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VALOR DA EMPRESA E TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA MOEDA ESTRAGEIRA - EMPRESAS COLIGADA E CONTROLADA UNIDADE 3 VALUATION EMPRESARIAL PELO CRITÉRIO FCD TÓPICO 2 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, serão apresentadas algumas considerações para a apuração do valor da empresa, ou seja, do valuation. Essa avaliação passa pela adoção dos critérios da apuração do Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC, de acordo com o custo de remuneração do Capital Próprio e do Capital de Terceiros. 2 FCD – FLUXO DE CAIXA DESCONTADO PARA AVALIAÇÃO DO VALOR DA EMPRESA Para a presente determinação do valor da empresa, será tomado, por base, o que trata a Deliberação CVM N° 644, de 2 de dezembro de 2010, que aprova o Reorganização Societária � Unidade 3 Tópico 2 �1,0x)Reorganização Societária � Unidade 3 Tópico 2 �1,0x) Privacy policy 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 https://soundcloud.com/uniasselvi/reorganizacao-societaria-4 https://soundcloud.com/uniasselvi/reorganizacao-societaria-4 https://soundcloud.com/pages/privacy Pronunciamento Técnico CPC 04(R1), do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, sobre ativo intangível. No inciso 41, letra (a), determina o seguinte (CVM, 2010): 41. As entidades envolvidas na compra e na venda de ativos intangíveis podem desenvolver técnicas para mensurar, indiretamente, os seus valores justos. Essas técnicas podem ser utilizadas para a mensuração inicial de ativo intangível adquirido em combinação de negócios se o seu objetivo for estimar o valor justo e se re�etirem operações e práticas correntes no setor a que esses ativos pertencem. Essas técnicas incluem, conforme o caso: (a) desconto de �uxos de caixa futuros líquidos do ativo; [...]. Há vários meios para avaliar o valor da empresa, porém, como o presente livro didático aborda temas relacionados à Reorganização Societária, será aplicado o método, conforme exposto na citação anterior. Pode-se entender que é fundamental iniciar esse procedimento com a apresentação de um �uxo de caixa por período anual. Serão aplicados os percentuais da Taxa de Crescimento durante os primeiros cinco anos, denominado de PERÍODO DO CRESCIMENTO, em 3% ao ano, e da Taxa de Crescimento (TC), em 1,85%, para o PERÍODO DA ESTABILIDADE. Em primeiro lugar, o gestor �nanceiro deverá identi�car, a partir dos relatórios �nanceiros, qual é o valor do Lucro Operacional para o ano de 20X0, o qual estipularemos em R$ 3.740.625,00. O percentual do IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, além da CSLL – Contribuição Social para o Lucro Líquido, está em 34%, aplicado sobre o Lucro Operacional, que, nesse caso, seria o tradicional Lucro Antes do Imposto de Renda. Em seguida, será apurado o valor do Fluxo de Caixa Livre, que é a base para a elaboração das projeções do �uxo de caixa descontado para o período do crescimento nos primeiros cinco anos. 2.1 FLUXO DE CAIXA LIVRE O Fluxo de Caixa Livre é a base para o planejamento do valor da empresa, porém, há a necessidade de identi�car qual é o valor da Depreciação do ano de 20X0, pois, 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 em �nanças, o valor da Depreciação não é desembolsável. Entre outras palavras, é o reconhecimento de um gasto pelo uso, ou obsolescência tecnológica, porém, deve-se avaliar, como uma sobra, para o caixa da empresa. Nesse caso, o valor identi�cado para a Depreciação, para 20X0, é de R$ 275.000,00. O gestor, na empresa, deve avaliar, com cuidado, também, ao que se refere o Fluxo de Caixa da empresa, no item Despesas de Capital. Conforme Reis (2018, s.p.): As despesas de capital, ou, no inglês, conhecidas como capital expenditure (CAPEX), são itens importantíssimos de serem acompanhados dentro de um demonstrativo de �uxo de caixa. O acompanhamento das despesas de capital é uma tarefa fundamental para todo gerente de empresa que deseja ser e�ciente na sua alocação de recursos. Compra de máquinas elétricas para uma fábrica; Conserto do telhado de um prédio; Aquisição de veículos; Construção de uma nova fábrica. O que são despesas de capital? Despesas de capital se referem aos gastos relacionados à aquisição e à manutenção de bens, à realização de obras, à compra de imóveis e à concessão de empréstimos. Esses tipos de investimentos, também, conhecidos como CAPEX, são, frequentemente, utilizados no momento em que uma empresa deseja atualizar ou aumentar o escopo de atuação dela. Dentre os investimentos de capital, podemos ter os seguintes exemplos: A seguir, serão identi�cadas as previsões do Fluxo de Caixa Livre – FCL, que são as seguintes: QUADRO 5 – FLUXO DE CAIXA LIVRE 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 FONTE: O autor Conforme o ano BASE INICIAL de 20X0, ao identi�car o Lucro Operacional da empresa, deve-se aplicar o percentual do IRPJ e da CSLL, de 34%, sobre esse resultado. Nesse caso, R$ 3.740,625,00 x 34% = R$ 1.271.813,00 de IRPJ e de CSLL. Também, é necessário somar o valor da depreciação ao �uxo de caixa, pois esse valor não é desembolsável. O valor da depreciação é o valor que a Contabilidade reconheceu como custo, ou despesa, durante o período avaliado. Estipulamos que as despesas de capital, para o ano BASE INICIAL, serão de R$ 290.000,00. Esse é um valor projetado para o CAPEX – Capital Expenditure durante o período, com base nas necessidades para esse tipo de investimento. Cada gestor deverá avaliar as necessidades para a projeção do CAPEX da própria empresa, pois há várias razões que devem ser levadas em conta. A necessidade do capital de giro, para a constituição da reserva, no ano de 20X1 (período do crescimento), é de R$ 90.000,00. Essa é uma reserva que deve ser constituída, retirando do �uxo de caixa da empresa e alocando esses valores em uma conta de aplicação �nanceira. Seria uma reserva de segurança �nanceira. Há a necessidade de tomar alguns cuidados ao projetar o Fluxo de Caixa Livre durante os próximos períodos. Deve-se atentar para a atualização de todas as contas com taxa de crescimento constante durante os cinco primeiros períodos, que estão relacionados com o PERÍODO DO CRESCIMENTO. Observa-se que, apesar de a conta da depreciação ser reconhecida, de forma linear (mesmo valor histórico), durante a vida útil do equipamento, há a possibilidade de a empresa adquirir novos equipamentos para as atividades operacionais, ou, quem sabe, elaborar um projeto de expansão, assim, para cada 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 20X1 20X2 20X3 20X4 nova aquisição de imobilizado, o valor da depreciação sofre alterações a cada novo período. O �uxo de caixa estará, assim, composto para as projeções, nos próximos cinco anos, com uma taxa de 3% de crescimento, a partir do ano BASE INICIAL 20X0: Lucro Operacional = R$ 3.740.625 x 1,03 = R$ 3.852.844 IRPJ e CSLL s/Lucro Operac. = R$ 1.271.813 x 1,03 = R$ 1.309.967 Depreciação = R$ 275.000 x 1,03 = R$ 283.250 Despesas de Capital = R$ 290.000 x 1,03 = R$ 298.700 Lucro Operacional = R$ 3.852.844 x 1,03 = R$ 3.968.429 IRPJ e CSLL s/Lucro Operac. = R$ 1.309.967 x 1,03 = R$ 1.349.266 Depreciação = R$ 283.250 x 1,03 = R$ 291.748 Despesas de Capital = R$ 298.700 x 1,03 = R$ 307.661 Lucro Operacional = R$ 3.968.429 x 1,03 = R$ 4.087.482 IRPJ e CSLL s/Lucro Operac. = R$ 1.349.266 x 1,03 = R$ 1.389.744 Depreciação = R$ 291.748 x 1,03 = R$ 300.500 Despesas de Capital = R$ 307.661 x 1,03 = R$ 316.891 Lucro Operacional = R$ 4.087.482 x 1,03 = R$ 4.210.106 IRPJ e CSLL s/Lucro Operac. = R$ 1.389.744 x 1,03 = R$ 1.431.436 Depreciação = R$ 300.500 x 1,03 = R$ 309.515 Despesas de Capital = R$ 316.891 x 1,03 = R$ 326.398 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 20X5 20X6 ... in�nito Lucro Operacional = R$ 4.336.410 x 1,0185 = R$ 4.416.633 IRPJ e CSLL s/Lucro Operac. = R$ 1.474.379 x 1,0185 = R$ 1.501.655 Depreciação = R$ 318.800 x 1,03 = R$ 324.698 Lucro Operacional = R$ 4.210.106 x 1,03 = R$ 4.336.410 IRPJ e CSLL s/Lucro Operac. = R$ 1.431.436x 1,03 = R$ 1.474.379 Depreciação = R$ 309.515 x 1,03 = R$ 318.800 Despesas de Capital = R$ 326.398 x 1,03 = R$ 336.189 Observa-se que, praticamente, todas as projeções para o �uxo de caixa, durante o período do crescimento, sofreram variações. Há, ainda, a necessidade de projetar o Fluxo de Caixa Livre para o ano de 20X6 ao in�nito. Para viabilizar esse procedimento de cálculos, deve-se utilizar os resultados do ano de 20X5 e projetar os valores, com a taxa de crescimento prevista ao in�nito, em 1,85%, que é a taxa do coe�ciente “g”. Essa taxa de crescimento do coe�ciente “g”, do período da estabilidade, é menor do que a taxa do coe�ciente “g” do período do crescimento, pois é comum as empresas não apresentarem taxas elevadas, com a conquista de novos mercados, após um determinado período, assim, por segurança, estabelece-se uma taxa menor. O gestor da empresa, com a Contabilidade, deve avaliar esses valores a cada novo exercício social, pois os cenários políticos e econômicos tendem a alterar com frequência. Vejamos os valores projetados. 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 Despesas de Capital = R$ 336.189 x 1,0185 = R$ 342.409 20X0 = R$ 2.453.813 20X1 = R$ 2.437.427 20X2 = R$ 2.510.550 20X3 = R$ 2.585.866 20X4 = R$ 2.663.442 20X5 = R$ 2.743.345 20X6 = R$ 2.832.927 Isso permite apurar os valores do �uxo de caixa ao longo desses períodos, e identi�car os seguintes saldos: Observa-se, no grá�co a seguir, que a previsão do Fluxo de Caixa Livre está sendo avaliada com projeções positivas. GRÁFICO 1 – PREVISÃO DO FLUXO DE CAIXA FONTE: O autor Ao apresentarem esse tipo de grá�co, as empresas tendem a atrair investidores que tenham oportunidade de investimento. Por esse motivo, nesse livro didático, é de fundamental importância identi�car o Valor da Empresa, como oportunidade de incorporar ou de criar uma fusão de empresas, e, assim, solidi�car, ainda mais, os potenciais econômico e �nanceiro no mercado. Contudo, há a necessidade de aplicar o conceito do CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital para apurar o potencial de geração do �uxo de caixa a valor presente. 2.2 APURAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO E VALOR DA EMPRESA 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 20X1 Neste item, será realizado o cálculo do Fluxo de Caixa Descontado, além da apuração do valor da empresa nos períodos de crescimento e in�nito. Deve-se buscar informações que já foram abordadas neste livro didático, e que ofereçam condições para o desenvolvimento desta etapa do trabalho. Com relação ao coe�ciente do CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital, no período de crescimento, estudado nesta unidade, é de 3,8535297%. Para a adoção dessa prática no desenvolvimento do cálculo, buscou-se Assaf Neto (2017, p. 6), que esclarece: O lucro genuíno existe na parte que exceder o custo de capital (remuneração mínima exigida, pelos investidores, pelo risco assumido). A simples existência de lucro não é indicação de criação de valor, a empresa deve considerar, na apuração de seus resultados, todos os custos de �nanciamento, inclusive, a remuneração mínima exigida pelos seus acionistas. A criação desse valor econômico, de forma sustentada, para os acionistas, é a essência da missão de uma empresa, e sua principal responsabilidade social. Para apurar o valor da empresa, conforme determinação do CPC 04, na avaliação dos Ativos Intangíveis, deve-se aplicar a fórmula do valor presente. A fórmula é: PV = FV / ( 1+ i ) . Aplicaremos essa fórmula para todos os exercícios sociais. n R$ 2.437.427 / ( 1 + 0,038535 ) 1 R$ 2.437.427 / ( 1,038535 ) R$ 2.346.985 Na HP 12c R$ 2.437.427 CHS FV 3,8535 i 1 n 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 20X2 20X3 20X4 PV → R$ 2.346.985 R$ 2.510.550 / (1 + 0,038535 ) 2 R$ 2.510.550 / ( 1,078556 ) R$ 2.327.696 Na HP 12c R$ 2.510.550 CHS FV 3,8535 i 2 n PV → R$ 2.327.696 R$ 2.585.866 / (1 + 0,038535 ) 3 R$ 2.585.866 / ( 1,120118 ) R$ 2.308.565 Na HP 12c R$ 2.585.866 CHS FV 3,8535 i 3 n PV → R$ 2.308.565 R$ 2.663.442 / (1 + 0,038535 ) 4 R$ 2.663.442 / ( 1,163282 ) R$ 2.289.592 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 20X5 R$ 2.346.985 + R$ 2.327.696 + R$ 2.308.565 + R$ 2.289.592 + R$ 2.270.775 Valor da Empresa no Período do Crescimento = R$ 11.543.613 Na HP 12c R$ 2.663.442 CHS FV 3,8535 i 4 n PV → R$ 2.289.592 R$ 2.743.345 / (1 + 0,038535 ) 5 R$ 2.743.345 / ( 1,208110 ) R$ 2.270.775 Na HP 12c R$ 2.743.345 CHS FV 3,8535 i 5 n PV → R$ 2.270.775 Após a apuração desses resultados, é possível apurar o valor da empresa durante o PERÍODO DO CRESCIMENTO. Nesse caso, o total desse período é: Contudo, ao se avaliar a geração do Fluxo de Caixa Livre a valor presente, podemos observar a seguinte situação, conforme o próximo grá�co: GRÁFICO 2 – PREVISÃO DO FLUXO DE CAIXA LIVRE A VALOR PRESENTE 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 FONTE: O autor Conforme a estrutura do grá�co anterior, é possível observar uma signi�cativa redução do valor do �uxo de caixa futuro (descontado a valor presente) durante o PERÍODO DO CRESCIMENTO. Nesse ponto, contribui Assaf Neto (2017, p. 2): Importante – A atratividade de investir em uma empresa é baseada em sua capacidade futura de gerar riqueza. Em operações de fusões e aquisições de empresas, por exemplo, o fundamento da avaliação recai sobre os benefícios econômicos positivos esperados, ou seja, sobre os valores agregados futuros que excedem o custo de capital. Nesse ponto, o gestor �nanceiro deverá tomar algumas precauções. Analisando o grá�co anterior e comparando com a contribuição de Assaf Neto (2017), podemos destacar alguns pontos fundamentais para o sucesso na AVALIAÇÃO DAS EMPRESAS. A previsão de capacidade futura, de gerar caixa, está ocorrendo, os valores projetados estão positivos. Isso corrobora, apenas, em parte, com a informação de que esses valores econômicos agregados futuros excedem o custo de capital. Contudo, é necessário avaliar com critério, pois, apesar de os valores do �uxo de caixa descontado estarem positivos, sofrem signi�cativa redução de valor descontado (valor presente), ao longo do tempo, no PERÍODO DE CRESCIMENTO. As pessoas envolvidas na aquisição de uma empresa devem estar atentas ao que se refere ao CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital, apurado no PERÍODO DO CRESCIMENTO, que é de 3,85353% ao ano, o que é bem superior à taxa de crescimento da empresa durante esse mesmo período, de 3,00% ao ano. Há algumas opções que podem servir de base para o aumento da participação, nas vendas da empresa, nos mercados nacional e internacional, mas que podem ser inviáveis em períodos de crise, ou negociações, para estipular reduzidas taxas0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 de remuneração aos sócios ou a terceiros. Isso requer muita experiência em negociação. Ainda, é necessário apurar o CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital da empresa em questão, para o período da ESTABILIDADE, ou período INFINITO. É a nova premissa para a apuração do valor da empresa para esse período. Pode ocorrer de a empresa, após o período de cinco anos, consiga aumentar a participação do capital próprio, em comparação ao capital de terceiros, nos próprios investimentos, mas isso é, extremamente, relativo. A participação do capital próprio, nos investimentos totais da empresa, para o período in�nito, está em 55%, e, do capital de terceiros, em 45%. Taxa de remuneração de capital próprio (bruta) = 0,06938 Beta = 0,00, como estamos avaliando o período para o in�nito, então, não existem subsídios su�cientes para apurar um novo coe�ciente beta para o futuro. Nesse caso, o coe�ciente beta será 0,00 e neutro. O Risco de Mercado prossegue igual, em 5,00% (responsabilidade dos investidores), pois é, extremamente, difícil avaliar o Risco de Mercado em um período superior a um ano. Emseguida, será possível apurar a taxa do Custo Médio Ponderado de Capital, com o objetivo de identi�car qual é o coe�ciente a ser aplicado para a mensuração do valor da empresa ao in�nito. CP Período Estabilidade = 0,04750 + 0,05000 = 0,09750 CT Período Estabilidade = 0,0231 (descontado o efeito do IRPJ + CSLL) Composição da participação de cada investimento para a apuração do CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital para o período da Estabilidade. CMPC CP = 0,09750 x 0,55 = 0,05363 CMPC CT = 0,02310 x 0,45 = 0,01040 Somando os dois coe�cientes, há: CMPC Total = CMPC CP + CMPC CT 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 CMPC Total Período In�nito = 0,06402 Taxa Crescimento do Período In�nito = 0,01850 CMPC Total Período In�nito ( - ) Taxa Crescimento do Período In�nito = 0,06402 ( - ) 0,01850 CMPC Total Período In�nito ( - ) Taxa Crescimento do Período In�nito = 0,04552 CMPC Total Período do Crescimento = 1,208110 Fluxo de Caixa Livre Período In�nito / (CMPC Total Período In�nito ( - ) Taxa Crescimento do Período In�nito) / CMPC Total Período do Crescimento R$ 2.832.927,37 / 0,04552 / 1,20811 R$ 51.514.190,25 R$ 11.543.615,19 + R$ 51.514.190,25 Total = R$ 63.057.805,44 CMPC Total = 0,05363 + 0,01040 CMPC Total = 0,06402 Apurados esses valores, é possível aplicar a fórmula para identi�car o valor da empresa para o período in�nito. Para a aplicação da fórmula, devemos, primeiramente, identi�car os seguintes coe�cientes: Com a aplicação da fórmula: Dessa forma, apura-se o valor da empresa para o período in�nito. Na soma dos valores apurados da empresa para o PERÍODO DO CRESCIMENTO e para o período in�nito, temos: Pode-se observar, então, que, em caso de uma possível negociação para a venda da empresa, para algum grupo econômico, está avaliada em R$ 63.057.805,44 + R$ 12.000.000,00 do capital social, totalizando R$ 75.057.805,44 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 VALOR DA EMPRESA (vo) = Patrimônio Líquido (PL) + Dívidas (P) Essa denominação, nos Estados Unidos, chama-se de Goodwill; no Brasil, a nomenclatura é ágio na emissão de ações, no valor de R$ 63.057.805,44. 3 VALOR DA EMPRESA (ENTERPRISE VALUE) O valor da empresa é formado pelo VALOR DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DO MERCADO – PL, acrescido do valor das dívidas remuneradas de terceiros. Em outras palavras, seria estipulada a seguinte função, conforme Assaf Net (2017): Não se pode esquecer de que o valor da empresa deve ser calculado pelo valor presente líquido do �uxo de caixa futuro, sempre, devendo apurar o período explícito do crescimento adicionado ao período de estabilidade (ou perpetuidade). Isso quer dizer que o valor da empresa deve ser expresso pelos valores dos ativos operacionais dela, excluindo-se os ATIVOS NÃO OPERACIONAIS para essa base de cálculo. Nesse caso, o conceito de FCDE determina que os ativos operacionais e os ativos não operacionais devem ser negociados à parte, ou distribuídos, aos acionistas, em forma de dividendos. Os ativos ociosos da empresa possuem a mesma sistemática de avaliação. Atenta-se que os ativos não operacionais são aqueles que, se vendidos pela empresa, não teriam in�uência nenhuma na atividade operacional, e, por consequência, na avaliação da empresa. Alguns exemplos desses ativos não operacionais podem ser denominados de títulos negociáveis, participações acionárias em outras sociedades e imóveis que se destinam, apenas, para investimentos, e não ao uso nas atividades operacionais. Portanto, para a avaliação da empresa, deve-se considerar os �uxos disponíveis de caixa operacional, ou FCDE – Fluxo de Caixa Disponível da Empresa. Esses �uxos de caixa operacionais são de�nidos por um período indeterminado de tempo e descontados, a valor presente, pelo CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital. Em seguida, será apresentada uma simulação do valor da empresa com dados �ctícios. 3.1 CÁLCULO DO FCDE PELOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 Nesta etapa, serão apresentados os cálculos do FCDE, conforme alguns dados �ctícios. O Fluxo de Caixa Disponível da Empresa (FCDE) é calculado, adicionando, ao lucro operacional (NOPAT-Net Operational Pro�t After Taxes), as despesas de capital líquidas da depreciação e as variações ocorridas no capital de giro. Podemos apurar o FCDE a partir da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício a seguir: TABELA 3 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO FONTE: O autor É importante avaliar que os investimentos em ativos �xos operacionais (CAPEX- Capital Expenditure) estão na ordem de R$ 91.900.000, e o crescimento do Capital Circulante Líquido (CCL), que é diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, de R$ 38.500.000 durante o exercício social. A variação no investimento em giro pode ser obtida pelo acréscimo (ou redução) veri�cado no Capital Circulante Líquido (CCL) da empresa durante o exercício social. A variação do investimento em giro se apura, descontando com a aplicação da fórmula CCL – CCL .t t – 1 Por sua vez, a provisão do IRPJ + CSLL foi aplicada à alíquota de 34%, que corresponde ao Imposto de Renda de 15%, adicional de Imposto de Renda em 10% e CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido em 9%. Dessa forma, o FCDE está, assim, evidenciado, conforme o exposto a seguir: TABELA 4 – FCDE DO EXERCÍCIO 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 EBITDA – EBIT + Depreciação/Amortização FONTE: O autor Nesse caso, o FCDE da empresa está avaliado em R$ 71.771,63, enquanto o resultado dela, conforme a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, está apurado em R$ 78.597,95. Em seguida, será apurado o FCDE – Fluxo de Caixa Disponível da Empresa pelo EBITDA. 3.2 CÁLCULO DO FCDE PELO EBITDA O EBITDA é o �uxo operacional de caixa gerado antes do IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, na geração operacional interna do caixa, calculada antes das despesas com juros, da depreciação e do imposto de renda. De forma geral, o EBITDA é apurado como: Para estipular o valor do FCDE, há a necessidade de estimar o valor do EBITDA em R$ 550.000 para o período seguinte ao da apuração dos resultados, e com a premissa de se manter constante em relação às vendas previstas para os próximos períodos, contando que não ocorram alterações signi�cativas para esses exercícios sociais. A empresa enquadrada no regime tributário sofre o impacto da tributação, em 34%, de IRPJ e de CSLL, durante o período em análise, e as receitas de vendas previstas estão em R$ 6.500.000. O crescimento médio das receitas ao ano está na ordem de 2,30%. O investimento em CAPEX, para o período, está na ordem de R$ 275.000. O valor da depreciação está estimado em 125.000 para o período avaliado. 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 A necessidade de investimento em giro está na ordem de 17%, que são as reservas de capital de giro para a empresa. Atente-se, a seguir, à apuração do FCDE pelo EBITDA: TABELA 5 – CÁLCULO DO FCDE PREVISTO PARA O PRÓXIMO PERÍODO FONTE: O autor Observe que a variação da necessidade de investimento em giro da empresa foi calculada, obedecendo ao desenvolvimento do seguinte cálculo. O NOPAT, conforme a Tabela Cálculo do FCDE Previsto para o Próximo Período da apuração do resultado, signi�ca um indicador �nanceiro que representa o lucro operacional líquido de um negócio. A sigla corresponde a Net Operating Pro�t After Taxes, ou seja, lucro operacional líquido após os impostos. Dessa forma, o NOPAT é a Receita Líquida menos os Custos e as Despesas Operacionais (incluindo Depreciação), deduzidos alguns ajustes especí�cos, conforme cada negócio e os impostos sobre a renda. O crescimento esperado de vendas é de 2,30% x R$ 6.500.000 de receitas de vendas, o que perfaz um resultado de R$ 149.500. Esse resultado deve ser multiplicado pela necessidade de investimento em giro na ordem de 17%, o que permite apurar a variação dessa necessidade de R$ 25.415,00. Nesse modelo, o valor do FCDE – Fluxo de Caixa Disponível na Empresa, de R$ 105.085, serviráde base para a apuração do valor da empresa. Prosseguindo com a apuração dos valores, vamos supor que o Capital de Terceiros, investidos na empresa, representa 32% do total, e o valor do Capital Próprio está na ordem de 68% do total investido. A remuneração do custo da dívida, antes do efeito tributário do IRPJ e da CSLL, está em 12% para o Capital de0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 Taxa de Captação x (1 – 34%) Taxa de Captação x (1 – 0,34) 12% x 0,66 0,12 x 0,66 0,07920 7,92% (0,07920 x 100) Terceiros, e, 16,20%, para o Capital Próprio. Para isso, é necessário apurar o CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital, pois é esse o coe�ciente que contribuirá para a apuração do valor da empresa. Isso signi�ca que o custo da dívida da empresa, com terceiros e sócios, determina o efeito sobre o valor apurado da empresa. Importante lembrar que, para a taxa de Capital de Terceiros, é necessário eliminar o efeito do IRPJ e da CSLL da taxa bruta, pois os juros das dívidas, com empréstimos e �nanciamentos, são dedutíveis para �ns de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Nesse caso, a taxa líquida do IRPJ e da CSLL, do Capital de Terceiros, deve ser, assim, apurada: Assim, o CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital será apresentado conforme o quadro a seguir: QUADRO 6 – APURAÇÃO DO CMPC – CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL FONTE: O autor A taxa de Capital de Terceiros líquida, do IRPJ e da CSLL, de 0,07920, deve ser multiplicada pela participação desse capital sobre o total, que é de 32% (0,32). Isso0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 perfaz um CMPC médio de 0,02534, ou 2,534% de custo de captação médio. Por sua vez, a taxa de Capital Próprio, de 0,1620, ou 16,20%, deve ser multiplicada pela participação desse capital sobre o total, que é de 68% (0,68), e isso perfaz um CMPC médio de 0,11016, ou 11,016%, de custo de captação médio. O total do CMPC, desse modelo de apuração, é de 0,13550, ou 13,550%. Com esses indicadores, é possível prosseguirmos para a próxima etapa, que é a apuração do Valor da Empresa. A fórmula para a apuração do valor da empresa é: O valor do FCDE, que consta na Tabela – CÁLCULO DO FCDE PREVISTO PARA O PRÓXIMO PERÍODO, está em R$ 105.085,00, o qual deverá ser dividido pelo CMPC médio, no coe�ciente de 0,13550, subtraído da taxa de crescimento esperada de vendas de 0,0230, ou 2,30%, com a geração do coe�ciente 0,11250, ou 11,25%. Com isso, o valor da empresa está apurado em: De acordo com a estrutura de investimentos na empresa, o valor dela, de R$ 934.055,68, está distribuído da seguinte forma: A participação das dívidas, em 32%, gera o valor da empresa, de R$ 298.897,82, e o Patrimônio Líquido, em 68%, de R$ 635.157,86. 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 RESUMO DO TÓPICO O Fluxo de Caixa Livre é a base para o planejamento do valor da empresa. Entre outras palavras, é o reconhecimento de um gasto pelo uso, ou obsolescência tecnológica, porém, deve-se avaliar, como uma sobra, para o caixa da empresa. Apesar de a conta da depreciação ser reconhecida, de forma linear (mesmo valor histórico), durante a vida útil do equipamento, há a possibilidade de a empresa adquirir novos equipamentos para as atividades operacionais, ou, quem sabe, elaborar um projeto de expansão, assim, para cada nova aquisição de imobilizado, o valor da depreciação sofre alterações a cada novo período. O valor da empresa é formado pelo VALOR DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DO MERCADO – PL, acrescido do valor das dívidas remuneradas de terceiros. Não se pode esquecer de que o valor da empresa deve ser calculado pelo valor presente líquido do �uxo de caixa futuro, sempre, devendo apurar o período explícito do crescimento adicionado ao período de estabilidade (ou perpetuidade). Isso quer dizer que o valor da empresa deve ser expresso pelos valores dos ativos operacionais dela, excluindo-se os ATIVOS NÃO OPERACIONAIS para essa base de cálculo. Nesse caso, o conceito de FCDE determina que os ativos operacionais e os ativos não operacionais devem ser negociados à parte, ou distribuídos, aos acionistas, em forma de dividendos. Os ativos ociosos da empresa possuem a mesma sistemática de avaliação. Os ativos não operacionais são aqueles que, se vendidos pela empresa, não teriam in�uência nenhuma na atividade operacional, e, por consequência, na avaliação da empresa. Alguns exemplos desses ativos não operacionais No próximo tópico, serão testados os impactos do ajuste da tradução em moeda estrangeira nos relatórios contábeis da empresa. Neste tópico, você aprendeu que: 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 podem ser denominados de títulos negociáveis, participações acionárias em outras sociedades e imóveis que se destinam, apenas, para investimentos, e não ao uso nas atividades operacionais. Portanto, para a avaliação da empresa, deve-se considerar os �uxos disponíveis de caixa operacional, ou FCDE – Fluxo de Caixa Disponível da Empresa. Esses �uxos de caixa operacionais são de�nidos por um período indeterminado de tempo e descontados, a valor presente, pelo CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital. O Fluxo de Caixa Disponível da Empresa (FCDE) é calculado, adicionando, ao lucro operacional (NOPAT-Net Operational Pro�t After Taxes), as despesas de capital líquidas da depreciação e as variações ocorridas no capital de giro. A variação no investimento em giro pode ser obtida pelo acréscimo (ou redução) veri�cado no Capital Circulante Líquido (CCL) da empresa durante o exercício social. A variação do investimento em giro se apura, descontando com a aplicação da fórmula CCL – CCL . O EBITDA é o �uxo operacional de caixa gerado antes do IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, na geração operacional interna do caixa, calculada antes das despesas com juros, da depreciação e do imposto de renda. O NOPAT signi�ca um indicador �nanceiro que representa o lucro operacional líquido de um negócio. A sigla corresponde a Net Operating Pro�t After Taxes, ou seja, lucro operacional líquido após os impostos. Dessa forma, o NOPAT é a Receita Líquida menos os Custos e as Despesas Operacionais (incluindo Depreciação), deduzidos alguns ajustes especí�cos, conforme cada negócio e os impostos sobre a renda. É importante lembrar que, para a taxa de Capital de Terceiros, é necessário eliminar o efeito do IRPJ e da CSLL da taxa bruta, pois os juros das dívidas, com empréstimos e �nanciamentos, são dedutíveis para �ns de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. t t – 1 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 AUTOATIVIDADES Responder Unidade 3 - Tópico 2 1 O que signi�ca Despesas de capital dentro do CAPEX das empresas? 2 Se o gestor �nanceiro perceber que o valor do Fluxo de Caixa Livre, descontado a valor presente, está reduzindo, será necessário buscar algumas alternativas. Quais seriam essas possíveis alternativas para a melhoria dos resultados? 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2 Responder Responder Tópico 1 Tópico 3 Conteúdo escrito por: 3 O gestor empresarial utiliza diversos indicadores para avaliar o desempenho da empresa, um desses indicadores é o NOPAT. Dessa forma, questiona-se, o que representa o NOPAT? Todos os direitos reservados © Ângela Bilk Estelamaris Reif Valdecir Knuth 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 2