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Efeitos metabólicos do exercício físico na obesidade

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Rev Paul Pediatr. 2015;33(1):122---129
www.rpped.com.br
REVISTA PAULISTA
DE PEDIATRIA
ARTIGO DE REVISÃO
Efeitos metabólicos do exercício físico na obesidade
infantil: uma visão atual
Santiago Tavares Paesa,∗, João Carlos Bouzas Marinsb e Ana Eliza Andreazzia
a Universida
b Universida
Recebido em
Disponível n
PALAVR
Exercício
Obesidad
pediátric
Nutric¸ão
Metaboli
∗ Autor pa
E-mail: s
http://dx.d
0103-0582/©
de Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
de Federal de Vic¸osa (UFV), Vic¸osa, MG, Brasil
 12 de março de 2014; aceito em 4 de julho de 2014
a Internet em 4 de fevereiro de 2015
AS-CHAVE
 físico;
e
a;
 da crianc¸a;
smo
Resumo
Objetivo: Revisar a literatura atual a respeito dos efeitos do exercício físico sobre diferentes
variáveis metabólicas da obesidade infantil.
Fontes de dados: A pesquisa foi feita nas bases de dados Pubmed e Web of Science. Os descri-
tores usados foram: obesity, children obesity, childhood obesity, exercise e physical activity. A
pesquisa eletrônica foi feita com base nos estudos publicados de abril de 2010 a dezembro de
2013, em idioma inglês.
Síntese dos dados: O rastreamento dos estudos com os descritores encontrou 88.393. Após cru-
zamento entre os descritores, obtiveram-se 4.561. Desses, depois da análise dos títulos, foram
cogitados 182 relevantes referências, submetidos então aos critérios de inclusão/exclusão, e
totalizaram, no fim, 39. A maioria dos estudos relacionou a prática de exercícios físicos aeróbi-
cos e resistidos à melhoria da composic¸ão corporal, à regulac¸ão do perfil lipídico e metabólico e
ao estado inflamatório de crianc¸as e adolescentes obesos. Entretanto, a magnitude dos efeitos
está associada ao tipo, à intensidade e à durac¸ão da prática.
Conclusões: O exercício físico, independentemente do tipo, mostra-se capaz de promover
adaptac¸ões positivas sobre a obesidade infantil, principalmente por atuar na restaurac¸ão da
homeostase celular e sistema cardiovascular, na melhoria da composic¸ão corporal e também
aumento da ativac¸ão metabólica.
© 2014 Associac¸ão de Pediatria de São Paulo. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Todos os
direitos reservados.
ra correspondência.
anttpaes@hotmail.com (S.T. Paes).
oi.org/10.1016/j.rpped.2014.11.002
 2014 Associac¸ão de Pediatria de São Paulo. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.
Efeitos metabólicos do exercício físico na obesidade infantil 123
KEYWORDS
Exercise;
Pediatric obesity;
Child nutrition;
Metaboli
Metabolic effects of exercise on childhood obesity: a current vision
Abstract
Objective: To review the current literature concerning the effects of physical exercise on
several metabolic variables related to child
 in P
sity, 
s ba
d 88
ing c
ligib
posi
ts; h
f pra
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o Pa
Introduc¸
A obesidad
estado infl
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melittus ti
doenc¸as ca
do sono, co
tipos de câ
A etiolo
ros fatores
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saciedade,
adipocinas
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O desen
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res, aprese
Por isso, é
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o co
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-est
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ons
ísica
tágio
ssas
 po
enda
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sm Data sources: A search was performed
keywords used were as follows: Obe
Physical Activity. The online search wa
to December 2013.
Data synthesis: Search queries returne
4,561 studies were selected by cross
four studies were selected from 182 e
resistance training improves body com
status of obese children and adolescen
with the type, intensity and duration o
Conclusions: Regardless of type, physi
obesity, mainly acting to restore cell
composition, and to activate metabol
combating obesity.
© 2014 Associac¸ão de Pediatria de Sã
reserved.
ão
e é um distúrbio metabólico caracterizado por um
amatório crônico e acúmulo excessivo de gordura
ue apresenta um risco para a saúde e contribui
nvolvimento de outras patologias, como diabetes
po 2, hipercolesterolemia, hipertensão arterial,
rdiovasculares, síndrome de apneia obstrutiva
mprometimentos osteomioarticulares e diversos
nceres.1,2
gia da obesidade parece estar vinculada a inúme-
, tais como polimorfismos gênicos,3,4 disfunc¸ões
c¸ão de hormônios hipotalâmicos vinculados à
 apetite e fome,5,6 aumento da liberac¸ão de
 pró-inflamatórias pelo tecido adiposo branco e
ergético positivo, no qual a alta ingestão calórica
Estã
promo
da apt
do bem
tem si
e no tr
físicas
ral e a
associa
Dem
dade f
em es
são a e
para a
recom
à obes
special o consumo elevado de alimentos energéti-
m gorduras saturadas,7 ac¸úcares e sal, ultrapassa
de calórica diária.8
volvimento da obesidade em estágios iniciais da
associado à manutenc¸ão do estado fisiopatoló-
te a vida adulta. A obesidade infantil pode ser
mo um quadro de acúmulo excessivo de gor-
ral no tecido adiposo durante a infância, com
s negativas para a saúde.9 A prevalência mun-
esidade infantil vem apresentando um rápido
as últimas décadas e é caracterizada como epide-
al.9 Nas últimas décadas, as crianc¸as tornaram-se
as, provavelmente incentivadas pelos avanc¸os
os e fatores socioeconômicos.10 A obesidade na
o mais importante fator de risco conhecido para
 cardiovasculares na vida adulta e esses fato-
ntados na infância, se ampliam posteriormente.
 necessário combatê-los desde fases iniciais da
cialmente em relac¸ão a hábitos assumidos nesse
a magnitud
atividade a
Visto qu
tamento d
intervenc¸õ
medicamen
é necessár
da contrib
tanto, dado
explicitar, d
na atenuac¸
comorbidad
Assim, o
ratura atua
diferentes 
Método
Foi feita u
que relatar
hood obesity.
ubmed/Medline and Web of Science databases. The
Children Obesity, Childhood Obesity, Exercise and
sed on studies published in English, from April 2010
,393 studies based on the aforementioned keywords;
hosen keywords. After applying inclusion criteria,
le titles. Most studies have found that aerobic and
tion, lipid profile and metabolic and inflammatory
owever, the magnitude of the effects is associated
ctice.
xercise promotes positive adaptations to childhood
and cardiovascular homeostasis, to improve body
therefore, physical exercise acts as a co-factor in
ulo. Published by Elsevier Editora Ltda. All rights
mprovados os benefícios que o exercício físico
ara a saúde das pessoas, por atuar na melhoria
 cardiorrespiratória, da composic¸ão corporal e
ar psicossocial, entre outros. O exercício físico
sado como importante ferramenta na prevenc¸ão
ento da obesidade12 por desenvolver qualidades
 modificam positivamente a composic¸ão corpo-
idade metabólica e por atenuar as comorbidades
ao excesso de peso.4,13-15
tra-se associac¸ão inversa entre nível de ativi-
 e desenvolvimento da obesidade, principalmente
s iniciais da vida,9,11,16,17 o que justifica a ade-
 práticas especialmente em crianc¸as. Enquanto,
pulac¸ão adulta, estão bem estabelecidas as
c¸ões da prática de atividade física no combate
e e aos seusefeitos, para a populac¸ão pediátrica,
e do volume, da intensidade e da frequência de
inda é controversa.12
e a maioria das recomendac¸ões clínicas de tra-
a obesidade se baseia na união de diversas
es como mudanc¸a de hábitos alimentares, uso de
tos, prática de regular atividade física e outras,
io identificar, avaliar ou quantificar a magnitude
uic¸ão das possíveis formas de tratamento. Por-
 o caráter multifatorial da obesidade, é preciso
e fato, o grau de contribuic¸ão do exercício físico
ão e no tratamento da obesidade infantil e das
es a ela associada.
 objetivo do presente estudo foi revisar a lite-
l em relac¸ão aos efeitos do exercício físico nas
variáveis metabólicas da obesidade infantil.
ma revisão da literatura com foco nos estudos
am os efeitos do exercício físico sobre diferentes
124 Paes ST et al.
Levantamento dos estudos
envolvendo obesidade e ex ercício
físico (n = 88393)
F
variáveis m
bases de d
Science. O
obesity, ch
pesquisa e
abril de 201
-se focaliz
tema. For
randomizad
pediátrica 
relacionara
metabólica
após uma a
lidos, anal
as variávei
ratura. A fi
estudos.
Resultad
Os princip
cício físico
tabela 1.
Exercício
Os resulta
prática sist
penha sobr
infantil.9,10
cícios à m
de potencialidades fisiológicas que envolvem modificac¸ões
positivas no que diz respeito à promoc¸ão de saúde e ao
condicionamento físico.
Os principais efeitos fisiológicos e metabólicos proporci-
onados pelo exercício físico, tanto agudo quanto crônico,
a m
ética
es d
a me
 glico
e ins
.12,17
ume
co a
oten
latur
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e 40
anta
cio f
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 25%
erso
s da
0 ava
s mi
 (Fat
do d
e es
rdíac
rela
Seleção dos estudos adequados
aos critérios de inclusão
(n = 39)
Seleção dos estudos entre 2010 e 2013
(n = 182)
Seleção dos estudos envolvendo
exercício físico e obesidade infantil
(n = 4561)
igura 1 Selec¸ão dos artigos do estudo.
etabólicas envolvidas na obesidade infantil. As
ados usadas foram Pubmed/MedLine e Web of
s descritores aplicados foram: obesity, children
ildhood obesity, exercise e physical activity. A
letrônica foi baseada nos estudos publicados de
0 até dezembro de 2013. Dessa maneira, buscou-
ar os achados mais atuais da literatura sobre o
de um
esquel
estoqu
da tax
uso da
bilidad
outros
O a
cio físi
pela p
muscu
por ad
longo d
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ram e
hemod
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(IMC) d
Lev
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além d
em até
por div
nuar o
et al.2
de sei
gético
O estu
o test
cia ca
tal cor
am considerados critérios de inclusão estudos
os e controlados que envolveram populac¸ão
em torno de 12 anos, publicados em inglês, que
m os efeitos do exercício físico sobre variáveis
s associadas à obesidade infantil. Inicialmente,
mpla selec¸ão, os artigos foram sistematicamente
isados e relacionados com intuito de confrontar
s de interesse do estudo com os achados da lite-
gura 1 demonstra o delineamento da selec¸ão dos
os e discussão
ais efeitos metabólicos identificados do exer-
 sobre a obesidade infantil são descritos na
 físico, taxa metabólica e perfil lipídico
dos desta revisão evidenciam o poder que a
ematizada e orientada do exercício físico desem-
e variáveis metabólicas associadas à obesidade
,16-18 As evidências associam a prática de exer-
elhoria da composic¸ão corporal e à promoc¸ão
(r = 0,81). 
que o teste
da crianc¸a
bolizar a g
teste de ca
mativa de 
esse simpl
mar o VO2m
aeróbico e
Destaca
físico na r
e como at
drome me
das caracte
arterial sis
de jejum.1
Exercício
Sabe-se qu
cadear um
disfunc¸ão r
aumento d
corrente s
aneira geral são: aumento da massa muscular
, ganho de forc¸a, propriocepc¸ão, diminuic¸ão dos
e gordura, aumento do gasto calórico, aumento
tabólica de repouso, aumento da tolerância ao
se como substrato energético, melhoria da sensi-
ulínica, diminuic¸ão do estado inflamatório, entre
,18
nto do gasto energético secundário ao exercí-
contece pelo estímulo das reac¸ões metabólicas e
cializac¸ão do uso de substratos energéticos pela
a ativa. Isso ocorre tanto de forma aguda quanto
c¸ões fisiológicas que estimulam o metabolismo ao
a.14 Atividades de lazer de moderada intensidade
s com caráter lúdico por 12 semanas se mostra-
tes na atenuac¸ão da dislipidemia e de fatores
icos associados à pioria do estado de saúde de
esas, com média de índice de massa corporal
 kg/m2.18
mento feito por Escalante et al.19 relatou que o
ísico é capaz de reduzir as lipoproteínas de baixa
(LDL) em até 35% e os triacilgliceróis em 40%,
mentar as lipoproteínas de alta densidade (HDL)
. Dessa maneira, o exercício físico é considerado
s autores como a principal ferramenta para ate-
nos associados à obesidade infantil.9,12,16 Makni
liaram a correlac¸ão entre o teste de caminhada
nutos e o uso de gordura como substrato ener-
Max) em 131 crianc¸as obesas (12,4 ± 0,4 anos).
emonstrou que a distância percorrida durante
tá significativamente correlacionada à frequên-
a máxima alcanc¸ada no fim da caminhada e
c¸ão é positiva para meninos (r = 0,88) e meninas
Dessa maneira, os pesquisadores demonstraram
 de campo é capaz de quantificar a taxa lipolítica
 obesa, ou seja, o quanto ela é capaz de meta-
ordura como substrato energético, o que faz do
minhada uma boa ferramenta clínica para a esti-
gasto calórico. Na ausência de ergoespirômetro,
es teste de campo poderia ser usado para esti-
áx e estratificar as cargas de treinamento físico
m jovens obesos.20
-se, portanto, o papel benéfico do exercício
egulac¸ão do perfil lipídico de crianc¸as obesas
enuador dos fatores de risco associados à sín-
tabólica, estado patológico que envolve, além
rísticas dislipidêmica e obesogênica, hipertensão
têmica, resistência insulínica e glicemia alterada
1,16-18,21,22
 físico e estado inflamatório
e uma das características da obesidade é desen-
 processo inflamatório sistêmico ocasionado por
egulatória hormonal advinda principalmente do
a liberac¸ão de citocinas pró-inflamatórias na
anguínea, mesmo durante o exercício físico.23
Efeitos
 m
etabólicos
 do
 exercício
 físico
 na
 obesidade
 infantil
 
125
Tabela 1 Principais efeitos metabólicos do exercício físico sobre a obesidade infantil
Referência Origem (n) F-M Idade
(anos)
Estado nutricional Parâmetros avaliados Tipo de exercício Resultados
Militão et al., 201337 Brasileiros 34 (17-17) 9-11 Sobrepesos e obesos Dispêndio energético e
Hábitos de saúde
Atividades
recreacionais
↓% G ↓ PAS ↓CT ↓TG
↓LDL↑VO2max
Laguna et al., 201329 Espanhóis 437 (227-210) 8-11 Sobrepesos e eutróficos VFC e risco
cardiometabólico
cicloergômetro Inversa associac¸ão entre
VFC e IMC
Schranz et al., 201338 Australianos 56 (0-56) 13-17 Sobrepesos e obesos Treinamento de resistência
e composic¸ão corporal
Resistido ↑MM; ↓% G e↓IMC
Lai et al., 20133 Chineses 88 (48-40) 10-16 Obesos PolimorfismoGenético e
exercício
Aeróbico ↓FCRepouso;↓%G ↓IG
↓Dislipdemia
Lee et al., 201235 Americanos 45 (0-45) 12-16 Obesos Efeitos metabólicos do
exercício físico do tipo
aeróbico e resistidoAeróbico e
resistido
↑MM; ↓% G;↓IMC
↑VO2max; ↓PC
Davis et al., 201236 Americanos 222 (128-94) 9-10 Sobrepesos e obesos Dose de exercício físico e
risco de DMT2
Aeróbico ↓IG; ↓RI; ↓%G; ↓IMC
Araujo et al., 201232 Brasileiros 30 (21-9) 8-12 Obesos Treinamento de resistência
e resistido
Aeróbico e
resistência
↑VO2max; ↓IG;
↓Insulinemia; ↓IMC
Park et al., 201228 Coreanos 29 (15-14) 11-12 Sobrepesos e obesos Atividade física e disfunc¸ão
endotelial
Aeróbico e
resistência
↑VO2max; ↓CA; ↓IMC;
↑NO; ↑Vasodilatac¸ão
Makni et al., 201220 Tunisianos 131 (63-68) 12-14 Obesos Teste de campo e taxa
lipolítica
Caminhada Correlac¸ão VO2max e % G
Legantis et al., 201230 Gregos 48 (23-25) 10-11 Obesos e Eutróficos Aptidão cardiorrespira-tória
e resposta hemodinâmica
Preensão
isométrica Manual
↑ANS; ↑DC; ↑PAS
Woo et al., 201226 Coreanos 39 (19-20) 10-12 Obesos e eutróficos Destreino, adipocinas e
perfil lipídico
Aeróbico Efeito negativo da ↓ NAF
sobre perfil lipídico
Plonka et al., 201125 Polonesas 59 (59-0) 9-15 Eutróficas Nível de atividade física e
leptina
Gasto energético
diário
Correlac¸ão negativa
entre NAF, leptina e
acúmulo de gordura
Zorba et al., 201118 Turcos 40 (0-40) 11-12 Obesos Efeitos do exercício físico
sobre risco
cardiometabó-lico
Aeróbico e
atividades
recreacionais
↓% G; ↓CT; ↓TG; ↓LDL;
↓Insulina; ↑HDL
Rosa et al., 201123 Americanos 66 (32-34) 11-14 Obesos e eutróficos Exercício físico e citocinas
inflamatórias
Aeróbico
intervalado
↑ Inflamac¸ão aguda
nos obesos
Velez et al, 201039 Hispânicos 28 (13-15) 15-16 Sobrepesos e obesos Treinamento de resistência
e composic¸ão corporal
Resistido ↑MM; % G; ↓IMC
%G, percentual de gordura; PAS, pressão arterial sistólica; CT, colesterol total; TG, triglicérides; LDL, lipoproteína de baixa densidade; VO max, volume máximo de oxigênio; HDL,
lipoproteína de alta densidade; VFC, variabilidade da frequência cardíaca; MM, massa muscular; IMC, índice de massa corporal; FC, frequência cardíaca; IG, intolerância a glicose; PC,
peso corporal; DMT2, diabetes mellitus do tipo 2; RI, resistência a insulina; CA, circunferência abdominal; NO, óxido nítrico; ANS, atividade nervosa simpática; DC, débito cardíaco; NAF,
nível de atividade física.
126 Paes ST et al.
Todavia, os estudos demonstram que a prática regular de
exercícios físicos está relacionada à reduc¸ão do estado infla-
matório sistêmico presente na obesidade infantil.24
Lai et al.3 avaliaram, em 88 crianc¸as chinesas, a relac¸ão
do polimor
coberta, s
investigara
programa 
cia cardíac
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diminuic¸ão
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polimorfism
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Exercício
e neural
A disfunc¸ã
obesidade 
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da vida, p
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incentivar 
atenuar tai
Demons
é capaz de
vasculares 
um program
func¸ão de c
12 semana
30 minuto
da frequên
consistia na realizac¸ão de um circuito com três exercícios
de contra-resistência para membros superiores e quatro
para membros inferiores, constituídos de 8-12 repetic¸ões e
intensidade de 60% da máxima repetic¸ão voluntária (RM).
squisadores evidenciaram um aumento duas vezes
em 
a, o
to d
pac
i a f
ca.
tem
ercíc
ta p
ac¸ão
o de
 um 
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 mes
ráti
c¸ões
ame
ulat
ores
díac
 e a
xo 
ibilid
ética
fismo da adipocina vistatina, recentemente des-
obre variáveis metabólicas. Os pesquisadores
m a relac¸ão da vistatina e o efeito de um
de treinamento aeróbico (20-40% da frequên-
a de reserva), feito quatro vezes por semana
atro semanas. Os resultados demostraram uma
 mais acentuada dos níveis de triacilgliceróis e
e insulínica das crianc¸as que apresentavam o
o dessa adipocina pró-inflamatória. Rosa et al.24
reduc¸ão de 92% da concentrac¸ão de adipocina
tória interleucina-6 e metabólitos oxidativos da
idase em 47 crianc¸as obesas submetidas a trei-
termitente com sprints de ciclismo à 80% VO2max.
e Plonka et al.25 avaliou a relac¸ão entre leptina
vel de atividade física em 59 escolares obesas.
am-se como ativas as meninas que gastavam no
s horas do dia em atividades físicas. Concluiu-se
 as estudantes ativas, a concentrac¸ão de lep-
 era três vezes menor do que entre as inativas, o
 uma melhoria da sensibilidade à ac¸ão da leptina
s ativas. Corroborando os achados, Woo et al.26
reduc¸ão significativa da concentrac¸ão de leptina
ento de adiponectina em crianc¸as coreanas obe-
0 e 12 anos submetidas a treinamento aeróbico
da intensidade por 12 semanas. Ademais, mesmo
rrupc¸ão do treinamento, a concentrac¸ão sérica
ocinas permaneceu inalterada pelos três meses
es, período em que as crianc¸as não fizeram exer-
s.
ício físico mostra-se capaz de diminuir o estado
o sistêmico, um dos fatores fisiopatológicos da
 A diminuic¸ão desse quadro acarreta a melho-
c¸ão de diversos sistemas. Paralelamente, a
o da sinalizac¸ão celular em nível molecular é
gir positivamente sobre a comunicac¸ão celular e
scatas de reac¸ões bioquímicas vinculadas aos sis-
abólicos e ao uso de glicose, aminoácidos e ácidos
o fonte energética.
 físico e fatores de risco cardiovascular
o metabólica e hormonal desencadeada pela
infantil está associada a fatores de risco cardio-
r induzir alterac¸ões sistêmicas que, no decorrer
odem gerar lesões a nível cardiovascular, cujos
podem culminar em óbito. Portanto, é preciso
medidas preventivas ou paliativas que visem a
s fatores de risco.27
tra-se que a prática regular de exercícios físicos
 promover, já na infância, adaptac¸ões cardio-
positivas. Park et al.28 avaliaram o efeito de
a de treinamento aeróbico e resistido sobre a
élulas endoteliais em 29 crianc¸as obesas durante
s. O treinamento aeróbico era constituído de
s de caminhada rápida (aproximadamente 60%
cia cardíaca de reserva). O exercício resistido
Os pe
maior 
ou sej
aumen
gera im
diminu
cardía
O 
pós-ex
ramen
do cor
númer
tro de
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Cor
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da obe
desem
obeso,
A p
adapta
positiv
à musc
em fat
cia car
a forc¸a
do flu
dispon
esquel
três tipos de células progenitoras endoteliais,
 treinamento físico foi capaz de estimular um
a capacidade vasodilatadora endotelial, o que
to positivo sobre o fluxo sanguíneo para o corpo,
orc¸a de ejec¸ão ventricular e diminui a sobrecarga
po de recuperac¸ão da frequência cardíaca
io físico pode ser usado como importante fer-
ara mensurar o controle, em nível autonômico,
. Dessa maneira, a magnitude do decréscimo do
 batimentos cardíacos após uma atividade,den-
curto tempo, parece refletir o nível de aptidão
ular de um indivíduo. Todavia, pessoas obesas
 já na infância um desbalanc¸o desse controle
o sobre o corac¸ão, ou seja, necessitam de maior
escanso para restaurar a frequência cardíaca de
ós o esforc¸o físico. Laguna et al.29 fizeram tes-
rc¸o máximo em cicloergômetro em 437 crianc¸as
 obesas, com idade média de nove anos, e verifi-
 relac¸ão positiva entre o tempo de recuperac¸ão
cia cardíaca de esforc¸o com fatores de risco car-
lico nessa populac¸ão, ou seja, quanto maior o
restaurac¸ão dos batimentos cardíacos máximos
so, menor a eficiência do trabalho cardíaco.
rando esses achados, Legantis et al.30 avaliaram
 aptidão cardiorrespiratória e da obesidade na
modinâmica de 24 crianc¸as obesas, fisicamente
tivas, submetidas a exercício isométrico de pre-
ual a 30% da RM durante três minutos. As crianc¸as
tivas apresentaram maiores valores de pressão
tólica no repouso e durante a contrac¸ão muscular
 em comparac¸ão com as crianc¸as obesas ativas.
ente, foram observados valores mais elevados
e nervosa simpática muscular, débito cardíaco
 de oxigênio entre as inativas. A inatividade física
o indivíduo uma diminuic¸ão da eficiência mecâ-
 a um determinado esforc¸o, ou seja, a obesidade
apacidade metabólica de gerar trabalho muscular
a demanda energética da atividade física. Assim,
nor for a eficiência aeróbica do indivíduo frente
ulo, menor será a capacidade de suportar, ao
mpo, a intensidade de uma tarefa. Esses achados
m que o condicionamento físico adequado é um
or de saúde cardiovascular, independentemente
de, ou seja, a aptidão cardiorrespiratória pode
ar um papel de protec¸ão ao corac¸ão do indivíduo
mo durante a infância.
ca de exercícios físicos promove importantes
 neurais sobre o sistema cardiovascular, estimula
nte vias neurais ligadas ao músculo cardíaco e
ura lisa endotelial. Isso repercute positivamente
 hemodinâmicos, como pressão arterial, frequên-
a e resistência vascular periférica, o que aumenta
 capacidade de ejec¸ão cardíaca e a distribuic¸ão
sanguíneo e, consequentemente, maximiza a
ade e o uso de nutrientes pela musculatura
.
Efeitos metabólicos do exercício físico na obesidade infantil 127
Efeito dos tipos de exercício físico
O aumento da capacidade aeróbica está associado inver-
samente ao acúmulo de gordura e a fatores de risco
cardiovascular. De acordo com metanálise feita por Saavedra
et al,31 a m
deia uma s
captac¸ão d
de energia
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Estudo d
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sensibilidade insulínica e reduc¸ão de gordura visceral. Toda-
via, o grupo de 40 minutos apresentou uma melhoria de 83%
da sensibilidade insulínica. O mesmo ocorreu para a reduc¸ão
de gordura visceral, cuja reduc¸ão foi 72% superior ao grupo
controle.
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elhoria do condicionamento aeróbico desenca-
érie de estímulos fisiológicos que potencializam a
e oxigênio e o uso dos ácidos graxos como fonte
, o que reduz os depósitos de gordura corporal e
índices de obesidade.
e Araujo et al.32 demonstrou aumento do VO2máx
c¸as obesas submetidas a um protocolo de treina-
2 semanas, com treino de resistência aeróbica a
quência cardíaca pico e treinamento intervalado
s. Houve aumento significativo no VO2 absoluto
9%) e VO2 pico relativo (13,1% vs. 14,6%), bem
nsibilidade insulínica. Entretanto, essa proposta
ento não demonstrou reduc¸ão significativa de
rporal, tampouco dos valores séricos de glicemia,
 triacilgliceróis e lipoproteínas. Todavia, apenas
ada a gordura subcutânea, não foram verificados
os viscerais. Sabe-se que a gordura visceral é a
mente mais ativa e relacionada às morbidades
bólicas. Nesse sentido, esses resultados devem
rados com cautela, pois grande parte dos estudos
 respostas positivas relacionadas aos parâmetros
s vinculados à obesidade e a prática exercício
 do tipo resistido quanto aeróbico.31,33
desenvolvido por Ando et al.34 evidenciou um
o uso de gordura como substrato energético
pós a prática de exercício aeróbico contínuo ou
te. Entretanto, a magnitude do uso de gordura
s subsequentes à prática foi maior nos indivíduos
s ao treinamento intermitente, o que sugere que
de, apesar da relevância das cargas de volume,
m importante fator que modula o grau de dis-
rgético. Dessa maneira, sugere-se que atividades
s ao longo do dia, com maior intensidade e menor
ssam causar maior impacto sobre o gasto ener-
io.
l.35 acompanharam por três meses os efeitos de
físicos do tipo aeróbico e resistido em 32 meni-
olescentes obesos sobre o acúmulo de gordura
, hepática, intramiocelular e sensibilidade insu-
os os exercícios promoveram reduc¸ão dos níveis
 visceral e intramiocelular, entretanto somente o
e contra-resistência promoveu aumento significa-
sibilidade insulínica. Os pesquisadores atribuíram
 da melhoria dessa sensibilidade ao fato de o
esistido potencializar o nível de contrac¸ão mus-
izado e promover um maior estímulo de proteínas
oras de glicose para dentro da célula.
c¸ão ao volume de treinamento, Davis et al.36
a ac¸ão de diferentes volumes de treinamento
m 222 crianc¸as portadoras de sobrepeso e obe-
ongo de 13 semanas, com cinco sessões de treino
a. A intensidade do treinamento aeróbico foi de
max, os volumes foram de 20 e 40 minutos por ses-
râmetros analisados foram resistência insulínica
de gordura visceral. Tanto 20 quanto 40 minutos
 da sessão de treino proporcionaram melhoria na
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es recreativas são também eficientes para
a atenuac¸ão dos fatores de risco da obesidade
litão et al.37 acompanharam 34 escolares obesos
11 anos, durante o período de intervalo entre
estudo demonstrou que um programa de 10
e exercício recreativos aliado a um programa
c¸ão de hábitos de vida saudáveis foi capaz deos valores de o VO2max e reduzir os valores
glicérides, colesterol total e pressão arterial.
ao treinamento resistido, os estudos com crianc¸as
limitados, devido à dificuldade de quantificar car-
amento. Entretanto, pesquisas que relacionaram
do treinamento resistido sobre variáveis meta-
 crianc¸as obesas relatam resultados positivos no
aos possíveis danos que a doenc¸a exerce sobre
.13 Esses fatores estão associados ao ganho de
ta de gordura e à diminuic¸ão do tecido adiposo,
à diminuic¸ão dos níveis tensionais hemodinâmi-
tores de risco associados ao desenvolvimento de
rdiovasculares.33
 et al.38 avaliaram os efeitos de um programa
ses de treinamento resistido em 56 adolescen-
 entre 13-17 anos. Adicionalmente aos benefícios
s proporcionados pelo período de prática, como
da massa muscular e a reduc¸ão do percentual de
i observado que esse tipo de intervenc¸ão também
enefícios relacionados à autoestima de jovens
or que indiretamente está associado ao aspecto
l ligado à obesidade.38,39
eira semelhante, foi demonstrado que o treina-
stido promove diversos benefícios metabólicos,
elhoria da sensibilidade insulínica, o aumento
glicose como substrato energético e a melho-
fil lipídico, fatores intimamente associados ao
imento da obesidade infantil.13
os resistidos feitos de forma tradicional, como
de ginástica, normalmente não são bem aceitos
ac¸ão pediátrica. Assim, é importante que ativi-
as, como jogos e/ou brincadeiras, que envolvam
ia do próprio corpo ou de companheiros, sejam
s. A iniciac¸ão esportiva na ginástica ou em lutas
om especial destaque para o judô, é uma forma
e de trabalhar o componente da forc¸a nessa
 principalmente por dinamizar a prática praze-
ividades que requeiram potência anaeróbica e
ular.
os com características eminentemente aeróbicas
vem ser realizados. Diferentemente de adultos,
am períodos de exercício contínuo em cicloergô-
orrida, as crianc¸as não toleram bem essa forma
ão. Por conta disso, é interessante o incentivo e
e atividades recreativas e jogos esportivos que
ma grande quantidade de massa corporal, como
tsal, basquetebol, handebol e polo aquático.
 esportes com patins representam atividades nor-
bem toleradas e que também são interessantes
128 Paes ST et al.
para aumentar o gasto energético e aprimorar a capacidade
aeróbica.
Dessa forma, uma alternância de atividades físicas ao
longo da semana, entre quatro e seis dias, exerceria papel
fundamental no dispêndio energético diário e se constitui-
ria como e
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Conclusã
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stratégia para combater, prevenir ou atenuar os
etérios da obesidade infantil.
o
e exercícios físicos se mostra capaz de promover
 positivas sobre a obesidade infantil e atuar como
e na sua prevenc¸ão e tratamento. A magnitude
cios pode variar conforme o exercício físico. Os
efeitos oriundos dos exercícios estão vinculados
ente à restaurac¸ão do perfil lipídico, restaurac¸ão
ica e autonômica, melhoria da composic¸ão cor-
ilizac¸ão dos substratos energéticos e à ativac¸ão
.
mento
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 de interesse
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	Efeitos metabólicos do exercício físico na obesidade infantil: uma visão atual
	Introdução
	Método
	Resultados e discussão
	Exercício físico, taxa metabólica e perfil lipídico
	Exercício físico e estado inflamatório
	Exercício físico e fatores de risco cardiovascular e neural
	Efeito dos tipos de exercício físico
	Conclusão
	Financiamento
	Conflitos de interesse
	Referências

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