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07- RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X 
Habeas Corpus nº: XXX
Recorrente: Mívio
Requerido: Ministério Público
MÍVIO, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem perante a Vossa Excelência por seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo) INTERPOR TEMPESTIVAMENTE O RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, com fulcro no artigo 105, II, “A” da CF/88 por entender na reforma do respeitável acordão proferido pela douta câmara julgadora. 
Requer que, após recebimento desta, com as razões inclusas, sejam remetidos os autos a instância superior para devido conhecimento e procedimento.
Termos em que
Pede o deferimento.
Local, Data.
Advogado
OAB
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
Habeas Corpus nº: XXX
Recorrente: Mívio
Recorrido: Ministério Público
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
COLENDO TRIBUNAL
DOUTA TURMA
DOS FATOS:
O recorrente foi processado e condenado no juízo “a quo” pela suposta infração artigo 121, §2, II e IV do Código Penal, foi preso em flagrante delito, tendo a conversão da prisão em preventiva. 
A Ação Penal manteve-se paralisada por aguardar a devolução de cartas precatórias expedidas, por se tratar de testemunhas do ilustre Ministério Público. 
Foi pedido a revogação da prisão preventiva, mas indeferido pelo juízo.
Após 380 dias da expedição das cartas precatórias foi impetrado o recurso de “Habeas Corpus” pelo prazo transcorrido da ação.
A Câmara julgadora do Tribunal Estadual denegou a ordem do recurso pela produção de prova em outra comarca, demora justificável a fundamentação. 
DO DIREITO:
O ministério público tem o prazo de 5 dias para oferecer a denúncia quando for réu preso, conforme Artigo 46 do CPP. Como foi realizado prisão em flagrante delito, o Inquérito Policial foi feito de oficio, logo conta o prazo quando o “parquet” recebeu este. 
Mas o ilustre promotor não propôs a denúncia, apenas expediu cartas precatórias para aguardar ouvir testemunhas fundamentais para o processo para propositura da ação, Ora Vossa Excelência, o réu está preso sem a devida denúncia, logo cerceamento de sua defesa, indo de encontro com a ampla defesa e o contraditório, artigo 5º, LV da CF/88. 
Ficando encarcerado como cumprimento de pena sem nem ter o julgamento devido, violando diretamente o princípio da inocência onde ninguém será considerado culpado sem o trânsito em julgado de decisão penal condenatória, artigo 5º, LVII da CF/88
A Súmula 669 do STF positiva que a liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo, tratando do caso em tela uma prisão preventiva do homicídio qualificado com excesso de prazo onde se passou dos 5 dias para se fazer a denúncia do réu, em sede de 1º e 2º instância judiciária foram denegadas o direito de responder em liberdade, logo requer o direito de responder em liberdade pela prisão arbitrária mantida. 
Ora, Vossa Excelência, ocorreu o desrespeito a norma processual penal no seu artigo 46 do CPP, pois a denúncia passou do prazo de 5 dias, chegando a 380 dias sem a referida denúncia e o réu encarcerado de forma arbitrária, logo ocorreu nulidade processual pela violação do artigo 564, caput, “IV” do CPP:
Artigo 564: A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
“Por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Portanto, quando ocorre ato que gere prejuízo direto a alguma das partes com desrespeito a formalidade do processo, ocorre nulidade, assim o réu deve ter sua prisão relaxada para responder em liberdade o processo. 
Conforme entendimento do STJ:
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO, VILIPÊNDIO DE CADÁVER E CORRUPÇÃO DE MENOR. EXCESSO DE PRAZO PARA FORMAÇÃO DA CULPA. INOCORRÊNCIA. TRÂMITE REGULAR DO FEITO. RAZOABILIDADE. COMPLEXIDADE DA AÇÃO PENAL. PLURALIDADE DE DELITOS E DE RÉUS. CONTINUAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO DESIGNADA. PEDIDOS REALIZADOS PELA DEFESA. COMPROMETIMENTO DA MARCHA PROCESSUAL. PLEITO DE PRISÃO DOMICILIAR. FILHO MENOR DE 12 ANOS. NÃO COMPROVAÇÃO DA IMPRESCINDIBILIDADE DO PACIENTE AOS SEUS CUIDADOS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO.
HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
1. Diante da hipótese de habeas corpus substitutivo de recurso próprio, a impetração sequer deveria ser conhecida, segundo orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal - STF e do próprio Superior Tribunal de Justiça - STJ. Contudo, considerando as alegações expostas na inicial, razoável a análise do feito para verificar a existência de eventual constrangimento ilegal que justifique a concessão da ordem de ofício.
2. Esta Corte Superior tem o entendimento de que, somente configura constrangimento ilegal por excesso de prazo na formação da culpa, apto a ensejar o relaxamento da prisão cautelar, a mora que decorra de ofensa ao princípio da razoabilidade, consubstanciada em desídia do Poder Judiciário ou da acusação, jamais sendo aferível apenas a partir da mera soma aritmética dos prazos processuais.
Na hipótese, não restou caracterizada a existência de mora na tramitação do processo que justifique o relaxamento da prisão preventiva, porquanto este tem seguido seu trâmite regular. 
A insatisfação da defesa com a relativa delonga na conclusão do feito não pode ser atribuída ao Juízo, mas às suas peculiaridades, considerando a complexidade do processo, no qual se apura múltiplos delitos (homicídio duplamente qualificado, vilipêndio de cadáver e corrupção de menor) e com pluralidade de réus (5). Ademais, a audiência de instrução e julgamento marcada para 12/6/2019 foi realizada, sendo agendada a sua continuação para o dia 10/12/2019, aproximando-se a instrução do fim.
Outrossim, em consulta ao site do Tribunal de origem, verificou-se que em 26/2/2019, ao julgar pedido de substituição da custódia preventiva por domiciliar, a Juíza singular afirmou que "há nos autos inúmeros pedidos formulados pela defesa, com os mesmos fundamentos, o que vem acarretando desnecessárias "idas e vindas" do processo ao gabinete desta magistrada, atrasando sobremaneira a regularidade da instrução processual".
3. Quando o excesso de prazo é provocado pela defesa não se verifica a existência de constrangimento ilegal, conforme dispõe o enunciado n. 64 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça. Assim, não há, pois, falar em desídia do Magistrado condutor, o qual tem diligenciado no sentido de dar andamento ao processo, não podendo ser imputada ao Judiciário a responsabilidade pela demora, como bem fundamentado pelo Tribunal de origem. 
4. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento segundo o qual para a concessão da prisão domiciliar o preenchimento apenas do requisito objetivo previsto no inciso III do art. 318 do CPP não é suficiente para conceder o referido benefício, pois é necessário que seja demonstrada a indispensabilidade da presença do pai aos cuidados do menor, o que não se verificou na hipótese dos autos.
5. Habeas corpus não conhecido.
Ora, Vossa Excelência, a violação do prazo não está em questão e sim a forma que foi imposta a prisão preventiva ao recorrente, onde está a mais de 380 dias preso preventivamente pela arbitrariedade do ilustre “parquet” em esperar as cartas precatórias de suas testemunhas, sem ter notícias o recorrente sobre a sua culpa pela ausência de denúncia, pois foi preso em flagrante, mas não foi feita a denúncia.
Reitero, que o artigo 5º, LXXVIII da Carta Magna de 1988 determina a celeridade processual, logo não pode manter condenação preventiva do recorrente sem o devido respeito aos ditames processuais declarando a sua culpa. 
DOS PEDIDOS:
Requer que seja acolhido o recurso, com o relaxamento da prisão, com o recorrente respondendo em liberdade, conforme artigo 315 do CPP e Artigo 5º, LXV da CF/88. 
Termos em que
Pede o deferimento.
Local, Data
Advogado
OAB

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