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Aula 2 - Estrutura Conceitual, Elaboração e Apresentação das DCs

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/
Contabilidade Internacional
Aula 2: Estrutura conceitual, elaboração e apresentação das
demonstrações contábeis
Apresentação
Nesta aula, você compreenderá que as informações produzidas devem conter as características fundamentais e
qualitativas de melhoria previstas pela estrutura conceitual para atender ao objetivo das demonstrações contábeis
As características qualitativas fundamentais da informação garantem sua con�abilidade contábil e as características
qualitativas de melhorias, que, como a própria expressão traduz, melhoram a qualidade da informação, permitindo a
comparabilidade e a veri�cabilidade contábil tempestiva para a tomada de decisão do usuário.
Objetivos
Descrever o propósito das demonstrações contábeis;
Reconhecer os elementos patrimoniais;
Identi�car o conjunto completo das demonstrações contábeis disponíveis para divulgação.
Bases de preparação
A contabilidade é a linguagem dos negócios. A partir das informações contábeis produzidas sob a forma de demonstrações ou
peças contábeis, é possível que o usuário tome certas decisões em relação à empresa que está investigando para investir
recursos ou emprestar recursos para a empresa.
/
Para que a empresa forneça informações úteis para a
tomada de decisão do usuário, elas devem ser con�áveis,
representando a realidade econômica e �nanceira dos fatos.
Para tanto, é necessário estudar as características
fundamentais de melhoria da informação contábil trazidas
pela estrutura conceitual editada pelo CPC 00.
Quando abordamos a apresentação das peças contábeis,
precisamos levar em consideração alguns aspectos
relevantes que a estrutura conceitual menciona e como
regra deve ser observada para melhorar a con�abilidade e a
qualidade das informações produzidas nos relatórios
contábeis.
Fonte: Por lovelyday12 / Shutterstock.
Para compreender e assimilar melhor o conteúdo, é preciso saber que o
objetivo geral das demonstrações contábeis é fornecer informações
quantitativas e qualitativas sobre a posição patrimonial, desempenho
operacional e os �uxos de caixa da entidade, que sejam úteis para a tomada
de decisão dos usuários em geral (CPC 00 - Introdução).
Para que a informação contábil seja útil, ela precisa possuir necessariamente as características qualitativas da informação,
como demonstrado a seguir.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Características qualitativas – CPC OO
Fundamentais
Relevância
Representação �dedigna
• Ser neutra
• Ser completa
• Ser livre de erros
Melhoria
Comparabilidade
Veri�cabilidade
Tespestividade
Compreensibilidade
/
As características qualitativas fundamentais da informação são:
Clique nos botões para ver as informações.
Então, vamos aos conceitos e de�nições para compreender quando uma informação é relevante.
Uma informação é relevante se ela for útil na decisão do usuário, ou seja, se ela for capaz de in�uenciar
signi�cativamente a decisão do usuário.
A relevância está intrinsicamente relacionada à materialidade da informação contábil. Uma informação é material se a
sua omissão ou distorção puder afetar as decisões econômica e �nanceira do usuário com base nas demonstrações
contábeis publicadas.
A natureza e a materialidade da informação podem afetar a relevância da informação.
As informações divulgadas são relevantes e materiais se, a partir do julgamento do usuário, puder con�rmar ou prever a
posição patrimonial e os desempenhos passados e futuros da entidade.
Relevância 
As características qualitativas da representação �dedigna da informação possuem a propriedade de representar
�elmente a realidade econômica do fato predisposto a representar ou retratar.
Observe que a representação �dedigna pressupõe que as transações e fatos registrados na escrituração contábil
devem re�etir integralmente e �elmente as operações ocorridas no período dentro da entidade.
Esse princípio contábil visa impedir que as informações reconhecidas e mensuradas em conformidade com as normas
repassem uma falsa imagem ou distorcida aos seus usuários, o que poderá comprometer a decisão do destinatário em
relação às estruturas patrimonial e �nanceira, aos �uxos de caixa, à continuidade e ao desempenho da empresa.
Observe que os controles e a adequação dos processos contábeis são imprescindíveis desde a recepção dos
documentos, escrituração até a divulgação dos relatórios contábeis.
A representação �dedigna atua com a colaboração extremamente pertinente à informação que pretende ser �el ao fato
ocorrido, pois precisa possuir três atributos indispensáveis: ser livre, ser neutra e ser livre de erro.
A informação não pode conter viés que venha distorcer e in�uenciar a decisão do usuário. Ela precisa ser completa,
neutra e livre de erro, ou seja, quando for registrada e divulgada precisa estar integralmente e plenamente �nalizada para
ser publicada.
Como pretender ser um retrato �el da realidade econômica, se não puder eliminar por completo as falhas, que sejam ao
menos minimizadas quaisquer imperfeições na informação.
Lembrando sempre que a neutralidade é obrigatória quando as informações se dirigem aos gestores, que assinam e
possuem responsabilidade técnica sobre as informações produzidas.
Representação �dedigna 
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Agora, analisaremos como as informações contábeis divulgadas podem ser melhoradas quando possuem as características
qualitativas de melhoria da informação. São elas:
/
Clique nos botões para ver as informações.
A informação é tempestiva se ela chegar a tempo do usuário poder usufruir da informação em tem hábil para a tomada
de decisão, pois uma informação fora de prazo, tardia, já não terá mais utilidade para o seu destinatário.
Tempestividade 
Essa propriedade proporciona uma análise qualitativa e quantitativa da evolução patrimonial e do desempenho da
entidade em relação ao seu objeto de existência, ou seja, a geração de lucro e o respectivo retorno ao investidor/acionista
a partir da sua atividade �m.
É possível comparar as informações de um período para outro, assim como é possível confrontar as informações da
empresa analisada com as outras empresas que atuam no mesmo segmento.
Comparabilidade 
As duas características têm o propósito de tornar a informação clara e objetiva para que os seus usuários, a partir de sua
compreensão, consigam chegar ao mesmo consenso sobre a evolução patrimonial e o desempenho da entidade.
Veri�que que esses princípios norteadores da contabilidade, desde que respeitados e obedecidos, proporcionam uma
informação útil mais con�ável e transparente aos seus usuários.
Veri�cabilidade e compreensibilidade 
Atividade
1. Quais são as caraterísticas qualitativas fundamentais da informação contábil?
Elementos das demonstrações contábeis
As informações contábeis são apresentadas por meio de peças contábeis que compõem o conjunto completo das
demonstrações contábeis. Mais adiante, falaremos das sete peças formadoras do conjunto completo.
Iniciamos com a apresentação do balanço patrimonial, na qual podemos observar, do lado direito, as origens dos recursos e as
aplicações dos recursos do lado esquerdo.
/
 Fonte: Por tatianasun (adaptado) / Shutterstock.
As origens dos recursos são representadas pelos passivos e as
aplicações dos recursos são apresentadas pelos ativos. As origens
dos recursos são segregadas pelos passivos e pelo patrimônio líquido.
Os passivos têm origem nos recursos de terceiros alocados na empresa. O patrimônio líquido se forma a partir das
contribuições de capital realizados pelos sócios na constituição da empresa.
O que são ativos e passivos?
/
Ativos
Representam as aplicações dos recursos na empresa
convertidos em bens e direitos. Em um conceito mais amplo
e elaborado, os ativos são recursos controlados pela
empresa (bens + direitos = aplicações dos recursos),
oriundos de eventos passados, que gerarão �uxos de caixas
futuros e que possam ser mensurados com con�abilidade.

Os passivos
São obrigações presentesda empresa, oriundos de eventos
passados, na qual os desembolsos de caixa previstos
gerarão �uxos de caixa que podem ser mensurados com
con�abilidade. Portanto, os passivos são as obrigações
presentes da empresa para com terceiros e para com os
sócios e os ativos são os bens e direitos aplicados na
empresa a partir das origens.
Atenção
Você pode veri�car que os elementos patrimoniais relacionados diretamente com a mensuração da posição patrimonial e
�nanceira da empresa, que estão representados no balanço patrimonial, são os ativos, passivos e patrimônio líquido.
Esses elementos re�etem, ao longo de um período e ao �nal de cada exercício contábil, a variação e a evolução quantitativa e
qualitativa em relação às origens e aplicações dos recursos na entidade.
/
Por �m, o patrimônio líquido é o valor residual entre ativos e passivos, ou seja, a diferença entre ativos e passivos, que
representa a equação básica da contabilidade:
Já na representação estruturada da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), você identi�cará os elementos que estão
diretamente relacionados com a mensuração do desempenho operacional da entidade. São eles: as receitas e as despesas. Ou
seja, os elementos que, ao �nal de um exercício, demonstrarão os lucros ou perdas econômicas da empresa em um
determinado período.
PL = Ativos - Passivos
As receitas são os acréscimos patrimoniais e as despesas são os
decréscimos patrimoniais.
Vamos às explicações.
 Por que elas são chamadas de acréscimos e decréscimos patrimoniais?
 Clique no botão acima.
/
Por meio das contas, ao �nal de cada exercício social, as contas de resultado são zeradas e o saldo positivo ou
negativo é levado para a conta de lucros ou prejuízos acumulados dentro do BP no Grupo do PL.
Veri�que que a conta que re�ete os lucros ou prejuízos acumulados do exercício no balanço patrimonial são lucros ou
prejuízos acumulados.
Na �gura a seguir, você verá um esquema com os elementos patrimoniais diretamente relacionados à mensuração da
posição patrimonial e �nanceira representada pelo BP. Observa-se também elementos patrimoniais diretamente
relacionados ao desempenho operacional da empresa.
Elementos das demonstrações contábeis
Quando falamos dos elementos patrimoniais relacionados diretamente à posição patrimonial e �nanceira da
entidade, estamos nos referindo às origens dos recursos e às aplicações dos recursos, que são representadas pelos
bens, direitos e obrigações da empresa e, portanto, ativos, passivos e patrimônio líquido, se referem ao balanço
patrimonial.
A posição patrimonial está representada no balanço patrimonial, como segue:
 Fonte: Própria autoria.
 Fonte: Própria autoria.
/
Observe que as origens dos recursos estão segmentadas em recursos de terceiros e recursos próprios.
Recursos de terceiros
Os recursos de terceiros representam as fontes externas das origens dos recursos que estão �nanciando as operações da
empresa, representadas pelos passivos: circulante e não circulante.
Enquanto os recursos próprios representados pelo patrimônio líquido
(PL) se constituem pelo capital social integralizado pelos sócios e
pelos recursos advindos da sua operação própria, os lucros ou os
prejuízos são resultados do exercício.
Os ativos são aplicações dos recursos na empresa representados pelos bens e direitos da empresa. Os passivos são as
obrigações presentes da empresa e o PL representa a diferença entre ativos e passivos, ou seja, o valor residual entre ativos e
passivos.
Os ativos, passivos e patrimônio líquido continuam representando as origens e as aplicações dos recursos no balanço
patrimonial, mas ganharam um conceito mais robusto em consonância com a estrutura conceitual advinda da convergência
com as IFRS.
1
Ativo
É um recurso controlado pela entidade como resultado de
eventos passados e do qual se espera que �uam futuros
benefícios econômicos para a entidade.
2
Passivo
É uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos
passados, cuja liquidação deve resultar na saída de recursos
da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
3
Patrimônio líquido
É o interesse residual nos ativos da entidade depois de
deduzidos todos os seus passivos.
(CPC 00, item 4.4)
/
Conheça a seguir, o conceito de benefícios econômicos futuros e veja mais detalhes sobre ativo, passivo e patrimônio líquido.
 Benefícios econômicos futuros
 Clique no botão acima.
/
A norma traz o conceito de benefícios econômicos futuros, o que signi�ca dizer que os ativos, para que sejam
reconhecidos no balanço patrimonial, precisam contribuir necessariamente para formação de caixa da empresa, ou
seja, gerar recursos �nanceiros em caixa para a entidade.
Uma vez incorporados ao ativo, os benefícios podem �uir de diversas maneiras para a empresa, ou seja, a empresa
pode realizar permutas com os ativos para liquidar passivos por exemplo.
Os passivos têm como característica essencial para a sua existência a necessidade que a entidade tenha uma
obrigação presente, ou seja, uma obrigação implica em um dever, uma responsabilidade de cumprir determinada
tarefa.
As obrigações surgem no decorrer das atividades operacionais da empresa e podem ocorrer por meio de aquisições
de insumos como pratica usual no mercado em que a entidade atua, contribuindo com o fomento da cadeia produtiva.
Também podem ocorrer de forma legal através de protocolos formais, como os contratos entre as partes interessadas
na qual haja um objeto de interesse mutuo, com um cliente e um vendedor ou arrendador ou arrendatário.
Para a liquidação de um passivo ou da obrigação presente da empresa será necessária a utilização e disponibilização
de um recurso da empresa em forma de caixa ou equivalente de caixa, ou seja, moeda corrente geralmente.
A liquidação dos passivos pode ocorrer por meio de trocas de ativos (bens e direitos), pela conversão da obrigação em
ações da empresa ou pela substituição de uma obrigação por outra. O credor também renunciar a dívida e considera-la
liquidada.
Já o patrimônio líquido é de�nido como o valor residual entre a dedução dos ativos pelos passivos no balanço
patrimonial. O PL também pode ser analisado pelo valor a ser obtido com a venda do acervo líquido da entidade em
valor contábil. Em outra análise, o patrimônio líquido representa o valor pertencente aos sócios e acionistas.
Os elementos patrimoniais que estão diretamente relacionados à mensuração do desempenho da entidade, que estão
representados pelas despesas e receitas na demonstração do resultado do exercício (DRE), com as seguintes
de�nições de acordo com a estrutura conceitual:
Receitas – abrangem as receitas propriamente ditas e os ganhos que surgem no curso normal das atividades usuais
da entidade, representando os acréscimos patrimoniais.
Despesas – abrangem as perdas e as despesas que surgem no curso normal das atividades usuais da entidade,
representando os decréscimos patrimoniais.
Portanto, você veri�ca que as receitas e despesas apresentadas na DRE representam os acréscimos e os decréscimos
da entidade, pois a conta que interage com o PL ao �nal de um exercício, representando o desempenho da empresa
em um determinado período, são as contas de lucros ou prejuízos acumulados.
Para incorporar ativos, passivos, receitas e despesas, as respectivas demonstrações contábeis passam pelo
reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis, que nada mais é que o registro contábil desses
elementos, atendendo à estrutura conceitual. Para tanto:
Reconhecimento é o processo que consiste na incorporação ao balanço patrimonial ou à demonstração
do resultado de item que se enquadre na de�nição de (ativo, passivo, receitas e despesas).
CPC 00, item 4.37, grifo nosso)
Já o ato de mensurar os elementos das demonstrações contábeis nada mais é que a ação de atribuir valores aos
elementos patrimoniais das demonstrações contábeis. Portanto, corresponde à determinação dos valores monetários
por meio dos quais os ativos, passivos, receitas e despesas serão quanti�cados e representadosnas demonstrações
contábeis.
/
Os elementos patrimoniais são reconhecidos inicialmente pelo custo de aquisição ao BP ou a DRE e, a partir desse
momento, incorporados às demonstrações contábeis, recebendo a denominação de custo histórico, ou seja, são
registrados pelo valor pago na data de aquisição ou compra e permanecem no custo histórico incorporado ao BP.
Atividade
2. Os elementos patrimoniais da mensuração do desempenho da entidade, presentes na DRE pelas despesas e receitas,
recebem que de�nições?
/
Ajustes nas bases de mensuração
Alguns elementos patrimoniais, para representar �dedignamente a realidade econômica do fato ocorrido, sofrem alguns
ajustes no decorrer dos exercícios, ou seja, as bases de mensuração podem sofrer alterações para retratar a realidade do fato e
passar uma melhor informação ao usuário.
Esses ajustes nas bases de mensuração são denominados:
Custo corrente
Os ativos e passivos mantidos ao custo
corrente no balanço patrimonial representam
os elementos patrimoniais reconhecidos ou
contabilizados pelos valores que teriam de
ser pagos ou valores necessários que seriam
esperados para liquidá-los na data do balanço
patrimonial. Exemplo: caixas e equivalentes
de caixas representadas pelas contábeis de
conta correntes, aplicações �nanceiras e o
próprio caixa da entidade.
Valor realizável
Descrito como o valor que seria efetivamente
cobrado por determinado ativo se ele fosse
colocado à venda por uma empresa. Exemplo
mais comum são os estoques da empresa.
Um item de estoque é registrado na
contabilidade por R$100, mas o mercado
onde será comercializado pagará R$80. Neste
caso, há uma perda de recuperabilidade do
ativo de R$20 e esse valor deverá ser
contabilizado no estoque para representar o
valor real daquele ativo, ou seja, ele vale R$80,
não mais os R$100.
Ajuste a valor presente
Signi�ca mantermos os ativos e passivos
pelo valor presente, descontados dos �uxos
de caixas futuros, ou seja, é preciso retirar
dos valores registrados o valor do dinheiro no
momento, que nada mais são do que os juros
embutidos.
/
Exemplo
Em um empréstimo reconhecido no ativo não circulante, que será pago em trinta meses, há juros embutidos. Para efeitos de
divulgação da informação ao usuário, se faz necessário explicar que, caso a dívida se fosse totalmente liquidada na data do
balanço, seria cobrado um valor menor e, para isso, os ativos e passivos registrados no grupo do não circulante devem ser
ajustados ao valor presente na data do balanço. Se houver ativos e passivos no circulante em que o montante do valor do
dinheiro no tempo – juros - seja relevante, a entidade também precisa trazer o valor presente para apresentar ao usuário da
informação.
Veri�que que todos os elementos patrimoniais estão reconhecidos inicialmente ao custo histórico nas demonstrações
contábeis. Posteriormente, alguns ativos e passivos para representar �dedignamente a realidade econômica das transações
ocorridas podem sofrer alterações nas suas bases de mensuração, sendo combinados às demais bases para melhor atender à
necessidade de utilidade e retratar a realidade econômica de determinado fato.
Vamos aos exemplos.
 Exemplos de ajustes nas bases de mensuração
 Clique no botão acima.
- Os ativos registrados em caixa e equivalentes de caixas estão contabilizados ao custo corrente, no qual os valores
monetários são esperados para a sua realização ou liquidação na data do balanço. Lembre-se que grupo de
equivalentes de caixas é representado pelas contas correntes de bancos e aplicações �nanceiras de curtíssimo prazo.
Por curtíssimo prazo, entende-se os valores realizáveis até noventa dias.
- Os ativos que tendem a sofrer alteração nas suas bases de mensuração e serem apresentados pelo valor realizável
são os estoques. Portanto, se for comprovado que os estoques contabilizados não serão realizados pelo valor em que
se encontram registrados, deverá ser reconhecida a sua estimativa de perda de recuperabilidade.
- Nos casos de ativos e passivos reconhecidos nos grupos do não circulante do balanço patrimonial, que possuírem
juros em suas bases de mensuração, deverão estar contabilizados livres das oscilações do câmbio e da in�ação
contidas em seus valores na data da divulgação do balanço, ou seja, descontar o valor do dinheiro no tempo e
apresentar o quanto vale na data do balanço. Vale lembrar que o ajuste a valor presente (AVP) pode ocorrer também
aos valores reconhecidos no grupo do circulante, mas, desde que representem valores monetários relevantes, e, nesse
caso, sofrerão atualização da sua base de mensuração a valor presente.
Conceitos de manutenção de capital
Podemos dividir a manutenção de capital em dois conceitos:
/
Capital �nanceiro
É o conceito adotado pela maioria das empresas no
momento da apresentação das demonstrações contábeis, o
que signi�ca informar ao investidor ao �nal de cada
exercício que, se o valor �nal investido for superior ao valor
inicial investido, a empresa obtém lucro no período, caso
contrário obteve um prejuízo.
Capital físico
É o conceito que tem o propósito de mensurar a capacidade
operacional da empresa, ou seja, haverá lucro se a
capacidade de produção �nal exceder a capacidade
produtiva inicial da entidade.
Premissas para divulgação das demonstrações contábeis
Para a divulgação e apresentação das demonstrações
contábeis (DC) ao �nal de um exercício, a entidade deverá
atender ao princípio da continuidade – que simboliza a
premissa básica para que as demonstrações contábeis
sejam elaboradas, partindo do pressuposto que a entidade
está em plena atividade e irá se manter em operações por
um futuro previsível, no qual a entidade não tem a intenção
de encerrar suas atividades.
Fotne: Por Matt Benoit / Shutterstock.
A norma contábil, que trata da apresentação das demonstrações contábeis,
é o CPC 26, cujo objetivo é de�nir as bases de preparação e apresentação
dos relatórios contábil �nanceiro e assegurar a comparabilidade e
veri�cabilidade das informações apresentadas.
/
As demonstrações contábeis são apresentadas ao �nal de cada exercício de acordo com a situação em que a empresa se
encontra. Elas podem ser apresentadas individualmente ou consolidadas para apresentar a situação patrimonial e �nanceira
como um grupo econômico, ou seja, como se fosse uma única empresa.
Conceitualmente, as demonstrações individuais só deveriam ser divulgadas publicamente no caso de entidades que não
apresentem investimentos em controladas ou empreendimentos controlados em conjunto.
No Brasil, divulgam-se as demonstrações individuais da controladora e o balanço consolidado do grupo econômico,
divergindo dos demais países onde se adotam as IFRS. Essa é uma prática que não prejudica a informação, mas
disponibiliza informação a mais para o usuário.
A norma enfatiza que os relatórios contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e �nanceira e
do desempenho operacional das empresas.
 Fonte: Por Plateresca / Shutterstock.
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer aos usuários a
evolução patrimonial e �nanceira dos ativos, passivos e patrimônio
líquido da empresa, assim como informar o desempenho operacional
e a geração de caixa das empresas por meio das receitas e despesas.
Essas informações, juntamente com aquelas constantes em notas explicativas, auxiliam os usuários no diagnóstico da
situação �nanceira atual e a prever o futuro da empresa (CPC 26, item 10).
O conjunto completo das DC é composto por sete peças:
/
1. Balanço patrimonial;
2. Demonstração do resultado
do exercício;
3. Demonstração dos
resultados abrangentes;
4. Demonstração dos �uxos
de caixa;
5. Demonstração das
mutações do PL;
6. Demonstração do valor
adicionado;
7. Notas explicativas.
A empresa deve elaborar as demonstrações contábeis a partir do pressuposto da continuidade da empresa, utilizando o
regime de competência para reconhecimento dos fatos contábeis.
O regime de competência prescreve que as receitas e despesas de um determinado período devemser reconhecidas no
momento da sua realização, ou seja, na efetiva confrontação das receitas e despesas de determinado período.
Quanto à materialidade e agregação:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
“A entidade deve apresentar separadamente nas
demonstrações contábeis cada classe material de itens
semelhantes. A entidade deve apresentar separadamente os
itens de natureza ou função distinta, a menos que sejam
imateriais.”
Fonte: CPC 26, item 29
A regra que deve ser aplicada para o grupo de outras contas a receber ou outras contas a pagar divulgada no balanço
patrimonial enfatiza a impossibilidade de exceder 10% do total do ativo circulante ou do não circulante. Caso ultrapasse o
percentual, esses grupos de “outras” devem ser reclassi�cados.
Para a compensação de valores, a norma orienta que:
/
“A entidade não deve compensar ativos e passivos ou
receitas e despesas, a menos que a compensação seja
exigida ou permitida pela [legislação societária].”
Fonte: CPC 26, item 32
A frequência de apresentação das demonstrações, regra geral para as sociedades anônimas e para as empresas de grande
porte, é de, pelo menos, uma vez ao ano até o mês de abril.
A CVM exige a disponibilização da informação trimestralmente para as entidades de capital aberto. Portanto, devem ser
atendidas as exigências especi�cas do órgão regulador para as entidades que possuem registro de capital aberto.
O exercício social está de�nido no artigo 175 da Lei nº 6.404/1976, que estabelece que ele tenha a duração de um ano e a data
do término será �xada no estatuto social.
Na maioria das empresas, o exercício social corresponde ao início em 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro de cada ano, mas,
com algumas exceções, ocorre em algumas atividades especi�cas do exercício social ser diferenciado. A regra geral nas
empresas inicia em janeiro e vai até dezembro de cada ano.
Atividade
3. Cite as sete peças que compõem o conjunto completo das demonstrações contábeis.
Notas
Referências
BRAGGIO, M. B. Contabilidade Internacional. Rio de Janeiro: SESES, 2017.
Conselho Federal de Contabilidade. Normas brasileiras de contabilidade. Disponível em: http://cfc.org.br/tecnica/normas-
brasileiras-de-contabilidade/normas-completas/. Acesso em: 17 mar. 2019.
BRASIL. Casa Civil. Lei 11.941 de 27 de maio de 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 17 mar. 2019.
BRASIL. Casa Civil. Lei 11.638 de 31 de dezembro de 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 17 mar. 2019.
BRASIL. Casa Civil. Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm. Acesso em: 17 mar. 2019.
COMITE DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 00: Estrutura Conceitual para Elaboração e
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em:
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2012.pdf. Acesso em: 24 maio 2019.
COMITE DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 26: Apresentação das Demonstrações
Contábeis. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf Acesso em: 6 abr. 2019.
ERNEST & YOUNG. FIPECAFI. Manual de Normas Internacionais de Contabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SANTOS, J. L. DOS; SCHMIDT, P.; FERNANDES, L. A.; GOMES, J. M. M. Manual de Práticas Contábeis. Aspectos societários e
tributários. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2015.
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/
COMITE DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Interpretação Técnica ICPC 09: Demonstrações contábeis individuais,
demonstrações separadas, demonstrações consolidadas e aplicação do método da equivalência patrimonial. Disponível em:
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/494_ICPC_09_(R2)_rev%2009.pdf. Acesso em: 24 maio 2019.
Próxima aula
Orientações do CPC 23 – políticas contábeis, mudanças nas estimativas contábeis e reti�cação de erros;
Tratamento contábil quando das mudanças nas estimativas, nas políticas e reti�cação de erros;
Aplicação prospectiva e retrospectiva.
Explore mais
Divulgação em demonstrações �nanceiras de companhias abertas.
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