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DIREITO PENAL

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DIREITO PENAL – CRIMES E RITOS E PENAIS 
NO SEXTO SEMESTRE TIVEMOS
1. RITOS PENAIS (ORDINÁRIO, SUMÁRIO E SUMARÍSSMO)
2. CRIMES EM ESPÉCIE ( SOMENTE CRIMES CONTRA A VIDA)
ABAIXO TODO O CONTEÚDO DESENVOLVIDO AO LONGO DO SEMESTRE:
· Conceito de Direito Penal:
Direito Penal volta-se a fixação dos limites do poder punitivo estatal, que se realiza por meio de regras previamente estabelecidas que definem crimes e penas e que tem como finalidade cercear eventuais abusos estatais.
· Conceito de Processo Penal:
Trata-se de corpo de normas jurídicas que tem como finalidade regular o modo os meios e os órgãos encarregados de punir do estado sua meta é permitir a aplicação de vários princípios constitucionais consagradores de garantias humanas fundamentais.
· Espécie de procedimentos penais
1) Comum 
2) Especial
No âmbito dos procedimentos especiais estão inseridos todos os ritos que tenham regimento próprio, peculiar. Estão previstos no CPP e em outros diplomas processuais penais. 
A definição da categoria do rito comum terá como parâmetro a pena máxima cominada abstratamente ao crime (art. 394).
 O procedimento comum pode é divido em:
· Ordinário – Pena máxima igual ou superior a 04 (quatro) anos; (art. 394- 405 CPP)
· Sumário – Pena máxima inferior a 04 (quatro anos) superior a 02 (dois) anos; (531- 536 CPP);
· Sumaríssimo – Crimes com pena máxima não superior a 02 (dois anos) - (lei 9.099/95 + lei de contravenções penais).
Observação: A cominação pelo legislador de pena de multa, de forma cumulada com à pena privativa de liberdade, em nada afetará a determinação do procedimento (se ordinário, sumário ou sumaríssimo)
· se houver concursos de crimes o procedimento deverá ser definido de acordo com a soma das penas.
· A causa de aumento – o maior aumento
· Para a definição do procedimento, deve-se considerar as qualificações e as causas de aumento tomadas com a exasperação da fração máxima.
· Atenção: o valor da pena máxima abstratamente prevista pelo legislador nem sempre será o critério definidor do procedimento como ocorre nos crimes dolosos contra a vida. 
· Em casos de lacunas na previsão de procedimentos especiais aplicar-se-ão as regras do procedimento comum ordinário. (art. 305- 406 do CP)
Art. 394.  O procedimento será comum ou especial.
§ 1o  O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:    
 I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;           
 II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;           
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.            
§ 2o  Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial.           
§ 3o  Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código.        
§ 4o  As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.          
§ 5o  Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.          
Art. 394-A.  Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias
AULA 2 – DIA 21/02/2020
Como vimos os ritos/procedimentos penais podem ser: ordinário, sumário ou sumaríssimo, agora resta desvendar as particularidades que definem cada procedimento.
1) PROCEDIMENTO ORDINÁRIO (ART. 395 – 405 DO CPP)
Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:            
I - for manifestamente inepta;           
 II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; 	ou            
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.           
 Parágrafo único.  (Revogado).
Art. 396.  Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.          
Parágrafo único.  No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído
Art. 396-A.  Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
§ 1o  A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.           
§ 2o  Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias
Art. 397.  Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:            
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;       
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;            
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou           
IV - extinta a punibilidade do agente.           
Art. 398 - Revogado
Art. 399.  Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.
§ 1o  O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua apresentação.           
§ 2o  O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.            
Art. 400.  Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
§ 1o  As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
§ 2o  Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes.           
Art. 401.  Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.
§ 1o  Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas.           
§ 2o  A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.          
Art. 402.  Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.          
Art. 403.  Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
§ 1o  Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.           
§ 2o  Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.     
§ 3o  O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.          
Art. 404.  Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento daparte, a audiência será concluída sem as alegações finais.
Parágrafo único.  Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.           
Art. 405.  Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.           
§ 1o  Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações         
§ 2o  No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição.
· Uma vez ocorrido o delito e prestada a notícia crime ou “notitia Criminis”
· A autoridade policial instaura o inquérito policial (IP) – que nada mais é do que o procedimento de natureza administrativa pré-processual. 
· O IP tem o objetivo de produção de laço probatório mínimo para sustentar uma ação penal através da materialidade (demonstrar que o crime ocorreu) e indícios suficientes de autoria. – “ a ação penal não pode ser uma aventura processual”
· FOMUMS COMISSI DELICTI – Fumaça do cometimento de um crime.
· Os autos do inquérito são remetidos ao magistrado que por sua vez, deverá remete-los ao titular da ação penal (MP – ação penal pública condicionada ou incondicionada.)
· Ação Penal Privada – vítima ou seus representantes legais – Cônjuge, ascendentes, descendentes e irmão. 
· Queixa crime – Petição inicial acusatória na ação penal privada;
· Denúncia – Petição inicial acusatória na ação penal pública;
· Recebido os autos do IP pela vítima ou MP estes deverão formar a “opinio delict” ( que significa o exame dos documentos apresentados no sentido de serem ou não suficientes para sustentar a acusação).
· A seguir, após um juízo positivo quanto aos elementos de prova produzidos, caberá ao titular da ação penal o oferecimento da denuncia ou queixa crime.
· Uma vez recebida pelo juiz, poderá ele receber ou rejeitar a inicial.
· As hipóteses de rejeição: manifestamente inepta (art. 395, I do CPP) – defeito formal grave da inicial;
· Faltar pressuposto processual ou condição da ação;
· Faltar justa causa
Se as provas forem frágeis e faltar indícios de autoria e ausência de materialidade afasta-se a justa causa.
Embora a doutrina moderna entenda a justa causa uma condição da ação, ocorrendo tal hipótese a fundamentação deverá encontrar respaldo no art. 395 inciso III do CPP.
Aula 03 dia 28/02/2020
Após recebida a denúncia ou queixa crime contendo os requisitos, pressupostos e condições citados, o juiz deverá chamar o acusado (réu) ao processo.
FASE PRELIMINAR DE DEFESA: 
 
A fase preliminar de defesa consiste no prazo de 10 (dez) dias que o juiz concederá para que o réu apresente sua resposta (art. 396 do CPP).
Citação:
A regra é a citação pessoal do réu, no entanto se não for encontrado a citação se dará pela via editarícia. Nesse caso o prazo de 10 (dez) dias só começará a correr a partir do comparecimento pessoal do acusado ou de seu defensor constituído (art. 396 do CPP).
A defesa prévia (resposta à acusação) é peça que deverá ser apresentada por escrito e é obrigatória. Se não for apresentada a defesa prévia e/ou constituído defensor, o juiz nomeará patrono p/ faze-lo (defensor público ou advogados dativos).
O que se poderá alegar na reposta preliminar? (art. 396- A CPP)
Poderá argumentar toda a matéria de interesse de sua defesa.
a) Preliminares: São questões de ordem processual (pressupostos processuais ou condições da ação). Em outras palavras, presta-se ao levantamento de falhas e vícios que devem ser sanados.
Vícios = Nulidades (nulidade de citação, nulidade de prova, etc.)
b) Justificações: Excludentes de ilicitude, excludentes de culpabilidade e causas extintivas da punibilidade.
c) Oferecer documentos (elementos de prova)
d) Proposituras de novas provas a serem produzidas
e) Apresentação do rol de testemunhas (até 8 testemunhas por réu e por delito) 
f) Eventuais exceções (art. 95 – 112 do CPP).
Com a apresentação da defesa preliminar o resultado poderá ser o de julgamento antecipado do mérito (juiz poderá absolver sumariamente o réu ou julgar extinta a sua punibilidade, por exemplo).
A doutrina e jurisprudência (inclusive do TJ/SP) entendem que, embora haja previsão legal no CPP, deve-se, neste caso abrir vista à acusação para que se manifeste sobre os argumentos da defesa, antes que o juiz prolate a sua decisão. Trata-se de analogia ao que ocorre no procedimento do tribunal do júri (art. 409 CPP). O prazo para a acusação será de 05 dias.
Se acolhidos os argumentos da defesa, o juiz poderá absolver sumariamente o réu. Tal decisão caberá o recurso de apelação. 
Obs: A profundidade e abrangência do conteúdo da defesa preliminar deverá ser definido estrategicamente pelo defensor. 
As hipóteses de absolvição sumária estão previstos no art 397 do CPP.
· A existência manifesta de causa excludente de ilicitude (art. 23 do CP e legislação especifica).
· Legitima defesa
· Estado de necessidade
· Estrito cumprimento do dever legal
· Consentimento do ofendido
· Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade.
· O fato narrado evidentemente não constitui crime
· Se extinta a punibilidade do agente (art. 107 do CP e legislação especifica).
O juiz poderá reconhece-las de oficio.
Embora o CPP elenque as causas extintivas de punibilidade como uma das hipóteses que poderão resultar na absolvição sumária, neste caso, a sentença será declaratória da extinção da punibilidade e não absolutória. 
· Caso não absolve sumariamente o réu o juiz deverá designar audiência de instrução e julgamento (art. 399 CPP), devendo intimar: o réu, o MP, advogado/defensor, querelante/vítima e assistente. 
· Atenção: Se o réu estiver preso o poder público deverá providenciar a sua apresentação.
· A audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada no prazo máximo de 60 dias (art. 400 CPP) a contar da prolação da decisão do juiz que não reconhecer a hipótese de absolvição sumária. (entendimento doutrinário). 
Aula 04 - dia 06/03/2020
 
AUDIÊNCIA DE INTRUÇÃO E JULGALMENTO (ART. 400 CP)
· Deverá ser marcada no prazo de 60 dias após a decisão que não reconhece a absolvição sumária.
· Audiência Una (2008) – todos os atos e sentença em uma mesma audiência.
1. Tomada de declaração do ofendido:
Na audiência de instrução e julgamento quem começa perguntando é a acusação (MP ou querelante). Após é a vez da defesa.
Se o ofendido não comparecer em audiência em ação penal pública, e for imprescindível sua presença poderá ser conduzido coercitivamente. Já em ação penal privada ocorre os efeitos perempção.
É assegurado ao ofendido espaço reservado (na espera pelo início da audiência) e, na audiência propriamente em que o réu se retire do espaço, caso que será imprescindível que o advogado permaneça no restrito.
Obs: É possível videoconferência
2. Oitiva das testemunhas:
Primeiro são ouvidas as testemunhas da acusação e após as testemunhas arroladas pela defesa. – Não considera essa ordem em caso de testemunhas a serem ouvidas via carta precatória.
A parte poderá desistir de ouvir testemunha por ela arrolada. O juiz, no entanto, poderá ouvi-la como testemunha do juízo (art. 400 § 1°).
Testemunhas que não prestam compromissos e testemunhas requeridas não serão contabilizadas no limite legal. ( art. 206, 208 e 209 do CPP).
As partes perguntam diretamente para às testemunhas.
O juiz pode indeferir perguntas repetitivas, impertinentes e tendenciosas.
O magistrado poderá dispensar testemunhas arroladas pelas partes se já formada a sua convicção ou se a testemunha não foi localizada.
3. Esclarecimento dos Peritos ( Art. 400 § 2°)
Depende de prévio requerimento das partes. O perito assistente (contratadopelas partes) também poderá ser ouvido.
4. Acareações (art. 226 e seguintes do CPP)
5. Reconhecimento de pessoas e coisas (art. 226 e seguintes do CPP)
6. Réu: - interrogatório do acusado foi deslocado para o final da instrução em homenagem ao princípio da ampla defesa e do contraditório.
A autodefesa é uma faculdade do réu, possível a invocação do direito ao silêncio. Não pode ser interpretado em prejuízo ao réu (art. 5 LXIII CF/88 e Art. 136 do CPP)
Súmula 522 do STJ: É típica a conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial, ainda que em situação de alegada autodefesa.
Estende-se o entendimento as declarações prestadas perante a autoridade judicial.
Parte da doutrina discorda em face do princípio “ Nemo tenetur se detegere” – Ninguém é obrigado a produzir provas contra a si mesmo. 
O interrogatório será dividido e duas etapas: 1) sobre a pessoa do réu; 2) sobre os fatos imputados;
Sobre a pessoa do réu (lei 13. 256/16 – art. 185 § 1° CPP). Para uma possível substituição da prisão preventiva por domiciliar (art. 318, III, V, VI CPP)
Busca-se evitar danos aos filhos/dependentes/deficientes em virtude da privação da liberdade imposta ao réu. Principio da pessoalidade, princípio da personalidade e princípio da intranscendência. 
Há possibilidade do interrogatório do réu se dar por videoconferência (art. 185 § 2° do CPP)
O réu terá direito de ser entrevistado reservadamente e precisamente com o defensor (art. 185 § 5 do CPP)
Pode o réu abrir mão de seu direito de comparecer em audiência.
Réu preso: A ausência injustificada importará nulidade relativa, mas se ele não quiser poderá no entanto ausentar-se observando o disposto no art. 457 § 2° parte final do CPP.
A justificativa – pedido de despensa de comparecimento deve ser assinado por ele e também pelo defensor. 
Réu Solto: Desde que regularmente citado poderá optar por não comparecer, no entanto se sua presença for indispensável à produção de provas poderá ser conduzido coercitivamente. 
7. Encerramento da instrução:
Há possibilidade de requerimento de diligências complementares, desde que se comprove que a necessidade da produção de provas surgiu na audiência de instrução (caso o contrario opera-se a preclusão).
8. Debates:
Cada parte terá direito a 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos (ar. 403 do CPP).
Tal período de tempo será conferido de maneira individual a cada réu ( art. 403 § 1° do CPP)
Se houver assistente da acusação poderá falar até 10 minutos, mas a defesa, nesse caso, poderá falar após por mais 10 minutos (art. 403 § 2° do CPP).
9. Sentença
A sentença será proferida ao término da audiência, oralmente, após ser reduzida a termo.
Obs: a depender da complexidade da causa o juiz poderá determinar a entrega das alegações finais (memorias) por escrito (Art. 403 § 3° ) no prazo de 05 dias sucessivamente. 
Nesse caso o juiz deverá prolatar a sentença no prazo máximo de 10 dias. (Art. 403 § 3° do CPP).
Aula 05 – dia 13/03/2020
PROCEDIMENTO SUMÁRIO
(ART. 531 A 536 DO CPP)
1) Infrações penais sujeitas ao rito sumário: Pena máxima menor que 04 e maior que dois anos. 
ART. 394, § 1o , inciso II
Art. 394.  O procedimento será comum ou especial.
§ 1o  O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
§ 2o  Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial.
§ 3o  Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos
§ 4o  As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
§ 5o  Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.
Art. 394-A.  Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias.
2) DISTINÇÕES ENTRE O PROCEDIMENTO SUMÁRIO E ORDINÁRIO
 
a) A Pena máxima prevista menor que 4 anos e maior que dois anos;
b) Limite máximo de testemunha será de 05 (cinco) por réu/imputação;
c) O prazo máximo para que o juiz designe audiência de instrução e julgamento será de 30 (trinta dias), a contar da decisão que nega a possibilidade de absolvição sumária;
d) Inexiste a previsão de requerimento de diligências complementares em razão de necessidade surgida na audiência de instrução. No entanto, é possível o adiamento excepcional de ato processual quando imprescindível isso for para a produção de prova faltante. (art. 535 CPP);
e) Não há previsão de alegações finais sob a forma de memoriais escritos, impõe-se de forma cogente, que as alegações finais ocorram oralmente;
f) A prolação da sentença também é prevista apenas na forma oral;
OBS: A esse despeito ocorrido a situação geradora de complexidade e que demande maior tempo e cautela no exame das provas, será possível ao magistrado que converta o procedimento sumário em ordinário e determine a entrega de memoriais por escrito com prazo de 05 (cinco) dias. Nessa hipótese segundo o regramento do procedimento ordinário deverá o juiz prolatar a sentença no prazo máximo de dois dias.
OBS02: Na infrações de menor potencial ofensivo quando o juiz do JECRIM encaminhar ao juiz comum os autos de ação para a adoção de outro procedimento observa-se o rito sumário. Em quais hipóteses do JECRIM poderá fazer?
I – Se a complexidade da causa assim demandar;
II – Quando o acusado não for encontrado para ser citado pessoalmente eis que a citação por edital é incompatível com o procedimento sumário. 
3) ESTRUTURA DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO
 
a) Oferecimento da inicial acusatória: MP (denúncia)/ Vítima (queixa-crime);
b) O juiz deliberará podendo receber ou rejeitar (art. 395)
c) Se recebida a inicial acusatória, deverá o juiz citar o acusado para oferecer sua resposta à acusação no prazo de 10 (dez) dias.
d) A defesa poderá pleitear a absolvição sumária (art. 397 CPP). Poderá alegar toda a matéria de interesse à defesa, alegar as preliminares, oferecer documentos e arrolar testemunhas (até 05 testemunhas).
e) O juiz analisará a possibilidade de absolvição sumária nos termos do art. 397 CPP.
1) Excludente de ilicitude;
2) Excludente de culpabilidade, exceto inimputabilidade;
3) Se o fato não constitui crime;
4) Se extinta a punibilidade;
A doutrina admite a absolvição sumária, ainda que impropria, se a inimputabilidade estiver provada de forma evidente e consistir a única tese da defesa. 
F) Se o juiz absolver sumariamente o réu, finda-se a ação penal;
G) Se ele não absolver sumariamente deverá designar data e hora da audiência de instrução e julgamento, no prazo máximo de 30 dias (art. 531 CPP);
H) Audiência de instrução e julgamento:
1) Oitiva da vítima
2) Testemunhas
3) Esclarecimento dos perito
I) Encerramento da instrução, passa-se aos debates orais (alegações finais).
II) Sentença
O juiz proferirá sentença – oralmente em audiência. 
Obs Final: tanto o procedimento ordinário, como também no sumário, os atos da audiência são reduzidos a termo p/ constar em ata.
Se houver registro de áudio e/ou imagem, deverá ser fornecida cópia as partes (art. 405 do CPP)
OBS final2: Lembrando que caso a causa tenha grau de complexidade que impeça que as alegações finais e a sentença sejam apresentadas de forma oral, o que é cogente no procedimento sumário, o juiz deverá converter o procedimento sumário em ordinário e aplicando a essa etapa final as regras do referido rito, ou seja, memorias escritos em 05 (cinco) dias sucessivos e 10 (dez) dias para a sentença. 
PROCEDIMENTO SUMÁRIO CPP
Art. 531.  Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazomáximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no  bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.
Art. 532.  Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela defesa.
Art. 533.  Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos parágrafos do
Art. 534.  As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença
§ 1o  Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
§ 2o  Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
Art. 535.  Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Art. 536.  A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no art. 531 deste Código.
Aula 06 – dia 20/03/2020 - RITO SUMARISSÍMO – LEI 9.099/1995
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm
Aplicam-se as infrações de menor potencial ofensivo e as contravenções penais. Penas máxima inferior ou igual 02 (dois) anos.
1) Considerações Introdutórias:
· Lei 9.099/95 – Juizados especiais;
· Lei 12.726/12 – Juizados especiais federais;
Princípios:
· Oralidade, informalidade, celeridade, simplicidade e economia processual. Art. 62 da lei 9.099/95.
· Havendo concursos de crimes a competência será definida pelo resultado da soma das penas máximas cominadas aos delitos.
2) Fase Preliminar:
· Fase que antecede o processo judicial. 
· Investigação preliminar – um procedimento simplificado com o objetivo de reunir evidencias da autoria e materialidade;
· Não existe inquérito policial para infração penal de menor potencial ofensivo;
· Haverá situações em que se poderá verificar a existência de inquérito policial: 1) Quando houver conexão entre um crime comum e uma infração de menor potencial ofensivo; 2) Se o autor não for conhecido; 3) Para crimes cometidos nos termos da lei 11. 340/2006 (lei Maria da Penha) – art. 41; 4) Art. 90 da lei 9.099/95, crimes militares estão excluídos do Jecrim.
· Terminados o TCO (termo circunstanciado de ocorrência) o delegado deve remeter para o Jecrim. A autoridade policial não pode arquivar de plano em nenhuma hipótese;
· Juiz recebe o TCO e da vista ao MP que pode ou não requerer o arquivamento;
3) Audiência Preliminar:
· Fase processual – necessariamente terão que estar presente o autor, a vítima, os respectivos advogados, os representantes civis e o MP;
· É obrigatória a atuação do advogado (art. 68 da lei 9.099/95);
· Se houver reparação pecuniária ou retratação será lavrado o acordo que será homologado em sentença de caráter irrevogável (art. 74 da lei 9.099/95);
· Para os crimes de ação penal privada ou ação penal pública condicionada. Renúncia ao direito de queixa – será causa extintiva da punibilidade a composição com retratação e reparação dos danos devidamente homologado;
· O MP poder oferecer Transição penal (art. 76 da lei 9.099/95);
· O MP pode requerer diligências complementares que é cedo para apresentar a transição penal;
· MP pode requerer o arquivamento do TCO;
· O MP pode entender que o delito não é de menor potencial ofensivo e requerer a remessa dos autos ao juízo competente;
· Se não for o caso de oferecer a transição penal, o MP deve oferecer a denúncia que pode ocorrer oralmente na própria audiência;
· O réu pode ou não aceitar a transição penal
· O réu aceitando ou não a transição penal não implica o reconhecimento de culpa. Também não gera reincidência e não geram antecedentes;
Obs: A única restrição para quem aceita a transição penal consiste em não poder aceitar outra transição penal por outro crime no período de 05 (cinco) anos;
Cabe ao juiz verificar a regularidade da transição penal e homologar em sentença. 
Súmula Vinculante 35 do STF
homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz 	coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, 	possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante 	oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
Após o cumprimento das condições da transição penal o juiz emite uma sentença extinguindo a punibilidade.
4) Após a Audiência Preliminar
Superadas todas as tentativas de resolução do conflito (conciliação, transição penal, reparação de danos, etc.) há possibilidade também de SURSIS processual oferecido pelo magistrado. 
Ordem das oitivas no rito sumaríssimo:
· Vítima/ acusação
· Testemunhas/ máximo de 03 testemunhas (doutrina e jurisprudência)
· Oitiva do réu
· Debates Orais (pelo prazo que o juiz fixar) – primeiro acusação depois defesa;
· Sentença
· O juiz pode determinar que os autos fiquem conclusos (justificadamente) se precisar podendo prolatar a sentença no prazo de 10 (dez) dias.
· Contra a sentença cabe a apelação no prazo de 10 (dez) dias após a publicação;
· As partes serão intimadas pela imprensa sobre a data da sessão de julgamento da apelação;
· Embargos de declaração – 05 dias;
Aula 07 - dia 27/03/2020 – Procedimento do Tribunal do Júri 1° Fase
· Crimes dolosos contra a vida.
· Considerações introdutórias
· A Competência é definida constitucionalmente art. 5° CF e previsto nos art. 74 do CPP
Art. 5° XXXVIII CF/ 1988 -
é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der 	a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Art. 74. Do Código de Processo Penal
A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de 	organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 	121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código 	Penal, consumados ou tentados.
· Art. 121 a 127 do CP. (crimes dolosos contra a vida).
· Exame de corpo de delito – suporte probatório da comprovação da materialidade do delito.
· Júri um procedimento bifásico (duas fases).
· Primeira fase: 
Denominada como: Judicium Accusationis; juízo de instrução preliminar; juízo de admissibilidade; sumário de culpa; juízo de acusação.
A primeira fase servirá como filtro que busca propiciar a remessa do réu a segunda etapa do julgamento.
· Segunda fase
Denominada Judicium Causa e Juízo da Causa;
Tem início com a decisão de pronúncia. A decisão do juiz que indica prova da materialidade e indícios da autoria indicando aos jurados para ser deliberado o mérito.
Ela ocorrerá se for pronunciado o acusado, ou seja, se admitida à acusação com a prolação da sentença de um juízo de admissibilidade positivo pelo juiz sumariante. 
· Rol de testemunhas do Júri – 08 Testemunhas;
· No tribunal do júri obrigatoriamente é ação pública incondicionada;
· Recebida a inicial acusatória o juiz manda citar o réu para apresentar a resposta à acusação, contando o prazo desde o dia em que o réu foi devidamente citado pessoalmente. Art. 406 do CPP.
· Se o réu não apresentar a resposta a acusação no prazo (dez dias) haverá a nomeação de um defensor ou advogado dativo para fazer a resposta por escrito. Art. 408 do CPP;
· O art. 409 determina que após a apresentação da resposta a acusação o juiz abrirá prazo para que o MP/ querelante se manifeste sobre a reposta.
· Não cabe absolvição sumária nos termos do Art. 397 no procedimento do Júri;
· Art. 411 do CPP audiência deInstrução;
· Prolação da decisão do magistrado em 10 (dez) dias, em regra oralmente na audiência uma, excepcionalmente em 10 (dez) dias. 
· Nenhum ato será adiando (audiência uma), somente em casos excepcionais a audiência é fragmentada;
· É possível alegações finais na primeira fase do júri;
· A primeira fase se concluirá em 90 dias sendo este o prazo máximo – Art. 412 CPP;
· A decisão do juiz na primeira fase pode ter 04 (quatro) situações:
1) Pronunciar o réu;
Em relação aos crimes conexos, o exame das provas deverá ser ainda mais limitados;
Se tratando de crimes conexos o juiz deverá pronunciar o réu em relação ao crime doloso contra a vida;
Se de plano o juiz observar que não há possibilidade de condenação válida, razão de insuficiência probatória não poderá pronunciar o acusado;
Na primeira fase vigora o princípio “Indúbio Pro Societate”
Aula 08 dia 03/04/2020 – Continuação Decisão de Pronúncia
Na decisão de pronúncia deverá o magistrado, no entanto, enfrentar as qualificadoras e as causas de aumento narrados pela acusação. 
OBS: Deverá o juiz sumariante acatar ou refutar a tentativa e o concurso de pessoas, pois são situações que configurarão o tipo penal por extensão. Além dele também tratará da omissão penalmente relevante (art. 13 parágrafo segundo do CP). 
OBS2: Se ocorrer erro na tipificação na inicial acusatória, o juiz deverá ratificar do tipo penal em que a conduta de insere na “ementatio libelli”.
Impronúncia: Não havendo materialidade e indícios de autoria o juiz não pronunciará o réu. 
Contra a decisão de impronúncia cabe apelação;
Conta a decisão de pronúncia cabe Recurso em Sentido Estrito;
Havendo a decisão de impronuncia será possível a repropositura da demanda desde que surjam novas provas e não tenha ocorrido a extinção da punibilidade. 
Súmula 524 - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do 	promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Aula do da 17/04/2020 – CONTINUAÇÃO – DECISÃO DE PRONÚNCIA JÚRI
Absolvição Sumária (art. 415 CPP)
Havendo crime conexo, e se absolvido sumariamente do crime doloso contra a vida, deverá o juiz sumariante remeter os autos ao juiz o competente para julgamento do crime comum. 
· DECISÃO DE DESCLASSIFICAÇÃO
Significa Dizer que o crime não é doloso contra a vida, logo não trata-se de crime de competência do Júri.
O juiz deverá dar ao fato uma nova definição jurídica, o crime não será doloso contra a vida. 
Contra esse decisão cabe o Recurso em sentido estrito (RESE).
DIA 24/04/2020 SGUNDA FASE
JUDICIUM CAUSAE – JUIZO DA CAUSA – JUIZO DE MÉRITO
· Diante da decisão de pronúncia caberá o inicio dessa segunda fase. 
· O réu é citada é precisa apresentar 5 testemunhas (segunda fase) primeira fase 8 testemunhas por acusado e imputação;
· Poderá requerer outras diligências;
· Art. 422 o prazo será de 05 (cinco) dias, mas se a defensoria pública estiver presente atuando em defesa do acusado o prazo será dobrado;
· MP ou querelante também será intimado para apresentação do seu rol de testemunhas ou requerer diligência;
· Requerimento de indisponibilidade; Art. 461 do CPP – Quando uma testemunha não pode faltar; em regra não haverá adiamento da sessão do tribunal do júri pelo não comparecimento de testemunha, salvo se a parte estiver assinada testemunha como sendo indispensável ou indisponível;
· Juiz Presidente do Tribunal do Júri decidirá sobre as diligencias requeridas e ordenará a sua produção;
· Fará um relatório sucinto e determina a inclusão na pauta de reuniões do tribunal do júri (art. 423 CPP);
DESAFORAMENTO:
Trata-se do deslocamento da competência do processo de crime doloso contra a vida para a comarca mais próxima. Medida de natureza excepcional. 
O desaforamento só pode ocorrer após a preclusão da decisão de pronúncia. 
O termo final será até antes da realização do julgamento do júri.
Quem pode requere:
· Juiz;*** - Está excluído em uma única hipótese
· MP/Querelante ou Assistente; (Acusação)
· Advogados/ Defensoria Pública (Defesa)
Hipótese (Art. 427 CPP):
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.
A) Interesse de ordem pública;
B) Houver dúvidas quanto à imparcialidade do júri;
C) Quando o julgamento não for realizado no prazo de 06 (seis) meses contados da decisão de pronúncia (quando se tornou definitiva);
Havendo excesso de trabalho o tribunal irá promover o desaforamento. Se o juiz for moroso e não houver excesso de trabalho o tribunal determinará que o juiz faça o julgamento. 
Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.
§ 1o Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa.
§ 2o Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento.
Não há previsão de recurso para a decisão de desaforamento. No entanto caberá Habeas Corpus.
Súmula 712 do STF - É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência da defesa.
PROCEDIMENTOS NECESSÁRIOS PARA INSTALAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
· Providências de caráter administrativo;
Cabe ao Juiz Presidente:
· Alistamento dos Jurados (art. 425 CPP); 
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população. 
§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3o do art. 426 deste Código. 
§ 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de jurado.
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri. 
§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva. 
§ 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código. 
§ 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente. 
§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. 
§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada.
Art. 426.  A lista geral dos jurados, com indicação das respectivasprofissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri.           
§ 1o  A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.         
§ 2o  Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.           
§ 3o  Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.   
§ 4o  O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído.            
§ 5o  Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada
O juiz presidente poderá requerer a entidades públicas ou privadas a indicação de nomes para compor a quantidade de jurados para alistamento.
Requisitos para ser jurado – Art. 436 do CPP:
· Ser maior de 18 (dezoito) anos;
· Notória idoneidade;
 Art. 436.  O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade.    
§ 1o  Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução.         
 § 2o  A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.
Essa listagem de jurados será publicada anualmente até 10 (dez) de outubro;
Como se questiona a inclusão ou exclusão de nomes da listagem geral?
A) Reclamação: Qualquer pessoa do povo para o juiz presidente do Júri (art. 426);
B) RESE de índole administrativa dirigida ao Presidente do TJ art. 581 XIV do CPP;
A publicação da listagem definitiva ocorrerá até o dia 10 de novembro;
Com a listagem definitiva publicada, os jurados terão seus nomes colocados em cédulas e tais cédulas gravadas serão inseridas dentro de uma urna que será lacrada e a chave ficará sobre a guarda do juiz presidente.
Órgãos fiscalizadores – MP, Defensoria Pública (advogado) e OAB (advogado);
· ORGANIZAÇÃO DA PAUTA
Os réus presos serão julgados primeiro; Se tiver vários réus presos será julgado primeiro quem estiver a mais tempo;
Em igualdade de condições aquele que foi pronunciado primeiro;
Estando tudo em ordem o juiz deverá mandar intimar o ofendido (se estiver vivo), os peritos (se houver requerimento) para a sessão de julgamento.
· SORTEIO E CONVOCAÇÃO DOS JURADOS
O juiz intimará o MP, OAB e DP para acompanhar o sorteio dos jurados. 
Para cada sessão de julgamento serão sorteados 25 (vinte e cinco) jurados;
A convocação ocorrerá pelos correios ou outro meio hábil,, e contará com a disciplina dos jurados;
· FUNÇÃO DE JURADOS
ISENTOS
Estão isentos da função de jurados aqueles elencados no art. 437 do CPP:
Art. 437.  Estão isentos do serviço do júri:
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;
II – os Governadores e seus respectivos Secretários;
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das 	Câmaras Distrital e Municipais;
IV – os Prefeitos Municipais;
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública;
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria 	Pública;
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;
VIII – os militares em serviço ativo;
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa;
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento.
Escusa de consciência - Pessoas que por alguma convicção filosófica, ideológica, religiosa, etc. Tais pessoas prestarão um serviço alternativo. Art. 438 do CPP;
Art. 438.  A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto.            
§ 1o  Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins.    
§ 2o  O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade
Vantagens de ser jurado art. 440 CPP:
 Art. 440.  Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código, preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária.
· Reunião – Sessão do julgamento do Júri
1 Composição: Juiz presidente, 25 jurados convocados dos quais 07 deverão compor o conselho de sentença (art. 447 do CPP);
Art. 447.  O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.
Exclusão dos jurados por impedimento art. 448 do CPP:
Art. 448.  São impedidos de servir no mesmo Conselho:      
      
I – marido e mulher;           
II – ascendente e descendente
III – sogro e genro ou nora;           
 IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;            
V – tio e sobrinho;            
VI – padrasto, madrasta ou enteado.            
§ 1o  O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união 	estável reconhecida como entidade familiar.
§ 2o  Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as 	incompatibilidades dos juízes togados. 
São necessário no mínimo 15 (quinze) dos 25 (vinte e cinco) jurados para que o juiz declare aberta a sessão de julgamento do Júri;
Se não houver no mínimo 15 deverá haver o sorteio de tantos suplentes quanto forem necessários. Se não houver o mínimo de jurados deverá ser remarcada nova data para o julgamento.
OBS: O juiz não está obrigado a convocar novos 25 jurados, podendo fazê-lo, se quiser. O STJ já se manifestou no sentido a complementação do número de jurados por meio de convocação de suplentes não enseja nulidade.
Se houver ao menos 15 jurados presentes o juiz declarará aberta a sessão de julgamento;
OBS2: Caso ocorra a abertura da sessão com um quórum inferior a 15 jurados, o STJ entende que esse será uma causa de nulidade relativa, ou seja, condicionada a demonstração de prejuízo pelas partes;
Se estiverem ausentes a sessão de julgamento:
A) O RÉU - Se solto, desde que regularmente intimado, não haverá adiamento da sessão. Não poderá haver condução coercitiva do réu, caso não compareça;
A condução coercitiva só se justifica se o juiz houver deliberado favoravelmente à produção de diligência requeria pelas partes e, em relação a qual, a presença do réu é imprescindível;
B) MP - Se a ausência for injustificada a sessão de julgamento será reagendada e o juiz deverá oficiar ao órgão do MP para a tomada de providências disciplinares contra o promotor de justiça em questão;
C) ADVOGADO – Se não estiver presente de forma injustificada, além do adiamento da sessão, ocorrerá também a notificação do ocorrido à OAB para a tomada de providências disciplinares contra o advogado;
OBS: o julgamento só será adiado uma vez. Caso o advogado se ausente novamente na segunda oportunidade agendada o juiz nomeará um defensor público para que faça a defesa do réu;
D) DEFENSOR PÚBLICO – Se a ausência for justificada, além do adiamento da sessão, o juiz deverá oficiar ao órgão da DP.
E) QURELANTE – Nesse caso o MP retomará a titularidade da ação penal;
F) TESEMUNHA – Ausente a testemunha, de forma injustificada, aplicar-se-áela a multa prevista no artigo 436 paragrafo segundo do CPP. Se for testemunha assinalada pela parte como imprescindível ocorrerá adiamento da sessão. Se a parte não haver informado sua imprescindibilidade, o juiz seguirá a sessão do júri.
OBS: garantias às testemunhas. O Art. 459 do CPP impõe as testemunhas as mesmas garantias previstas para os jurados à impossibilidade de sofrerem qualquer tipo de desconto em seu salário ou vencimentos por comparecerem a sessão do júri;
  Art. 459.  Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o disposto 	no art. 	441 deste Código.
Art. 441.  Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado sorteado 	que comparecer à sessão do júri. 
· FORMAÇÃO DO CONSELHO DE SENTENÇA
Aplicam-se aos jurados os impedimentos e causas de suspeição previstos para os juízes de carreira.
Atenção: O teor da súmula 206 do STF;
É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou em 	julgamento anterior do mesmo processo.
O sorteio de 07 (sete) jurados se dará por nome, com a possibilidade de manifestação de recusa, primeiro pela defesa e depois pela acusação;
As recusas podem ser justificadas ou injustificadas;
Justificas – Justo motivo encontram amparo legal. Portanto , não terão limitação pela lei;
Injustificadas - Cada parte poderá recusar injustificadamente até 03 (três) jurados para cada réu.
O STJ entende que será três recusas injustificadas para cada acusado, mesmo que assistidos por um único defensor.
ESTOURO DE URNA:
Se em face das recusas não restar número de jurados para compor o conselho de sentença, acontece o que se chama de estouro de urna, dessa forma deverá ser agendada outra reunião de julgamento dos acusados, podendo o juiz a separação dos processos.
· ATOS INSTRUTORIOS (ART. 473) 
Art. 473.  Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação.        
§ 1o  Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo. 
§ 2o  Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz presidente.            
§ 3o  As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.
TOMADA DE DECLARAÇÃO:
OFENDIDO:
· JUIZ
· MP
· ASSISTENTE DA ACUSÃÇÃO/QUERELANTE (SE HOUVER)
· DEFESA
· JURADOS (SISTEMA PRESIDENCIALISTA)
	TESTEMUNHA
· Primeiro as testemunhas da acusação depois as testemunhas da defesa;
TESTEMUNHAS DA ACUSÇÃO
· JUIZ;
· ACUSAÇÃO;
· DEFESA;
· JURADOS;
TESTEMUNHAS DA DEFESA
· JUIZ 
· DEFESA – PLENA
· ACUSAÇÃO
· JURADOS
· Acareações;
· Reconhecimento de pessoas e coisas;
· Esclarecimento dos peritos;
· Leitura de peças em plenário;
· Leitura de provas cautelares não repetíveis;
Interrogatório do Réu
· Juiz;
· Acusação;
· Defensor;
· Jurados;
Em regra o acusado não estará algemado durante o julgamento, excepcionalmente, poderá estar algemado.
HIPÓTESES: Necessário o uso à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia das integridades físicas dos presentes.
Súmula 11 do STF 
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de 	perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, 	justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade 	disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato 	processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Quando o juiz determinar o uso de algemas deve fundamentar sua decisão. 
DIA 22/05/2020 - Continuação Procedimento do Júri
Após a instrução seguem para os debates orais. (art. 476 – 481 do CPP);
O debate é estruturado do seguinte modo:
A) Fala inicial da Acusação;
B) Fala inicial da Defesa;
C) Réplica (fala da acusação); e
D) Tréplica (fala da defesa);
Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. 
§ 1o O assistente falará depois do Ministério Público. 
§ 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código.
§ 3o Finda a acusação, terá a palavra à defesa. 
§ 4o A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em plenário.
No caso de só um réu a fala de cada parte terá o tempo determinado abaixo:
1h 30 para a acusação 
1h 30 para a defesa. 
Sendo a réplica e tréplica estendida até 1h (uma hora);
Se houver mais de um réu o tempo regulamentar será acrescido em uma hora, tanto para a acusação como também para defesa, desse modo:
2h 30 minutos de fala inicial para acusação e para a defesa;
Até 2h de réplica e tréplica. 
Caso haja assistente da acusação habilitado ou querelante, no caso de crime conexo de ação penal de iniciativa privada, deverá ser dividido o tempo entre o MP e o se advogado, de acordo com a vontade das partes. 
Todos os argumentos lançados pelas partes deverão ser estritamente transcritas em ata datada e assinada.
Limites ao exercício da defesa e da acusação:
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: 
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; 
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados. 
· Não poderá haver referência a decisão que obriga o uso de algemas;
· Não poderá haver referência a decisão de pronúncia ou decisões posteriores;
· Não pode haver referência ao silêncio do réu;
· Não poderá ser exibidos objetos, laudos ou documentos que não houveram sido juntados aos autos com antecedência de 03 dias, dando-se ciência a outra parte;
Se for infringida qualquer uma dessas hipóteses ocorrerá nulidade absoluta. Isto porque a matéria está diretamente ligada ao princípio do devido processo legal e também da isonomia, uma vez que o legislador criou mecanismos para equilibrar as forças da acusação e defesa em plenário. 
O prazo do artigo 379 (03 dias) é contado da juntada dos documentos e não da intimação da outra parte.
A lei também arrola quais são os documentos compreendidos na proibição do mencionado artigo de lei. São eles: jornais ou qualquer outro escrito, bem como exibição de vídeos, gravações, fotografias, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados. 
Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autosonde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado.
§ 1o Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos. 
§ 2o Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista dos autos.
§ 3o Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente.
O art. 497 XII do código de processo penal limitou-se a definir que compete ao juiz presidente regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 03 minutos para cada requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.
É plenamente possível que a defesa exponha tese nova na tréplica.
Encerrados os debates, o juiz presidente questionará os jurados se já estão habilitados a julgar ou necessitam de outros esclarecimentos. No caso de dúvida a respeito de questão de fato, o próprio presidente da sessão prestará esclarecimentos, com base no que consta nos autos. 
Julgamento 
Após os debates e os jurados estarem aptos a julgar, todos os jurados, o juiz, o defensor e o MP se reunirão em sala secreta para julgamento.
Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido. 
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes.
A formulação dos quesitos segue a ordem do artigo 483 do CPP:
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: 
I – a materialidade do fato; 
II – a autoria ou participação; 
III – se o acusado deve ser absolvido; 
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; 
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado. 
§ 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação: O jurado absolve o acusado?
§ 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre: 
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa; 
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. 
§ 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito, conforme o caso. 
§ 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito. 
§ 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em séries distintas.
Ordem dos quesitos:
A) Materialidade do crime: o Crime ocorreu?
B) Autoria ou participação do réu: o réu é autor ou participe do crime?
C) O réu deverá ser absolvido? (se couber)
D) Incide causa de aumento ou diminuição da pena? (se couber) “homicídio privilegiado”.
E) Incide qualificadora.
A resposta negativa de quatro jurados para a primeira ou a segunda questão já encerrarão nesse ponto a votação e tal resultado implicará a absolvição do réu.
Se houver desclassificação do crime quem julga é o juiz presidente. 
Se houver a confirmação da tese que o crime é tentado e não consumado, o juiz presidente deverá formular quesitos e sua colocação deverá ocorrer depois do segundo quesito. 
As partes podem acompanhar a votação.
· SENTENÇA (Art. 492- 493 CPP)
Juiz presidente fara a dosimetria da pena, e lerá a sentença encerrando o julgamento. 
Ata dos trabalhos devidamente transcritos na forma do art. 494-496 do CPP.
· RECURSO
Contra a decisão dos jurados caberá apelação no prazo de 05 dias (art. 593 III do CPP);
Princípios da soberania dos vereditos 
No processo penal não existe citação por AR. Mas pode ser citação por edital. 
Citação pessoal (regra)
Citação por edital (art. 361 CPP);
Art. 351 do CPP;
Citação para tomar ciência do processo. 
Tenha ou não a capacidade de um réu pagar ou não, será designado um defensor público. 
Art. 409 – após apresentada a defesa o juiz ouvirá o MP ou querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.
Art. 411 – Audiência de instrução.
Vara auxiliar do júri (está preparando o processo para o plenário do Júri)
1) Pronúncia (art. 413 CPP) - decisão interlocutória mista não terminativa;
2) Impronúncia (art. 414 CPP);
3) Absolvição Sumária (art. 415 CPP);
4) Desclassificação (art. 419 CPP);
A acusação será admitida quando tiver prova da existência do crime (materialidade) e indícios de autoria ou participação e crime doloso contra a vida. A decisão de pronúncia deve ser fundamentada nos limites dos pressupostos. 
Impronúncia – falta indícios de autoria ou materialidade do fato; 
Em quanto não ocorrer à extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver nova prova.
Coisa julgada formal e não material;

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