismo regulador da vida desses homens nos aspectos econômicos, 
sociais e políticos. Isso prova que as atividades não eram autônomas e que a 
mentalidade humana nesse período era muito diferente da nossa forma de pen-
samento. Dialogando com a colocação de Cardoso (2005), Janson e Janson (2009) 
afirmam que os templos não devem ser imaginados como simples construções 
afastadas das cidades, mas sim como o centro das cidades, pois as casas,os arma-
zéns e as oficinas artesanais se desenvolviam ao redor deles.
Os templos eram detentores de terras, de riquezas e demandava trabalho, e, 
de alguma forma, todos os habitantes de determinada comunidade respondiam 
às autoridades desses lugares. Esses espaços possuíam, a princípio, uma assem-
bleia de anciãos, que funcionava como corpo jurídico e administrativo, e, no 
decorrer das transformações das sociedades, os poderes se transferiram para as 
mãos dos reis, de seus familiares e dos funcionários.
Figura 3 – Réplica do Portão do Templo da deusa Ishtar, 
ruínas babilônicas na atual região do Iraque 
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Cardoso (2005) afirma que não devemos imaginar que somente os templos eram 
os grandes proprietários e administradores das cidades-estados, pois havia outros 
domínios e poderes concomitantes. No caso das terras, podemos afirmar que, 
inicialmente, as propriedades eram comuns, isto é, pertenciam à comunidade. 
No entanto, por volta do II milênio a.C. já existia uma divisão de propriedade:
I. Propriedades reais: que poderiam ser divididas entre trabalhadores que 
deviam as corveias, lotes arrendados ou concedidos aos militares;
II. Propriedades dos templos: que poderiam ter empregos semelhantes às 
propriedades reais, mas eram menos expressivas;v
III. Propriedades privadas: geralmente lotes pequenos, porém numerosos.
Apesar dessa divisão, as fontes sobreviventes nos indicam que as terras reais e 
dos templos eram as mais expressivas em tamanho e em produção. Esta carac-
terística demonstra a centralização e o poder administrativo dos templos, ao 
mesmo tempo em que permite conhecer que o sistema administrativo também 
se encontrava nas mãos da família real e dos homens enriquecidos.
Antes mesmo da aparição da escrita, por volta de 3000 a.C., as escavações 
demonstram a existência de rituais religiosos na região do Antigo Oriente 
Próximo. Essas cerimônias estavam abrigadas por construções mais simples, 
que possuíam esculturas e oferendas.
Os indícios demonstram que, desde o princípio, os templos não foram cons-
truções isoladas. O templo da deusa Ishtar, por exemplo, possuía três edi-
fícios produzidos em tijolos cozidos, com espaços públicos e privados, que 
ficavam sob os cuidados dos sacerdotes. O papel desses locais foi decisivo 
na organização das civilizações orientais antigas.
Fonte: adaptado de Mcintosh (2005).
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Podemos perceber que as civilizações do Antigo 
Oriente Próximo tinham práticas econômicas 
bem desenvolvidas, isto é, a atividade principal 
era a agricultura, mas também havia a pecu-
ária, o comércio, a pesca, a caça, a coleta e o 
artesanato, que complementavam a vida dessas 
sociedades e as interligavam. Também é percep-
tível uma administração centralizada, na figura 
real e nos templos, que se constituía de forma 
eficaz para a época.
O Código de Hamurábi
Todas as relações sociais das civilizações do Antigo Oriente Próximo eram 
complexas; além disso, não havia unificação política e de costumes. Isso sig-
nifica que cada cidade-estado era independente uma da outra nas organi-
zações política, hierárquica, econômica e legislativa.
No campo legislativo, um dos códigos mais antigos da humanidade é o Có-
digo de Hamurábi. A reunião de leis é homônima ao rei que governou entre 
1792 a.C. e 1750 a.C. Esse código não foi tão inovador quanto a historiografia 
tradicional costumava defender; atualmente sabemos que reuniu e transcre-
veu as práticas e as leis já existentes na sociedade. Entretanto, o fato de não 
ser inovador não retira sua importância documental, pois revela elementos 
significativos da civilização, visto que as normas abrangem todos os aspectos 
da vida em sociedade, como, por exemplo, as leis que regem o comércio de 
escravos, as punições para roubo, os acordos de casamentos entre outros.
Fonte: adaptado de Pinsky (1994).
Figura 4 – Estela com o Código de Hamurábi
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A ORGANIZAÇÃO DAS SOCIEDADES
Caro(a) futuro(a) professor(a) de História, atualmente, vivemos em um con-
texto no qual as pessoas são vistas como iguais, não havendo aspectos físicos ou 
providenciais que tornem um humano superior ao outro. No entanto, quando 
voltamos nosso olhar para milhares de anos atrás, não era exatamente dessa 
forma que os homens se enxergavam. As ideias, as crenças, a cultura, as insti-
tuições, a política, as leis, entre outros eram completamente diferentes do modo 
como acontecem em nossos dias. Na questão social, em muitas das civilizações 
antigas havia hierarquia bem definida e respeitada quase sem questionamentos.
No caso das civilizações do Antigo Oriente Próximo, havia divisões hierárqui-
cas sociais bem definidas e não questionadas. No entanto, vale lembrar que nem 
todas as cidades-estados possuíam a mesma estrutura ou divisão entre as camadas 
de forma tão definitiva. É importante salientar que trabalhamos com os pontos 
em comum entre as sociedades e não com as divergências.
Em todas as antigas cidades mesopotâmicas, os habitantes livres pertenciam 
à cidade e deveriam responder aos deuses locais. Nesse sentido, cada indivíduo 
desempenhava papel bem definido e participava dos cultos e das homenagens 
às divindades. Todos deveriam aceitar e executar a sua função, fazer oferendas 
e homenagens aos deuses, a fim de assegurar o bom funcionamento da cidade.
De acordo com Kramer (1990), a média de habitantes das cidades-estados 
orientais antigas era de 15 a 30 mil habitantes, haja vista que os grandes centros 
possuíam número maior. O menor volume de pessoas desses centros ocupava 
as camadas mais abastadas e a maioria da população era formada por homens e 
Quando lidamos com as populações do Oriente Próximo Antigo estamos nos 
referindo a civilizações que existiram há milhares de anos a.C. Será que a visão 
de mundo dessas sociedades permitia a percepção dos seus membros como 
iguais uns aos outros?
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mulheres pobres. Entretanto, apesar de os estamentos menos providos de riqueza 
serem mais numerosos, os documentos sobreviventes do período estão quase 
silenciados para eles, visto que nossas maiores informações são sobre os reis, a 
sua família e os funcionários que ocupavam importantes funções. As fontes a 
respeito de camponeses, de escravos ou de artesãos são indiretas, isto é, eles são 
mencionados na descrição do feito de um rei ou em materiais arqueológicos.
Posto isso, podemos afirmar que a estrutura social do Antigo Oriente Próximo 
levou séculos para constituir-se da forma como a conhecemos, pois os fatos histó-
ricos não acontecem sem precedentes, isso quer dizer que a humanidade vive em 
processo de constantes transformações e mudanças, que não são necessariamente 
um progresso ou um regresso, mas respeitam as possibilidades de tempo e de espaço. 
Nas sociedades orientais antigas, é possível perceber alguns estamentos sociais bem 
definidos: rei, família real e funcionários, militares, camponeses e escravos.
A figura real esteve presente desde 
os primórdios das civilizações orien-
tais, a princípio como um chefe de tribo, 
mas, conforme a complexidade social 
aumentava, as funções reais ficavam mais 
claras. Segundo Kuhrt (2000), as primei-
ras comunidades do Oriente Próximo 
Antigo possuíam a figura de um Rei-
Sacerdote, a autora defende a hipótese de 
que o surgimento desse poder se baseou 
no desenvolvimento das relaçõeshuma-
nas, da produção e do comércio, isto é, 
conforme a complexidade se intensifi-
cava, a necessidade pela presença de um 
líder para controlar e organizar a civili-
zação crescia. Sendo assim,
Uma chave para começar a entender a estrutura político-social, seria ver no 
monarca o protetor da comunidade que atuava em nome da divindade tutelar 
da cidade, da construção e mantimento dos templos, funções que ocupavam 
sua parcela no poder real.
Figura 5 – Rei Sargão II e Senaqueribe, reis da Assíria
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A privilegiada relação que o rei mantinha com a divindade assegurava a 
ajuda dela, a prosperidade e o bem-estar da cidade, a mudança de atenção 
constante do soberano às necessidades do deus ou da deusa em questão al-
terava o andamento da sociedade (KUHRT, 2000, p. 49, tradução da autora).
O trecho anterior deixa claro que o bom funcionamento das civilizações depen-
dia do desempenho excelente do rei. O monarca, junto com sua rainha consorte, 
não eram deuses ou deusas, mas eram os homens e as mulheres que atuavam 
diretamente com as divindades, isto é, eram, ao mesmo tempo, subordinados e 
representantes dos deuses tutelares; suas boas funções resultavam na paz e na 
prosperidade da cidade-estado.
Mesmo quando o poder real se dissociou da função de sacerdote, o monarca 
continuou a presidir os cultos. Em todas as cidades-estados ele foi o símbolo 
de centralização política e produtiva, e era respeitado como homem superior 
aos demais. O poder do rei era sem igual, ele viajava com o seu séquito, rece-
bia homenagens, era visto como o guerreiro mais forte e sábio, assim como era 
o responsável por nomear sacerdotes e demais funcionários.
Os funcionários reais, inclusive os sacerdotes, não eram todos tratados da 
mesma forma e nem agiam de maneira semelhante. Os documentos epigráficos e 
imagéticos atestam que estes indivíduos poderiam ser tão ricos e refinados quanto 
os reis, assim como empobrecidos e bajuladores, semelhantes aos camponeses.
Um dos cargos mais respeitáveis no Antigo Oriente Próximo era o do sacer-
dote. Vale demarcar que não havia sacerdócio, mas sacerdotes, o que significa 
que estes homens eram funcionários das cidades. Eles atuavam junto ao rei na 
organização e na presidência dos cultos aos deuses. De acordo com Kuhrt (2000), 
juntamente ao soberano da cidade, os sacerdotes comandavam edificações de tem-
plos, fabricação de estátuas, homenagens e oferendas para contentar os deuses. 
Apesar dessas informações, não há muitos dados de como acontecia a prepara-
ção para desempenhar a função de sacerdote, mas sabemos que eles deveriam 
vestir-se de forma distinta dos demais e possuíam alimentação diferenciada, 
assim como cada um se especializava em uma divindade ou em poucas delas. 
Geralmente, os escolhidos para o cargo eram homens da família real.
De acordo com Pozzer (1998/1999), há indícios da existência de sacerdotisas. 
Estas não tinham tantas funções quanto um sacerdote homem, pois, usualmente, 
elas habitavam um templo e cuidavam dos cultos internos, realizando preces, 
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oferendas e homenagens. Essas moças eram retiradas jovens de suas famílias e não 
tinham a permissão para contrair matrimônio, pois se dedicavam integralmente 
à vida sacerdotal. As sacerdotisas eram provenientes das camadas superiores da 
sociedade, inclusive muitas princesas desempenhavam a função.
De importância similar aos sacerdotes, havia os funcionários reais responsá-
veis pela administração das cidades e dos templos. Conforme Mcintosh (2005), 
eles eram nomeados pelo rei e atuavam junto dele. Suas atribuições eram: orga-
nizar o comércio interno e externo, a produção artesanal e têxtil, as lavouras, 
as cobranças de impostos, entre outros. Esse estamento social não era homogê-
neo, havia funcionários muito ricos, bem como aqueles que tinham tantas posses 
quanto um artesão, ou seja, eram pobres, mas, apesar disso, encontravam-se em 
uma escala social e ideológica acima dos trabalhadores artesãos e camponeses.
Ainda no estamento dos funcionários reais das cidades, é possível encon-
trar os militares. Mcintosh (2005) afirma que as cidades-estados da região do 
Crescente Fértil eram muito violentas, pois os conflitos internos e as disputas 
entre as cidades da região eram frequentes e constantes. Esse fato fez com que os 
militares fossem indispensáveis e importantes para as civilizações. Kuhrt (2000) 
expõe que, além do caráter militar do rei, o corpo de soldados e os demais milita-
res eram primordiais. Estes eram treinados e desempenhavam as funções bélicas 
quase exclusivamente, como recompensa, recebiam donativos dos reis, dentre 
os quais até a posse de propriedades.
As relações entre as cidades-estados no Oriente Próximo Antigo não eram tão pa-
cíficas. Havia os acordos matrimoniais e comerciais, mas estes não garantiam a 
estabilidade por longo período de tempo. Existem vestígios atestando que muitos 
reis empreendiam guerras contra cidades vizinhas ou mais distantes, com a finali-
dade de destronar os reis rivais para expandir seus territórios e posses.
É possível encontrar também, na história dessa região, reis de determinadas 
cidades-estados que conseguiam manter monarcas de cidades vizinhas sob 
suas ordens, dessa forma, mesmo não sendo as autoridades políticas, atuavam 
como juízes.
Fonte: adaptado de Kuhrt (2000).
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Na base da estrutura social das antigas civilizações mesopotâmicas, encontra-
vam-se os camponeses. Estes indivíduos contemplavam a maioria das populações, 
mas as informações a respeito deles são obscuras, visto que grande parte era 
analfabeta e se dedicava às suas funções braçais. Apesar da dificuldade em conhe-
cê-los, é fácil perceber que eles sustentavam os demais estamentos sociais, já que 
as produções agrícolas e artesanais eram realizadas por eles.
Em tempos propícios para o cultivo de terras, eram esses homens que se diri-
giam à agricultura, ao mesmo tempo em que faziam a manutenção dos diques e 
dos canais. Na época das cheias, quando os solos não podiam ser manuseados, 
os camponeses eram dirigidos para oficinas artesanais, a fim de confeccionar 
instrumentos de trabalho, ou ainda eram encaminhados para as construções 
pertencentes às cidades-estados, aos reis ou aos funcionários reais.
Todos os grãos cultivados, os animais criados, as frutas, os vegetais e os ani-
mais de caça que conseguiam não lhes pertenciam, mas eram de posse do Estado. 
Esses indivíduos recebiam uma porcentagem de suas produções que era sufi-
ciente para o próprio sustento, além disso, pagavam impostos à cidade-estado 
que pertenciam. A mobilidade social era rara, mas possível; um camponês pode-
ria especializar-se em alguma função artesanal que o dispensava do cultivo de 
terra para desempenhar o novo trabalho manual.
Ao contrário do que usualmente imaginamos, os escravos não eram tão 
economicamente expressivos. Geralmente, eram estrangeiros, trabalhadores 
endividados que não conseguiam sanar a dívida ou famílias muito pobres, que 
se vendiam ou vendiam alguns de seus membros para conseguirem melhores 
condições de vida, pois liberdade não era sinônimo de boa vida. Além disso, os 
escravos poderiam fazer fortuna e comprar suas liberdades.
A organização social das civilizações do Oriente Próximo Antigo era bem 
definida e com pouca mobilidade. Cada indivíduo pertencia à cidade-estado 
e desempenhava sua função baseado nisso. Os mais abastados compunham a 
minoria populacional, mas gozava de muitos privilégios e riquezas, enquanto 
a maioria da população era trabalhadorae detinha o mínimo para sobreviver.
Os Principais Povos: Uma Cronologia
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OS PRINCIPAIS POVOS: UMA CRONOLOGIA
Desde o início da unidade, afirmamos que as civilizações do Oriente Próximo 
Antigo não estabeleceram centralização política, mas, como consequência, não 
constituíram império ou reino único e duradouro, somente alguns momentos 
dispersos de centralização. No entanto, nos livros de história é comum acharmos 
divisões temporais seguidas pela predominância de um povo, como os Sumérios, 
Acádios, Babilônios e Assírios. Isso se explica pelo fato de que, apesar de não 
haver dominação de um povo sobre o outro, houve o fortalecimento de uma ou 
mais cidades e culturas em detrimento de outras.
Neste momento, caro(a) estudante, não falaremos de todas as cidades-estados 
que se fortaleceram na região, mas iremos expor as que mais nos renderam infor-
mações, que, por consequência, são as mais conhecidas. Você notará também que, 
mesmo que a cultura suméria tenha enfraquecido diante de outras culturas, foi antece-
dente de muitas delas; e é justamente por essa ancestralidade que o Oriente Próximo, 
embora não tenha sido unificado, suas cidades possuíam muitos aspectos em comum.
SUMÉRIA E ACÁDIA (APROXIMADAMENTE 6000 a.C. – 1900 a.C.)
Quando pensamos nos povos sumérios, não podemos imaginar somente uma 
cidade com esta denominação, mas sucessivas cidades coexistentes, ou sucessivas 
perpetuando características semelhantes, ou seja, podemos afirmar sobre a 
existência de uma cultura predominante. Kramer (1990) apresenta que as primei-
ras comunidades que demonstraram indícios dos aspectos sumerianos datam de, 
aproximadamente, 6000 a.C., ainda nas primeiras sociedades neolíticas. Podem 
ser consideradas, então, a primeira cultura na região.
Com o conhecimento acerca da estrutura social das civilizações do Oriente 
Próximo Antigo, reflita sobre o motivo de a mobilidade social ser difícil de 
acontecer.
Figura 6 – Sargão I, da Acádia 
Fonte: Wikipédia ([2019], on-line)².
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Conforme Kuhrt (2000), as maiores cidades sumérias 
foram: Samarra, Ubaid, Uruk, Ur, Umma, Ki-Utu, Elam, 
Kirsh, Lagash e Akshak, que embora não fossem as úni-
cas, são as mais conhecidas na atualidade. Os principais 
legados destas cidades, em detrimento das demais, foi 
a utilização de sistemas de escrita por ideogramas, que 
antecederam o cuneiforme; a fabricação de cerâmicas 
simples e decoradas; a produção de escultura de ani-
mais, de humanos e de divindades; e o comércio com 
cidades vizinhas. É importante demarcar que, consi-
derando a longevidade do predomínio da cultura, as 
cidades sumerianas se transformaram e se tornaram 
complexas e distintas umas das outras.
Apesar de esses centros urbanos terem aspectos cultu-
rais comuns, não havia unificação política, pelo contrário, 
os conflitos entre eles eram constantes e os reis buscavam 
sobressair-se diante dos demais. Por volta de 2300 a.C., 
os conflitos entre os sumérios se intensificaram e, como 
resultado, houve o enfraquecimento dos centros urba-
nos, abrindo espaço para os acadianos ganharem forças e 
Os Principais Povos: Uma Cronologia
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dominarem as cidades sumerianas. O grande conquistador da Acádia foi Sargão I 
– cujo nome significa “o rei legítimo” e não se sabe seu prenome verdadeiro –, que 
conseguiu estabelecer um império e unificar temporariamente a região.
O Império Acádio se manteve até, aproximadamente, 2100 a.C e foram os 
familiares de Sargão I que continuaram o poder. A queda da Acádia se deu por 
pressões externas e desordens de cidades sob seu domínio. Por breve período 
entre 2100 a.C. e 1900 a.C., as cidades sumerianas passaram a predominar na 
região até sucumbirem diante dos babilônios.
BABILÔNIA (APROXIMADAMENTE 1894 a.C. – 1500 a.C.)
As informações de como a Babilônia se tornou preponderante dentre as demais 
na região do Antigo Oriente Próximo são obscuras, geralmente fontes de outros 
povos que relataram a ascensão babilônica. Os vestígios demonstram que, ini-
cialmente, eles eram subordinados a um rei sumério e reuniram forças para se 
emanciparem dessa dependência.
Kuhrt (2000) também escreve sobre eles e afirma que os babilônios são 
possíveis descendentes dos sumérios da cidade de Uruk. A forma que eles se 
fortaleceram e subordinaram muitas cidades da região é sempre descrita como 
violenta, já que aniquilavam seus rivais e pouco utilizavam da diplomacia e de 
alianças. Diante dessa intimidação por parte dos monarcas, o poder era cen-
tralizado, isto é, os reis de outras cidades-estados respondiam ao poder dos 
soberanos babilônicos.
A primeira dinastia dessa civilização foi instituída por Hamurábi, que perdu-
rou por cerca de 150 anos. Entretanto, a centralização que Hamurábi proporcionou 
não se manteve após sua morte. O domínio subsequente ao primeiro rei dos 
babilônios permaneceu com as roupagens de ser umas das maiores e mais for-
tes cidades do Oriente Próximo Antigo, e não o centro de um império.
Além da violência e a forte centralização do poder, os babilônios são lem-
brados pela reunião de leis conhecida como Código de Hamurábi. Muitas de 
suas características culturais, econômicas e religiosas são semelhantes aos povos 
sumérios e acádios.
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Figura 7 – Soldados sumérios – relevo em um tablete de escrita cuneiforme
ASSÍRIA (APROXIMADAMENTE 1200 a.C. – 614 a.C.)
Decorrido um longo período sem uma tentativa de centralizar os povos da 
Mesopotâmia, outra cidade – chamada Assíria – passa a destacar-se em rela-
ção à Babilônia. Localizada mais à esquerda das margens do rio Tigre, em uma 
região mais chuvosa e não completamente dependente da irrigação, além disso, 
era detentora de importantes rotas comerciais.
A cidade suméria ancestral que deu origem foi Assur. Kuhrt (2000) afirma 
que não há informações sobre os motivos de a cidade ter se fortalecido, mas 
uma das hipóteses mais aceitas se refere ao crescimento comercial externo e de 
longas distâncias. Isso se explica pelo fato de que o rei era o correspondente do 
deus protetor da cidade, mas os governadores eram poderosos comerciantes. 
Entre os monarcas que chegaram ao poder, o mais conhecido foi Sargão II, que 
se considerava descendente de Sargão I, da Acádia.
O enfraquecimento não possui muitas explicações, mas sabemos que os povos 
do Oriente Próximo Antigo foram independentes até o crescimento do Império 
Aquemênida, isto é, a dominação da civilização Persa, por volta de 550 a.C.
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HIPÓTESE CAUSAL HIDRÁULICA: UMA PERSPECTIVA 
INTERPRETATIVA
Aluno(a) de História, a esta altura você deve saber que os fatos históricos são 
imutáveis, o que se modifica é a forma que o historiador analisa esses acon-
tecimentos. Por exemplo, na história romana sabemos do fato que, durante o 
reinado do imperador Nero (37-68 d.C. governou entre 54-68 d.C.), a cidade de 
Roma foi praticamente destruída por um incêndio. No entanto, há hipóteses que 
defendem que foi o próprio Nero que ateou fogo na cidade, assim como há teses 
que defendem que a quantidade considerável de construções em madeira pró-
ximas umas das outras – que era um ambiente propício para o alastramento de 
um princípio de incêndio – seja a forma de análise mais adequada do episódio.Por enquanto, deixemos a história de Roma de lado e nos atentemos ao 
Oriente Próximo. Conforme discutido até o momento da unidade, apesar da 
existência de dúvidas e de incertezas, sabemos como as práticas econômicas fun-
cionavam, os espaços geográficos ocupados pelas civilizações, como a estrutura 
social era organizada e conhecemos muitos aspectos da cultura e das crenças. 
Hebreus
O povo hebraico tem sua origem datada por volta do ano 1000 a.C. Prova-
velmente são herdeiros dos mesopotâmicos, pois os estudos mais aprofun-
dados acerca dos mitos e da língua identificaram heranças acadianas. No 
entanto, é importante demarcar que os hebreus não são mesopotâmicos e 
nem egípcios. Esta civilização nunca formou um Estado e nem deteve um 
território bem definido, visto que era nômade e o que a mantinha unida 
era a identidade em comum – religião, língua, crença, leis, política, práticas 
econômicas.
A principal fonte escrita de informação é a Bíblia, apesar da historicidade de 
alguns fatos serem contestados. Ainda que os hebreus não sejam parte da 
civilização mais antiga que se tem conhecimento, formam a principal ponte 
entre a cultura oriental e ocidental, justamente por seus costumes.
Fonte: adaptado de Pinsky (1994).
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Todavia, uma questão ainda paira sobre esses povos: por que as civilizações do 
Oriente Próximo Antigo se estabeleceram nas regiões aparentemente inóspitas 
das margens dos rios Tigre e Eufrates?
Inicialmente, parece uma questão simples de responder, mas o texto até 
aqui provou que a resposta não é tão óbvia, nem ao menos conclusiva, visto 
que falamos de seres humanos que viveram há milhares de anos antes de nós. 
Atualmente, as ideias mais aceitas sobre os motivos de formação e de desenvol-
vimento de sociedades complexas no Oriente defendem a identidade comum 
– língua, crenças, sentimento de familiaridade entre outros –, segurança e orga-
nização da produção agrícola e pecuária.
Esta hipótese, que leva em consideração vários aspectos da sociedade, nem 
sempre foi a predominante dentro da historiografia. Até a metade do século XX, 
a academia brasileira detinha um viés marxista marcante para analisar os mode-
los de sociedades. Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), em 
alguns de seus ensaios, dentre os quais podemos citar a Ideologia Alemã, pen-
saram modelos econômicos materiais para determinadas sociedades, a fim de 
compreendê-las, pois acreditavam que os homens se uniam em sociedades devido 
à vida material, como no excerto a seguir
A associação até agora conhecida não era de modo algum a união volun-
tária (que se apresenta, por exemplo, no Contrato Social), mas uma união 
necessária, baseada nas condições dentro das quais os indivíduos desfru-
tavam da contingência (comparar, por exemplo, a formação do Estado 
na América do Norte e as repúblicas da América do Sul). Esse direito 
de poder desfrutar com toda a tranquilidade da contingência dentro de 
certas condições é o que se chamava até agora de liberdade pessoal. Essas 
condições de existência são naturalmente apenas forças produtivas e as 
formas das trocas de cada período (MARX e ENGELS, 2001, p. 93-94).
 Vista do rio Eufrates, na Turquia, perto da barragem de Ataturk.
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 Diferentemente da hipótese sociológica de que os homens se unem por inte-
resse próprio e liberdade individual, para Marx e Engels os homens se unem 
em sociedade com a finalidade de sobrevivência alcançada pelo trabalho ou, 
em outras palavras, pelo mundo material. Baseados nos aspectos de cada época, 
os autores formularam esboços de sociedade e de seus modos de produção, 
e cada novo modo era mais desenvolvido que seu anterior. A sequência des-
ses esboços de sociedade foi pensada da seguinte forma: Modo de Produção 
Primitivo; Modo de Produção Asiático; Modo de Produção Escravista; Modo de 
Produção Feudal; Modo de Produção Capitalista; Modo de Produção Socialista; 
e Modo de Produção Comunista. Estes modos de produções eram “rascu-
nhos” de sociedade para usos próprios dos autores e, por este motivo, eles 
não deixaram explícito o que compreenderia cada modelo, somente algumas 
características gerais.
Entre esses, o que mais nos interessa no momento é o Modo de Produção 
Asiático. De acordo com Cardoso (1984), esse esboço foi pensado por Marx e 
Engels como modelo de sociedade da Índia e da China antigas, onde o poder 
real era centralizado e a população tinha como principal atividade a agricultura 
dependente dos rios. Nessas civilizações, não havia a concepção de propriedade 
privada e cada indivíduo se apropriava do que lhe fosse necessário para sobre-
viver, visto que o excedente ia para a unidade globalizante e para as divindades.
A principal tese de formação das sociedades para o Modo de Produção 
Asiático é a hipótese causal hidráulica, pois havia a ideia de que o poder central 
controlava as drenagens e as irrigações, e a partir da necessidade dessa centrali-
zação das forças produtivas hidráulicas é que as civilizações se desenvolveram:
O controle, armazenagem e uso de grandes massas de água através de 
obras hidráulicas exigem um trabalho maciço que tem de ser coorde-
nado, disciplinado e dirigido, o que impõe a subordinação à autoridade 
reguladora de um Estado forte e eficaz; este acaba por esmagar a liber-
dade do grupo que lhe está submetido (CARDOSO, 2005, p. 18).
O excerto se refere ao poder central de âmbito estatal, isto é, faz referência ao 
próprio monarca. Acreditava-se que era o rei quem comandava diretamente os 
meios de produção relacionados às águas, sem considerar um papel influente 
dos funcionários.
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Caro(a) aluno(a), você deve ter notado que os argumentos desse modelo 
de interpretação das sociedades orientais antigas são plausíveis e críveis, o que 
torna compreensível a grande influência nos meios acadêmicos. Por conseguinte, 
a partir da década de 50, a academia brasileira passa a considerar novas verten-
tes historiográficas, principalmente as que permitiam a utilização de materiais 
diversos e o diálogo com as demais ciências, ou seja, o campo documental se 
amplia e novas informações são alcançadas.
Nesse sentido, o Modo de Produção Asiático não é completamente aban-
donado, mas passa a ser percebido como interpretação possível em seu tempo 
e espaço: o século XIX. A Hipótese Causal Hidráulica, derivada desse modo de 
produção, a partir da nova realidade de estudos, não se sustenta. Cardoso (1984) 
apresenta que os controles de irrigação, de drenagem e os demais sistemas de 
controles hídricos não eram controlados por um poder de caráter estatal, mas 
administrados pelas próprias comunidades locais – quando estavam em bom 
funcionamento e bem controlados –, passando ao domínio do poder central. 
Diante disso, a tese de que as sociedades se formavam pela necessidade de poder 
monárquico para o controle das águas não é mais uma explicação suficiente.
A que devemos atribuir o estabelecimento das civilizações da Mesopotâmia? 
Os dados que dispomos não permitem que cheguemos a uma resposta pronta 
e decisiva, devemos imaginar uma série de fatores, como militarismo, questões 
demográficas, culturais e políticas. A necessidade de uma administração da orga-
nização das águas certamente pode ser incluída entre os fatores, mas não pode 
ser vista como único motivo.
Os estudos históricos são dependentes do tempo e do espaço que o histo-
riador ocupa. Com efeito, há mutabilidade da escrita da história e da inter-
pretação dos fatos. Nesse sentido, é possíveldesconsiderar completamente 
a importância das interpretações de viés marxista, apesar de superados?
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final da primeira unidade, que buscou trabalhar 
com os diversos aspectos comuns das distintas civilizações do Oriente Próximo 
Antigo. Dentre os assuntos discutidos, podemos citar a geografia do local e a 
dependência agrária das águas dos rios Tigre e Eufrates; as diversas práticas 
econômicas desenvolvidas na região; a organização da sociedade; algumas das 
principais cidades-estados; e, por fim, um modelo teórico de análise de socie-
dade e sua falência.
Na discussão acerca das características da região conhecida, como 
Mesopotâmia, Crescente Fértil ou Oriente Próximo Antigo abordamos que 
essas civilizações não se formaram repentinamente, mas levaram séculos para 
se estabelecerem e passarem da fase de caça e de coleta até dominarem as cheias 
dos rios, desenvolverem a agricultura e as relações sociais complexas.
Na questão das práticas econômicas, foi discutida a relevância e a dependên-
cia dessas sociedades pelas águas caudalosas dos rios Tigre e Eufrates. Todavia, 
a agricultura não foi a única atividade de caráter econômico, visto que havia a 
criação de animais, o comércio, a pesca, a caça, a coleta e o artesanato.
Vimos também como as sociedades se organizavam hierarquicamente e 
quais eram os principais aspectos e as atividades de cada estamento. Além disso, 
discutimos que essa organização social só pode ser compreendida conforme as 
ideias de seu tempo e espaço.
Em seguida, apresentei-lhe algumas das principais cidades-estados e suas 
culturas – Suméria, Acádia, Babilônia e Assíria –, que se destacaram dentre as 
demais por determinado tempo, a ponto de tentarem unificar a região, que per-
petuaram sua cultura ou ainda que influenciavam outras cidades.
Abordamos ainda a Hipótese Causal Hidráulica, derivada do Modo de 
Produção Asiático, que, por muito tempo, foi uma das teorias mais influentes 
dentro da academia brasileira, mas que, atualmente, não sustenta a explicação 
da formação de sociedades complexas das margens dos rios Tigre e Eufrates.
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1. Apesar de todo conhecimento que dispomos acerca do Oriente Próximo Anti-
go, muitas informações que possuímos não são definitivas, assim como muitas 
lacunas permanecem em nosso conhecimento. Sobre o Oriente Próximo Antigo, 
analise as afirmações a seguir e assinale com V, as verdadeiras, e com F, as falsas:
( ) O Oriente Próximo Antigo também pode ser denominado como Crescente 
Fértil ou Mesopotâmia.
( ) As civilizações do Oriente Próximo Antigo se desenvolveram entre as mar-
gens dos rios Tigre e Eufrates.
( ) Todos os eventos das sociedades do Antigo Oriente Próximo são datados 
antes da nossa Era, isto é, antes de Cristo.
( ) Os territórios das atuais Índia, China e Tailândia foram regiões que abriga-
ram as antigas civilizações do Oriente Próximo.
Assinale a alternativa que possua a sequência correta:
a) V, F, V, F.
b) F, F, V, V.
c) V, V, V, F.
d) V, V, F, F.
e) V, V, V, V.
2. As características geográficas da região do Oriente Próximo Antigo são bas-
tante específicas, visto que se divide em pântanos e em desertos. Apesar do 
aparente aspecto inóspito deste local, muitas civilizações complexas ali se es-
tabeleceram. Nesse sentido, assinale a alternativa correta referente às práticas 
econômicas da região:
a) Apesar de uma vasta gama de práticas econômicas, como criação de ani-
mais, comércio, artesanato, caça, pesca e coleta, a principal atividade era o 
cultivo de terras e a produção de grãos.
b) A criação de animais era uma atividade tão importante quanto o cultivo das 
terras. Para seu desenvolvimento, havia territórios bem estabelecidos e es-
trutura própria de organização.
c) Para o desenvolvimento das atividades de cultivo da terra, todos os indivíduos 
das civilizações eram encaminhados para o trabalho: desde os reis aos escravos.
d) As atividades comerciais no Antigo Oriente Próximo se davam internamen-
te; não havia trocas entre cidades-estados e com os povos de outras regiões.
e) A agricultura era a principal atividade econômica. Para seu desenvolvimen-
to, eram utilizadas as águas pluviais.
41 
3. A organização social das antigas civilizações orientais era muito diferente da 
estrutura social que possuímos atualmente. A hierarquia social era bem demar-
cada e cada indivíduo tinha sua função bem definida. Acerca da organização 
social dessas sociedades, considere as afirmações a seguir:
I. O rei e a sua rainha consorte eram considerados divindades sobre a terra.
II. Todos os indivíduos deveriam executar com maestria suas funções, para ga-
rantir o bom funcionamento da cidade.
III. O sacerdote era uma figura de suma importância nas sociedades orientais 
da antiguidade, por isso somente homens poderiam desempenhar a função.
Assinale a alternativa correta:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
4. O Oriente Próximo Antigo foi constituído de muitas cidades-estados, que nun-
ca consolidaram uma centralização política. Apesar disso, algumas cidades ou 
culturas sobressaíram em determinado período em relação às demais. Consi-
derando as cidades-estados e as culturas predominantes abordadas no texto, 
associe uma coluna a outra:
(1) Suméria.
(2) Acádia.
(3) Babilônia.
(4) Assíria.
( ) O rei mais conhecido foi Sargão I.
( ) O rei mais conhecido foi Hamurábi.
( ) Possuía importantes rotas comerciais.
( ) Primeira cultura predominante na região, que legou muitos aspectos aos 
povos subsequentes.
42 
A sequência correta é:
a) 1, 2, 3, 4.
b) 4, 3, 2, 1.
c) 3, 2, 1, 4.
d) 2, 4, 3, 1.
e) 2, 3, 4, 1.
5. Até a metade do século XX, muitos dos estudos brasileiros de história estiveram 
pautados na vertente teórica marxista. Esse predomínio também foi aparente nas 
pesquisas referentes às sociedades antigas, sobretudo as do Oriente Próximo. Nes-
se sentido, o surgimento das primeiras civilizações na região do Oriente Próximo 
Antigo foi entendido por meio da Hipótese Causal Hidráulica, derivada do Modo 
de Produção Asiático. A respeito desta temática, considere as afirmativas a seguir:
I. A Hipótese Causal Hidráulica é uma forma de interpretação do estabeleci-
mento das antigas civilizações orientais que foi superada, pois não consi-
dera outras questões, como militarismo, demografia, cultura e política, que 
também são fatores prováveis que contribuíram para o estabelecimento 
dos povos.
II. A Hipótese Causal Hidráulica defende que os sistemas de controle das águas 
– irrigação, diques, canais – eram realizadas por um poder central.
III. A Hipótese Causal Hidráulica defende a ideia de que as formas de controle 
do manejo das águas, a princípio, davam-se por autoridades locais e, poste-
riormente, passavam para as mãos das autoridades de âmbito estatal.
Assinale a alternativa correta:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
43 
Escrita Cuneiforme
As sociedades do Antigo Oriente Próximo foram as pioneiras a organizarem civilizações 
com relações e organizações complexas. Frente às suas características bem desenvolvidas 
e ao caráter sedentário, proporcionaram a criação de um sistema de escrita bastante eficaz. 
Cada língua falada – dentre as quais podemos destacar a suméria e a acádia – possuía suas 
palavras e seus símbolos de escrita, mas todas utilizavam o estilo cuneiforme de escrita.
O Cuneus – em latim, significa cantos – deu origem à denominação do sistema de es-
crita, visto que a grafia se dava com estiletes que proporcionavam três dimensões em 
planos com argila fresca. Vale demarcar que essa forma de escrita não surgiu sem prece-
dentes e passou por diversos processos até estabelecer-se na forma silábica e composta 
em tabletes de argila – que é o modelo mais recente e conhecido.
Dentre as fases de formaçãodo cuneiforme, é possível identificar a fase I (pictográfica) 
e a fase II (silábica). A primeira fase era integrada por um alfabeto de ideogramas, isto é, 
desenhos que simbolizavam coisas e não sons; a compreensão se dava pela mensagem 
e não havia leitura propriamente dita. A segunda fase empregava a escrita fonética, o 
que significa que as palavras ou os sons eram escritos.
Os indivíduos capazes de escrever em cuneiforme eram os escribas. O saber ler e escrever 
no Oriente Próximo Antigo era mais do que um privilégio, era uma superioridade social. 
Somente as famílias mais abastadas poderiam custear a educação, visto que era longa e 
custosa. A formação destes sujeitos era realizada em centros especializados – eduba, casa 
de tabletes – e durava da infância até o início da vida adulta. Os estudantes deveriam ser 
disciplinados e desenvolver bem a grafia, caso contrário sofriam duros castigos físicos.
A forma de escrita era empregada principalmente nas práticas administrativas e econômicas 
das cidades-estados. Somente nos tabletes de períodos mais recentes é que foi identificado 
o uso da escrita para cultura e saber. Isso se deve ao fato de que esse sistema de escrita surgiu 
com a necessidade de maior controle da produção agrícola e comercial na região.
Por muito tempo essas línguas foram consideradas mortas, pois não havia decifração, 
bem como não havia pessoas capazes de realizar a leitura. As primeiras tentativas de 
decifração dos escritos cuneiformes se deram por volta do ano 1530, visto que as insti-
tuições medievais de ensino passaram a ensinar alguns aspectos dos povos hebreus e 
árabes, mas, por muitos séculos, os pequenos tabletes permaneceram misteriosos. No 
século XVIII, houve crescente interesse por parte dos viajantes pelas ruínas do Império 
Aquemênida, junto a isso, veio o interesse por decifrar os escritos antigos. Entretanto, foi 
somente no início do século XIX, quando os pesquisadores tiveram interesse em com-
preender os escritos do Rochedo de Behistun, que houve as primeiras decifrações do 
alfabeto – sendo completamente desvendado em 1877. Essa decodificação foi possível, 
pois o rochedo continha inscrições em persa, elamita e assírio; o persa já havia sido des-
vendado com a ajuda da comparação com o grego, visto que muitos materiais persas 
sofreram a influência helena no período do Império Helenístico.
Fonte: adaptado de Pozzer (1998/1999).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Sociedades do Antigo Oriente Próximo (2005)
Ciro Flamarion S. Cardoso
Editora: Editora Ática
Sinopse: a partir do fins dos anos 50, uma polêmica internacional se 
travou em torno do conceito de modo de produção asiático. Não 
somente procurou-se renovar a visão de determinadas sociedades – 
muitas delas não-asiáticas –, como também criticou-se a noção de que, 
em princípio, todas as sociedades devessem atravessar as mesmas etapas 
em seu desenvolvimento histórico. Esse livro aborda essa polêmica, 
tomando-a como pano de fundo para a análise das sociedades do antigo 
Oriente Próximo, através de dois exemplos: Egito e Baixa Mesopotâmia.
As primeiras civilizações (1994)
 Jaime Pinsky
Editora: Atual
Sinopse: As primeiras civilizações é uma obra enganadoramente fácil que, 
uma vez iniciada, se lê de uma só vez. O texto claro é fruto de cuidadosa 
elaboração e sua leveza esconde anos de pesquisa e docência do historiador 
Jaime Pinsky. No livro, está narrado o fascinante processo civilizatório que 
conduz nossos ancestrais à conquista da fala, da agricultura, da escrita, à 
criação das cidades e dos impérios, à construção de templos e palácios, ao 
controle sobre os rios, à criação da civilização. Pitecantropídeos e Homo 
sapiens, coletores e agricultores, sociedades tribais e grandes impérios, 
egípcios, mesopotâmicos e hebreus são retratados nas páginas deste 
livro, cujo fascínio não decorre apenas dos temas tratados, mas da forma 
como são tratados: o passado não é algo encerrado, mas presente em 
cada um de nós, tanto como herdeiros do patrimônio cultural – do fogo ao 
monoteísmo ético – quanto por sermos personagens da mesma aventura 
humana já trilhada pelos que nos antecederam.
REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
CARDOSO, C. F. Sociedades do Antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 2005.
CARDOSO, C. F. A Falência da Hipótese Causal Hidráulica. In: CARDOSO, C. F. O Egito 
Antigo. São Paulo: Brasiliense, 1984.
JANSON, H. W.; JANSON, A. Iniciação à História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
JOÃO, M. T. D. Tópicos de História Antiga Oriental. Curitiba: Intersaberes, 2013.
KRAMER, V. (org.). A Era dos Reis Divinos: 3000-1500 a.C. Tradução e adaptação de 
Pedro Paulo Poppovic. Rio de Janeiro: Cidade Cultural, 1990.
KUHRT, A. El Oriente Próximo en la Antigüedad (c. 3000 – 330 a.C.). Barcelona: 
Crítica, 2000.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MCINTOSH, J. R. Mesopotamia: new perspectives. Santa Barbara/Denver/Oxford: 
ABC Clio, 2005.
PINSKY, J. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Atual, 1994.
POZZER, K. M. P. Escritas e Escribas: o cuneiforme no antigo Oriente Próximo. Clás-
sica, São Paulo, v. 11, n. 11/12, p. 61-80. 1998/1999. Disponível em: <https://revista.
classica.org.br/classica/article/view/449>. Acesso em: 14 maio 2019.
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L. B. (org.). História Antiga I: fontes e métodos. Maringá: EDUEM, 2010.
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nhia das Letras, 1990.
REFERÊNCIAS ON-LINE
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² Em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarg%C3%A3o_da_Ac%C3%A1dia#/media/Fi-
le:Sargon_of_Akkad.jpg. Acesso em: 15 maio. 2019. 
GABARITOGABARITO
1. Alternativa C.
2. Alternativa A.
3. Alternativa B.
4. Alternativa E.
5. Alternativa D.
U
N
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A
D
E II
Professora Me. Adriele Andrade Ceola
O EGITO ANTIGO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Explicar como ocorriam as práticas econômicas no Egito Antigo, e 
apresentar a divisão temporal egípcia baseada nos acontecimentos 
políticos;
 ■ Discutir acerca da sociedade hierárquica piramidal e a burocracia 
existente, bem como apresentar alguns estamentos sociais – Faraó, 
Vizir, Sacerdote, Artesão e Camponês;
 ■ Apresentar como a crença foi determinante para a legitimação e a 
manutenção do funcionamento da sociedade egípcia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ As práticas econômicas e a política no Egito Antigo;
 ■ Sociedade egípcia: organização piramidal;
 ■ Cultura Fúnebre: justificativa da sociedade por meio da crença.
Introdução
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INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à segunda unidade!
Neste momento, você estudará a antiga civilização egípcia. Como não é pos-
sível abordar toda a história desta sociedade em algumas páginas, trataremos das 
características gerais que compreendem de 3500 a.C. até 332 a.C. aproximada-
mente, visto que é o momento em que os egípcios se mantiveram independentes 
e nos legaram toda sua cultura original.
O Egito Antigo foi o primeiro reino unificado que se tem conhecimento, e 
também a mais longa experiência humana documentada de continuidade polí-
tica e cultural. Diante destas características, quando pensamos em Egito Antigo, 
alguns adjetivos definem a organização e a durabilidade dessa sociedade: contí-
nuo e longínquo, exótico e misterioso.
Contínuo, pois as características egípcias permaneceram por toda a sua exis-
tência e com poucas alterações. Longínquo, pois a autonomia egípcia perdurou 
por, mais ou menos, três milênios. Apesar das características indicarem durabi-
lidade, isso não significa que o Egito foi estagnado, visto que houve momentos 
de ausência de poder, de invasões, de descentralização,

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