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Macroeconomia I - Unidade 1

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04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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MACROECONOMIA
CAPÍTULO 1 – AFINAL, O QUE É E PARA QUE SERVE
A MACROECONOMIA?
Jamilly Dias dos Santos
INICIAR 
Introdução
Caro aluno (a)! Seja bem-vindo (a) à disciplina de Macroeconomia, um dos assuntos mais interessantes,
desafiadores e úteis que você pode aprender. No âmbito pessoal, a macroeconomia pode ajudar a responder
questões como: eu devo mudar de emprego? Eu devo pedir um aumento salarial? Eu devo comprar uma casa
agora ou esperar o próximo ano?
Em relação ao mundo empresarial e profissional, a macroeconomia pode auxiliar na resposta de questões
como: quanto a empresa deve fabricar esse mês? Devo investir em novas fábricas e equipamentos para
expandir a produção? Devo ampliar a venda para o mercado exterior ou devo reduzir o ritmo de produção da
empresa?
A macroeconomia pode ajudar a responder essas perguntas porque nos auxilia a pensar as relações em que
vivemos e trabalhamos por outro ângulo. Ela ajuda a filtrar, classificar e analisar as centenas de informações
que recebemos diariamente da mídia: um aumento, redução ou permanência do nível da taxa de juros básica;
a variação do dólar; a elevação no nível de inflação. Do ponto de vista macroeconômico, todas essas
informações revelam padrões e tendências que precisam ser acompanhados para que se possa tomar
decisões mais proveitosas nos âmbitos pessoal, empresarial e profissional. 
No restante desse capítulo definiremos brevemente a macroeconomia e, em seguida, falaremos sobre o
modelo clássico, a determinação da oferta agregada clássica e, por fim, a determinação da demanda agregada
clássica.
Vamos estudar esses conteúdos a partir de agora. Acompanhe! 
1.1 Introdução à macroeconomia
A macroeconomia é o campo de estudo da economia responsável pela análise da determinação e do
comportamento dos grandes agregados macroeconômicos. Blanchard define da seguinte forma: 
04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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A macroeconomia estuda as variáveis econômicas agregadas, como a produção total de uma
economia (produto agregado) ou o preço médio de todos os bens (o nível de preço agregado)
(BLANCHARD, 2011, p.1). 
Podemos citar como exemplos de agregados econômicos a renda e o produto nacional; o investimento, a
poupança e o produto agregado; o nível geral de preços, de emprego e de desemprego; o estoque de moeda e
as taxas de juros; o balanço de pagamentos e a taxa de câmbio (LOPES; VASCONCELLOS, 2011).  
SO
nder o uso da macroeconomia no cotidiano suponha a seguinte situação hipotética: 
ra proprietário de uma pequena empresa de fabricação de roupas femininas. Todo mês de julho, tinha que decidir quantas peças do vestuário
para a próxima temporada de festas e, todo ano, ele simplesmente dobrava sua produção. Como ele nunca teve problemas para mudar o
Antônio decidiu fazer a mesma coisa novamente. Mesmo que isso significasse tirar um grande empréstimo, de curto prazo, para financiar a
 Infelizmente, os estudos universitários de administração e marketing de Antônio nunca incluíram um curso de macroeconomia. Então, ao
 decisão, ele perdeu alguns sinais de perigo bastante significativos. Por exemplo, ele leu no jornal que o Banco Central recentemente elevou a
esconto bancário e vendeu títulos no mercado aberto. Mas Antônio não viu isso como uma política monetária contracionista, que poderia
ear uma recessão. Em vez disso, ele apenas resmungou sobre a maior taxa de juros em seu empréstimo de negócios. Antônio também não viu
ações recessivas de várias matérias na internet relatando uma queda na confiança do consumidor e um ligeiro aumento na taxa de
go. Então Antônio foi surpreendido. Em outubro, ele não conseguiu pagar um enorme empréstimo que parecia não finalizar. Em junho, ele
do. Atualmente Antônio trabalha como consultor para um de seus antigos concorrentes durante o dia e estuda a macroeconomia, à noite, em
dade próxima.
Para a análise econômica, a macroeconomia investiga cinco mercados, quais sejam: mercado de bens e
serviços; mercado monetário; mercado de trabalho; mercado cambial e mercado de títulos. Para conhecê-los,
clique nas abas abaixo.  
No estudo do mercado de bens e serviços, as variáveis macroeconômicas determinadas são o
produto agregado e o nível geral de preços. O produto agregado é a soma de todos os bens e/ou
serviços finais produzidos pela economia durante determinado período de tempo. O preço do
produto agregado é o nível de preços, ele representa a média de todos os preços dos produtos
produzidos.
Além da agregação para a análise do mercado de bens e serviços, tem-se a agregação para o
mercado de trabalho. Nesse caso, ela é realizada para os tipos de trabalhos existentes na economia.
É pelo estudo do mercado de trabalho que se determina os seguintes agregados macroeconômicos:
nível geral de emprego e taxa de salário. 
Mercado de bens e serviços 
Mercado de trabalho 
04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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Para dar continuidade aos seus estudos, conheça, na sequência, sobre a evolução do pensamento
macroeconômico.
1.1.1 Evolução do pensamento macroeconômico 
John Maynard Keynes é considerado o fundador da macroeconomia moderna. Antes de Keynes, os
pensadores concentravam-se em questões mais relacionadas ao âmbito da teoria microeconômica. Keynes
chamava os economistas anteriores à sua geração de economistas clássicos. Esses, até o final dos anos de
O mercado monetário, por sua vez, investiga as relações existentes em uma economia de troca cujo
elemento comum é a moeda. Logo, as taxas de juros do mercado e a quantidade de moeda para
circulação na economia são determinadas no mercado monetário.  
Um país de economia aberta como o Brasil, por exemplo, realiza uma série de transações com o
resto do mundo, que envolve não apenas mercadorias, mas também serviços e transações
financeiras (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2009). Para essas transações se tornarem viáveis, os
preços e moedas dos diferentes países precisam ser comparados. A taxa de câmbio permite calcular
a relação de troca, isto é, o preço relativo entre diferentes moedas. É no mercado cambial que essas
variáveis macroeconômicas, como a oferta e demanda de moedas estrangeiras e a taxa de câmbio,
são determinadas. 
Por fim, é importante saber que em toda economia existe agentes superavitários e deficitários, de
modo que, conforme Dornbusch (2009), agentes que possuem superávit de renda são aqueles que
detêm nível de renda superior aos seus gastos. Já os agentes deficitários, por sua vez, são aqueles
que possuem gastos superiores ao seu nível de renda. Sendo assim, no mercado de títulos há o
encontro dos agentes superavitários e deficitários, onde os agentes superavitários seriam os
ofertantes, os que possuem capacidade de emprestar, para os agentes deficitário – os demandantes.
Nesse mercado, temos a oferta e a demanda de ativos, chamados de títulos, por isso, aqui é
determinado o preço desses títulos, que é dado pelo nível da taxa de juros. 
Existem diversos tipos de títulos: títulos do governo, ações, duplicatas, etc. Assim como existe a
agregação no mercado de bens e serviços e no mercado de trabalho, no mercado de títulos a
agregação é feita para os diversos tipos de títulos. Normalmente, para a análise do mercado de
títulos a agregação é feita para algum título do governo. Desta forma, o preço e a quantidade de
títulos são determinados no mercado de títulos.  
Mercado monetário
Mercado cambial
Mercado de títulos
04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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1920, advogavam a ideia da flexibilidade de preços e salários que garantiriam o plenoemprego. Os
economistas clássicos defendiam a existência da Lei de Say, segundo a qual toda oferta gera sua própria
demanda. 
Essas ideias pregadas pelos economistas clássicos eram conhecidas como a filosofia do liberalismo
econômico. O liberalismo econômico pregava um mercado livre da intervenção do Estado.
John Maynard Keynes (1883 – 1946) foi um economista britânico cujas ideias revolucionaram a macroeconomia. Seu livro “A Teoria geral
do emprego, do juro e da moeda”, publicado em 1936, é uma das obras clássicas do pensamento econômico. Keynes defendia uma
política econômica de estado intervencionista, através da qual os governos usariam medidas fiscais e monetaristas para mitigar os efeitos
dos ciclos econômicos (HUNT, 2013). 
Em 1929 eclode a grande depressão e, em seguida, o crack da Bolsa de Nova York, e colocou em cheque toda a
teoria de liberalismo econômico que prevalecia na época. Justamente nesse período, Keynes lança seu livro,
1936, intitulado “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”, fazendo uma revolução na macroeconomia
existente até então. Keynes defende a atuação de forma mais efetiva do Estado em soluções de problemas do
nível de renda e emprego em curto prazo. A partir de então, os desenvolvimentos teóricos da macroeconomia
tornou possível que situações de desequilíbrios como essas fossem prevenidas e forneceu instrumentos para
colocar a economia perto do pleno emprego. 
1.1.2 Escolas de pensamento
Após as ideias revolucionárias de Keynes, novos desenvolvimentos teóricos surgiram para aperfeiçoar a
análise macroeconômica. Em 1937, J. Hicks lança o artigo “Mr. Keynes and the classics: a suggested
interpretation” apresentando o aparato conhecido como Modelo IS/LM, e, a partir dele, se estrutura a chamada
Síntese Neoclássica Keynesiana, que permite analisar a economia tanto pela hipótese de pleno emprego,
como pela a de desemprego (MANKIW, 2014). 
O filme As Vinhas da Ira, de John Ford, conta a história de uma família pobre dos EUA que durante a grande depressão de 1929 é obrigada a
abandonar as terras que arrendava havia décadas, devido a chegada do progresso, no qual os donos da terra compraram tratores e
máquinas, adotando um novo regime de propriedade. Esse fator tornou obsoleto o trabalho manual de plantio da terra e expulsou a
família que seguiu rumo à Califórnia. 
O modelo IS/LM representa a interligação entre o lado real e o lado monetário da economia. A parte real é
representada pelo mercado de bens e serviços e o de fatores de produção, por exemplo, o mercado de
trabalho. Já o lado monetário representa a remuneração tanto dos bens e/ou serviços, como dos fatores de
produção. O lado real mais o lado monetário formam o fluxo circular da renda. Porém, há uma lacuna no
modelo IS/LM, ele negligencia o papel que as expectativas têm no comportamento dos agentes econômicos.
Nos anos de 1950 surge a Curva de Phillips, que introduz na análise macroeconômica os movimentos da oferta
VOCÊ O CONHECE?
VOCÊ QUER VER?
04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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agregada. A curva de Phillips apresenta o trade-off existente entre as taxas de inflação e de desemprego. Ela é
demonstrada a partir de uma curva de oferta com inclinação positiva, de modo que quanto maior o
desemprego, menor é a taxa de inflação; e quanto menor o desemprego, maior seria a taxa de inflação.
Na segunda metade dos anos de 1950, a Teoria Monetária ressurge, só que dessa vez liderada pelas ideias de
Milton Friedman. Friedman enfatiza a ideia das expectativas inflacionárias sobre a produção e o emprego, isto
é, ele introduz a noção da taxa de inflação esperada e retoma o papel da oferta agregada na macroeconomia
(HUNT, 2013).
Nos anos de 1970 surge o que passou a se chamar de Nova Economia Clássica, ou Novos Clássicos, com a ideia
das expectativas racionais. Esta teoria destaca a importância do comportamento dos agentes como indivíduos
racionais, que tomam decisões com base nas informações disponíveis sobre o atual cenário econômico e as
previsões futuras. Sob todo esse movimento, configuram-se quatro escolas principais do pensamento
macroeconômico, quais sejam: Keynesianos, Neoclássicos, Novos Clássicos e os pós-Keynesianos. Geralmente
tanto os neoclássicos como os novos clássicos são denominados de monetaristas.
A hipótese das expectativas racionais inseriu aspectos do comportamento dos indivíduos na análise macroeconômica. Para se aprofundar
no tema sugiro o trabalho seminal de Mário Henrique Simonsen no artigo “Teoria econômica e expectativas racionais” disponível no link:
<bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/download/261/6789
(http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/download/261/6789)>. Nesse trabalho Simonsen apresenta uma estrutura
analítica sobre introdução das expectativas racionais nas análises macroeconômicas. 
De acordo com Hunt (2013), a principal diferença entre os Keynesianos e os Neoclássicos residia justamente
na questão do emprego. Os Neoclássicos defendiam a ideia de que o mercado tende a gerar equilíbrio no nível
de pleno emprego. Já os Keynesianos advogavam a existência de falhas estruturais de mercado, que tornavam
as economias capitalistas incapazes de alcançar o pleno emprego. As falhas de mercado no qual os
Keynesianos se referiam era a rigidez de preços e salários, sobretudo no mercado de trabalho e da taxa de
juros.
Para conhecer mais sobre esse tema, clique nas abas abaixo.
Novos-keynesianos
Os Keynesianos acabaram incorporando em parte a hipótese das expectativas racionais, o que
deu origem a corrente denominada novos-keynesianos, surgida na década de 1980. A principal
contribuição dessa escola foi adicionar elementos na tradição keynesiana sobre o desemprego
voluntário. Para eles, o desemprego voluntário era explicado pela existência de contratos de
trabalho formulados de forma retrospectiva, isto é, quando havia queda na demanda
agregada, os salários se mantinham fixos tempo suficiente ao ponto de não permitir o retorno
ao nível inicial de emprego. Os novos keynesianos também procuraram justificar por que
existiam alguns preços e salários rígidos na economia, que aumentavam os efeitos das
flutuações da demanda agregada sobre a produção e o emprego.
Pós-keynesianos
VOCÊ QUER LER?
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/download/261/6789
04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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Em uma trajetória distinta nascem os pós-keynesianos. Eles afirmavam que a insuficiência da
flexibilidade dos salários monetários era o elemento capaz de conduzir a economia para o
pleno emprego. Esses pós-keynesianos surgem na década de 1970 e tinham seus trabalhos
baseados no resgate das ideias centrais de Keynes como a questão do desemprego
involuntário e a noção da Demanda Efetiva. Essa escola da macroeconomia tinha como
pressuposto a não neutralidade da moeda e a incerteza sobre o futuro. Também defendia a
necessidade da intervenção do governo na economia para buscar o pleno emprego da força de
trabalho.
Teoria dos Ciclos Reais
E, por fim, no começo dos anos de 1980, estrutura-se a chamada teoria real do ciclo
econômico, ou simplesmente, a Teoria dos Ciclos Reais. Essa abordagem defende que as
flutuações no nível de produção são justificadas pelas mudanças que afetam a produtividade,
sobretudo, choques tecnológicos, desastres climáticos, mudanças nos preços dos insumos e a
mudança nas preferências.
Além das escolas mencionadas, existe também os fundamentalistas. Estes introduzem uma concepção de
indivíduo no qual o comportamento é função das crenças e do hábito. Há, ainda, os institucionalistas que
buscam incorporar na análise macroeconômica a influência da estrutura das instituições do país. 
1.2 Modelo clássico
Antes de adentrarmos ao modelo clássico faz-se necessário contextualizá-lo na história econômica.A
expressão teoria econômica clássica, tal como é denominada por Keynes, intitula os princípios tradicionais ou
ortodoxos da teoria econômica, têm sido transmitidos e aceitos pelos economistas desde o início do século
19.  Esses fundamentos constituem um corpo de doutrina bem definido, que forma o núcleo do material
analítico apresentados nos tratados de ciência econômica até 1947. Esse conjunto de princípios foi tão
amplamente aceito no discurso de mais de um século, que recebeu o rótulo de clássico. 
1.2.1 Introdução à economia clássica
A teoria econômica clássica baseia-se na hipótese do pleno emprego do trabalho e dos fatores de produção. É
possível que aconteça queda do pleno emprego, porém essas quedas são tratadas como anomalias. A
situação considerada normal é o equilíbrio estável de pleno emprego. Se a anomalia persiste, a economia
clássica a atribui tal anomalia à interferência dos governos ou monopólios privados das forças do mercado.
A política social que assegura o pleno emprego é a do laissez-faire, ou seja, a ausência de intervenção estatal
no lado econômico, no mercado e nas empresas privadas. A teoria clássica tem como ponto central o pleno
emprego dos fatores de produção. Os fatores de produção podem ser representados, aqui, pelo trabalho e
pelo estoque de capital (máquinas e equipamentos). Dada uma disponibilidade de recursos, há o emprego de
determinada quantidade de fatores de produção, direcionando-se, assim, o nível de produto da economia e a
forma que os rendimentos provenientes deste produto serão distribuídos entre os diferentes fatores que
participaram da produção – salário e remuneração do capital, por exemplo. As forças do mercado que
direcionam os fatores na produção e determinam o pagamento na distribuição são a oferta e a demanda. As
relações entre produto disponível e a procura determinam os valores relativos dos recursos e das
mercadorias.
04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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A teoria econômica clássica justifica a aceitação do emprego total dos recursos como a condição de uma
economia de troca, diante da suposição de que a oferta cria sua própria procura. Essa suposição ou princípio
se chama lei do mercado de Say. A oferta cria sua própria procura isso quer dizer que todo produtor que traz
mercadoria ao mercado vai trazê-las para trocá-las por outros bens. Say supõe que a única razão, pela qual as
pessoas trabalham e produzem, é para desfrutar a satisfação de consumir. Sendo assim, numa economia de
troca tudo que se produz representa a procura de outro produto. Oferta adicional é procura adicional.
Jean Baptiste Say (1767 - 1832) foi um economista e industrial francês que formulou em 1803 a Lei de Say. Ele também elaborou a teoria
dos três fatores de produção (terra, mão de obra e capital). Criou também uma teoria das funções do empresário, introduzindo esse tema
na economia política. Jean B. Say foi professor do College de France. Suas obras principais foram: Tratado de Economia Política (1803) e
Curso Completo de Economia Política (1828) (SANDRONI, 2005). 
A produção mal dirigida pode originar uma superoferta temporária de algumas mercadorias isoladas, mas
desde que a oferta cria sua própria procura não pode existir superprodução geral. Em síntese, a Lei de Say
constitui uma negação à possibilidade de superprodução geral, isto é, uma negação da possibilidade de
deficiência de procura global.
A ideia é que a utilização de mais meios de produção será sempre benéfica, até o ponto do pleno emprego,
desde que os meios de produção utilizados – por exemplo, a força de trabalho – sejam remunerados com base
no preço de mercado, ou seja, os pagamentos não podem ser maiores do que a produtividade do fator de
produção. Sob essa ótica, não pode existir desemprego involuntário se os trabalhadores aceitarem o que
merecem.
Para entender as ideias que pautam as decisões econômicas atuais sugiro a leitura da publicação “O Livro da economia” de vários autores
e traduzido para português por Carlos S. Mendes Rosa. O livro apresenta as bases do pensamento das diversas teorias da economia em
todo o mundo. Ele é escrito por um grupo de economistas, jornalistas e analistas financeiros. 
O grande defeito da teoria da economia clássica, segundo Keynes, é sua irrelevância para explicar as
condições do mundo capitalista contemporâneo. Nas economias capitalistas, em que o desemprego
generalizado, os ciclos econômicos, a inflação e outras formas de instabilidade constituem os principais
problemas da política estatal, busca-se uma teoria que resolva esses problemas de maneira a proporcionar
uma orientação voltada para sua solução ou melhoria (KEYNES, 1982). Por isso, tal linha de pensamento foi
colocada em cheque na Crise de 1930 – momento em que ganham força as ideias de cunho keynesiano.
1.2.2 Postulados da teoria clássica
Os postulados da teoria clássica foram citados de forma contextualizada no ponto introdutório deste capítulo.
Agora vamos demonstrá-los de forma mais direta, clique nas abas para conferir.  
VOCÊ O CONHECE?
VOCÊ QUER LER?
04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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Para entender como esses postulados se inserem na teoria clássica veremos a determinação da oferta
agregada e, em seguida, da demanda agregada. É importante dizer que o modelo de Oferta e Demanda
Agregada é o resultado da contribuição de diversos autores ao longo da história da macroeconomia (HUNT,
2013). 
O modelo clássico considera que o mercado equilibra a economia do pleno emprego no ponto em
que a oferta e a procura de mão de obra são iguais. Isso quer dizer que há completa flexibilidade de
preços e salários (PAIVA, 2008). 
o nível de produto não é determinado pela demanda agregada. É valida a Lei de Say: toda oferta cria
sua demanda (PAIVA, 2008). De acordo com a hipótese da neutralidade da moeda, a política
monetária não atinge as variáveis reais e os preços relativos. O mercado que determina
automaticamente o nível de atividade e de emprego. A política monetária afeta apenas o nível geral
de preços (PAIVA, 2008).  
1.3 Determinação da oferta agregada clássica
Lopes (2011) define oferta agregada como sendo todos os produtos que empresas e famílias oferecem, em um
determinado período de tempo, a um certo padrão de preços. Sendo assim, podemos dizer que uma grande
quantidade de empresas realiza a oferta agregada através da produção de milhares de mercadorias na
economia. 
A grande quantidade de empresas é considerada como tomadoras de preços, ou seja, elas, individualmente,
não têm condições de influenciar a indicação dos preços dos produtos, desde que os meios de produção
empregados – por exemplo, a força de trabalho – sejam remunerados com base no preço de mercado, ou seja,
remunerações não podem ser maiores do que a produtividade do fator de produção.  
A determinação da oferta agregada requer entender como se estabelece o nível de produção de cada empresa
individualmente e, em seguida, associar esse nível de produção e obter o nível de produção para a economia
em geral (LOPES, 2011). Para gerar o produto, as empresas combinam fatores de produção, dentre eles
destaca-se o capital (máquinas, equipamentos, edifícios etc.) e o trabalho conforme a tecnologia
disponibilizada. A quantidade produzida e a utilização dos fatores de produção, dada à tecnologia, são
definidas na função de produção da seguinte forma: Y= F (K,L,A)
Em que: 
Y = produto
K = quantidade de capital utilizada
L = quantidade de trabalho utilizada (horas-trabalho)
Flexibilidade de preços e salários
Lei de Say 
04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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A = nível tecnológico 
Portanto, podemos afirmar que a função de produção demonstra a quantidade máxima de produtospossível
de se obter, com determinada combinação de capital e trabalho, levando em consideração o nível tecnológico
disponível. Além disso, considera-se que todas as variáveis são definidas para um dado período de tempo e
que não há desperdícios. Não existem gastos desnecessários no sentido de que as empresas operam de forma
eficiente.  
VOCÊ SABIA?
Na teoria da produção, com fundamentos microeconômicos, o curto prazo é o período de tempo no qual o estoque de todos os
fatores de produção, exceto um, estão determinados, assim como o nível de tecnologia disponível. 
Quando se leva em consideração o nível tecnológico, como sendo o mesmo para todas as empresas presentes
em determinada economia, a função de produção representa toda a economia de um modo geral. Sendo
assim, para determinar o nível de produto, torna-se suficiente somar a quantidade que cada empresa utilizou
de capital e trabalho. Clique nas setas e conheça mais sobre o assunto.  
Diante disso, destacam-se as hipóteses assumidas no modelo clássico em
relação a função de produção. Blanchard (2010) reforça que o produto final
de cada empresa varia conforme a quantidade utilizada de cada fator de
produção, isto é, a produção final da empresa pode aumentar ou diminuir a
quantidade de capital ou trabalho utilizado. Além disso, a produção final
também pode variar em função do nível tecnológico, de forma que
melhorias nesse setor aumentam o nível de produção.   
  Para determinado nível tecnológico, a função de produção apresenta
retornos constantes de escala: nY=F(nK,nL). Isto é, se pretendemos duplicar a
produção, é necessário dobrar a quantidade dos fatores de produção, dado
o nível tecnológico disponível. Observe que ao mantermos fixo um dos
fatores de produção, teremos retornos marginais decrescentes da função de

04/04/2022 14:26 Macroeconomia
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VOCÊ SABIA?
A produtividade marginal de um fator de produção é dada pelo aumento na produção devido ao aumento de uma unidade desse
fator, mantendo os demais fatores de produção fixos, ou seja, é a variação do produto dada variação de uma unidade na quantidade
de fator de produção em determinado período de tempo. Representa a contribuição adicional de cada fator (BLANCHARD, 2010). 
Para entender melhor, dado que temos basicamente dois fatores na função de produção, vamos considerar
apenas um deles como fator variável. Nesse caso, o fator trabalho. Sendo assim, observe na Figura 1 que o
nível de produção vai depender da quantidade utilizada do fator trabalho, visto que o estoque de capital e o
nível tecnológico são fixos no curto prazo: Y=F (L)
Graficamente pode-se ilustrar a função de produção com o fator trabalho variável da seguinte forma:
A partir da figura é possível perceber que a produção e a oferta agregada dependem da quantidade
empregada do fator de produção variável que, nesse caso, é o fator trabalho. O nível de emprego nesse item é
determinado no mercado de trabalho, onde a procura por esse fator é realizada pelas empresas e a oferta é
determinada pelos indivíduos que possuem esse fator, ou seja, as famílias e os trabalhadores. 
1.3.1 Mercado de trabalho na Economia Clássica
produção, em relação ao fator que permaneceu variável. Assim é possível
dizer que o aumento marginal, em apenas um dos fatores de produção,
resulta em aumentos cada vez menores na produção.  
Figura 1 - O gráfico representa a função de produção. No qual o eixo X corresponde à quantidade de trabalho e o eixo Y corresponde à
produção. A curva é o rendimento da função de produção quando o fator trabalho é variável. Fonte: Elaborada pela autora 2018.
 
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Para entender como funcionava o mercado de trabalho na Economia Clássica, vamos determinar a demanda
por mão de obra e a oferta de mão de obra no mercado de trabalho sob a ótica dos clássicos.
No intuito de determinar a demanda por trabalho vamos supor que as empresas contratam trabalhadores
(mão de obra) buscando a maximização dos lucros. Dessa forma, é possível determinar a demanda por
trabalho a partir do comportamento maximizador das empresas. Clique nas abas e conheça outros aspectos
relacionados ao tema. 
A determinação do lucro das empresas é dada pela diferença entre receitas e custos. As receitas são
definidas a partir da venda da produção, aqui chamaremos de receita total. Já os custos
representam os gastos envolvidos na geração do produto, ou seja, os custos dos fatores de
produção. No caso, considerando a tecnologia como dada, teremos o custo do fator trabalho, que é
representado pelo salário, e o custo do capital, que se trata da remuneração do mesmo.
Chamaremos, aqui, de custo total. Pode-se definir da seguinte forma:
Lucro = Receita-Custo 
Lucro = PY - (wL + zK)
Em que:
P = preço do produto Y
w = salário nominal por unidade de trabalho L
z = custo por unidade de capital K
Vimos que, no curto prazo apenas um dos fatores de produção é variável. Considerando a função de
produção Y = F (L), nesse caso, fator trabalho é variável. Sendo assim, podemos escrever a função de
lucro das empresas da seguinte forma: Lucro = PF (L) - (wL + zK). 
Para determinar a função de demanda da empresa por trabalhadores, vamos considerar que
estamos sob a estrutura de mercado em concorrência perfeita, hipótese essa adotada pelo modelo
clássico. Em concorrência perfeita as empresas não têm o poder de decidir sobre o preço (P) que
vendem seus produtos, nem sobre o salário (w) que pagarão ao trabalhador, ambas as variáveis são
dadas (BLANCHARD, 2010). Sendo assim, a decisão da empresa fica pautada apenas na quantidade
de mão de obra (L) a ser contratada e quanto é necessário produzir para obter o lucro máximo.
Portanto, a empresa precisa maximizar sua função lucro considerando apenas a quantidade de fator
de produção trabalho (L) que pretende empregar. 
Lucro
Função de demanda
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Sabe-se que a produtividade marginal do trabalho é decrescente. Desse modo, para que a empresa possa
contratar mais mão de obra é necessário que o salário real diminua, para acompanhar a redução da
produtividade marginal [F^' (L)]. Graficamente, é possível observar essa relação inversa entre demanda por
trabalho e salário real da seguinte forma como nos mostra a Figura. 
A maximização é obtida a partir da derivada parcial em relação a L, onde se obtém que:
δ Lucro/δL = 0 
PF^' (L) - w = 0         ou         F^' (L) =  w/P 
Em que  F^' (L) representa a primeira derivada de F (L), isto é, a produtividade marginal do
trabalho. E w/P representa o salário real oferecido ao trabalhador.
Assim, é possível afirmar que para a empresa obter seu lucro máximo, ela terá que contratar
trabalhadores até o momento em que a produtividade marginal do fator trabalho seja igual ao
salário real. Sendo assim, pode-se dizer que a produtividade marginal do trabalho corresponde à
demanda das empresas por trabalhadores.  
Figura 2 - O gráfico representa a demanda por trabalho no modelo clássico. No qual o eixo x corresponde à quantidade de trabalho e, o eixo
y, se refere ao salário real. Fonte: Elaborada pela autora 2018.
Maximização
Lucro máximo
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Visto a determinação da demanda por trabalho, vejamos como se dá a oferta de trabalho no modelo clássico.
É sabido que a oferta de mão de obra no mercado é feita pelas famílias, através da quantidade de horas que se
destina ao trabalho. A questão a saber é como a oferta de horas de trabalho feitas pelos indivíduos é
influenciada pelo salário real (W/P). É importantedizer que a decisão de quantas horas o indivíduo escolhe
destinar ao trabalho não é afetada pelo salário nominal (W), mas sim pelo salário real, isto é, pelo poder de
compra recebido pelo trabalhador (BLANCHARD, 2010).
A definição do indivíduo em relação ao número de horas destinado ao trabalho é uma decisão entre trabalho e
lazer. O trabalho gera renda para poder consumir e obter satisfação no consumo de mercadorias. O lazer gera
satisfação (utilidade) de forma que a decisão de quanto trabalhar é consequência da maximização da
satisfação, isto é, da maximização de uma função utilidade que é composta pela renda e pelo lazer.
Dentro do pensamento clássico supõe-se que os indivíduos podem distribuir livremente seu tempo entre lazer
e trabalho, ou seja, os indivíduos podem escolher quantas horas por dia irão trabalhar.  A partir dessa
suposição a curva de oferta de trabalho reflete a Desutilidade Marginal do Trabalho, isto é, mostra quanto
precisa ser o salário real para que o indivíduo escolha dedicar mais horas ao trabalho e não ao lazer (HUNT,
2013).
A essa altura é importante dizer que a suposição em que os indivíduos são livres para escolher entre horas
dedicadas ao trabalho e as horas dedicadas à diversão, é pouco realista. O que normalmente acontece é que o
indivíduo escolhe entre aceitar a jornada de trabalho oferecida ou não aceitar a vaga de emprego. Dito isso, a
oferta de trabalho por parte dos indivíduos é dada por: Lo=Lo(w/P) . Sendo assim, a oferta de trabalho é
determinada pelo salário real, ou seja, pelo poder de compra recebido pelo trabalhador. Graficamente a oferta
de trabalho é positivamente inclinada (BLANCHARD, 2010). A Figura 4 ilustra bem essa situação.
Figura 3 - O indivíduo, no modelo clássico, é livre para decidir quantas horas vai direcionar ao trabalho e quantas acha conveniente
direcionar para atividades de lazer. Fonte: Elaborada pela autora 2018.
Figura 4 - A oferta de trabalho é dada por uma reta que possui inclinação positiva, de modo que quanto maior o salário real, maior é o
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Variações no salário real resultam em dois efeitos sobre a decisão dos indivíduos, quais sejam: efeito renda e
efeito substituição. No efeito substituição, quando há aumento salarial real, o lazer fica relativamente mais
caro, sendo assim diminui a procura pelo lazer e aumenta a oferta de trabalho. No efeito renda, quando há
aumento salarial os indivíduos passam a ter mais renda e, com isso, demandarão mais lazer e mercadorias,
repercutindo na redução da oferta de trabalho (MANKIW, 2014). 
1.3.2 Perfeita flexibilidade de preços e salários 
Lopes (2011) observa que para obter o equilíbrio do mercado de trabalho, de acordo com a economia clássica,
é necessário supor perfeita flexibilidade de preços e salários. Sendo assim, como a estrutura de mercado na
economia clássica é do tipo concorrência perfeita, se acontecer excesso de oferta de mão de obra no mercado,
o salário real tenderá a cair. De modo contrário, se acontecer excesso de procura por trabalhadores por parte
das empresas, o salário real tenderá a aumentar, até mesmo como forma de atrair mais mão de obra. Lembre-
se que em uma estrutura de mercado do tipo concorrência perfeita existe um grande número de
trabalhadores e um grande número de empresas. 
Clique nos itens abaixo e conheça mais sobre o tema. 
A flexibilidade do salário real garante que, no modelo clássico, o mercado alcance um nível de
salário real, no qual, a oferta de mão de obra seja igual à demanda. Pode-se dizer que no nível
de salário real de equilíbrio, em que a oferta é igual à demanda de trabalho, todos os
indivíduos que quiserem trabalhar terão emprego e, as empresas, ofertarão vagas suficientes
para atender a necessidade (PAIVA, 2008).
Quando o salário real estiver acima do nível de equilíbrio existirá um excesso de oferta de
trabalho, pois a mão de obra será maior que a demanda das empresas e, com isso, ter-se-ia
uma situação de desemprego. Nesse caso, com o excesso de oferta de trabalho, existirá uma
concorrência entre os ofertantes de mão de obra, na busca por emprego, pressionando os
salários para baixo e, consequentemente, reduzindo a oferta e ampliando a demanda de
trabalho até que as duas quantidades se igualem ao nível de salário real de equilíbrio (PAIVA,
2008).
Se o salário real estiver abaixo do nível de equilíbrio, haverá excesso de demanda por mão de
obra, levando a uma concorrência entre as empresas na busca por trabalhadores disponíveis,
e, em consequência, o salário real irá aumentar. A elevação do salário real atrairá mais
candidatos ao mercado, suprindo a demanda por mão de obra, até o ponto em que as duas
quantidades, oferta e demanda de mão de obra, se tornam iguais no ponto em que o salário
real corresponda ao de equilíbrio. Pode-se afirmar então que se o salário for flexível, não
haverá empecilhos para termos o equilíbrio de pleno emprego sob a ótica dos clássicos, não
persistindo nenhuma situação de desemprego involuntário ou superemprego. De acordo com
o modelo clássico, portanto, é aceitável apenas a existência de desemprego voluntário.
Para dar sequência aos seus estudos sobre a Macroeconomia, o próximo tópico abordará um assunto
importante: a determinação da demanda agregada clássica.
número de horas dedicadas ao trabalho. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
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1.4 Determinação da demanda agregada clássica
A demanda agregada na Teoria Clássica é determinada pela relação entre a quantidade demandada de bens e
serviços e o nível geral de preços. Essa demanda agregada é derivada da equação da teoria quantitativa da
moeda (tqm), a saber: MV = PY
Em que: 
M = quantidade de moeda
V = velocidade-renda da moeda
P = nível geral dos preços
Y = renda ou produto real
Ao analisar a equação acima é possível observar que a oferta de moeda no mercado é igual à demanda de
moeda, bem como a demanda de moeda é proporcional à quantidade de produto real, disponível na
economia. Além disso, no modelo de economia clássica a velocidade de circulação da moeda (V), no curto
prazo, é considerada constante dada a oferta de moeda (M) disponível, de modo que existirá uma relação
inversa entre o nível de preços (P) e o produto real (Y). Ou seja, para determinada quantidade de moeda
ofertada (m), quanto maior for o nível de preços (p), menor será o estoque real de moeda (m/p) para satisfazer
o consumo de bens e serviços (y) por motivo transação, ou seja, menor será a demanda. 
Como dito, um aumento na oferta de moeda tem como consequência um aumento do consumo, isto é, com
mais quantidade de moeda disponível, o indivíduo tende a consumir mais. Porém, a quantidade de produto
disponível é fixa no curto prazo e é dada pelo lado da oferta. Isso fará com que o aumento no consumo
(demanda) apenas gere efeito sobre o nível de preços. O mesmo se eleva para se obter o equilíbrio entre a
oferta e a demanda por produtos. Nessa situação, pode-se dizer que a oferta de moeda e o nível de preços têm
relação direta e proporcional.
Como o produto real da economia, no modelo clássico, é dado pela oferta, a variável determinada pela
demanda agregada, no modelo clássico, é apenas o nível de preços. Como explicitado na Figura 5, a curva da
demanda é determinada pela oferta de moeda. Sendo assim, políticas expansionistas, tal como uma política
monetária de ampliação da oferta de moeda na economia, ampliam a demanda e a única variável afetada pela
moeda será o preço (LOPES, 2011).
Figura 5 - O gráfico da demanda agregada no modelo clássico: quanto maior o nível de preços, menor é o estoque de moeda. Fonte:
Elaborada pela autora, 2018.
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Podemos dizer que, ao se definir a quantidade de moeda disponível no mercado e a quantidade de produto
ofertado pelo conjunto de empresas, isto é, o produto agregado, a demanda agregada da economia tem
apenas o poder de determinar o nível de preços do produto. Dessa forma, variações na demanda agregada,
causadas pela oferta de moeda, alteram apenas o nível de preços da economia, não interferindo sobre o nível
do produto real.
1.4.1 Neutralidade da moeda
O princípio da neutralidade da moeda é uma proposição segundo a qual as alterações na oferta de moeda não
interferem no nível de produto ou de emprego, mas afetam apenas as variáveis. Essa é a chamada dicotomia
clássica, entre o lado real e nominal da economia, na qual essa separação concede um papel passivo para a
demanda agregada.
Essa dicotomia presente na economia clássica nos diz que, ao separar o lado real do lado monetário da
economia, as variáveis reais não sofrem interferência da quantidade de moeda disponível no mercado. Esse
volume de moeda apenas indica as variáveis nominais. As variáveis reais são o produto, nível de emprego,
salário real, preços relativos etc. As variáveis nominais são os preços e o salário nominal.
As variáveis reais só teriam alguma influência da política monetária se existissem imperfeições no mercado. O
modelo clássico não considera distorções de mercado. Um exemplo de imperfeição é a existência de salários
nominais rígidos. Para entender como isso acontece, suponha que os sindicatos tenham o poder de negociar
contratos de trabalho, no qual os salários nominais são fixos, levando em consideração o estoque de moedas
e o nível de preços disponíveis na economia, caso os fatores resultem um salário real acima do equilíbrio, isso
resultará em desemprego no mercado de trabalho. 
O governo pode resolver essa situação através da política monetária, expandindo a oferta de moeda, que
causará elevação dos preços e consequente redução do poder de compra do trabalhador, isto é, corrosão do
salário real (PAIVA, 2008). Nesse caso, o refreamento do salário real levaria a economia novamente ao
equilíbrio. Sendo assim, a política monetária tem efeito real quando se supõe salários nominais rígidos. No
entanto, o modelo clássico considera completa flexibilidade de preços e salários.
Figura 6 - O salário nominal é medido pelo valor expresso em moeda. O salário real é o salário medido em termos de poder de compra.
Fonte: Shutterstock, 2018.
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1.4.2 Efeito de Políticas de estímulo de demanda
O incentivo à poupança do modelo clássico se dá através da elevação das taxas de juros. Ao considerar a
decisão de distribuir a renda entre poupança e consumo, o indivíduo esta decidindo entre consumir hoje ou
consumir no futuro, ou seja, trata-se de uma decisão de consumo intertemporal. A poupança, nesse caso,
reflete o sacrifício do gasto presente para consumir no futuro. Isso exige um prêmio pela espera, de modo que
o indivíduo só poupará se puder consumir mais no futuro do que hoje (KEYNES, 1982). 
Assista ao vídeo abaixo e aprenda mais sobre o tema.  
Sendo assim, a poupança responde ao tamanho do prêmio de espera que é a taxa de juros. Se a taxa de juros é
alta, o indivíduo vai preferir armazenar sua quantidade de moeda na poupança, pois assim ele terá maiores
retornos dado pela possibilidade de consumir mais futuro. Caso contrário, se a taxa de juros for baixa, o
indivíduo não terá estímulos para armazenar sua quantidade de moeda na poupança, logo, ele aumentará seu
consumo presente. Formalmente, podemos definir a poupança agregada da seguinte forma:
S = S (j)
Figura 7 - Na economia clássica os indivíduos podem direcionar sua renda de duas formas: para o consumo corrente ou para o consumo
futuro. O consumo futuro implica poupança. Fonte: Shutterstock, 2018.
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C = C (j) 
Em que: 
S = é a poupança agregada 
C = é o consumo agregado 
J = taxa real de juros 
Pode-se dizer que a poupança agregada possui relação direta como a variação das taxas de juros da
economia. Se a taxa de juros for alta, os agentes econômicos tenderão a direcionar suas quantidades de
moeda para a poupança, visto que o prêmio para poupar é atrativo. Com relação ao consumo do conjunto de
indivíduos, isto é, o consumo agregado, este possui relação inversa à variação das taxas de juros. Quanto
menor o prêmio à poupança, maior o estímulo ao consumo presente. 
Síntese
Chegamos ao final do capítulo e aprofundamos nosso conhecimento sobre macroeconomia, assunto
relevante que auxilia na tomada de decisões de âmbito pessoal, empresarial e profissional. Como visto, a
macroeconomia passou por uma evolução de ideias ao longo do tempo, fazendo com que se configurasse em
várias escolas de pensamento.  
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
compreender como a macroeconomia se insere no cotidiano das pessoas e empresas ao ajudar
responder perguntas que nos permitem pensar de forma diferente as relações em que vivemos e
trabalhamos; 
entender a definição da macroeconomia, ver que ela trata da determinação dos grandes agregados
econômicos como poupança, produto, nível de preço, entre outros; 
conhecer a evolução do pensamento macroeconômico e com isso entender como o desenvolvimento
das ideias macroeconômicas ao longo do tempo nos ajuda a compreender as relações econômicas
atuais. 
conhecer a primeira escola do pensamento macroeconômico, a escola da economia clássica que
introduziu os princípios ortodoxos da teoria econômica. 
compreender os postulados da Teoria Clássica que apregoa o pleno emprego, a Lei de Say e a
flexibilidade de preços e salários, em uma economia de estrutura de mercado em concorrência perfeita; 
compreender como se determina a oferta agregada clássica a partir do nível de produção da economia; 
conhecer funcionamento do mercado de trabalho na economia clássica ao determinar a oferta de mão
de obra por parte dos trabalhadores e a demanda por mão de obra por parte das empresas; 
compreender como é determinada a demanda agregada clássica a partir da demanda de bens e serviços
e do nível geral de preço; 
verificar o efeito de políticas de estímulo de demanda através da variação da taxa de juros.
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Bibliografia
AS VINHAS da ira. The Grapes of Wrath. Direção de John Ford. EUA: Fox Filmes do Brasil, 1940, 1 DVD.  129min,
son., p&b. 
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 2011.
DORNBUSCH, R.; FISCHER, S; STARTZ, R. Macroeconomia. São Paulo: McGraw-Hill, 2009.
HUNT, E. K.; SHERMAN, H. J. História do pensamento econômico. Petrópolis: Vozes, 2013
KEYNES, J. Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Atlas, 1982.
LOPES, L. M; VASCONCELLOS, M. S de. Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2011. 
MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
PAIVA, C. A. N; CUNHA, A.M. Noções de economia. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2008.
ROSA, Carlos S. Mendes. O livro da economia: as grandes ideias de todos os tempos. Rio de Janeiro: Globo
Livros, 2013.
SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005.
SIMONSEN, Mario Henrique. Teoria econômica e expectativas racionais.  Revista Brasileira de Economia, v.
34, n. 4, p. 455-496, 1980. Disponível em:
<bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/download/261/6789
(http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/download/261/6789)>. Acesso em: 13/12/2018.
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/download/261/6789

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