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Aula 1 Engº Sérgio Augusto R. A. Affonso sergio.affonso@prof.una.br Pontes Fonte: UNEMAT, 2018 Bibliografia ▪ Marchetti, Osvaldemar Pontes de concreto armado / Osvaldemar Marchetti. – 2. ed. – São Paulo : Blucher, 2018. 246 p. ▪ Pontes [recurso eletrônico] / Fernanda Dresch... [et al.] ; [revisão técnica : André Luís Abitante]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018. Editado também como livro impresso em 2018. ISBN 978-85-9502-483-0 1. Engenharia civil. 2. Pontes. I. Dresch, Fernanda. ▪ Freitas, Moacyr de Infra-estrutura de pontes de vigas: distribuição de ações horizontais: método geral de cálculo/ Moacyr de Freitas. – São Paulo: Blucher; Mauá: Instituto Mauá de tecnologia, 2001 ▪ HELENE, Paulo (ed.); Manual de Reabilitação de Estruturas de Concreto: Reparo, Reforço e Proteção. São Paulo: Red Rehabilitar, São Paulo, 2003. 718p. ▪ PFEIL, Walter. Pontes em Concreto Armado: Elementos de projeto, Solicitações, Superestrutura. 3. Ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1983b. ▪ Alonso Urbano Rodriguez. Exercícios de Fundações – 3.ed – São Paulo: Blucher, 2019. 218p ▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 238p. ▪ DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES - DNIT. Manual de Inspeção de Pontes rodoviárias. 2ª Ed. Rio de Janeiro, 2004a. 253p. Pontes ❑ Ponte é uma construção destinada a estabelecer a continuidade de uma via de qualquer natureza. Nos casos mais comuns, a via é uma rodovia, uma ferrovia, ou uma passagem para pedestres. O obstáculo a ser transposto pode ser de natureza diversa, e em função dessa natureza são associadas às seguintes denominações: Ponte - quando o obstáculo é constituído de curso de água ou outra superfície líquida como, por exemplo, um lago ou braço de mar. Viaduto - quando o obstáculo é um vale ou uma via. Fonte: UNEMAT, 2018 Pontes ❑ Particularidades das pontes com relação aos edifícios Ao se comparar as pontes com os edifícios, pode-se estabelecer certas particularidades das pontes em relação aos edifícios. Estas, podem ser agrupadas da seguinte forma: a) Ações - devido ao caráter da carga de utilização das pontes, torna-se necessário considerar o efeito dinâmico das cargas, e devido ao fato das cargas serem móveis, além de verificar a possibilidade de fadiga dos materiais, entre outros. b) Processos construtivos - em razão da adversidade do local de implantação, que é comum na construção das pontes, existem processos de construção que, em geral, são específicos para a construção de pontes. c) Composição estrutural - a composição estrutural utilizada nas pontes difere da empregada em edifícios, em razão da carga de utilização, dos vãos a serem vencidos, e do processo de construção. d) Análise estrutural - na análise estrutural existem simplificações e recomendações em função da composição estrutural, como por exemplo, o cálculo da estrutura em grelha considerando elementos indeformáveis na direção transversal. Pontes As pontes em sua maioria, sob o ponto de vista funcional, podem ser divididas em três partes principais: ▪ Infraestrutura: também chamada de fundação, é a parte da ponte por meio da qual são transmitidos ao terreno de implantação da obra, rocha ou solo, os esforços recebidos da mesoestrutura. Por exemplo: blocos, sapatas, tubulões, estacas, etc. ▪ Mesoestrutura: constituída pelos pilares, é o elemento que recebe os esforços da superestrutura e os transmite à infraestrutura, em conjunto com os esforços recebidos diretamente de outras forças solicitantes da ponte, tais como pressões do vento e da água em movimento. Por exemplo: pilares, encontros, pilares- encontros, muros de ala, etc. ▪ Superestrutura, composta geralmente de lajes e vigas principais e secundárias, é o elemento de suporte imediato do estrado, que constitui a parte útil da obra, sob o ponto de vista de sua finalidade. ❑ Elementos constituintes Fonte: UNEMAT, 2018 Pontes ❑ Denominações conforme a seção longitudinal ▪ Comprimento da ponte (também denominado de vão total) - distância, medida horizontalmente segundo o eixo longitudinal, entre as seções extremas da ponte; ▪ Vão (também denominado de vão teórico e de tramo) - distância, medida horizontalmente, entre os eixos de dois suportes consecutivos; ▪ Vão livre - distância entre as faces de dois suportes consecutivos; ▪ Altura de construção - distância entre o ponto mais baixo e o mais alto da superestrutura; ▪ Altura livre - distância entre o ponto mais baixo da superestrutura e o ponto mais alto do obstáculo. Fonte: UNEMAT, 2018 Pontes ❑ Obras complementares ▪ Encontros: são elementos de transição entre a estrutura da ponte e o terrapleno, e têm a dupla função, de suporte da ponte, e de proteção do aterro contra a erosão. Devem ser, portanto dimensionados para resistir às reações verticais e horizontais da superestrutura, e também ao empuxo do aterro. São muito utilizados quando há o perigo de destruição da saia do aterro em virtude da erosão provocada pelas cheias. Encontro com ala lateral monolítica com a parede frontal Fonte: UNEMAT, 2018 Pontes ❑ Obras complementares Encontro com muro frontal e ala em retorno Fonte: Tensar, 2019 Pontes ❑ Obras complementares ▪ Placas de transição ou laje de transição: tem por função acompanhar o assentamento do terreno quando este for muito recalcável. Uma extremidade da placa apoia-se num console curto linear ao longo da transversina extrema ou cortina e a outra extremidade apoia-se no terrapleno. Fonte: UNEMAT, 2018 Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme o material da superestrutura Ponte de madeira Fonte: Estado de Rondônia, 2019Fonte: Ecopontes, 2018 Ponte de concreto armado Pontes de Concreto ❑ Classificação conforme o material da superestrutura Ponte de aço ( metálica) Fonte: Pref. de Penápolis, 2014 Fonte: Steelmast, 2019 Ponte mista – concreto/ aço Pontes ❑ Classificação conforme o material da superestrutura Ponte de concreto protendido Fonte: Zanollin, 2018 Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme o comprimento ▪ Galerias (bueiros) – em geral de 2 a 3 metros, podendo ser maiores; ▪ Pontilhões - de 3 a l0 metros; ▪ Pontes - acima de l0 metros. Galeria Pontilhão Obs: esta classificação pode variar um pouco, de acordo com as diversas bibliografiasFonte: Estado de Rondônia, 2019 Fonte: Pref. de Guarani das Missões, 2019 Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme o comprimento ▪ Galerias (bueiros) - são obras completamente ou parcialmente enterradas que fazem parte do sistema de drenagem, permanente ou não, das vias, ou são obras destinadas a passagens inferiores. Galeria Fonte: El Debs e Takeya Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme o comprimento Ainda, ▪ Pontes de pequenos vãos – até 30 metros; ▪ Pontes de médios vãos – de 30 a 80 metros; ▪ Pontes de grandes vãos – acima de 80 metros. Ponte Arthur Ravenel Jr, EUA Fonte: HDR, 2017 Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme a natureza do tráfego principal Ponte Rio Niterói ▪ Pontes rodoviárias Segunda Ponte – Brasil/ Paraguai Fonte: JP news, 2018 Fonte: HDR, 2017 Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme a natureza do tráfego principal Ponte ferroviária Hight Bridge, EUA ▪ Pontes ferroviárias Fonte: engenhariacivil, 2016 Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme a natureza do tráfego principal Ponte rodoferroviária de Marabá, sobre o Rio Tocantins. ▪ Pontes rodoferroviárias (mistas) Fonte: Conexão E, 2016 Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme a natureza do tráfego principal Fonte: Globo, 2015 ▪ Pontes Aeroviárias Aeroporto Schkeuditz, na Alemanha, os aviões que utilizam o aeroporto local, devido à falta de espaço no terreno do aeroporto, tem que taxiar nestas condições, antes da decolagem ou depois do pouso. Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme a natureza do tráfego principal Fonte: NCEE, 2018▪ Pontes Navegáveis Um exemplo de ponte navegável é o canal-ponte sobre o Rio Elba que une a rede de canais da ex- Alemanha Oriental com a da Alemanha Ocidental, como parte do projeto de reunificação de ambas, desde a queda do muro de Berlim. Com seus 918 m de comprimento, a ponte-canal é tida como um primor da engenharia, tendo consumido 68.000 m3 de concreto e 24.000 toneladas de aço. Comporta 132 mil toneladas de água em sua calha de 34 m de largura e 4,25 m de profundidade e deve resistir até mesmo a terremotos. Antes desta magnífica obra, os navios precisavam dar uma volta de 12 km pelo rio, atravessando eclusas antiquadas, o que significava perda de horas de viagens. Pontes ❑ Classificação das pontes, conforme a natureza do tráfego principal Fonte: Folha do Acre 2017 ▪ Passarelas (pontes para pedestres) Fonte: ArchDaily, 2018 Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o desenvolvimento em planta do traçado: ▪ Pontes retas (esconsas e ortogonais): como o próprio nome diz, são aquelas que apresentam eixo reto. Em função do ângulo que o eixo da ponte forma com a linha de apoio da superestrutura, estas pontes podem ser divididas em ortogonais (quando este ângulo é de 90°), e esconsas (quando este ângulo é diferente de 90°). Fonte: UNEMAT, 2018 Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o desenvolvimento em planta do traçado: ▪ Pontes curvas: são aquelas que apresentam o eixo, em planta, curvo. Fonte: Zona de Risco, 2015 Ponte Anita Garibaldi, em Laguna/SC Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o seu desenvolvimento altimétrico: ▪ Pontes retas: horizontal e em rampas; ▪ Pontes curvas: tabuleiro convexo e tabuleiro côncavo Fonte: UNEMAT, 2018 Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o seu desenvolvimento altimétrico: Fonte: Magnus Mundi, 2018 ▪ A “Eshima Ohashi Bridge” é uma ponte de concreto, com duas pistas, em rampa e com tabuleiro convexo, sobre o lago Nakaumi, no Japão. É a maior ponte de concreto armado do Japão e a terceira maior do mundo. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Pref. Blumenau, 2016 ▪ Ponte em laje: É um sistema estrutural destituído de qualquer vigamento, geralmente adotada para pequenos vãos (no máximo 15 m), proporciona: Seção transversal da ponte em laje maciça Seção transversal da ponte em laje alveolar ➢ Pequena altura de construção; ➢ Grande resistência à torção; ➢ Grande resistência ao fissuramento; ➢ Simplicidade e rapidez de construção; ➢ Boa solução para obras esconsas. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Tramo único ▪ Pontes em vigas: é o tipo estrutural é o mais empregado atualmente no Brasil: a) Vigas simplesmente apoiadas sem balanços: Viga Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: ▪ Pontes em vigas: é o tipo estrutural é o mais empregado atualmente no Brasil: a) Vigas simplesmente apoiadas sem balanços: Sucessão de tramos A sucessão de tramos simplesmente apoiados é usualmente empregada nas pontes em que se utiliza o processo construtivo com vigas pré-moldadas. As vigas simplesmente apoiadas sem balanços se constituem num tipo estrutural relativamente pobre, pois imposto um determinado vão, existem poucas possibilidades de melhorar a distribuição dos esforços. Em razão disto, os vãos empregados com este tipo estrutural, dificilmente ultrapassam a casa dos 50 metros. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: ArquiEXpo, 2016 ▪ Pontes em vigas: é o tipo estrutural é o mais empregado atualmente no Brasil: Sucessão de tramosTramo único Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Vitório, 2002 Este tipo estrutural possibilita uma melhor distribuição de esforços solicitantes, pois ao introduzir momentos negativos nos apoios haverá uma diminuição dos momentos positivos no meio do vão. O comprimento do balanço deve ser fixado de forma a se ter uma boa distribuição de esforços, atendendo, no entanto às condições topográficas. Como valor inicial, em fase de pré dimensionamento, pode-se adotar para o comprimento do balanço um valor igual à cerca de 15% a 20% do comprimento da ponte. Devem ser evitados balanços muito grandes para não introduzir vibrações excessivas nas suas extremidades. b) Vigas simplesmente apoiadas com balanços Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Vitório, 2002 Quando o comprimento da ponte pode ser subdividido em vãos parciais, o esquema de vigas contínuas, aparece como solução natural. Se não houver restrições de ordem urbanística, topográfica ou construtiva, deve-se fazer os vãos extremos cerca de 20% menores que os vãos internos de forma que os máximos momentos fletores sejam aproximadamente iguais, resultando assim uma melhor distribuição das solicitações. c) Vigas contínuas Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Vitório, 2002 A viga Gerber, pode ser entendida como derivada da viga contínua, na qual são colocadas articulações de tal forma a tornar o esquema isostático, e como consequência disto, não receberá esforços adicionais devidos aos recalques diferenciais dos apoios. As vigas Gerber podem também ser entendidas como uma sucessão de tramos simplesmente apoiados com balanços e de tramos suspensos. Vistas desta maneira, as pontes de vigas Gerber possibilitam alternativas construtivas bastante interessantes. e) Vigas Gerber Possibilidade construtiva de viga Gerber Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Vitório, 2002 A superestrutura é formada por duas lajes, uma superior e outra inferior, interligadas por vigas longitudinais e transversais, possuindo como vantagem, a grande rigidez à torção. d) Pontes com estrado celular ( viga caixão) Seção transversal de um estrado celular Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Landi, 2016 Os pórticos são formados pela ligação das vigas com os pilares ou com as paredes dos encontros, caracterizando a continuidade entre esses elementos em substituição às articulações, promovendo a transmissão dos momentos fletores da superestrutura para a infraestrutura. Neste tipo estrutural, parte da flexão da viga é transmitida para os pilares, possibilitando a redução dos momentos fletores na superestrutura à custa da flexão da infraestrutura. e) Ponte em pórtico Ponte sobre o Rio D’ouro - Portugal Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: GM, 2018 f) Ponte em arco O arco é um tipo estrutural que tem um comportamento interessante, pois apresenta a possibilidade de ter os esforços de flexão reduzidos em função da sua forma. No caso de arcos de concreto, essa possibilidade de redução da flexão resultando na predominância da compressão, é adequada ao material. Atualmente o emprego das pontes em arco é bem menor que no passado, principalmente devido ao avanço da tecnologia do concreto protendido, que ampliou os vãos franqueados às pontes em viga, e que até então eram exclusivos dos arcos. Em contrapartida ao bom comportamento estrutural do arco, tem-se o alto custo da construção das fôrmas e do cimbramento, o que tem justificado a redução do emprego deste sistema estrutural. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Leme&Ribas , 2017 f) Ponte em arco Vantagens ❑ Ultrapassagem de grandes vãos, sendo que o principal fator limitante para a construção de pontes em arco com vãos maiores é a resistência das fundações aos esforços horizontais. Quanto maior o vão, maiores serão os esforços que as fundações deverão absorver; ❑ Comprovada eficiência estrutural: o concreto é um componente importante que suporta de forma eficaz os esforços predominantesde compressão nas extremidades do arco; Desvantagens ❑ Elevado custo: tanto em relação à concepção do projeto estrutural, quanto para construção; ❑ O método construtivo adotado exige técnicas mais sofisticadas de execução e, consequentemente, mão-de-obra mais especializada. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Leme&Ribas , 2017 f) Ponte em arco - classificação a) Pontes em arco superior (tabuleiro inferior) As pontes em arco superior são mais empregadas em terrenos planos. Os arcos são projetados de forma isolada, porém, entre eles deve haver um sistema de contraventamento para evitar as inclinações laterais e garantir a estabilidade do conjunto. Os empuxos são transmitidos do tabuleiro para o arco através dos tirantes ou pendurais que trabalham significativamente às tensões de tração. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: UNEMAT , 2019 f) Ponte em arco - classificação Pontes em arco intermediário Neste sistema, os arcos são engastados em blocos de fundação de grande rigidez e os empuxos do tabuleiro são absorvidos pelos tirantes que trabalham à tração e pelos montantes que trabalham à compressão, geralmente situados próximos às regiões de acesso. Tanto neste sistema, como no sistema de arco inferior, ocorrem grandes esforços horizontais na base do arco, o que torna imprescindível a existência de um excelente terreno de fundação. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: WORDPRESS, 2017 f) Ponte em arco - classificação Pontes em arco inferior Em se tratando de materiais maciços, este é o sistema estrutural mais antigo do mundo, pois, constituiu, no passado, a única solução para vencer grandes vãos, principalmente em vales profundos e em regiões montanhosas. A princípio, eram utilizados os arcos de tímpano cheio em alvenaria de pedra. Modernamente, os tímpanos são vazados e os empuxos são absorvidos através dos montantes que trabalham à compressão. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: elektsolar, 2017 g) Ponte estaiadas Nas pontes estaiadas de concreto, normalmente, apenas o tabuleiro é de concreto. Este esquema estrutural, é normalmente empregado para vãos muito grandes e bastante utilizado no exterior, sendo a sua utilização no Brasil, até o presente momento, bastante reduzida. Os sistemas de estaiamento se diferem na disposição dos cabos ao longo do pilone (ou torre), podendo ser configurados sistemas em leque, semi leque e em harpa. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Vitório, 2017 g) Ponte estaiadas – sistema em leque O sistema em leque é caracterizado por concentrar os estais no topo do pilone e, deste ponto único, partir com esses elementos até atingir o ponto desejado de ligação com o tabuleiro. Este sistema apresenta algumas dificuldades para o detalhamento da região de concentração dos estais no pilone, uma vez que as ancoragens exigem um espaço físico mínimo para instalação dos estais. Muitas vezes, a quantidade de estais é grande e as dimensões da torre são reduzidas para comportar todas as ancoragens. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Vitório, 2017 g) Ponte estaiadas – sistema em semileque O sistema semileque consiste na distribuição dos estais ao longo do trecho superior do pilone. Pontes ❑ Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Vitório, 2017 g) Ponte estaiadas – sistema em harpa O sistema em harpa se notabiliza por apresentar uma distribuição dos estais ao longo de todo o comprimento da torre, fazendo com que os estais tenham a mesma inclinação e conferindo simetria ao sistema. O sistema semileque ou semi-harpa é o mais utilizado no Brasil e consiste na distribuição dos estais ao longo do trecho superior do pilone. O sistema apresenta algumas vantagens técnicas em relação ao outros dois. Em relação ao sistema em harpa, este sistema permite explorar maiores inclinações dos estais em relação ao tabuleiro, deixando estes elementos estruturalmente mais eficientes e, portanto, mais econômicos. Já em relação ao sistema de leque, a maior vantagem está na facilidade de acomodação das ancoragens e uma maior facilidade executiva para o pilone. Pontes Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Ecopontes, 2017 g) Ponte pênseis ou suspensas As pontes penseis são um sistema estrutural onde o tabuleiro contínuo é sustentado por vários cabos metálicos atirantados ligados a dois cabos maiores principais, denominados cabos portantes parabólicos, que, por sua vez, se interligam às torres de sustentação. A transferência das cargas mais importantes às torres e às ancoragens em forma de pendurais é feita simplesmente por tração. O vigamento metálico do tabuleiro pode ser uma treliça ou em caixão celular e deve possuir elevada rigidez à torção. Os cabos portantes parabólicos ancoram-se profundamente no encontro ou maciço de concreto e não possuem praticamente nenhuma rigidez à flexão, o que leva o conjunto a ter um comportamento de instabilidade aerodinâmica, principalmente perto de aeroportos. Pontes Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Ecopontes, 2017 g) Ponte pênseis ou suspensas Esquema de uma ponte pênsil: 1 – viga metálica; 2 – cabo portante; 3 – pendurais de suspensão no cabo portante; 4 – torres de apoio do cabo portante Pontes Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Ecopontes, 2017 g) Ponte pênseis ou suspensas Esquema de esforços atuantes na estrutura de uma ponte pênsil Pontes Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Ecopontes, 2017 g) Ponte pênseis ou suspensas - O desastre da ponte Tacoma Narrows ❑ O mais famoso exemplo de instabilidade aerodinâmica numa ponte suspensa, é o da ponte de Tacoma Narrows, em Washington, Estados Unidos, que veio a colapsar no dia 07/11/1940, alguns meses depois de ser inaugurada. ❑ As vibrações eram sempre transversais ao tabuleiro entre os pilares e provocados por ventos em torno de 7 Km/h. Surpreendentemente, após um vento de aproximadamente 70 Km/h, surgem constantes oscilações, onde um afrouxamento da ligação do cabo de suspensão norte ao tabuleiro faz a ponte entrar num modo de vibração torcional. ❑ A oscilação rapidamente atinge os 35° e os pilares atingem deflexões de cerca de 3,6 m no topo, cerca de 12 vezes os parâmetros de dimensionamento. Esquema da atuação do vento e da oscilação da ponte Tacoma. Os ventos que atingiam a ponte causavam uma oscilação na pista, devido à força vertical que era exercida sobre os cabos e pilastras de sustentação da ponte. Pontes Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Mauá, 2017 g) Ponte pênseis ou suspensas - O desastre da ponte Tacoma Narrows ❑ Essa situação não se alterou muito durante cerca de uma hora, até que às 11:00 h. se desprende um primeiro pedaço de pavimento e às 11H10 a ponte entra em colapso, caindo no rio. ❑ Técnicos afirmaram na época, que os grandes defeitos da ponte foram a sua enorme falta de rigidez transversal e torsional e da frente aerodinâmica do perfil. Pontes Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Mauá, 2017 g) Ponte pênseis ou suspensas - O desastre da ponte Tacoma Narrows ❑ Desta maneira, houve a tomada de consciência para o problema da aerodinâmica das grandes estruturas e a obrigatoriedade, desde então, em fazer ensaios em túnel de vento com modelos de pontes pênsil em fase de projeto. Pontes Classificação das pontes, segundo o sistema estrutural da superestrutura: Fonte: Four Square, 2016 g) Ponte pênseis ou suspensas - O desastre da ponte Tacoma Narrows ❑ 10 anos depois,a ponte foi reconstruída, sobre os mesmos apoios, estando em operação atualmente.
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