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SISTEMA ARTICULAR 
Articulações ou junturas são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do 
esqueleto. São divididas nos seguintes grupos, de acordo com sua estrutura e 
mobilidade: 
SINARTROSES 
As articulações fibrosas incluem todas as articulações onde as superfícies dos ossos 
estão quase em contato direto, como nas articulações entre os ossos do crânio (exceto 
a ATM). Há três tipos principais de articulações fibrosas: 
Suturas 
Nas suturas as extremidades dos ossos têm Interdigitações ou sulcos, que os mantêm 
íntima e firmemente unidos. Consequentemente, as fibras de conexão são muito curtas 
preenchendo uma pequena fenda entre os ossos. Este tipo de articulação é encontrado 
somente entre os ossos planos do crânio. Na maturidade, as fibras da sutura começam 
a ser substituídas completamente, os de ambos os lados da sutura tornam-se 
firmemente unidos/fundidos. Esta condição é chamada de sinostose. 
 Exemplo de Sutura 
Craniana 
 Exemplo de Sinostose 
(Sacro) 
 
 
 
 
SUTURAS CRANIANAS 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
 
Sindesmoses 
Nestas suturas o tecido interposto é também o conjuntivo fibroso, mas não ocorre nos 
ossos do crânio. Na verdade, a Nomenclatura Anatômica só registra dois exemplos: 
sindesmose tíbio-fibular e sindesmose radio-ulnar. 
 
 Gonfoses 
Também chamada de articulação em cavilha, é uma articulação fibrosa especializada à 
fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas. O colágeno do 
periodonto une o cemento dentário com o osso alveolar. 
 GONFOSES – DENTES PRIMÁRIOS E PERMANENTES 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
ANFIARTROSES 
Nas articulações cartilaginosas, os ossos são unidos por cartilagem pelo fato de 
pequenos movimentos serem possíveis nestas articulações, elas também são 
chamadas de anfiartroses. Existem dois tipos de articulações cartilagíneas: 
Sincondroses: 
Os ossos de uma articulação do tipo sincondrose estão unidos por uma cartilagem 
hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com a cartilagem sendo 
substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre em ossos longos e entre alguns 
ossos do crânio). As articulações entre as dez primeiras costelas e as cartilagens costais 
são sincondroses permanentes. 
Sincondroses Cranianas: 
 Esfeno-etmoidal 
 Esfeno-petrosa 
 Intra-occipital anterior 
 Intra-occipital posterior 
 
Sincondroses Pós-cranianas: 
 Epifisiodiafisárias 
 Epifisiocorporal 
 Intra-epifisária 
 Esternais 
 Manúbrio-esternal 
 Xifoesternal 
 Sacrais 
 
As superfícies articulares dos ossos unidos por sínfises estão cobertas por uma camada 
de cartilagem fibrosa. Entre os ossos da articulação, há um disco fibrocartilaginoso, 
sendo essa a característica distintiva da sínfise. Esses discos por serem compressíveis 
permitem que a sínfise absorva impactos. A articulação entre os ossos púbicos e a 
articulação entre os corpos vertebrais são exemplos de sínfises. Durante o 
desenvolvimento as duas metades da mandíbula estão unidas por uma sínfise mediana, 
mas essa articulação torna-se completamente ossificada na idade adulta. 
Sínfises: 
 Manúbrio-esternal 
 Intervertebrais 
 Sacrais 
 Púbica 
 Mentoniana 
 
DIARTROSES 
As articulações sinoviais incluem a maioria das articulações do corpo. As superfícies 
ósseas são recobertas por cartilagem articular e unidas por ligamentos revestidos por 
membrana sinovial. A articulação pode ser dividida completamente ou incompletamente 
por um disco ou menisco articular cuja periferia se continua com a cápsula fibrosa, 
enquanto que suas faces livres são recobertas por membrana sinovial. 
Classificação Funcional das Articulações: 
O movimento das articulações depende, essencialmente da forma das superfícies que 
entram em contato e dos meios de união que podem limita-lo. Na dependência destes 
fatores as articulações podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos. Este é o 
critério adotado para classifica-las funcionalmente. 
 Articulação Monoaxial – Quando uma articulação realiza movimentos apenas em 
torno de um eixo (1 grau de liberdade). As articulações que só permitem a flexão e 
extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais. Há duas variedades nas quais o 
movimento é uniaxial: gínglimo ou articulação em dobradiça e trocóide ou articulação 
em pivô. 
– Gínglimo ou Articulação em Dobradiça: as superfícies articulares permitem 
movimento em um só plano. As articulações são mantidas por fortes ligamentos 
colaterais. Exemplos: Articulações interfalangeanas e articulação úmero-ulnar. 
– Trocoide ou Articulação em Pivô: Quando o movimento é exclusivamente de 
rotação. A articulação é formada por um processo em forma de pivô rodando dentro de 
um anel ou um anel sobre um pivô. Exemplos: Articulação rádio-ulnar proximal e atlanto-
axial. 
 Articulação Biaxial – Quando uma articulação realiza movimentos em torno de dois 
eixos (2 graus de liberdade). As articulações que realizam extensão, flexão, adução e 
abdução, como a rádio-cárpica (articulação do punho) são biaxiais. Há duas variedades 
de articulaçõees biaxiais: articulações condilar e selar. 
– Articulação Condilar: Nesse tipo de articulação, uma superfície articular ovoide ou 
condilar é recebida em uma cavidade elíptica de modo a permitir os movimentos de 
flexão e extensão, adução e abdução e circundução, ou seja, todos os movimentos 
articulares, menos rotação axial. Exemplo: Articulação do pulso. 
– Articulação Selar: Nestas articulações as faces ósseas são reciprocamente côncavo-
convexas. Permitem os mesmos movimentos das articulações condilares. Exemplo: 
Carpometacárpicas do polegar. 
 Articulação Triaxial – Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três 
eixos (3 graus de liberdade). As articulações que além de flexão, extensão, abdução e 
adução, permitem também a rotação, são ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as 
articulações do ombro e do quadril. Há uma variedade onde o movimento é poliaxial, 
chamada articulação esferóide ou enartrose. 
– Articulação Esferoide ou Enartrose: É uma forma de articulação na qual o osso 
distal é capaz de movimentar-se em torno de vários eixos, que tem um centro comum. 
Exemplos: Articulações do quadril e ombro. 
Existe ainda um outro tipo de articulação chamada Articulação Plana, que permite 
apenas movimentos deslizantes. Exemplos: Articulações dos corpos vertebrais e em 
algumas articulações do carpo e do tarso. 
Estruturas das Articulações Móveis 
Ligamentos 
Os ligamentos são constituídos por fibras colágenas dispostas paralelamente ou 
intimamente entrelaçadas umas as outras. São maleáveis e flexíveis para permitir 
perfeita liberdade de movimento, porém são muito fortes, resistentes e inelásticos (para 
não ceder facilmente à ação de forças. 
LIGAMENTOS DO JOELHO 
 
Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2000. 
Cápsula Articular 
É uma membrana conjuntiva que envolve as articulações sinoviais como um manguito. 
Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial 
(interna). 
A Membrana Fibrosa (cápsula fibrosa) é mais resistente e pode estar reforçada, em 
alguns pontos por feixes também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares, 
destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais existem 
ligamentos independentes da cápsula articular denominados extra-capsulares ou 
acessórios e em algumas, como na articulação do joelho, aparecem também ligamentos 
intra-articulares.Ligamentos e cápsula articular tem por finalidade manter a união entre 
os ossos, mas além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a 
amplitude dos movimentos considerados normais. 
A Membrana Sinovial é a mais interna das camadas da cápsulaarticular e forma um 
saco fechado denominada cavidade sinovial. É abundantemente vascularizada e 
inervada sendo encarregada da produção de líquido sinovial. Discute-se que a sinóvia 
é uma verdadeira secreção ou um ultra-filtrado do sangue, mas é certo que contém 
ácido hialurônico que lhe confere a viscosidade necessária a sua função lubrificadora. 
 
Discos e Meniscos 
Em várias articulações sinoviais, interpostas as superfícies articulares, encontram-se 
formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, de função discutida: 
serviriam a melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as 
congruentes) ou seriam estruturas destinados a receber violentas pressões, agindo 
como amortecedores. Meniscos, com sua característica em forma de meia lua, são 
encontrados na articulação do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas 
articulações esternoclavicular e ATM. 
 
 
 
 
 Meniscos do Joelho Disco da ATM 
 
Bainha Sinovial dos Tendões 
Facilitam o deslizamento de tendões que passam através de túneis fibrosos e ósseos 
(retináculo dos flexores de punho). 
 Bainhas Sinoviais 
 Palma da Mão 
 
 Bainhas Sinoviais 
 Dorso da Mão 
 
 
 
Bolsas Sinoviais (Bursas) 
São fendas no tecido conjuntivo entre os músculos, tendões, ligamentos e ossos. São 
constituídas por sacos fechados de revestimento sinovial. Facilitam o deslizamento de 
músculos ou de tendões sobre proeminências ósseas ou ligamentosas. 
BOLSAS (BURSAS) SINOVIAIS DO OMBRO 
 
 
BOLSAS (BURSAS) SINOVIAIS DO OMBRO 
 
A artrite é uma enfermidade de natureza inflamatória que incide especificamente nas 
articulações, tais como nos joelhos, tornozelos, cotovelos, ombros, entre outras. Este 
processo provoca dores intensas, as quais podem se tornar crônicas, tumores nas 
regiões em que os ossos se articulam, locais rígidos, e vários outros sinais que podem 
ser traduzidos como consequências de lesões mais ou menos sérias. 
Esta doença não deve ser vista como similar ao reumatismo, pois este é de fundo 
imunológico, enquanto a artrite é um mecanismo estritamente inflamatório, 
desencadeado por inúmeras causas. Ela pode se manifestar como Artrite 
Degenerativa, Artrite Gotosa, Artrite Piogênica Aguda, Artrite Psoriáca ou Artrite 
Reumatóide. 
A sua face degenerativa é essencialmente crônica, pois o tecido cartilaginoso se 
deteriora, instaura-se uma hipertrofia dos ossos, o que leva o enfermo a sentir muita dor 
quando se move. Ela atinge mais os joelhos, o fêmur da coxa e a coluna vertebral. 
A artrite gotosa é desencadeada pela reação a uma substância conhecida como 
minerais de urato, microcristais, o que gera uma inflamação na lombada do pé e no seu 
dedo, denominado hálux, nos tornozelos, joelhos e cotovelos. Há uma incidência maior 
entre os homens, que podem também apresentar febre e restrição dos movimentos, em 
virtude da dor. Nas mulheres ela pode vir depois do início da menopausa. Nestes 
quadros o ácido úrico sofre normalmente uma certa elevação 
A piogênica aguda atinge especialmente os ombros, joelhos e o fêmur das coxas. 
Tornozelos, cotovelos e punhos quase não são afetados. Seu aparecimento e 
desenvolvimento vêm sendo refreados pelo uso de antibióticos potentes, e as 
perspectivas são cada vez melhores. 
A psoríaca é classificada como um distúrbio da epiderme, causado por fatores ainda 
não conhecidos. Aparecem na pele eritemas escamosos. Este quadro atinge seriamente 
as articulações do corpo. 
A artrite reumatóide é de natureza auto-imune. Ela afeta, portanto, o sistema 
imunológico do organismo e escolhe especialmente as articulações conhecidas como 
periféricas. Neste processo o corpo combate seus próprios tecidos, atingindo até mesmo 
a cartilagem e o envoltório das articulações. 
Este distúrbio orgânico é uma das expressões reumáticas inflamatórias mais comuns. 
Seus efeitos, considerados graves, incidem sobre 1% da população planetária. As 
articulações ficam inchadas, doloridas, inflamadas, vermelhas, quentes e podem, aos 
poucos, deixar de cumprir seu papel no organismo. 
 
Raio-x de uma pessoa com artrite reumatóide. 
 
Estas são as artrites mais comuns, mas sabe-se hoje, conforme dados da Arthritis 
Foundation (Fundação da Artrite), que há mais de 100 distintas variedades desta 
doença, provocadas pelos mais diversos fatores. Outra manifestação bem conhecida e 
comum é a osteoartrite (artrose), que acompanha o próprio desgaste do organismo 
quando este envelhece, atingindo o tecido endurecido dos ossos, chamado de 
cartilagem. 
A artrite não tem cura, mas pode ser amenizada com a movimentação das articulações, 
a prática de exercícios físicos, principalmente a flexibilização das articulações atingidas, 
exercitar as mãos em água aquecida, não abusar da prática esportiva, mover-se em 
uma piscina, não usar cremes sem prescrição médica, envolver a articulação dolorida 
de leve com um cachecol, para que ela fique mais aquecida; usar luvas elétricas ou as 
que são confeccionadas com tecidos que esticam para aliviar a dor nas mãos, evitar um 
peso corporal maior, entre outras medidas eficazes.

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