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Indiciamento Conceito - é a informação ao suposto autor a respeito do fato objeto das investigações. Dessa forma, o juízo que antes era de possibilidade, agora passa a ser de probabilidade e as investigações irão girar em torno de uma pessoa específica. A autoridade policial deve deixar clara a situação do indivíduo, informando-lhe a condição de indiciado sempre que houver elementos para tanto. O Indiciamento pode ser: direto, quando o agente está presente; indireto, quando o agente está ausente, como nos casos de foragidos ou em lugar incerto. Pode ser também: formal, o qual deve conter três peças (auto de qualificação e interrogatório, informações acerca de sua vida pregressa e boletim de identificação); material, onde o delegado de polícia, por ato fundamentado, aponta a autoria de uma infração a uma pessoa. Desindiciamento - A autoridade policial pode, no decorrer das investigações, entender que a pessoa indiciada não está ligada ao fato, e desta forma promoverá o desindiciamento, e todos os atos serão descritos nos relatórios, para que o titular da ação penal possa analisar a qualquer momento. O desindiciamento por ocorrer através de habeas corpus procedente, impetrado com o motivo de trancar o inquérito em relação a algum suspeito. Vedações ao indiciamento - Toda vez que, no curso da investigação preliminar, existir indícios da prática de infração penal por parte de um desses agentes com prerrogativa de função, a autoridade policial, civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade, os autos ao Chefe da respectiva instituição, a quem competirá tomar as providências previstas para o prosseguimento da apuração. As autoridades que têm essa prerrogativa são: os magistrados; membros do MP; parlamentares federais. O STF entende, nesse último caso, que é possível o indiciamento do parlamentar, desde que previamente autorizado pelo ministro relator do inquérito, responsável por sua supervisão. Limites ao indiciamento - O indiciamento deve conter os fundamentos do delegado de polícia, mediante análise do fato, que deverá indicar autoria, materialidade e suas circunstâncias, nos termos da Lei 12.830/2013. O oferecimento da ação penal deverá conter, na petição inicial, a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Órgão jurisdicional responsável pelo controle do vício deverá: reconhecer que o ato normativo de indiciamento foi produzido em violação à regra de atribuição de sua feiura, resvalando em nulidade absoluta; decretar a sua invalidação, por ato fundamentado apto a afastar qualquer constrangimento ilegal à pessoa acusada. Prazos O inquérito não pode se estender por tempo indefinido, devendo assim ter prazos para sua conclusão. No geral, os prazos para crimes da atribuição da polícia civil estadual, o prazo são de 10 dias, com o indiciado preso, e de 30 dias, se o agente estiver solto. Com o indiciado preso, o prazo pode ser prorrogado por até 15 dias, uma única vez. Findado o prazo sem conclusão da investigação, impõe-se o relaxamento da prisão. Os prazos para inquéritos a cargo da polícia federal, se o indiciado estiver preso, é de 15 dias, prorrogável por mais 15 dias, pressupondo a autoridade judicial, se estiver solto, assim como na forma geral, é de 30 dias. Para crimes contra a economia popular, o prazo de conclusão do inquérito é de 10 dias, estando o indiciado preso ou solto. Para crimes de tráfico de drogas, o inquérito terá o prazo para sua conclusão de 30 dias, podendo prorrogar por igual período, caso o indiciado esteja preso. Se estiver solto, o prazo é de 90 dias, também prorrogável por igual período. O prazo para inquéritos policiais militares é de 20 dias, se estiver preso. Caso esteja solto, o prazo é de 40 dias, prorrogáveis por mais 20 dias pela autoridade policial superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligências indispensáveis à elucidação do fato. Contagem dos prazos Os prazos serão contados excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o último dia, segundo o art. 798, § 1°, CPP. De acordo com o § 3° deste mesmo art. o prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.
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