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Grendene SA

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Gestão dos Tributos Sobre o Comércio Exterior - Importações e Exportações - Benefícios Fiscais
Empresa Grendene S/A
Acórdão nº: 103-07.260
Nº do processo: 11020/001.054/85-15
Contribuinte: Grendene S/A
Planejamento tributário
O planejamento tributário é uma ferramenta no qual se estuda as diferentes maneiras de reduzir legalmente a carga tributária que incide sobre as empresas. O contribuinte pode adequar sua empresa da maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos, devendo fazer isso através de atos lícitos baseadas na legislação se beneficiando da elisão fiscal.
O objeto de estudo é a empresa Grendene S/A e seus 8 representantes:
ALPENE - Comércio de Calçados e Ltda; COMERFAR - Comercial de Calçados e Representações Ltda; MONEY - Comércio de Calçados e Representações; TRIO _ Comercial de Calçados e Representações; APN _ Comércio de Calçados e Representações Ltda; NEPEALEX - Comércio de Calçados e Representações Ltda; SILVER - Comércio de Calçados e Ltda; COMERCIAL - Comercial de Calçados e Representações Ltda.
A empresa Grendene S/A tinha como intuído de se utilizar de elisão fiscal através de segregação de empresas, no qual o contribuinte pode se organizar em sociedades diferentes, mesmo que as empresas tenham atividades parecidas. A organização é legítima se as empresas estiverem corretamente constituídas. A segregação de atividades é uma transação que pode ser vantajosa a muitas empresas, uma vez que, se bem planejada, pode aumentar a eficiência operacional do grupo e diminuir os gastos com tributos. Essa economia fiscal ocorre porque, ao se separarem, as empresas têm a possibilidade de dividir receitas e, com isso, submeter uma das entidades à tributação por lucro real e as demais ao regime do lucro presumido. Fazendo isso, o grupo obtém vantagens no pagamento de IR, CSLL e PIS/COFINS, 
Porém, exatamente por essa diminuição de gastos, a segregação de atividades acaba sendo usada, muitas vezes, de forma fraudulenta o que acabou ocorrendo com a Grendene S/A, no qual acabou praticando evasão fiscal
Argumento Fiscal
A empresa Grendene S/A ao abrir as 8 sociedades tinha a finalidade de escoar a produção , pois ao receber pedidos de seus representantes, ao invés de emitir notas fiscais de venda diretamente aos compradores, ela fazia através das empresas comerciais, cuja existência tinha por única finalidade a de diminuir o lucro tributável da Grendene S.A 
Com isso a Grendene diminui seu faturamento ao repassar mercadorias para os seus 8 representantes a preço de custos e seus representantes repassavam ao consumidor final a preço de mercado. Sendo autuada por evasão fiscal por simulação.
Voto Relator
Voto Conselheiro Urgel Ferreira Lopes:
“(...) Ora, no caso das oito gêmeas dadas à luz do universo jurídico pelos dignos sócios da recorrente, ficou mais do que evidente (aliás, ficou confessa do) que, não obstante seu objeto social compreendesse, na sua realização, a revenda
dos produtos da recorrente, na realidade tudo isso não passou de disfarce. Talvez nem tanto, na medida em que nem houve preocupações de disfarçar. Na verdade, a constituição das oito sociedades traduziu autêntico negócio simulado, com o confessado intuito de enganosamente prejudicar o Fisco. Na mesma linha, Alberto Xavier in "Negócio Indireto em Direito Fiscal", Lisboa, 1971, pág. 12, arrola, como exemplo de simulação, a constituição simulada de uma sociedade cooperativa, para beneficiar do seu regime fiscal especialmente favorável. "In casu", ê flagrante que as oito sociedades não tinham o real propósito de descentralizar as atividades da recorrente, regionalizando-lhe a administração e a operacionalidade; esse propósito aparente - digo propósito, porque ê o único que se ajustaria ao objeto social das minis sociedades - ê enganoso, ê simulado, porque ê falso.”
		O Conselheiro Urgel Ferreira Lopes entendeu que a empresa Grendene S/A, agiu de má fé ao abrir 8 representantes e que tudo não passou de simulação para transferir as receitas para seus representantes que estavam enquadradas no Lucro Presumido diminuindo a carga tributária.
Conclusão
 		A empresa Grendene S/A se utilizou do artificio de segregação de empresas, porém de forma errada, no qual operava com 8 empresas pertencentes aos sócios da própria Grendene apenas para ecoar a produção e pagar menos impostos
Para que a segregação das atividades de uma empresa seja lícita, é preciso que as novas empresas tenham atividades, funcionários e despesas. Caso contrário, a operação pode ser considerada mera simulação pela Receita e anulada para fins fiscais. 
Ao analisar a situação, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) entendeu que, no caso Grendene (Acórdão 103.07.260 a fabricante de calçados criou oito empresas. Depois disso, a “empresa-mãe” ficou atribuída de fabricar os produtos e vendê-los, a preço de custo, para as suas coligadas.
Estas, por sua vez, revendiam os chinelos e sandálias a preço de mercado. De acordo com os conselheiros, a operação foi simulada, pois as oito novas entidades não tinham estrutura nem funcionários próprios. Assim, o Carf anulou o ato para fins tributários e cobrou o que foi indevidamente economizado pela Grendene.
Planejamento Tributário é, na verdade, uma forma de diminuir os custos do empresário com impostos de maneira legal. Esse planejamento consiste em escolher, entre os regimes tributários existentes, com qual deles a empresa atuará. Portanto, a prática das múltiplas empresas é válida em alguns casos, mas para que não seja preciso pagar multas exorbitantes, o planejamento e a conferência devem ser bastante rigorosos.

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