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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO MARCONES LUIS BARBOSA DE ARAUJO MEDIDAS DE PREVENÇÃO CONTRA OS RISCOS DE ACIDENTES DE TRABALHO RELACIONADO ÀS ATIVIDADES LABORAIS EM SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO CAMPO DOS GOYTACAZES/RJ 2019 MARCONES LUIS BARBOSA DE ARAUJO MEDIDAS DE PREVENÇÃO CONTRA OS RISCOS DE ACIDENTES DE TRABALHO RELACIONADO ÀS ATIVIDADES LABORAIS EM SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO Monografia apresentada ao curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Universidade Cândido Mendes, como requisito à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. Orientador: Luiz Roberto Pires Domingues Junior CAMPO DOS GOYTACAZES/RJ 2019 MARCONES LUIS BARBOSA DE ARAUJO MEDIDAS DE PREVENÇÃO CONTRA OS RISCOS DE ACIDENTES DE TRABALHO RELACIONADO ÀS ATIVIDADES LABORAIS EM SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Monografia apresentada ao Curso de Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Universidade Cândido Mêndes, como requisito à obtenção do Título de Especialista em Engenheira de Segurança do Trabalho. COMISSÃO EXAMINADORA _____________________________________________ Prof. Luiz Roberto Pires Domingues Junior Universidade Cândido Mêndes _____________________________________________ Prof. Universidade Cândido Mêndes Campo dos Goytacazes, _____ de ______________ 2019. RESUMO Este trabalho foi elaborado com o intuito de tornar consciente os riscos associados às atividades laborais em sistema de esgoto sanitário, bem como informar sobre as medidas de segurança que devem ser seguidas para eliminar tais riscos e garantir aos trabalhadores sanitários as condições mínimas de segurança e dignidade em suas atividades. Neste trabalho serão abordadas informações sobre: os riscos que os trabalhadores estão sujeitos, a elaboração de procedimentos de segurança, a importância do treinamento à força de trabalho, a adoção de análise de riscos, o cumprimento das Normas Regulamentadoras, e por fim, sobre o conhecimento dos EPIs e dos EPCs que devem ser corretamente utilizados pelos trabalhadores sanitários. Palavras-chaves: Riscos, procedimentos, treinamento, analise de riscos, NR-33, NR-35, EPIs e EPCs. ABSTRACT This work was elaborated with the intention of making aware the risks associated with the work activities in sanitary sewage system, as well as to inform about the safety measures that must be followed to eliminate such risks and guarantee to the sanitary workers the minimum conditions of safety and dignity in their activities. In this paper, information will be given on: the risks that workers are subject to, the elaboration of safety procedures, the importance of training to the workforce, the adoption of risk analysis, compliance with Regulatory Norms, and finally, on the IPE and CPE that must be properly used by health workers. Keywords: Risks, procedures, training, risk analysis, NR-33, NR-35, EPIs and EPCs. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................7 1.1 TEMA E PROBLEMA DA PESQUISA...............................................................................7 1.2 OBJETIVOS..........................................................................................................................7 1.2.1 Objetivo Geral......................................................................................................................7 1.2.2 Objetivos Específicos........................................................................................................7 1.3 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................8 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..............................................................................................8 2.1 AS CONDIÇÕES DOS TRABALHADORES SANITÁRIOS............................................8 2.2 RISCOS ASSOCIADOS AS ATIVIDADES LABORAIS EM SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO.................................................................................................................................9 2.2.1 Categoria dos Riscos.........................................................................................................10 2.2.2 Geração de Gases..............................................................................................................10 2.3 TREINAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO................................................................10 2.3.1 Treinamento de Integração e Periódico..........................................................................10 2.3.1.1. Treinamento de Integração ou Admissional...............................................................11 2.3.1.2 Treinamento Periódico..................................................................................................12 2.4 ADOÇÃO DE PROCEDIMENTOS PARA O TRABALHO SEGURO..............................13 2.5 ANÁLISE DE RISCOS PARA INDENTIFICAÇÃO E METIGAÇÃO DOS RISCOS......14 2.5.1 Modelo de APR (Análise Preliminar de Riscos)............................................................15 2.6 APLICAÇÃO DAS NORMAS PARA AS ATIVIDADES LABORAIS EM SISTEMA DE ESOTO SANITÁRIO...................................................................................................................16 2.6.1 Atendimento da NR-35 – Trabalho em Altura..............................................................17 2.6.2 Atendimento da NR-33 – Seg. e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados.........18 2.7 CONHECIMENTO E ADOÇÃO DE EPI’S E EPC’S ADEQUADOS PARA OS PROFISSONAIS DE SANEAMENTO........................................................................................20 2.7.1 Luvas de Proteção em Vaqueta........................................................................................21 2.7.3 Luva de Proteção em PVC...............................................................................................21 2.7.4 Botas de Borracha do Tipo Antiderrapante..................................................................22 2.7.5 Roupas Impermeáveis......................................................................................................22 2.7.6 Óculos de Proteção...........................................................................................................23 2.7.7 Capacete de Proteção com Jugular................................................................................23 2.7.8 Cinto Paraquedista..........................................................................................................24 2.7.9 Máscara de Proteção Respiratória.................................................................................24 2.7.10 Dector de Gases..............................................................................................................25 2.7.11 Tripé para Entrada e Resgate.......................................................................................25 2.7.12 Sinalização......................................................................................................................26 2.7.13 Uso Correto de Equipamento de Proteção Respiratória...........................................26 2.7.15 Atmosfera IPVS.............................................................................................................28 3 CONCLUSÃO.......................................................................................................................307 1 INTRODUÇÃO 1.1 TEMA E PROBLEMA DA PESQUISA É lamentável saber que ainda hoje o número de acidentes de trabalho seja tão alto, acidentes que são evitáveis, ou pelo menos em situações em que os riscos poderiam ser minimizados se medidas mínimas de segurança fossem adotadas. Com os trabalhadores sanitários, a situação não tem sido diferente, os acidentes têm sido recorrentes em vários lugares pelo país a fora. As péssimas condições de trabalho têm provocado acidentes graves e muitas vezes fatais. Para garantir a segurança dos trabalhadores que laboram em sistemas de esgoto sanitário, algumas medidas de segurança devem ser adotadas. O presente trabalho se propõe em mostrar o caminho para o alcance deste objetivo. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral O objetivo em linhas gerais é compor uma metodologia a ser seguida para garantir a segurança dos trabalhadores sanitários. 1.2.2 Objetivos Específicos Para alcance do objetivo maior, objetivos específicos são delineados neste trabalho para que culminem no objetivo maior: eliminar os riscos ou minimiza-los dentro dos limites aceitáveis. Para tanto este trabalho comporá as seguintes medidas de segurança que deverão ser adotadas pelos responsáveis pela segurança dos trabalhadores: • Conhecer os riscos associados; • Elaborar procedimentos de segurança relacionados às atividades; • Treinar a força de trabalho; • Adotar a Análise de Riscos para eliminar ou minimizar os riscos; • Cumprir as normas de segurança, em especial a NR-33 e a NR-35; • Conhecer e adotar os EPIs e EPCs apropriados. 8 1.3 JUSTIFICATIVA No dia 27/04/2017 foi noticiado no G1 PE a seguinte noticia: “Dois funcionários do condomínio Le Parc no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, foram encontrados mortos na rede de esgoto do local, na tarde desta quinta-feira (27). Acionados por volta das 17h, os Bombeiros chegaram ao local quando os dois homens já estavam mortos. A Polícia Civil de Pernambuco vai investigar o caso.” Este lamentável acidente ocorreu próximo da minha residência. Tal fato levou-me a refletir sobre os riscos que estes trabalhadores – os que trabalham com sistemas de esgoto sanitários - estão sujeitos. Infelizmente, durante as minhas pesquisas, descobri que este episódio não é um caso isolado, mas que acidentes desta natureza tem sido recorrente por todo Brasil. O descaso dos empregadores, o desconhecimento dos riscos associados, e principalmente o valor da vida humana me levaram a decidir por este tema em minha monografia. O presente trabalho deve, a meu juízo, trazer uma reflexão sobre riscos associados às atividades laborais em sistemas de esgoto sanitário, bem como auxiliar aqueles que buscam promover um ambiente seguro para os trabalhadores que atuam nesta atividade em que os riscos são, indiscutivelmente graves e de grande impacto à vida e à saúde. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 AS CONDIÇÕES DOS TRABALHADORES SANITÁRIOS No século XVII o médico Ramazzini, interessou-se pelas doenças do trabalho, então passou a observar os trabalhos dos “cloaqueiros”. Esses trabalhadores tinham a tarefa de esvaziar as fossas negras que armazenavam fezes e outros dejetos, como aliás ainda era feito rotineiramente, há até não muito tempo em diversas cidades brasileiras e, excepcionalmente, por trabalhadores de empresas de saneamento básico. (MENDES, 2016, p. 292). Em pleno século 21, com todo avanço da ciência e da tecnologia, ainda se vê trabalhadores sanitários em condição degradantes de trabalho, não é de forma alguma raro 9 deparar com trabalhadores usando baldes e vassouras para limpar fossas expondo a sua vida e a sua saúde a graves riscos. Estes trabalhadores estão expostos a vários riscos, estes riscos incluem: infecções, exposição a gases tóxicos e gases inflamáveis/explosivos, distúrbios musculares, doenças de pele e problemas respiratórios. Para a eliminação dos riscos, ou pelo menos para minimização deles, medidas efetivas de segurança necessitam ser implementadas, medidas que são factíveis e relativamente fáceis de alcançar, basta ter boa vontade e comprometimento com a segurança, com a saúde e com o bem-estar do trabalhador. 2.2 RISCOS ASSOCIADOS AS ATIVIDADES LABORAIS EM SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO 2.2.1 Categoria dos Riscos Segundo a Portaria nº 3.214, do Ministério do Trabalho, os riscos são classificados em 5 categorias: riscos de acidentes, riscos ergonômicos, riscos físicos, riscos químicos e riscos biológicos. Os trabalhadores sanitários estão sujeitos todas as categorias de riscos, os quais sãos: - Riscos de acidentes: o trabalhador coloca-se em situações que podem afetar a sua integridade se expondo a risco de explosão devido a formação de gases com potencial explosivo. O trabalhador pode sofrer escoriações devido a arranjo físico inadequado do local em que está sendo feito o trabalho, há também os riscos de acidentes em locais de tráfico de automóveis que pode ser potencializado por falta de sinalização e isolamento da área. - Riscos ergonômicos: levantamento de peso excessivo, por exemplo: ao levantar uma tampa de concreto de uma fossa; postura inadequada devido ao arranjo físico apertado, como em poços de visita, galerias, caixas de gordura, foças sépticas, etc. - Riscos físicos: o trabalhador pode ficar exposto em locais sem ventilação e com calor excessivo, ou em locais frios e úmidos. - Riscos químicos: o trabalhador pode estar exposto a compostos químicos tóxicos, tal como a formação de gases devido a decomposição de matéria orgânica, bem como a contaminação química oriundo dos produtos químicos lançados nos esgotos. 10 - Riscos biológicos: As águas residuais e as partes sólidas dos esgotos sanitários contem grandes quantidades de bactérias e outros organismos patogênicos, o trabalhador desprovido de equipamentos de proteção estará sujeito a contaminação por estes agentes biológicos. 2.2.2 Geração de Gases Atenção especial deve ser dado quanto a geração de gases devido ao processo de decomposição da matéria orgânica. O gás sulfídrico (H2S), oriundo da decomposição da matéria orgânica, é toxico e asfixiante, dependendo da concentração pode ser fatal se inalado pelo trabalhador (MATOS, 2012, p. 90). O metano (CH4) que também é formado pela decomposição do material orgânica é um asfixiante simples, em alta concentração desloca o oxigênio, é um gás inflamável e explosivo. Daí a necessidade da utilização dos equipamentos de respiração e das medidas de monitoramento dos gases que podem ser tóxicos, asfixiantes e provocar chamas e explosões. 2.3 TREINAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO 2.3.1 Treinamento de Integração e Periódico De acordo com a legislação brasileira, o empregador deve garantir a preservação da saúde e o bem-estar de seus empregados, dispondo de recursos necessários para evitar a ocorrência de acidentes e o desenvolvimento de doenças. Segundo os dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, o Brasil é o quarto país que mais registra ocorrência de acidentes, estes dados demonstram o grande a necessidade de adotar medidas efetivas que melhorem as condições segurança para os trabalhadores brasileiros. Uma das medidas para a garantia do trabalho seguro é a capacitação dos trabalhadores através de treinamento. Através de treinamento os trabalhadores são informados sobre os riscos e os meios de prevenção. Pode-se dizer que há duas categorias de treinamento: o treinamento de integração e treinamento periódico. O treinamento de integração é aquele que é dado ao trabalhador quando ele é admitido pela empresa, já o treinamento periódico é ministrado periodicamente, são os treinamentos específicos associados ao tipo de atividade e aos riscos que o trabalhador estará sujeito. A NR-18 – Condiçõese Meio Ambiente de 11 Trabalho na Industria da Construção, diz no item 18.28.1 que todos os empregados devem receber treinamentos admissional e periódico, visando garantir a execução de suas atividades com segurança. Portanto estes treinamentos têm o objetivo de garantir que o trabalhador labore em suas atividades com segurança. 2.3.1.1. Treinamento de Integração ou Admissional Conforme disposto na NR-1 – Disposição Gerais, o empregador tem o dever de informar ao trabalhador sobre todos os riscos associados às suas atividades e as medidas necessárias para evitar os acidentes e o desenvolvimento de doenças. O item 1.7 da NR- 1 estabelece que o empregador deve: c) Informar aos trabalhadores: I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa. O treinamento de integração deve ser elaborado conforme os parâmetros das NRs. A NR-18, apesar de ser uma norma da construção civil, ela serve como base para elaborar os procedimentos das demais áreas. Quanto ao profissional que está habilitado para ministrar treinamento, a norma não especifica quem pode, porém presuma-se que o profissional mais qualificado para ministrar é aquele tem formação na área de segurança, podendo ser o engenheiro de segurança ou o técnico de segurança. É importante que se conheça bem os riscos de cada atividade e as medidas de mitigação dos riscos antes de ministrar os treinamentos. Para o treinamento de integração (ou admissional) e o treinamento periódico a NR-18 estabelece o seguinte: 18.28.2 – O treinamento admissional deve ter carga de 6 (seis) horas, ser ministrado dentro do horário de trabalho, antes de o trabalhador iniciar suas atividades, constando de: a) informações sobre as condições e meio ambiente de trabalho; b) riscos inerentes a sua função; c) uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI d) informações sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC, disponíveis na empresa. 12 No artigo “Como Elaborar um Treinamento de Integração” (Neto, 2018), sugere os tópicos que podem ser abordados no treinamento: - História da empresa; - Política de segurança da empresa; - Explicar o que é segurança do trabalho; - Explicar o que é acidente do trabalho; - Informações sobre as condições e o meio ambiente de trabalho; - Os EPCs e EPIs que estão disponíveis na empresa; - Agradecimentos. 2.3.1.2 Treinamento Periódico O treinamento é uma ferramenta eficaz na prevenção contra os riscos de acidentes. Muitas vezes os acidentes acontecem nas empresas por desconhecimento e desinformação, sendo que é responsabilidade do empregador oferecer aos seus empregados treinamento necessário para que se conheça os riscos associados as atividades de cada trabalhador e as medidas mitigadoras que devem ser adotadas. Para Buda, a aculturação dos empregados quanto a conscientização e prevenção se dá pelo treinamento frequente: A maneira de se evitar que o trabalhador cometa ou se exponha a Atos Inseguros é a orientação e o treinamento frequentes. Assim, a mudança da cultura do “isto nunca aconteceu...” deve ser inculcada nos trabalhadores, pois o pior inimigo da prevenção de acidentes é o excesso de confiança. (BUDA, 2004, p.31) As Normas Regulamentadores exigem que os trabalhadores que se expõe a determinados riscos realizem treinamentos específicos associados as suas atividades. No que diz respeito as atividades laborais em esgoto sanitário, os trabalhadores deverão ser treinados nas NRs relacionadas abaixo: • NR-6: EPI (Equipamento de Proteção Individual) - Conteúdo: Não está previsto - Carga horária: Não está prevista - Público-alvo: Trabalhadores que precisam utilizar EPIs - Periodicidade: Não está prevista 13 • NR-33: Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados Treinamento inicial para trabalhadores em espaço confinados – trabalhadores autorizados e vigias: - Conteúdo: de acordo com o subitem 33.3.5.4 da NR-33 - Carga horária 16h/ Reciclagem 8h - Público-alvo: trabalhadores autorizados a vigias de espaços confinados - Periodicidade: Reciclagem a cada 12 meses Treinamento inicial para trabalhadores em espaço confinados – supervisores de entrada: - Conteúdo: de acordo com o subitem 33.3.5.4 e 33.5.45 da NR-33 - Carga horária 40h/ Reciclagem 8h - Público-alvo: trabalhadores supervisores de entrada em espaços confinados - Periodicidade: Reciclagem a cada 12 meses • NR-35: Trabalho em altura: - Conteúdo: conforme item 35.3.2 da NR-35 - Carga horária: 8h/ periódico 8h. - Público Alvo: Trabalhadores que realizam trabalhos acima de 2 metros do nível inferior com risco de quedas. - Periodicidade: A cada 2 anos ou quando ocorrerem situações descritas no item 35.3.3. 2.4 ADOÇÃO DE PROCEDIMENTOS PARA O TRABALHO SEGURO Os procedimentos de segurança são documentos de fundamental importância na gestão de SST. Destina-se a fornecer aos trabalhadores informações importantes para lidarem com os agentes de risco de forma segura. São documentos elaborados que contemplam todas as fases de cada atividade específica, tendo como objetivo o labor 14 seguro dos trabalhadores. Cada procedimento trará informações que servirá para orientar o trabalhador em cada fase de sua atividade, ajudando-o a lhe dar com todos os riscos associados as suas atividades. Os procedimentos devem ser simples e objetivos, e com linguagem fácil para facilitar o entendimento do trabalhador, e devem ser revisados quando necessário. A revisão deve passar pela análise dos representantes da SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e pela CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). (Valverde, 2017) 2.5 ANÁLISE DE RISCOS PARA INDENTIFICAÇÃO E METIGAÇÃO DOS RISCOS A análise de riscos é uma das ferramentas imprescindível na gestão de SST, pois com ela pode-se identificar os riscos a adotar as medidas de prevenção. Segundo Camisassa, (2015, pg. 289) as medidas de controle dever ser precedida por técnicas de análise de riscos, que tem como principal objetivo: • Identificar a existência de riscos potenciais na atividade; • Dimensionar o grau de exposição do trabalho; • Identificar e corrigir problemas operacionais; • Determinar a adoção de medidas de controle. Existem eficientes metodologias para a elaboração da análise de riscos, dentre elas as mais usadas são: • Analise Preliminar de Risco (APR); • Analise de Modo de Falhas e Efeito (AMFE); • Hazard and Operability Studies (HAZOP); • Analise Preliminar de Perigo. Em algumas NRs a exigência de análise de riscos aparece de forma clara, muito embora a despeito se uma NR para determinada atividade contemple ou não aplicação de análise de riscos, dependendo da atividade e dos riscos associados, a análise de riscos deverá ser implementada sempre que necessário, a necessidade de ser ter ou não ficará a critério do profissional de SST. (Camisassa, 2015, pg. 289) 15 2.5.1 Modelo de APR (Análise Preliminar de Riscos) A figura 1 mostra um modelo de formulário de uma APR, que pode muito bem ser usado nas atividades de sistemas de esgoto sanitário, onde deve ser preenchido as etapas de cada tarefa com seus respectivos riscos e as medidas mitigadoras que devem ser adotas para o controle dos riscos. Os trabalhadores envolvidos nas atividades deverão estar contemplados no formulário com suas respectivas matriculas e assinaturas. Figura 1 – Formulário para Análise Preliminar de Riscos Fonte: Adolfo (2019) 2.6 APLICAÇÃO DAS NORMAS PARA AS ATIVIDADES LABORAIS EM SISTEMA DE ESOTO SANITÁRIO Buda, em sua pesquisa, observa que os trabalhadores do setor de saneamento ainda estão desprovidos de umaNorma Regulamentara Específica, quanto a isto ele diz seguinte: 16 Como resultado, constatou-se que não há uma Norma Regulamentadora específica para o setor de saneamento e um código CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica) que o represente, informando número de acidentes e funcionários. Verificou-se que muitos acidentes se repetem, como relatados por Loureiro em 1982, em seu trabalho de doutorado. Concluiu-se que a criação de Norma Regulamentadora específica para o setor pode não ser o fator determinante para a diminuição dos acidentes, porém, procedimentos eficazes de controle podem melhorar as condições de segurança e de higiene dos profissionais. Mas o setor necessita ainda e um Código CNAE que o represente mais diretamente. (BUDA, 2004) Embora ainda não haja uma norma especifica para o setor - se bem que já está tramitando nos órgãos competentes a criação de uma norma especifica para o setor de saneamento, segundo a informação do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de SC - muitas NRs existente podem e devem ser aplicadas nas atividades relacionadas com esgoto sanitário. Ao todo são 36 Normas Regulamentadoras específicas que regulamentam várias atividades laborais. As principais NRs que podem estar relacionadas com as atividades de esgoto sanitário, são: NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR-15 – Atividades de Operação Insalubres NR-17 – Ergonomia NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR-26 – Sinalização de Segurança NR-35 – Trabalho em Altura NR-33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados NR-35 – Trabalho em Altura 17 2.6.1 Atendimento da NR-35 – Trabalho em Altura As atividades laborais em esgoto sanitário, com muita frequência, são executadas em caixas e galerias que normalmente são de concreto ou alvenaria, nas quais o trabalhador necessita adentrar, seja para fazer uma limpeza ou para fazer algum tipo de manutenção. O trabalhador para executar o seu trabalho necessita acessar a caixa descendo por uma escada ou descendo através de guincho fixado num tripé posicionado na boca da caixa. E por ser tratar de atividades em locais em que há diferenças de alturas que normalmente ultrapassa dois metros, os requisitos da NR-35 devem ser atendidos. No item 35.1.1 da NR 35, que trata do objetivo da norma, considera que as medidas de proteção ao trabalhador envolvem planejamento, organização e execução, de forma que seja garantido a segurança e a saúde dos trabalhadores. Para o planejamento das atividades e para garantir o trabalho seguro deve ser adotado a análise de risco (item 35.2.1 – b). A figura 2 ilustra um trabalhador dentro de uma caixa de esgoto, num espaço confinado, amarrados com cordas, tipificando o trabalho em altura no interior de caixa. Figura 2 – Manutenção em Caixa de Esgoto Fonte: Tiago (2018) 2.6.2 Atendimento da NR-33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados Devido ao alto risco associada as atividades dentro de caixas de esgoto, a NR-33 que trata sobre espaço confinado deve ser seguida com todo rigor. 18 Os trabalhos realizados em espaços confinados têm uma grande representatividade nas industrias, em veículos tanque e nas concessionárias de serviços públicos. (Serrão, et al., 2015, pg. 1). Acidentes envolvendo atividades em espaço confinado é uma triste realidade que se repete com frequência pelo país a fora. Dados do Ministério Público do Trabalho revela que durante 2012 a 2017, cerca de 15 mil trabalhadores foram vítimas de acidentes fatais (MTP NOTICIAS, 2018). É muito provável que muitos destes acidentes estão relacionados com atividades em espaço confinado. Para reduzir os acidentes em espaço confinado, tanto empregadores como os trabalhadores de esgoto sanitário devem fazer cumprir os requisitos da NR-33, que trata o espaço confinado da seguinte forma: “Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana continua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.” (NR-33, item 33.1.2) Estruturas relacionado com o sistema de esgoto, tais como: caixa de inspeção, fossa sépticas, poços visita, galerias, etc., são estruturas caracterizadas como espaço confinado, pois não foram projetadas para ocupação humana, é difícil de entrar e sair, há grande deficiência de ventilação, há riscos de inalação de gases contaminantes, há riscos de inflamabilidade e explosividade e pode ter atmosfera deficiente de oxigênio. A NR 33 traz as diretrizes que devem ser efetivamente seguidas, dentre elas valem destacar: 33.2.1 Cabe ao Empregador: d) implementar gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho. f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada de Trabalho (PET), conforme modelo constante no anexo II desta NR. 33.2.2 Cabe aos trabalhadores: a) colaborar com a empresa no cumprimento desta NR; b) utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa; c) comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de risco para sua segurança e saúde ou de terceiros, que sejam de seu conhecimento; e 19 d) cumprir os procedimentos e orientações recebidas nos treinamentos com relação aos espaços confinados. 33.3.2 Medidas técnicas de proteção f) avaliar a atmosfera antes da entrada dos trabalhadores, para verificar se seu interior é seguro. 33.3.3 Medidas administrativas p) implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido. 33.3.3.3 O procedimento para o trabalho deve contemplar, no mínimo: objetivo, campo de aplicação, base técnica, responsabilidades, competências, preparação, emissão, uso e cancelamento da Permissão de Entrada, capacitação para os trabalhadores, análise de risco de medidas de controle. 33.3.4 Medidas Pessoais 33.3.4.1 Todo trabalhador designado para trabalhar em espaços confinados deve ser submetido a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar, conforme estabelecem as NRs 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com a emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional – ASO. 33.3.4.4 É vedada a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de forma individual ou isolada. 33.3.4.10 Em caso de existência de Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde – Atmosfera IPVS -, o espaço confinado somente pode ser adentrado com utilização de máscara autônoma de demanda com pressão positiva ou com respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape. 33.3.5.1 É vedada a designação para trabalhos sem a prévia capacitação do trabalhador. 20 33.3.53 Todos os trabalhadores autorizados, Vigias e Supervisores de Entrada devem receber capacitação periódica a cada doze meses, com carga horária mínima de oito horas. 33.5.3 É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços confinados sem a emissão da Permissão de Entrada de Trabalho. 2.7 CONHECIMENTO E ADOÇÃO DE EPI’S E EPC’S ADEQUADOS PARA OS PROFISSONAIS DE SANEAMENTO Para garantir a segurança do trabahador nas atividades laborais em sistema de esgoto sanitário é muito importante que se conheça os riscos e os EPIs apropridados para cada risco associado. Abaixo estão descritos osprincipais EPIs e EPCs que devem ser devidamente usados pelos trabalhadores: � Luvas de proteção de vaqueta; � Luvas de proteçõa em borracha nitrílica; � Botas de borracha do tipo antiderrapante; � Roupas impermeáveis; � Óculos de proteção; � Cinto paraquedista; � Mascara respiratória semi facial; � Conjunto respirador autônomo; � Tripé para entrada e resgate; � Sinalização. 21 2.7.1 Luvas de Proteção em Vaqueta Finalidade: Utilizada para proteção das mãos e punhos contra agentes abrasivos e escoriantes. Figura 3 – Luva de Vaqueta Fonte: Climb Clean (2019) 2.7.3 Luva de Proteção em PVC Finalidade: Utilizada para proteção das mãos e punhos do empregado contra agentes químicos e biológicos. Figura 4 – Luva de PVC Fonte: Indusmed (2019) 22 2.7.4 Botas de Borracha do Tipo Antiderrapante Finalidade: Proteger os pés da umidade, dos agentes quimicos e biológicos, e para a proteção contra materiais perfurocortantes. Figura 5 – Bota Tipo Antiderrapante Fonte: Foca no EPI (2019) 2.7.5 Roupas Impermeáveis Finalidade: Utilizada para proteção do corpo contra umidade, agentes químicos e agentes biológicos. Figura 6 – Macacão para Saneamento Fonte: EPI BRASIL.COM (2019) 23 2.7.6 Óculos de Proteção Finalidade: Utilizado para proteção dos olhos contra impactos mecânicos, respingos e pequenas corpos projetáveis. Figura 7 – Óculos de Proteção Fonte: Super EPI (2019) 2.7.7 Capacete de Proteção com Jugular Finalidade: Utilizado para proteção da cabeça do empregado contra agentes metereológicos (trabalho a céu aberto) e trabalho em local confinado, impactos provenientes de queda ou projeção de objetos, queimaduras, choque elétrico e irradiação solar. Figura 6 – Capacete de Proteção com Julgular Fonte: SOLUÇÕES INDUSTRIAIS (2019) 24 2.7.8 Cinto Paraquedista Finalidade: Utilizado para proteção do empregado contra quedas em serviços onde exista diferença de nível. Em espaço confinado também é utilizado para içamento vertical do funcionário e resgate, quando necessário. Figura 8 – Cinto Paraquedista Fonte: Super EPI (2019) 2.7.9 Máscara de Proteção Respiratória Finalidade: Utilizada para proteção respiratória em locais como presença de gases tóxicos e com deficiência de oxigênio. Figura 9 – Máscara semifacial Figura 10 – Conjunto Autônomo Fonte: Super EPI (2019) Fonte: Soluções Industriais (2019) 25 2.7.10 Detector de Gases Finalidade: Utilizado para detectar a presença de gases tóxicos e medir suas concentrações. Os aparelhos mais usados são aqueles são capazes de medir em um único aparelho (multigas) a presença de gás sulfídrico (H2S), monóxido de carbono, explosividade e a concentração de oxigênio. Figura 11 – Detector de Gases Fonte: Central Brasil Instrumentos de Medição LTDA (2019) 2.7.11 Tripé para Entrada e Resgate Figura 12 – Tripé para Entrada e Resgate Fonte: 3M (2019) Finalidade: Utilizados em conjunto com guinchos, resgatadores ou blocos de polias, eles auxiliam a entrada e saída do trabalhador, tanto na movimentação normal quanto, eventualmente, em resgates. 26 2.7.12 Sinalização Figura 13 – Placa de Segurança - Espaço Figura 14 – Placas de Segurança – EPIs Obrigatórios Fonte: Towbar (2019) Fonte: Simões EPI (2019) Finalidade: As placas de sinalização são utilizadas para advertir sobre os riscos, para informar sobre os usos dos EPIs obrigatórios, para manter a distância, dentre outros. 2.7.13 Uso Correto de Equipamento de Proteção Respiratória A principal via de entrada de substâncias nocivas à saúde do trabalhador são as vias respiratórias. Apesar das defesas naturais do corpo humano, as substâncias perigosas como gases tóxicos, vapores e partículas, podem entrar no interior do corpo através do trato respiratório. Além desses riscos ainda existe a possiblidade da exposição em ambientes com deficiência de oxigênio. Para proteger o trabalhador de todos estes riscos são adotadas medidas de segurança com a utilização de equipamentos de proteção respiratória. O uso do equipamento adequado é de estrema importância para segurança do trabalhador. Há vários tipos de respiradores disponíveis no mercado, e a escolha correta deve levar em consideração as condições ambientais que o trabalhador estará sujeito. Dependendo da situação que pode variar em função da presença de gases que podem ser tóxicos, inflamáveis e explosivos; dependerá também da concentração de oxigênio; do tempo de exposição do trabalhador e do grau de concentração do agente contaminante. Para a escolha correta do respirador, deve ser feito uma avaliação criteriosa dos riscos conforme preconiza o Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro (2016, pg.16): 27 A avaliação dos riscos respiratórios é essencial para o processo de seleção e uso do respirador adequado e deve ser realizada por pessoa competente. A avaliação completa dos riscos inclui três etapas: a) avaliação dos perigos no ambiente; b) avaliação da adequação do respirador à exposição; c) avaliação da adequação do respirador à tarefa, ao usuário e ao ambiente de trabalho. No item 33.3.2 da NR-33 trata sobre as medidas que devem ser implementadas para eliminação dos riscos atmosféricos do em espaço confinados, ou seja, medidas que tratam sobre os riscos respiratórios. Vale destacar: f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para verificar se seu interior é seguro; g) manter as condições atmosféricas aceitáveis na entrada durante toda realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado; h) monitorar continuamente a atmosfera do espaço confinado nas áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições de acesso e permanência são seguras; i) proibir a ventilação com oxigênio puro; j) testar o equipamento de medição antes de cada utilização; e k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsicamente seguro, provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência. 28 33.3.3 Medidas administrativas: p) implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido. Estas medidas que são determinadas pela N-33, dentre outras, devem ser seguidas com todo rigor para prevenir os acidentes, que podem sergraves e fatais. 2.7.15 Atmosfera IPVS Atmosfera IPVS é aquela que oferece risco eminente à saúde e a vida do trabalhador, conforme o próprio nome sugere: “Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde”. Quando ambiente é caracterizado como IPVS, medidas mais restritivas deverão ser adotadas. Segundo a Fundacentro (2016, pg. 38), uma atmosfera IPVS é considerada quando apresenta as seguintes condições: a) o contaminante presente ou a sua concentração é desconhecida; ou b) a concentração do contaminante é maior que a concentração IPVS; ou c) é um espaço confinado com teor de oxigênio menor que o normal (20,9% em volume ao nível do mar ou ppO2 = 159 mmHg), a menos que a causa da redução do teor de oxigênio seja devidamente monitorada e controlada; ou d) é um espaço confinado não avaliado A NR-33 no item 33.3.4.10 diz que em caso de existência da Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde – Atmosfera IPVS -, o espaço confinado somente pode ser adentrado com utilização de máscaras autônomas de demanda com pressão positiva ou com respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape. Portanto quando o ambiente de trabalho é caracterizado como IPVS, conforme disposto no Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro, não há brecha para outro tipo de respirador além daqueles exigidos pela NR-33. 29 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS As condições dos trabalhadores sanitários são – salvo as louváveis exceções - precárias, degradantes, humilhantes e perigosas. Para mudar esta lamentável realidade e alcançar um ambiente seguro nas atividades laborais em esgoto sanitário é necessário conhecer os riscos associados destas atividades e adotar as medidas necessárias para mitigá-los. O presente trabalho demonstrou a importância de conhecer estes riscos, pontuando que os trabalhadores sanitários podem estar sujeitos aos riscos de acidentes, ergonômicos, físicos, químicos e biológicos. Para prevenir contra os acidentes, este trabalho apresentou as medidas de prevenção, que são eficazes se efetivamente adotadas, sendo elas: a elaboração de procedimentos de segurança; o treinamento específico de cada atividade para a força de trabalho; a doção da análise de riscos; o cumprimento da normas de segurança, em especial a NR-33 e a NR-35; o conhecimento dos EPIs e EPCs necessário para cada atividade e a aplicação adequada conforme os riscos oferecidos. Melhorar as condições de trabalho e evitar que ocorram acidentes entre os trabalhadores sanitários é perfeitamente possível, basta que as medidas de prevenção sejam efetivamente adotadas. O intuito deste trabalho foi de contribuir para o alcance deste propósito. Longe de ser um material que esgote o assunto, pois há muito para pesquisar e produzir, contudo se o presente trabalho conseguir conscientizar sobre os riscos que estes trabalhadores estão sujeitos e ajudar de alguma forma na prevenção de acidentes, mesmo que timidamente, este trabalho terá alcançado o seu objetivo. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS G1 PE. Dois funcionários são encontrados mortos em rede de esgoto de condomínio no Recife. 27 de abr de 2017. Disponível em: https://g1.globo.com /pernambuco/noticia /dois-funcionarios-sao-encontrados-mortos-em-rede-de-esgoto-de-condominio-no- recife.ghtml. Acesso em: 18 dez. 2018. MENDES, René. A Atualidade de Ramazzini, 300 anos depois. As Doenças dos Trabalhadores – Tradução para o Português do De Morbis Artificum Diatriba, por Dr. Raimundo Estrêla, p. 292. 4. ed. São Paulo: FUNDACENTRO, 2016. Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978. – Aprovação as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação da Leis do Trabalho. MATOS, Bruno Miguel Marques. Gás Sulfídrico nas Redes de Águas Residuais. Porto: Instituto Superior de Engenharia do Porto, 2012. NETO, N.W. SEGURANÇA DO TRABALHO NWN. Como elaborar um treinamento de integração. Disponível em: https://segurancadotrabalhonwn.com/como-elaborar-um- treinamento-de-integracao/. Acesso em: 06 nov. 2018. BUDA, José Francisco. SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO EM ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO. Dissertação de Mestrado - FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL – FEC DEPARTAMENTO DE SANEAMENTO E AMBIENTE – DAS. Campinas: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, 2004. SZABÓ JUNIOR, Adalberto Mohai. MANUAL DE SEGURANÇA HIGIENE E MEDICINA DO TRABALHO. – 12. ed. – São Paulo: Rideel, 2018. CAMISASSA, Mara Queiroga. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO – NRs 1 a 36 Comentadas e Descomplicadas - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método; 2015. SERRÃO, et e al., OS RISCOS DOS TRABALHOS EM ESPAÇO CONFINADO. Artigo Científico – Universidade Federal Fluminense – CTC – LATEC – Pós-Grad. em Engenharia de Segurança do Trabalho. MPT Notícias. Perdas com acidentes de trabalho custam mais de R$ 26 bi da Previdência,05/03/2018. Disponível em: http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_ mpt/mpt/sala-imprensa/mpt+noticias /57067f73-133e-4a0a-aed0-9cb43a1332d1. Acesso em 3 fev. 2019 NR-1 – Disposição Gerais 31 NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção N-33 – Segurança e Saúde em Espaços Confinados NR-35 – Trabalho em Altura Programa de proteção respiratória: recomendações, seleção e uso de respiradores. Coordenador técnico, Maurício Torloni; equipe técnica, Antonio Vladimir Vieira, José Damásio de Aquino, Sílvia Helena de Araujo Nicolai e Eduardo Algranti. - 4. ed. - São Paulo: Fundacentro, 2016. BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 NR - 5. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 489 p. (Manuais de legislação, 16).
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