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APOSTILA INTRODUCAO EAD

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Prévia do material em texto

2010
Edite Colares Oliveira
Luiza Feitosa Simões
Ofélia Aguiar de Mesquita 
Raimunda Olímpia de Aguiar Gomes
Renata Rosa Russo Pinheiro Costa Ribeiro
Introdução à
Educação a Distância
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição à SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
(SEAD/UECE). Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer 
meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores.
EXPEDIENTE
 
Design instrucional
Antonio Germano Magalhães Junior
Igor Lima Rodrigues
Pedro Luiz Furquim Jeangros
Projeto gráfico
Rafael Straus Timbó Vasconcelos
Marcos Paulo Rodrigues Nobre
Coordenador Editorial
Rafael Straus Timbó Vasconcelos
Organização de Conteúdo
Edite Colares Oliveira
Diagramação
Rafael Straus Timbó Vasconcelos
Ilustração
Marcos Paulo Rodrigues Nobre
Revisão
Kelsen Bravos
Capa
Emilson Pamplona Rodrigues de Castro
 
 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Carlos Eduardo Bielschowsky
DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – DPEAD
Hélio Chaves Filho
SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
Celso Costa
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
Cid Ferreira Gomes
REITOR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Francisco de Assis Moura Araripe
VICE-REITOR
Antônio de Oliveira Gomes Neto
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
Josefa Lineuda da Costa Murta
COORDENADOR DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Antonio Germano Magalhães Junior
COORDENADOR GERAL UAB/UECE
Francisco Fábio Castelo Branco
COORDENADORA ADJUNTA UAB/UECE
Josete de Oliveira Castelo Branco Sales
COORDENADORA DO CURSO DE PEDAGOGIA 
Edite Colares Oliveira
COORDENADORA DE TUTORIA E DOCÊNCIA DO CURSO DE PEDAGOGIA
Dília Maria Raulino de Souza Caetano
Apresentação ....................................................................................................................... 7
Unidade 1
Educação a Distância: Conceitos, Percursos e Normas ........................................................... 9
Capítulo 1 - Conceituando Educação a Distância ............................................................... 11
1.1. Evolução da Educação a Distância ..................................................................................13
1.2. Educação a Distância virtual...........................................................................................15
Capítulo 2 - As normas que regem a EAD .......................................................................... 20
2.1. Referenciais de qualidade para a Educação Superior a Distância .................................21
2.2. Decreto nº 5.622 - de 19 de dezembro de 2005 ............................................................24
2.3. Decreto nº 5773 – 09 de maio de 2006 .........................................................................25
Capítulo 3 - Alunos a Distância: realidades e desafios ....................................................... 27
Unidade 2
Teorias Pedagógicas da Educação a Distância ........................................................................ 31
Capítulo 1 - Teorias pedagógicas da educação a distância ................................................. 33
Introdução .............................................................................................................................33
1.1. Abordagens pedagógicas na EAD ...................................................................................33
1.2. Educação a Distância: opções metodológicas ................................................................37
1.3. Educação a Distância: vantagens e desvantagens ..........................................................41
Unidade 3
Estrutura e Funcionamento da EAD no Curso de Pedagogia da UECE ..................................... 47
Capítulo 1 - A gestão pedagógica do curso de Pedagogia .................................................. 49
Capítulo 2 - Operacionalização pedagógica e administrativa ............................................ 52
2.1. A equipe pedagógica ......................................................................................................52
2.1.1. Coordenador de curso ........................................................................................................ 52
2.1.2. Professores formadores ...................................................................................................... 52
2.1.3. Tutor a distância ................................................................................................................. 53
2.1.4. Tutor presencial .................................................................................................................. 55
2.2. A Elaboração do material didático .................................................................................56
2.3. A Administração do tempo e a autonomia ....................................................................57
Capítulo 3 - Ensino e avaliação em EAD ............................................................................. 59
Unidade 4
O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) ......................................................................... 65
Introdução .............................................................................................................................67
4.1. Conceito .........................................................................................................................69
4.2. Acesso ao Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVA) ....................................71
4.3. Usuário e senha.............................................................................................................71
4.4. Acesso aos cursos ..........................................................................................................72
4.5. Perfil .............................................................................................................................74
4.6. Mensagens .....................................................................................................................77
4.7. Recursos e ferramentas ..................................................................................................80
4.8. Fórum .............................................................................................................................80
4.9. Chat ................................................................................................................................84
4.10. Atividade ......................................................................................................................84
4.11. Elaboração e envio de atividade ..................................................................................84
Estamos iniciando um percurso educativo que acreditamos ser de grande rele-
vância para todos nós. Começamos um curso de graduação numa modalidade semi-
presencial pedindo a você uma postura ativa e atenta. Para tanto, é necessário que 
você participe dos momentos de interação presenciais e a distância com compromisso 
contínuo com o curso, pois um bom curso se faz com o envolvimento de professores e 
alunos, mediados por uma metodologia adequada.
 No presente módulo, abordaremos a Educação a Distância sob quatro perspec-
tivas: Educação a Distância: Conceitos, percursos e Normas; abordagens pedagógicas 
da EaD, a proposta de EaD do Curso de Pedagogia da UECE e uma introdução sobre 
Ambientes virtuais de Ensino e Aprendizagem.
Na primeiraunidade discutiremos as linhas gerais da EaD, entendimentos a res-
peito do termo, o desenvolvimento desta modalidade educativa ao longo da história, 
suas perspectivas, normas que a regem e a realidade do aluno fisicamente distante.
A segunda unidade tem como objetivo apresentar as teorias pedagógicas que fun-
damentam o processo de ensino e aprendizagem da Educação a Distância (EaD). Nesse 
módulo, discutiremos os aspectos metodológicos na prática da EaD, suas vantagens e 
desvantagens. Desta forma, a unidade, com suas abordagens, permitirá a você, aluno, 
identificar as teorias e teóricos que fundamentam a EaD, afastando a ideia de casuís-
mo nas opções teóricas e metodológicas empregadas nesta modalidade educativa.
Já na terceira unidade apresentaremos a proposta de trabalho do Curso de Pe-
dagogia UAB/UECE em regime semipresencial, atendendo a demanda de alunos do 
Estado, dando aos cidadãos, nos mais recônditos lugares do interior do Ceará, aces-
so ao ensino superior, além de orientar você, aluno de Pedagogia, a fazer melhor uso 
da metodologia trabalhada no curso. Concluímos esta unidade esclarecendo sobre a 
sistemática de avaliação do curso, uma vez que esta norteará todo seu processo de 
aprendizagem.
 Para finalizar, na quarta unidade, forneceremos subsídios teóricos e técnicos 
sobre o Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA), em especial o MOODLE, 
ambiente a ser utilizado neste curso. São tarefas distintas que o aguardam nesta nova 
etapa de estudos.
A primeira parte do texto refere-se a noções teóricas do que venha a ser um am-
biente virtual de ensino e aprendizagem. O conceito e a história do MOODLE vêm a 
seguir. São mostrados também como devem ser realizados os acessos e procedimentos 
básicos no ambiente, de forma prática e ilustrativa. Isto fará com que você entenda 
como acessar o site do ambiente; registrar seu nome de usuário e senha; acessar seu 
curso; preencher seu perfil; e enviar e receber mensagens.
Você saberá um pouco mais sobre as ferramentas e recursos do MOODLE. São 
elas: fórum; chat; e, atividades avaliativas. Neste momento, serão explanadas as situ-
ações em que você deverá contribuir com seus colegas de curso, comentando textos, 
postando artigos ou simplesmente interagindo.
Esperamos contribuir em sua formação proporcionando uma maior familiari-
dade com modalidade semipresencial. Lembre-se: use o ambiente, seja curioso, não 
tenha receio, experimente, aprenda; e, depois, ensine a quem precisar! Bons estudos! 
Os autores
Unidade
Objetivos:
•	 Apresentar um panorama sobre a Educação a Distância.
•	 Esclarecer sobre o conceito de EaD.
•	 Discutir o desenvolvimento histórico da EaD.
•	 Descrever as principais normas que regem a EaD no Brasil, hoje.
1
Educação a Distância: 
Conceitos, Percursos e Normas
11INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Capítulo 1
Conceituando Educação a Distância
Para conceituar Educação a Distância é necessário pensar de manei-
ra mais detida na concepção que temos sobre distância. Isto porque se tem 
experimentado de há muito, impressões de se estar em lugares e vivenciar 
fatos a partir do veiculado por algumas tecnologias de comunicação, como o 
rádio e a televisão, sobretudo quando ocorrem informativos em tempo real. 
Naturalmente que a distância física acontece, mas a possibilidade de ouvir 
ou ver o que se passa em determinados lugares, no momento em que os fa-
tos ocorrem, nos dão a sensação que o mundo “encurtou”.
Na EaD, as situações são similares pois há a separação física entre 
as pessoas, mas cabem às tecnologias diminuir os distanciamentos, atra-
vés da representação imaginária de que os sujeitos estão próximos. Desta 
forma, professores apresentam conteúdos por meio dos materiais didáticos, 
tutores se comunicam com o corpo discente por telefone, colegas se encon-
tram nos ambientes virtuais, são estes pequenos exemplos de como a sepa-
ração física pode ser reduzida.
O termo educação não se restringe à aplicação e uso de conteúdos e 
técnicas para se ter acesso a informações, diz respeito à convivência social 
para alcançar objetivos específicos de elaboração individual e coletiva do 
conhecimento. Se na educação presencial os alunos e professores se en-
contram na sala de aula, na EaD este espaço físico é substituído por livros, 
apostilas, programas de rádio, de televisão, por cd-rom ou mesmo, por aulas 
on line, publicadas em ambientes virtuais de aprendizagem.
Existe uma tendência a se usar a expressão educação a distância e não 
ensino a distância. Isto porque o ensino enfatiza o papel do professor como 
alguém que ensina a distância", aquele sistema de ensino tradicional,no 
qual o professor é o detentor e o transmissor do conhecimento e o aluno é 
o receptor desse mesmo conhecimento.Quando se emprega o termo "educa-
ção", é possível pensar em um sistema no qual o aluno não é somente um 
reservatório,um receptor de informações,mas aquele que interage e partici-
pa, com o professor e seus colegas,da construção de aprendizagem indivi-
dual e coletiva .
A EaD acontece fundamentalmente com professores e alunos separados 
fisicamente no espaço e no tempo,mas podendo estar juntos através de tec-
nologias de comunicação e demonstrando quão presencial e interativo pode 
ser essa modalidade, pois esse professor tem mais oportunidades de acom-
panhar, por meio dessas tecnologias, seu aluno de saber seu nome,de avaliar 
seu progresso no curso, de interagir com ele e todos os demais participantes.
Moran define EaD como: "Educação a Distância é o processo de ensi-
no-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão 
separados espacial e/ou temporalmente."
O processo de ensino-aprendizagem no qual professor e aluno estão 
separados fisicamente, mas unidos (conectados) pela tecnologia podendo 
12 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ocorrer nos mesmos níveis que o ensino regular, nos faz repensar e ampliar 
outros conceitos, como o de presencialidade, bem como os conceitos de cur-
so e aula. 
A Educação a Distância se configura como modalidade com funda-
mentos educomunicacionais quando possibilita a incorporação de várias 
mídias, como o impresso, a televisão, o rádio e o computador. Redimensiona 
os formatos e linguagens destas pela ação de sujeitos voltados para finali-
dades educativas com vistas à participação. Isto ocorre, sobretudo, quan-
do se trata das mídias digitais e dos ambientes virtuais de aprendizagem. 
Elas se fundamentam na constituição de discursos diferentes dos tornados 
públicos pelos veículos comerciais, assim como solicitam o trabalho de pro-
fissionais com formações distintas, que pensem simultaneamente sobre as 
especificidades do campo educativo, assim como acerca das singularidades 
concernentes a cada mídia.
As mídias, ou meios de comunicação, encontram-se presentes no 
contexto da sociedade como aparatos técnicos capazes de propagar infor-
mações de naturezas diversas, para públicos dispersos e heterogêneos. Ao 
longo do tempo e de seu próprio desenvolvimento foram se disseminando 
para fins informativos, publicitários e educativos. As mídias voltadas para 
a elaboração do conhecimento possibilitam a participação dos sujeitos, di-
reta ou indiretamente, quando viabilizam chances de trocas, assimilações, 
críticas e construção de significados. Estas ocorrem com e por meio delas, 
quando deixam de ter um papel, meramente instrumental, de transmisso-
res de informação, como no caso dos mass media – meios de comunicação 
de massa, para serem espaços inerativos mais abertos e propícios à cons-
trução do conhecimento. 
Nesta perspectiva, o Ministério da Educação, através da lei nº 9394, 
conceitua essa modalidade educativa da forma que segue:
(...) caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacio-
nal na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e 
aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de infor-
mação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo ati-
vidades educativasem lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2009,p.1)
No ensino a distância, a transmissão de conteúdos foi priorizada, dei-
xando lacunas no que dizia respeito às interações mais efetivas entre pro-
fessores e alunos, já que cabia ao material didático preponderantemente 
estabelecer os vínculos didáticos. Nesta situação prevaleceu a dissemina-
ção de informações por meio de veículos de comunicação de massa, como a 
televisão e o rádio, que tinham a capacidade de alcançar vários alunos ao 
mesmo tempo, estando estes dispersos geograficamente. Contudo, as con-
dições interativas eram pequenas e isto, de alguma maneira, desestimulava 
os alunos que tinham suas dúvidas e contatos com os professores subesti-
mados.
As novas concepções, experiências e estudos atuais sobre EaD se vin-
culam o advento da Internet e, por conseguinte, de um espaço diferenciado 
de educação, neste caso por meio da virtualidade. Porém, sobre isto haverá 
um capítulo mais adiante que discutirá apropriadamente o tema.
Tais tecnologias, além de reduzir as distâncias e redefinir os tempos 
de estudo, propiciam uma reestruturação dos materiais didáticos quando 
lhes permitem integrar as linguagens escritas, sonoras e imagéticas.
Silva (2005) define mídia 
como um elenco de veícu-
los de comunicação, com 
suas linguagens próprias, 
presentes na comunica-
ção do homem, a fim de 
efetivar intenções e pro-
pósitos. 
A educação virtual é 
aquela possível graças à 
ligação de computadores 
em rede e à criação de am-
bientes educativos especí-
ficos, como os ambientes 
virtuais de aprendizagem.
13INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
 Embora os novos aparatos técnicos na EaD veiculem os materiais 
com rapidez e longo alcance, e que eles ganhem uma importância, além da 
já existente, na educação presencial, os professores permanecem com seu 
inalienável papel de co-construtores dos saberes. Exercem tanto na ação 
docente convencional, como no trabalho com os conteúdos e ainda de inte-
ração on line.
O caráter mutável da tecnologia no mundo virtual alcança , modifi-
ca ,transforma e complementa conceitos,como o da presencialidade e o de 
curso,bem como coloca em evidência certas questões como a de que o pro-
fessor será substituído ou a de que os livros impressos ficarão em desuso 
por causa dos textos virtuais . O papel do professor é bem mais complexo no 
ciberespaço da modalidade on line que no espaço da sala de aula, como Mo-
ran (1997) ressalta, o professor passa a arquiteto de percursos, mobilizador 
das inteligências múltiplas e coletivas.Não é por acaso que as formas ma-
neiras de as pessoas se comunicarem na cibercultura entram em conflito 
com os fundamentos e práticas do ensino tradicional,tanto pelos recursos 
físicos como pela proposta de interatividade e de criação coletiva difundidos 
pela EaD hoje.
Como podemos perceber, o aperfeiçoamento da EaD ocasionará mu-
danças como a reorganização das escolas,que precisarão de menos espaços 
semelhantes aos que dispõe hoje, no entanto terão que dispor de salas de 
pesquisas, de encontro, interconectadas. 
Nas últimas duas décadas, as discussões sobre EaD no Brasil se avo-
lumaram em função, da criação e desenvolvimento da Secretaria Nacional 
de Educação a Distância – SEED, vinculada ao Ministério da Educação e 
Cultura – MEC. Com ela veio uma legislação específica para as ações atuais 
e futuras na área, existe assim uma política pública organizada para este 
fim, já que vivemos um momento de grande expansão desta modalidade, 
sobretudo com a criação da Universidade Aberta do Brasil.
1.1. Evolução da Educação a Distância
No início, a Educação a Distância utilizava-se apenas de textos im-
pressos. Depois, do rádio e da tv. E, agora , além destes, também da in-
formática, das imagens, dos vídos, dos áudios. A EaD é uma modalidade 
educativa que para se efetivar requer a incorporação de mídias. Alunos e 
professores geograficamente distantes utilizam aparatos técnicos a fim de 
enviar e receber materiais didáticos e, dependendo do meio usado, estabe-
lecer contato e interação. “Os meios clássicos se iniciam com a imprensa de 
Gutemberg e tiveram seu apogeu entre a segunda metade do século XIX e 
a primeira metade do século XX com os periódicos, a fotografia, o cinema, o 
rádio e a televisão”. (SILVA, 2003, p.582).
A evolução do conhecimento está associada à evolução da própria 
humanidade. Durante muito tempo, teve-se a presença da oralidade como 
único mecanismo utilizado para transmitir informações de uma geração a 
outra. Este geralmente era elaborado pelas pessoas mais velhas e respeita-
das de componentes dos grupos sociais.
Depois, a escrita se apresenta, porém, muito restrita, limitada, espe-
cialmente, ao mosteiros. E como as cópias dos livros eram feitas manual-
mente, nem todos poderiam fazê-lo, pois era um trabalho cansativo, lento 
e caro, ou seja, para poucos. Depois, já no século XV, Johannes Gutenberg 
com sua invenção dá início a uma nova era: a cultura da escrita ou do im-
Universidade Aberta 
do Brasil
Trata-se de um progra-
ma no âmbito nacional 
desenvolvido pelo gover-
no federal desde 1995 e 
que tem por objetivo a 
interiorização do ensino 
superior por meio da edu-
cação a distância. Neste 
caso, tal interiorização se 
vincula prioritariamente à 
formação de professores e 
gestores públicos, através 
de diversos cursos de gra-
duação. Para 2010, existe 
uma projeção do próprio 
Ministério da Educação 
de alcançar 300 mil va-
gas distribuídas em todo 
território nacional, com 
ingresso por vestibular e 
direito a diploma equiva-
lente aos dos cursos pre-
senciais. Esses diplomas 
são expedidos pela insti-
tuição de ensino superior 
articulada ao programa e 
também responsável por 
parte da infraestrutura 
necessária a um curso 
desta natureza.
Saiba mais a respei-
to de Gutemberg aces-
sando o site http://
pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Gutenberg.jpg
14 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
presso. E diante de toda a facilidade apresentada ,neste momento histórico, 
ocorreu uma mudança no modo de pensar, agir e refletir da sociedade. Sur-
giu, a partir daí, a comunicação de massa (jornal, rádio, tv). 
Já no século XX, outras inovações tecnológicas são desenvolvidas, 
mas especificamente os computadores e a internet. Agora, adentramos a era 
das Tecnologias da Informação e Comunicação - (TIC). Elas surgem num 
período em que tudo é imediatista e efêmero. O que ontem era uma grande 
novidade ou inovação, hoje em pouco tempo já não o será mais.
A história da EaD está dividida em quatro gerações: a primeira gera-
ção teve início com a primeiras escolas por correspondência.
(...) é mais especificamente no século XIX que essa modalidade de ensi-
no começa a se firmar. A segunda geração pode ser considerada aquela 
das transmissões radiofônicas e televisivas. A terceira geração é a que 
vivemos hoje, pois o avanço tecnológico traz para dentro das escolas 
e universidades as mais diversas tecnologias de transmissão e recepção 
de informação ( CD-ROM, Internet, fibra ótica,satélites etc). A quarta 
geração é da escola virtual, exatamente aquela que introduzimos hoje 
em algumas instituições brasileiras, não como substituta do ensino pre-
sencial , porém como coadjuvante no processo de ensino-aprendizagem ( 
CHERMAN e BONINI, 2000, p.18)
Ao longo de seu percurso histórico, os meios incorporados pela EaD fo-
ram se alterando em razão do próprio desenvolvimento das tecnologias. Nas 
experiências iniciais houve a prevalência de uma mídia que não foi sendo 
sucedida por outra, ao contrário, existiu, e ainda há, toda uma complemen-
taridade, pois formatos e linguagens midiáticos têm acrescentado outras 
possibilidades comunicacionais, como a incorporação do som de imagens 
fixas e em movimento e, mais recentemente, a conjugação destas em supor-
te único. Desta forma, o impresso, o rádio, a televisão, o videocassete e os 
computadores ligados à Internet são exemplos de mídias que possibilitam a 
organização de mensagens educativas. 
Livros,cartilhas ou guias especialmente redigidos foram as propostas 
iniciais; a televisão e o rádio constituíram os suportes da década de 70; 
os áudios e vídeos, na década de 80. Nos anos 90, a incorporação de 
redes satélites, o correio eletrônico, a utilização da Internet e os pro-
gramas especialmente concebidos para suportes informáticos apare-
cem como os grandes desafios dos programas na modalidade. (LITWIN, 
2001, p.16)
O campo educativo como espaço de convivência social é, ao longo do 
tempo, interceptado pelos aparatos técnicos, sobretudo na modalidade a 
distância, que necessita incorporar mídias para disseminar suas ações te-
óricas e práticas. 
Nestas etapas primeiras, a EaD caracterizava-se, grosso modo, como 
um método de educativo para transmitir conhecimentos, utilizando-se ex-
tensivamente de meios técnicos, especialmente com o propósito de produzir 
e disseminar material de ensino, mediante princípios organizacionais que a 
vincularam a uma forma industrial de ensinar e aprender. (PRETI, 2000).
Atualmente as tecnologias da informação e da comunicação – TIC, 
pelo fato de que o conceito de novo é de precisão difícil no âmbito tecnoló-
gico, são percebidas como elementos estruturais do que se tem chamado 
Como gerar conhecimento 
numa sociedade tão dinâ-
mica assim?
Antes se havia uma edu-
caçao tradicional, cen-
trada nos conteúdos, que 
pouco tinham relação en-
tre si e com a vida real. 
Hoje, essa é uma exigên-
cia básica. 
15INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
de terceira geração da educação a distância, (Belloni,1999), embora haja 
autores que defendam até uma quinta geração para essa modalidade, como 
Moore e Kearsley (2007). Os computadores ligados em rede, com disposi-
tivos hipermidiáticos trouxeram a possibilidade efetiva de uma dinâmica 
educativa por meio de seus recursos com linguagens próprias. Desta forma, 
além de promover maior velocidade e alcance das mensagens, incrementa-
ram maneiras de ensinar e aprender diferentes do que se tinha até então.
A invenção do computador e, principalmente, da Internet é conside-
rado superior à invenção da imprensa ou da máquina a vapor (Revolução 
Industrial). A Internet mudou todas as áreas do conhecimento: as artes, a 
comunicação, os negócios, tudo. A educação também está sendo instigada 
a acompanhar essa nova forma de disseminação e troca de informações. 
As tecnologias digitais assim modificaram este cenário, na medida em 
que trouxeram consigo recursos mediadores de uma educação mais parti-
cipativa, colaborativa e com maiores chances de interação.
Estamos numa fase de transição na educação a distância. Muitas or-
ganizações estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do 
ensino presencial (aula multiplicada ou disponibilizada). Há um predo-
mínio de interação virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e 
alguma interação on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lu-
gares diferentes). Apesar disso, já é perceptível que começamos a passar 
dos modelos predominantemente individuais para os grupais na educa-
ção a distância. Das mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e 
o rádio, caminhamos para mídias mais interativas e mesmo os meios de 
comunicação tradicionais buscam novas formas de interação. Da comu-
nicação off-line estamos evoluindo para um mix de comunicação off e 
on-line (em tempo real)". (MORAN,2002,p.2) 
As aulas neste espaço, desta forma não podem ser unilaterais, tam-
pouco se transformar em mera transposição do presencial para o virtual. 
Nós, professores, dispomos de infinitos recursos midiáticos e os utilizamos 
de maneira tradicional. A formação docente é ponto fundamental nesse pro-
cesso de mudanças. 
Desta forma, entendemos que, mesmo a distância, deve haver intera-
ção entre professor, aluno, em todas as direções, assim como é feito numa 
abordagem mais progressista na EaD realizando uma união de educação, 
tecnologia, professor e aluno e gerando conhecimento através de interação. 
A partir da história da EaD vimos que a interação foi aumentando e que 
nesta etapa ela é imprescindível.
1.2. Educação a Distância virtual
O estádio em que a Educação a Distância se encontra hoje está as-
sociado à crescente utilização dos recursos computacionais, o que pode 
significar a integração de mídias em único suporte técnico, no caso, o com-
putador. A atual fase começou nos anos 90 com a disseminação das tecno-
logias da informação e comunicação - TIC, que comportam programas inte-
rativos informatizados, redes telemáticas, CD-ROM didáticos, entre outros 
(BELLONI, 1999).
Em 1994, quando a internet começou a se firmar no Brasil, no final 
daquela década e início do século XXI, a escola e a sociedade moderna pas-
O conceito de hipermídia 
trazido por Nova e Alves, 
2006 diz respeito à incor-
poração e a integração de 
linguagens em mídias, 
como o impresso, o rádio 
e a televisão em um só 
suporte, no caso, o com-
putador, mas com um 
sistema de navegação in-
terativo possibilitado pela 
Internet. Por esta razão, 
esses materiais se organi-
zam a partir de uma fei-
ção não linear, na qual o 
aprendiz tem uma ação 
efetiva sobre os conteúdos 
ali disponibilizados.
16 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
saram por uma transformação no que tange ao uso, incorporado ao cotidia-
no das pessoas nos mais diversos níveis de suas ações.
Dessa forma, os professores e alunos devem se preparar para associar 
em suas práticas de ensino e aprendizagem as mudanças trazidas pelas 
TIC. Dentre algumas inovações podemos citar a invenção da holografia, o 
aumento da largura de bandas em países orientais, a ampliação de recur-
sos de inteligência artificial. Enfim, há desafios relativos a essas tecnologias 
e sua incorporação no âmbito educativo, sem esquecer das realidades socio-
culturais e das propostas didático-pedagógicas em questão. 
Hoje é possível, através da EaD em rede, integrar mídias e, por conse-
guinte, as linguagens inerentes a cada meio. Tem-se, agora, os computadores 
com características hipermidiáticas, ou seja, baseados em linguagens que 
convergem para um novo formato, o texto escrito, o audiovisual e informáti-
ca, disseminadas graças às telecomunicações das redes eletrônicas e à tec-
nologia digital das informações (SANTAELLA, 2007). Ganha feição mais di-
nâmica e menos linear por meio de conexões e redes, nas quais os aprendizes 
participam de forma ativa de um processo comunicativo e interdiscursivo.
Optamos pela expressão educação a distância em rede - diferente-
mente dos que estão em voga: educação a distância via Internet, educação 
a distância virtual, educação a distância on line - por considerá-la mais 
abrangente. A rede diz respeito não somente à conexão dos computadores 
no contexto planetário, mas à sua capacidade de agregar pessoas, aproxi-
mando-as efetivamente por meio de recursos e interações, tornando comum 
a vontade de saber dos outros, da cultura e da história, como compartilha 
Goméz (2004).
Enfim, sabemos que as mudanças, tanto as ocorridas na sociedade 
como na educação, nunca se darão de forma uniforme e, por isso, é que 
somos desafiados a encarar e nos adaptar a outras configurações de rela-
cionamentos e aprendizagens.
Há, em curso, uma mudança paradigmática no que tange às tecnolo-
gias. Ela diz respeito a uma concepção técnico-científica com reflexos, so-
bretudo, no campo socioeconômico, fazendo com que as informações sejam 
armazenadas e circulem em um nível nunca experimentado na história da 
humanidade. Essas transformações caracterizam a sociedade informacional. 
Schaff (1999) também oferece pistas para nos situar no cenário da 
atual revolução tecnológica, que tem a informação como elemento base. A 
combinação do desenvolvimento da microeletrônica, da microbiologia e da 
informática foi capaz de promover mudanças de ordem técnica, das orga-
nizações e da administração que tem como elemento estruturante a infor-
mação disseminada com rapidez e longo alcance, levando ao seu avanço e 
crescente interferênciano cenário econômico, político e social. 
Lévy (1993) defende a ideia de que a informáticaé uma nova tecnologia 
intelectual e, comparada ao que aconteceu com a criação da escrita, ela traz 
uma nova maneira de pensar o mundo e de organizar as relações com o co-
nhecimento. A informática, assim, tem a condição de inaugurar uma nova 
ecologia cognitiva. Como consequência dessas trocas virtuais é possível que 
seja formada um cultura diferente, no entendimento desse autor chamada 
de cibercultura, que é um conjunto de técnicas, procedimentos, ações, de 
ideias e valores que se sedimentaram paralelamente ao desenvolvimento do 
ciberespaço, do espaço virtual.
Há entre esses autores uma convergência de ideias quando defendem 
o argumento de que o atual estágio de organização social sofre interferência 
Sociedade Informacional 
como a denomina Castells 
(1999), essa sociedade 
está sendo potencializada 
pelas tecnologias da infor-
mação e da comunicação 
– TIC. Tal mudança leva 
a um entendimento da 
sociedade destes tempos 
como globalizada, ou seja, 
sua organização se en-
contra estruturada na in-
formação distribuída em 
larga escala. Por isto, sua 
base material está sendo 
modificada mediante a 
propagação das TIC que 
contribuem para mudan-
ças na ordem política, so-
cial e de valores
Ecologia cognitiva
Termo criado por Pierre 
Lévy. Possibilita que anti-
gos saberes se organizem 
e sejam transformados, 
dando lugar a novos pro-
cedimentos e a outras for-
mas de desenvolver o co-
nhecimento, juntamente 
com diferentes maneiras 
de expressá-lo, tudo isto 
no contexto do ciberes-
paço. 
17INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
da maneira como as informações chegam às pessoas, como influenciam o 
modo como estas se comunicam, negociam, administram. 
Naturalmente, que neste caso, estamos nos reportando ao sistema de 
educação on line no qual a interação professor-aluno pode acontecer graças 
às tecnologias digitais. 
Apresenta-se como cibercultura "o fenômeno que envolve práticas con-
temporâneas de sociabilidade no ciberespaço, onde se constituem as redes 
telemáticas mediante o uso das tecnologias digitais pelos atores sociais". Ou 
seja, o homem faz uso da tecnologia em suas práticas cotidianas a fim de 
realizar suas atividades e produzir conhecimento. 
Quando começou esse compartilhamento da "cibercultura", foi cria-
da uma expectativa da realização de cursos de informática para se poder 
manejar adequadamente os computadores. Contudo, o acesso aos compu-
tadores domésticos era restrito, poucos podiam adquiri-lo. Hoje, sem a obri-
gatoriedade de curso formal,muitos jovens utilizam programas de um com-
putador, porque houve a disseminação de lan-houses pois, diferentemente 
de antes, a tecnologia está a alcance de muitos, e sua aquisição se tornou 
mais fácil. Ainda assim, a escola vem se aproximando dessa realidade com 
lentidão, neste cenário o professor é primordial para que os alunos conhe-
çam e utilizem da maneira mais adequada tais aparatos técnicos.
Goméz (2004), quando analisa de maneira abrangente a educação que 
faz uso dos meios de comunicação, dá preferência a esta denominação, educa-
ção em rede. O conceito de rede pode ser percebido, também, como toda uma 
dinâmica de relações entre pessoas e esses instrumentos técnicos. O cibe-
respaço desenvolve e dissemina uma série de representações com base nesse 
entendimento mútuo, criando assim a comunicação em rede (SANTOS, 2005).
Já para León et. al. (2003), uma rede pode ser considerada ainda como 
um ajuntamento de pessoas que se mantêm agrupadas, desenvolvendo con-
tatos contínuos que expressam as mais diversificadas maneiras de informa-
ções, de manifestações afetivas e de companheirismo. Se, para muitos, este 
nível de aproximação virtual constitui iniciativas sem sentido, distantes da 
realidade do mundo produtivo, para outros, a rede e suas possibilidades 
interativas revelam nos sujeitos a sensação de que não estão sozinhos, ao 
contrário, fazem parte de um contexto , de um grupo.
Em Castells (1999), redes são tecidos maleáveis, pela possibilidade de 
promoveram a comunicação entre eles. Uma sociedade baseada em redes é 
uma formação dinâmica e inovadora, sem, por tais características, ter com-
prometido o seu equilíbrio.
No caso da EaD em rede, a incorporação crescente das TIC a torna 
mais extensiva em público, rompendo barreiras culturais de língua, de es-
paço geográfico e de tempo. Ela dinamiza o modo de ensinar e de aprender, 
complementando as necessidades, habilidades e formação daqueles que es-
tão impossibilitados de estar em uma sala de aula convencional. 
Assim, este é um espaço de ação docente que requer mudanças meto-
dológicas referentes à maneira de ensinar e de aprender, por meio de con-
teúdos digitais. A metáfora da rede vincula-se, desta forma, tanto às ca-
racterísticas não lineares da navegação pela Internet, como ao encontro 
intencional e flexível de pessoas, mesmo que distantes, para juntarem-se a 
fim elaboraram propósitos educativos em comum.
Os ambientes virtuais de aprendizagem – (AVA) solicitam, desses pro-
fessores, concepções educativas que digam respeito também aos seus hábi-
tos e crenças, a fim de que elas estabeleçam uma comunicação ativa com os 
Você já parou para refletir 
em como as tecnologias 
digitais estão presentes 
em sua vida ? Então nos 
diga: você assiste a filmes 
em DVD, acessa os caixas 
eletrônicos dos bancos, se 
comunica pela Internet, 
envia mensagens pelo ce-
lular ?
E, agora, tem aulas vir-
tuais ? Voce faz parte da 
cibercultura ?
Filatro (2008) denomina o 
termo AVA como sala de 
aula on-line, fundada por 
sistemas eletrônicos, com 
o diferencial de promover 
a interação dos sujeitos 
partícipes deste espaço 
educativo
18 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
alunos. Na EaD em rede, isto ocorre, inclusive, por intermédio do reconhe-
cimento dos recursos e de sua adequação didática nos materiais. 
A inserção das TIC no contexto educativo, em especial na Educação 
a Distância, as tem sedimentado, na medida em que promove formas de 
comunicação mais dinâmicas, tanto no ensino como na aprendizagem, aju-
dando, por meio de seus recursos interativos, educadores e aprendizes a 
transformar informação em conhecimento. 
As tecnologias digitais caracterizam um tempo diferente, na medida 
em que os interlocutores não se valem somente de linguagem textual para 
se manifestar. São alcançados por outras maneiras de se expressar, eles se 
comunicam por ícones, grafismos, clips, ruídos, novos códigos reveladores 
de necessidades outras de compartilhamento cultural.
Castells (1999) acrescenta que as TIC não se resumem a instrumen-
tos aplicáveis, mas disseminadores de processos, já que os seus criadores 
podem se tornar usuários e vice-versa, estando à frente de como fazer uso 
das tecnologias, tendo o exemplo da própria Internet. Isto quer dizer que na 
Educação a Distância em rede, os sujeitos que participam desta modalida-
de têm todas as possibilidades de interação, pois a rede cria uma prática 
discursiva que possibilita o desenvolvimento de outros textos e permite ao 
sujeito ressignificá-los na construção de outros conhecimentos.
O incremento das atuais tecnologias de comunicação e informação 
desencadeou também outras modelagens para a manipulação e produção 
das imagens, tanto fixas como em movimento. Essa forma de produção di-
gitalizada estabelece um contato expandido do apreciador com a obra, pois 
além da aproximação visual com a representação da realidade passada, ele 
tem diante de si imagens de síntese, que perdem a referência com a realida-
de, para tornar-se virtual. Os fatos continuam apresentando o concreto, os 
objetos e fenômenos, mas as imagens ganham simulações que os explicam, 
mas com outras formas, outras roupagens.
Castells (1999), nesta perspectiva, chama atenção para o novo sistema 
eletrônico de alcance planetário potencializado pela conjugação das tele-
comunicações, do audiovisual e da informática, que incorpora os meios de 
comunicaçãoe, ao mesmo tempo, traz questionamentos e desafios para o 
campo educativo, sobretudo de como integrá-lo a este espaço. 
Os meios educativos de terceira geração, tendo como suporte os com-
putadores ligados à Internet, podem disponibilizar conteúdos educativos 
diversificados, ampliando, assim, as formas de reconhecimento dos conteú-
dos e a integração de uma série de linguagens. Essa multiplicidade aproxi-
ma os aprendizes e educadores na medida em que os processos intelectuais 
por eles desencadeados exigem intensa atividade, que mobiliza experiências 
nas dimensões cognitivas, afetivas e sociais. Assim como em outras áreas 
do conhecimento, a EaD se vê instada a suscitar o debate sobre novas lin-
guagens e o seu alcance, quando tratamos da incorporação das tecnologias 
computacionais no ambiente da educação em rede. 
Kenski (2003) sugere alterações nas diretrizes curriculares/peda-
gógicas para a EaD em rede, principalmente que revejam o conceito de 
autoria do professor. O currículo nesta modalidade possibilitaria uma in-
terdisciplinaridade interativa, chegando a levar a ideia de criação a ultra-
passar as iniciativas burocráticas que segmentam quem elabora de quem 
desenha, de quem publica, de quem revisa, de quem orienta os aprendizes 
e de quem decide como as aulas serão elaboradas. Nessa perspectiva, não 
resta apenas ao sujeito adquirir conhecimentos operacionais para poder 
Apesar de lentamente, 
nós todos, desse curso, 
seremos esses transfor-
madores. Vocês acham, 
assim como eu, que serão 
partes dessa evolução?
19INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
desfrutar das possibilidades interativas com as novas tecnologias. O im-
pacto das novas tecnologias reflete-se de maneira ampliada sobre a pró-
pria natureza do que é ciência e do que é conhecimento. Exige uma refle-
xão profunda sobre as concepções do que é o saber e acerca das formas de 
ensinar e aprender.
A cibercultura proporcionou a troca de informações em velocidade 
bem como a quebra de barreiras geográficas e étnicas. O conhecimento 
chega cada vem mais longe e com uma qualidade cada vez maior. Estamos 
em fase da EaD, em que se dabate cada vez mais, no sentido de analisar 
as experiências, de propor uma revisão teórica e, por conseguinte, de apri-
morá-la. Porém, como disse Moran(2002):
"Iremos mudando aos poucos, em todos os níveis e modalidades edu-
cacionais. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturi-
dade, de motivação das pessoas".
20 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Capítulo 2 
As normas que regem a EAD
Neste capítulo procuraremos trazer para você, caro(a) cursista, uma 
ideia abrangente a respeito das normas que regem a Educação a Distância 
no Brasil nos dias de hoje. Esta dimensão possibilitará que você saiba mais 
sobre os princípios e funcionamentos desta modalidade educativa, nos dife-
rentes níveis de ensino aos quais ela se destina.
Esses conhecimentos lhes darão a segurança acerca de um aparato 
normativo que visa sempre a qualidade de ensino, e que se encontra em 
constante andamento, pois procura acompanhar as mudanças sociais e os 
avanços tecnológicos, utilizando-os a seu favor.
De fato, os documentos vêm normatizar as ações vinculadas a EaD, 
trazendo para a comunidade uma visão mais ampla e sistêmica dos princí-
pio para se desenvolver cursos a distância.
Percebe-se uma complementação de leis que se definiram pelas mu-
danças contextuais, sobretudo no incremento e incorporação de tecnologias 
mais interativas. A própria criação da Secretaria Nacional de Educação a 
Distância em 1996, apontou para uma preocupação pontual com as mu-
danças em curso.
É oportuno salientar que boa parte do que estamos elaborando, como 
realidade da Educação a Distância, esteja vinculado ao que vem sendo de-
senvolvido pela Universidade Aberta do Brasil – ( UAB ).
Contudo, há instituições que não trabalham com a configuração que 
temos aqui, dos professores formadores, tutores, ambientes virtuais de 
aprendizagem, materiais didáticos próprios.
Comecemos destacando que a Educação a Distância é uma modalidade 
de ensino submetida à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de n° 9.394, 
de 1996. Porém, esta modalidade de ensino possui leis anteriores, desde as 
décadas de 60 e 70, do século passado, que regem sua regulamentação.
Bem verdade que não se tratava da educação a distância que se pro-
põe hoje. Tampouco, havia os recursos e expansão dos quais dispomos na 
atualidade. Naquela época, eram utilizados, principalmente, o rádio, as cor-
respondências postais e a televisão. Hoje, contamos com inúmeros recursos 
como, por exemplo, o telefone, o e-mail, o chat o fórum, a videoconferência. 
Uma vez que se está em meio a uma fase de mudanças, há certa resistência 
e preconceito relacionados à EaD. Isto se deve, em parte, pelas característi-
cas massificantes de programas desenvolvidos nos anos 70, sobretudo nas 
experiências telensino.
Exatamente porque a partir de 1996 observa-se o leque de oportu-
nidades que poderiam ser geradas com a utilização desta modalidade de 
ensino, considerando aqui as TIC . Se a EaD era anteriormente utilizada 
apenas para treinamento, essas novas possibilidades interativas de largo 
alcance, a redefine com modalidade voltada a toda e qualquer esfera edu-
cacional, seja ela de nível fundamental, técnico ou superior.
Todos nós estamos parti-
cipando de experiências 
que estão se formando e 
uma das nossas chances, 
além de atuar na EaD, é 
também refletir sobre tais 
realidades.
Videoconferência
É uma conferência que 
ocorre de maneira simul-
tânea em lugares diferen-
tes, geralmente em salas 
específicas e que conta 
com uma estrutura de 
transmissão de imagem 
e som digitais em tempo 
real. Nestes casos, existe 
um palestrante que abor-
da uma temática para um 
público geograficamente 
distante, possibilitando 
que sejam feitas interven-
ções ao longo de sua fala e 
que este possa respondê-
las de imediato. 
21INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diante de uma gama de oportunidades oferecidas aos alunos e de 
uma número expressivo de instituições que passaram a se engajar em tal 
modalidade, surge a necessidade de orientar e gerenciar essas instituições 
em sua oferta educacional. Isso para que a EaD não caia no descrédi-
to, apresentando-se como “ensino de segunda categoria”,ou seja, de baixa 
qualidade.
 Portanto, os "Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a 
Distância" estão em sintonia com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
como também com outros decretos posteriores, sobre os quais iremos dis-
cutir neste tópico.
Desta forma, a normatização sobre EaD contempla alguns documen-
tos, sendo os principais: os Referenciais de Qualidade para a Educação 
Superior a Distância e os decretos nº 5.622 e 5773.
Começaremos pelos Referenciais de Qualidade, analisando-os em li-
nhas gerais, mas, naturalmente, recomendando que você os leia na íntegra. 
Veja o endereço eletrônico desses referenciais nas leituras complementares.
2.1. Referenciais de qualidade para a Educação 
 Superior a Distância
Para mantermos a qualidade em qualquer modalidade educacional, 
faz-se necessário um padrão que enseje o nivelamento das instituições de 
ensino. No caso da EaD, esta possui características específicas importante 
os parâmetros de qualidade indicados para ela.
Pelo próprio título do documento é possível discernir que o que nele 
está contido são orientações para aquelas instituições que pretendam de-
senvolver cursos superiores a distância. Estas são fruto do amadureci-
mento das experiências já construídas nesta área e, naturalmente, das 
mudanças percebidas como imprescindíveis.
Esses indicadores oportunizam meios para padronizar as normas e 
procedimentos voltados para EaD garantindo, a qualidade da educação e o 
desenvolvimento humano, com a mesma segurança do sistema presencial. 
Os referenciais servem como base de reflexão para as alterações, adaptações 
e aperfeiçoamento nesse sistema que está em constante mutação, assimcomo para tornar o aluno graduado através da EaD apto a concorrer e a se 
posicionar profissionalmente, com outro graduado do sistema presencial. 
Em relação aos aspectos previstos no Projeto-Pedagógico para a EaD, 
relativos a cada curso, é evidenciada a necessidade deles promoverem a 
construção do conhecimento através da interatividade entre os múltiplos 
autores (professores, tutores, estudantes, e técnicos-administrativos) des-
mistificando, assim, a ideia de que educação envolve apenas professores e 
alunos. Ainda, de acordo com os referenciais, as instituições devem con-
templar e investir na elaboração de seu plano de curso, valorizando as 
necessidades dos alunos, buscando uma formação técnico-científica que 
proporcione a formação deste aluno para a cidadania.
Desse modo, há uma preocupação no sentido de que o curso, antes de 
seu início efetivo, instrumentalize os alunos no que concerne aos meios de 
mediação pedagógica que serão utilizados, assegurando a todos um pon-
to de partida comum. Porém, essas ferramentas devem fazer mais do que 
simplesmente permitir o acesso do estudante aos materiais didáticos para 
realizações de tarefas: elas devem assegurar - lhes efetiva interação no pro-
22 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
cesso de ensino - aprendizagem, já que é o estudante o centro dessa moda-
lidade educativa. Os meios, através dos quais esse processo ocorre, é que 
diferenciarão o ensino presencial do ensino a distância. 
Para estar apta a oferecer um ensino superior a distância de qua-
lidade a instituição deve cumprir requisitos básicos, dentre os quais eu 
destaco a avaliação em suas duas dimensões: do processo de aprendizagem 
e institucional. A avaliação da aprendizagem do aluno deve ser feita de 
forma permanente para que eventuais dificuldades apresentadas por eles 
possam ser identificadas e prontamente resolvidas durante o processo de 
ensino aprendizagem, daí a importância de um acompanhamento tutorial 
capacitado e dos mecanismos tecnológicos educacionais de qualidade am-
bos disponibilizados pela instituição. Devido ao seu caráter diferenciado, os 
cursos a distância necessitam ser avaliados em todos os seus aspectos, de 
forma contínua e abrangente, possibilitando a garantia de uma expansão 
acompanhada da educação superior brasileira. 
Quanto aos desafios que as instituições têm encontrado para se ade-
quarem ao ensino a distância, um deles seria separar as especificidades 
das da educação presencial da EaD em relação a algumas ações que são 
comuns a ambas, mas que requerem reações distintas, assim como algu-
mas dificuldades que também são comuns, mas que pelo caráter peculiar, 
suscitam diferentes soluções. Como por exemplo, quando um aluno do en-
sino a distância é tratado equivocadamente da mesma forma que um aluno 
do presencial, o que exige posturas diferentes dos professores, até pelas 
ferramentas que ambos têm ao seu alcance.
É importante ressaltar que os referenciais não limitam as instituições 
a seguirem um único modelo de educação a distância, os programas podem 
se valer de diferentes recursos educacionais e diferentes tecnologias. Tam-
bém destacamos a possibilidade das instituições estabelecerem vínculos 
com outras, como consórcios, parcerias, celebração de convênios, desde que 
comprovados alguns quesitos, como a avaliação de uma comissão de espe-
cialistas, bem como a relevância da parceria, o que demonstra a seriedade 
e a preocupação de caráter pedagógico e também reforça o caráter de tra-
balho integrado, multidisciplinar, e de colaboração mútua, daqueles que já 
trabalham dentro do sistema, e daqueles que, de fora, se vinculam através 
das parcerias. 
Desta forma, os referenciais possuem oito aspectos que devem ser ob-
servados pelas instituições promotoras da EaD, sendo eles:
•	 Concepção de educação e currículo no processo de ensino e 
aprendizagem: todo curso seja presencial ou a distância se organi-
za considerando os princípios educativos que se pretende alcançar. 
Assim, as iniciativas na EaD devem revelar por meio de um projeto 
pedagógico a opção epistemológica e metodológica que orientará as 
ações dos sujeitos, sejam eles professores formadores, tutores, pro-
fessores conteudistas e quadro técnico também. Essas definições se 
farão presentes também na organização curricular, na feitura dos 
materiais didáticos, no processo avaliativo, na escolha dos meios de 
comunicação, na ação tutorial. Assim, essas bases consideram o 
próprio entendimento dos organizadores e participantes dos cursos 
a distância sobre educação e do homem que se pretende formar. 
As técnicas e procedimentos explicitados no projeto pedagógico são 
somente os meios que devem manter a coerência como esses fun-
damentos.
23INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
•	 Sistemas de comunicação: diz respeito aos aparatos tecnológicos 
que possibilitarão alunos o acesso fácil e rápido tanto aos materiais 
didáticos como à orientação da aprendizagem de maneira abran-
gente. Aparatos estes capazes de propiciar a comunicação intera-
tiva entre os sujeitos que participam de todo processo de ensino e 
aprendizagem;
•	 Material didático: baseado em um projeto político pedagógico tem 
como proposta mediar parte do processo educativo, considerando a 
realidade sóciocultural de quem deles fará uso. Precisa contemplar 
também as características da mídia onde serão publicados, ou seja, 
as linguagens e recursos possíveis de serem incorporados nos im-
pressos, por exemplo, que diferem dos que se destinam a programas 
televisivos ou dos que são produzidos para cursos realizados via 
computadores. Os referenciais recomendam que os materiais didá-
ticos sejam elaborados por cada instituição e, de preferência, haja 
a utilização de diferentes mídias, a fim de dinamizar o processo 
educativo.
•	 Avaliação: a avaliação tem que ser constante, tanto a institucio-
nal como a de aprendizagem, para que possam ser superados os 
obstáculos do processo de ensino e aprendizagem, e assim rever as 
dificuldades e superar os limites de cada educando de acordo com 
a sua realidade vivenciada. Neste enfoque avaliativo as dificulda-
des devem ser identificadas ao longo do percurso a fim de que pos-
sam ser superadas a tempo de não comprometer a construção do 
conhecimento. Salienta-se, contudo, que há a exigência normativa 
definida pelo decreto 5.622 de que haja a predominância de ava-
liações presenciais, se comparadas com as avaliações a distância. 
Além da avaliação da aprendizagem, os referenciais preveem ainda 
a avaliação institucional, que significa que as instituições de ensino 
superior promotores de cursos a distância desenvolvam mecanismo 
de revisão de suas ações, por meio de instrumentos como a ouvi-
doria, por exemplo. Tais mecanismos devem levar em consideração 
o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), 
considerando em sua realização todos os sujeitos que fazem parte 
dos referidos cursos.
•	 Equipe multidisciplinar: engloba pessoas provenientes de áreas 
de formação profissionais diferentes que, juntas, desenvolvem um 
trabalho coletivo que diz respeito ao planejamento, implementação e 
gestão de cursos a distância. Os intercâmbios são de fundamental 
importância para os sujeitos pertencentes à equipe multidisciplinar 
como docentes, comunicadores, linguistas, programadores, desig-
ners, administradores, dentre outros se agreguem para desenvolver 
projeto comum com vistas ao processo de ensino e aprendizagem.
•	 Infraestrutura de apoio: como a EaD costumeiramente atende um 
maior número de alunos que a educação presencial, ela necessita 
de condições materiais diferenciadas a fim de assistir de maneira 
eficiente às realidades técnico-operacionais que lhes são inerentes. 
Neste contexto, dependendo do que está previsto para cada curso, 
os recursos materiais poderão ser televisão, vídeocassetes, audio-
cassetes, aparelhos de DVD, fotografia, impressoras, linhas telefôni-
cas, computadores ligados à Internet, sala de videoconferência. São 
recomendáveistambém acervos acessíveis que amparem os alunos 
e professores na elaboração dos seus conhecimentos, tais documen-
24 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
tos podem constar em bibliotecas, videotecas, audiotecas, hemero-
tecas e infotecas, etc.
•	 Gestão acadêmico-administrativa: os alunos dos cursos de gra-
duação a distância, como os demais estudantes universitários, fa-
zem parte de uma instituição acadêmica, como tal tem seus direitos 
e deveres. A gestão acadêmico-administrativa é responsável por ga-
rantir essas prerrogativas aos alunos por meio do registro de suas 
matrículas, trancamentos, notas, requisições, declarações, colação 
de grau, informações institucionais, serviço tutorial e acesso aos 
materiais didáticos.
•	 Sustentabilidade	financeira:	para que um curso a distância seja 
ofertado, a instituição responsável deve ter uma previsibilidade e 
reserva financeira a fim de garantir a sua realização. Isto para que 
seja possível responder pela infra-estrutura diferenciada desses 
cursos, como por exemplo, produção e distribuição dos materiais 
didáticos, implantação dos polos, sistema de comunicação, treina-
mento da equipe multidisciplinar, pagamento de pessoal. Como a 
EaD é um campo educativo que sofre influências das inovações tec-
nológicas, há que se prever investimentos periódicos no sentido de 
aperfeiçoar metodologias e técnicas. 
2.2. Decreto nº 5.622 - de 19 de dezembro de 2005
Normatiza a Educação a Distância para todos os níveis de ensino fun-
damental, jovens e adultos, médio, especial, profissional e superior. No caso 
da educação superior, as normas se destinam tanto para os cursos de gra-
duação como os de pós-graduação, ou seja, especializações, mestrados e 
doutorados.
Define, por exemplo, que a duração dos cursos deve seguir o mesmo 
tempo previsto para os desenvolvidos presencialmente. Assim como o al-
cance de validação dos diplomas expedidos para os cursos autorizados pelo 
Ministério da Educação – MEC, definindo para esta situação todo o territó-
rio nacional.
No que tange ao credenciamento e autorização para o funcionamento 
dos cursos a distância, cada instituição de ensino deve apresentar ao MEC 
documentos que atestem:
•	 A regularidade da sua condição jurídica e fiscal, ou seja, de que não 
há pendências na justiça e que seus impostos estão em dia;
•	 O seu histórico de funcionamento;
•	 O plano de desenvolvimento da instituição de ensino, onde esteja 
prevista a oferta de cursos a distância;
•	 O seu estatuto ou regimento;
•	 O projeto-político pedagógico dos cursos a distância a serem desen-
volvidos;
•	 Termo de responsabilidade que assegure quadro técnico e adminis-
trativo qualificado;
•	 Documentos que detalhem sobre as condições de infraestrutura fí-
sica e tecnológica, tendo em vista o projeto político-pedagógico a ser 
posto em prática e;
•	 A implantação de biblioteca, onde seja garantido, inclusive, acervo 
eletrônico e rede de comunicação e sistemas de informação.
25INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
No caso de cursos pós-graduação, especialmente os de especialização, 
o pedido de credenciamento para desenvolvê-los ficará restrito somente a 
este nível de ensino.
Caso seja observado o descumprimento das condições de funciona-
mento dos cursos a distância, o órgão competente, observado o amplo di-
reito de defesa, poderá definir o descredenciamento da instituição e, por 
conseguinte, a suspensão dos cursos.
Existem muitos pontos relevantes no regimento dessa modalidade, 
dentre eles, a obrigatoriedade de diversos momentos presenciais. Há uma 
tendência atual em se considerar que a EaD tem seus pontos de partida e 
chegada única e exclusivamente no ambiente virtual. Isso não desobriga os 
professores de realizarem avaliações a distância, nem tampouco de descon-
siderar a importâncias dos momentos presenciais, inclusive para fins de 
avaliação.
 Há a possibilidade de transferência e aproveitamento de cursos pre-
senciais e vice - versa, o que prova a consonância da EaD com as modalida-
des tradicionais de ensino. Deve-se descartar a ideia de que os objetivos do 
processo de ensino - aprendizagem muda quando se trata da EaD, pois sua 
finalidade precípua é a mesma: pleno desenvolvimento do educando, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Este decreto, especificamente, mostra a preocupação e as possibilida-
des legais para a educação básica de jovens e adultos via EaD, um desafio 
diante de um contingente de pessoas que ainda não tiveram acesso a este 
direito. 
Outro ponto forte contemplado foi o da necessidade de ter um sistema 
alternativo de atendimento aos estudantes com deficiência, oportunidade a 
mais para discutir e, sobretudo, realizar ações inclusivas, tanto do ponto de 
vista do acesso educativo, como tecnológico. . 
É possível entender com esta síntese da lei que esta iniciativa visou 
definir condutas e critérios para a existência e funcionamento dos cursos a 
distância. Com isto, tem sido possível estabelecer uma política de continui-
dade da EaD, por meio de processos de acompanhamento periódicos, feitos 
por avaliadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira – (INEP).
Assim o sendo, esta normatização marcou um momento singular de 
reestruturação da educação a distância no Brasil, já que trouxe com ela as 
diretrizes necessárias para sua expansão e não apenas enquanto curso de 
graduação, mas também com cursos de pós-graduação, tanto lato quanto 
strictu sensu. Estes devem cumprir o mesmo período de um curso ofertado 
na modalidade presencial. Exatamente para não haver perda de conteúdo, 
adequando, por sua vez, o programa e a carga horária. 
 
2.3. Decreto nº 5773 – 09 de maio de 2006
Restringe-se a estabelecer as normas para o ensino superior tanto no 
que diz respeito à regulação como à supervisão, ou seja, esta lei detalha 
como as instituições poderão ser credenciadas para ofertar cursos a distân-
cia, como as realidades que possibilitarão possíveis descredenciamentos. 
Os credenciamentos querem dizer a autorização do Ministério da Educação 
a fim de que as instituições de ensino possam desenvolver cursos de gradu-
ação e pós-graduação a distância.
26 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Se a lei Nº 9394 regulamentou esta modalidade de ensino de forma 
abrangente, a lei Nº 4059 se deteve em especificar o funcionamento da EaD 
no âmbito do ensino superior. 
Salientamos para você que o decreto de nº 6303 modifica alguns dis-
positivos presentes na 5.622 que por tal razão é interessante que seja feita 
a leitura complementar deste, que se encontra presente na seção Leitura 
Complementar. Contudo, pela abrangência do primeiro, sua apresentação 
mais detalhada foi priorizada.
27INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Capítulo 3
Alunos a Distância: realidades e desafios
Até aqui estivemos conversando sobre Educação a Distância de uma 
forma geral, buscando levar a vocês um entendimento a respeito desta mo-
dalidade educativa.
Naturalmente, que estas poucas páginas não apresentam todas as in-
formações sobre a temática, mas isto é muito bom, já que faz com que você 
se torne um aluno a distância de fato e de direito, pois buscará complemen-
tar seus estudos, pesquisando mais sobre EaD.
Por sinal, neste espaço do nosso texto, discutiremos exatamente a res-
peito dos alunos que participam de cursos a distância, o que os caracteriza, 
que realidade encontram, que dificuldades vivenciam. Isto porque, queren-
do ou não, existe uma mudança trazida no conceito de sala de aula, de pro-
fessor e até mesmo de aluno, pois a maneira de construir conhecimento so-
fre a influência de fatores externos, dentre estes, o sistema de comunicação. 
Em termos de atitudes, Moore e Kearsley (2007) propõem que os dis-
centes assumam responsabilidades na busca de solucionar alguns proble-
mas relativos a sua aprendizagem, ou seja, que esta desenvolva um nível 
diferenciado de autonomia.
É verdade! Essa questão da autonomia é fundamental.E, talvez por 
isso, a EaD seja, uma modalidade educativa até então prioritária a alunos 
adultos, nos Estados Unidos, numa faixa etária que varia dos vinte e cinco 
aos 50 anos, uma vez que se acredita terem estes mais maturidade.
Quando por exemplo , o aluno deixa para cumprir ou realizar as lei-
turas e atividades de qualquer maneira e de última hora, certamente com-
prometerá seu aprendizado e, por consequência, seu rendimento. Assim, ele 
não contará com alguém a lhe cobrar continuamente o que precisa realizar, 
sua motivação e senso de dever precisarão nortear a sua conduta.
O aluno nesta realidade é o sujeito que por meio das trocas com pro-
fessores, colegas e conteúdos tem a condição de aprender e de interagir, 
utilizando-se, para este fim, de algum suporte tecnológico. Ele desenvolve 
relações contínuas, compartilha impressões, pontos de vista, dúvidas e ali-
menta uma ação coletiva de aprendizagem e de ensino.
A educação a distância não é um fast food em que o aluno se serve 
de algo pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessi-
dades e habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e não 
presencial, ou seja, o aluno deverá interagir com o professor, com o grupo, 
trocar experiências, e o professor nessa prática acompanhará o seu desen-
volvimento e avaliará seu aprendizado.
A flexibilidade propiciada pela metodologia, que é um dos principais 
atrativos para os alunos que almejam estudar em seu tempo livre ou não ter 
a obrigação de frequentar a sala de aula todos os dias, acaba por tornar-se o 
maior obstáculo no desenvolvimento da aprendizagem. A compressão espa-
ço-tempo ou a redefinição destas duas categorias tão essenciais ao ser hu-
mano provoca uma dificuldade em lidar com o tempo e com as distâncias. 
A flexibilidade dos horários, a não obrigatoriedade da frequência diá-
ria, a utilização do computador como ferramenta, entre outros elementos, 
Como você tem assimilado 
estas identidades de alu-
no fisicamente distantes ? 
Depois que ingressou no 
curso você já havia pensa-
do nesta necessidade de 
mudança de postura fren-
te a sua forma de apren-
der ?
28 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
amplia consideravelmente o leque de pessoas que podem incluir-se em um 
processo de formação institucional. A distância física é encurtada pelas 
tecnologias de comunicação que conectam professores, alunos e tutores, 
fisicamente distantes. Os desafios são grandes para o aluno da EaD, já que 
nesse tipo de ensino apresenta algumas novidades às quais que o aluno tem 
que se adaptar, aí vemos a importância do tutor e das aulas introdutórias 
que apresenta o sistema e ressalta as habilidades que um aluno de EaD 
deve ter ou deve procurar adquirir.
O ideal de todo professor é de manter o aluno atento, interessado, par-
ticipativo, uma vez que a cultura da sala de aula presencial está arraigada 
tanto nos alunos, quanto nos professores. Como foi mencionado por Silva 
(2003), para educar a distância, é necessário repensar o papel do professor, 
a metodologia de ensino, o formato e o conteúdo das aulas, com qual obje-
tivo usar cada uma das ferramentas disponíveis. Isso, porque o intuito da 
EaD é transformar a classe em comunidade de aprendizagem, ou seja, uma 
rede de pessoas com interesses em comum, que vão trocar informações, 
gerar conhecimento, interagir de uma maneira produtiva, dinâmica e inclu-
siva, valorizando as múltiplas perspectivas. 
A EaD suscita uma mudança de cultura onde cada um assume a 
responsabilidade de avançar na organização sistematizada dos próprios es-
tudos. O mundo de hoje exige pessoas proativas e não reativas, motivadas 
para superar as eventuais dificuldades.
O estudante não mais é, nessa concepção, um receptáculo, uma tábu-
la rasa que recebe passivamente todo o conhecimento que lhe é passado; ele 
é responsável por construir o novo. Os indivíduos envolvidos nos processos 
de ensino e aprendizagem tornam-se responsáveis pelo espaço de transfor-
mação do conhecimento. Os próprios estudantes assumem a condição de 
atores sociais que, com conhecimentos construídos por eles mesmos, têm o 
papel de distribuir o que aprenderam na sociedade.
Desta maneira, a dinâmica de ensino e aprendizagem na distância é 
realmente complexa, pois está também relacionada à participação e, conse-
quentemente, ao compromisso com o curso. Se o aluno for passivo, ele tende 
a ficar perdido e a se evadir. É algo que no ensino convencional não acontece.
Há uma expectativa de maturidade nas atitudes do aluno fisicamente 
distante. Pois a espera passiva do aluno pelo o professor, representa um 
risco, já que o gerenciamento do tempo, em cursos desta natureza, fica a 
cargo do próprio aluno.
Claro, não podemos perder de vista que fazemos parte de uma cultura 
do professor " dono da situação" educativa. Por isto, fala-se tanto em mu-
dança paradigmática, pois alunos e professores estão descobrindo juntos 
outras possibilidades de ensinar e aprender.
O grande diferencial dessa modalidade educativa é exatamente esse, 
a ausência da figura do professor como único ser detentor do saber, já que 
o aluno traz consigo uma bagagem de informações preliminares, a ser re-
conhecida e considerada no decorrer do curso. E essa ´ausência física´ do 
docente na EaD força o aluno a uma autodisciplina, mas também instiga os 
professores a ampliarem suas didáticas, considerando as potencialidades 
das tecnologias em uso.
As tecnologias vêm facilitar o contato do professor com o aluno e vice-
versa nesse processo, os dois devem estar interligados não porque há fer-
ramentas de acesso para contato, mas porque é extremamente necessário 
que eles, principalmente alunos, estejam interagindo, e o aluno colaborando 
com o seu próprio ensino e ajudando outros. A cibercultura altera não só os 
meios e conceitos, mas também, claro, as relações, como a professor-aluno 
na EaD, o que dificulta o avanço e a aceitação por parte de alunos e tutores, 
29INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
porque muitos quando veem que a EaD exige muito mais atenção, dinamis-
mo, responsabilidade e compromisso tendem a desistir.
Desta forma, os principais desafios a serem transpostos pelos alunos 
na EaD se vinculam ao conhecimento e uso das tecnologias, a elaboração 
de horários e métodos específicos de estudos, ao cumprimento de prazos, a 
criação de uma cultura de convivência com os colegas e professores fisica-
mente distantes, à crença nesta modalidade educativa.
1. Após a leitura das principais normas que definem as ações para os cur-
sos na educação a distância, escreva um texto de uma lauda (página) 
e meia até duas, argumentando sobre os aspectos dessas leis que você 
considerou mais relevantes e o porquê. Lembre-se que o mais importan-
te é a explicação dos seus pontos de vista. Desta maneira, mencione o 
trecho da lei, mas dê prioridade à sua análise.
Sites
Referencias de Qualidade para a Educação Superior a Distância 
•	 http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refe-
ad1.pdf 
Decreto nº 5622
•	 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/
Decreto/D5622.htm 
Decreto nº 5.373
•	 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/
Decreto/D5773.htm
Repensando a educação em função de mudanças sociais e tecnológicas 
e o advento de novas formas de comunicação
•	 http://www.darwin.futuro.usp.br/site/doprofessor/litto1.pdf 
Autonomia em contextos educacionais diferenciados: presencial e virtual
•	 http://www.unitau.br/scripts/prppg/humanas/download/au-
tonomiacontextos-N1-2003.pdf.br/scripts/prppg/humanas/
•	 download/autonomiacontextos-N1-2003.pdf 
30 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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Unidade
Objetivos:
•	 Compreender como as teorias pedagógicas fundamentam o processo de ensino e 
aprendizagem na Educação a Distância (EaD).
•	 Discutir os aspectos metodológicos na prática da EaD.
•	 Analisar as diferentes abordagens pedagogicas utilizadas na EaD e identificar suas 
vantagens e desvantagens, evidenciando os benefícios e riscos da EaD. 
Teorias Pedagógicas da
Educação a Distância
2
33INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Capítulo 1
Teorias pedagógicas da educação a distância
Introdução
Nesta unidade de estudo são propostas as diferentes teorias pedagó-
gicas para Educação a Distância (EaD), compreendendo os aspectos me-
todológicos, vantagens e desvantagens, os benefícios e riscos da EAD. As 
teorias pedagógicas da educação são estruturadas nas ideias de natureza 
humana universal, de autonomia do sujeito da educabilidade e emancipa-
ção humana pela razão de libertação da busca do saber. 
As teorias abordadas nesse capítulo estão organizadas em: Aborda-
gens pedagógicas na EaD, Educação a Distância: opções metodológicas; e 
Educação a Distância: vantagens e desvantagens.
Essas discussões visam, fundamentalmente, analisar as teorias pe-
dagógicas no processo de ensino e aprendizagem da Educação a Distância. 
1.1. Abordagens pedagógicas na EAD
O uso do computador na educação trouxe à tona divergentes posições 
teóricas. Alguns teóricos críticos, como Chesneaux (1995) e Schaff (1993), 
defendem a posição de que essa tecnologia representa um domínio sem pre-
cedentes do homem sobre o universo, em seus aspectos genéticos, micro-
eletrônicos, com graves repercussões na vida social, econômica, política e 
cultural dos povos. Coggiola (2001, p.64) alerta para o fato de “[...] o primei-
ro uso da Informática fora do campo especificamente militar foi no campo 
policial”, como instrumento de repressão contra os trabalhadores. 
Morais (2002) indica que os argumentos de teóricos críticos, como 
Mandel (1997) e Yves (1987), em oposição ao uso da tecnologia na educa-
ção, decorrem da sua origem centrada no complexo industrial-militar ou 
seu desenvolvimento, atendendo interesses nas áreas de atividades ligadas 
à satisfação e ao bem-estar das classes privilegiadas economicamente. Para 
esses teóricos, a educação com as TICs está ligada à exploração do trabalha-
dor. Em contexto mais amplo das relações sociais, consideram a escola como 
instância ideológica reprodutivista das classes dominantes, que criam, or-
ganizam e difundem seus padrões éticos, científicos, no intuito de articular 
uma cultura que atenda seus próprios interesses (LIBÂNEO, 2002).
Existem também pesquisadores, como Leonhardt (1986), que de-
fendem a necessidade urgente da inserção das tecnologias na educação e 
anunciam que as crianças, com o auxílio do computador, poderiam cons-
truir suas estruturas cognitivas, dispensando a intervenção do professor, 
a quem caberia somente o papel de mostrar as atividades. Defende, ainda, 
que dessa forma o professor perderia seu falso poder. Este é o argumento 
que rejeitamos, pois acreditamos ha opinião de que mesmo com o uso das 
TICs o professor não perde sua importância como mediador do processo de 
ensino e aprendizagem. 
34 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para Gates (1995), a educação, apesar de não ser uma resposta total 
aos desafios criados pela “Era da Informação”, pode representar um “nive-
lador da sociedade”, equalizadora de oportunidades.
Outros teóricos apresentam posições críticas ao uso das TICs na edu-
cação, apesar de reconhecerem sua importância. Seu uso exige a necessi-
dade de mudanças na prática pedagógica e no professor, que deve assumir 
postura crítica e reflexiva. Identificam na educação um mister de recons-
trução social, o ensino como uma atividade crítica (ZEICHNER, 2002) e a 
escola como instância de transformação social. 
Compreendem que a escola, ao introduzir o computador como meio de 
aprendizagem, não deve deixar que ele se torne artigo de luxo, ao contrário, 
deve buscar, com essa tecnologia, desenvolver alunos mais críticos e inde-
pendentes (CYSNEIROS, 1998), o que significa repensar o papel da escola 
ante as demandas da sociedade contemporânea.
Esses teóricos consideram o computador como instrumento, um re-
curso pedagógico para o ensino, que possibilita desenvolver habilidades 
intelectuais, cognitivas, que permitem o aluno desenvolver suas potencia-
lidades, criatividade e inventividade. Conforme Freire (2001), a escola pre-
cisa formar educandos autônomos, que aprendam por si mesmos, porque 
aprenderam a aprender mediante a busca, a investigação, a descoberta e a 
invenção da leitura do mundo, com suas contradições, na intenção legítima 
de transformação social.
Então, nessa perspectiva, as TICs são consideradas como ferramentas 
de trabalho, que podem se tornar emancipadoras, desde que a sociedade lhe 
confira esse papel. Enfatizamos a necessidade de crianças, jovens, adultos 
e idosos dominarem essa tecnologia, utilizadas para diminuir suas ativida-
des rotineiras e mecânicas, enquanto o homem fica responsável pelos tra-
balhos mais criativos, sem perder de vista a reflexão crítica desse complexo 
contexto contemporâneo. 
O ato de ensinar leva o professor a fazer opções pedagógicas entre 
distintas abordagens conceituais. No caso da EaD, onde ocorre o uso das 
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), não é diferente. Assinala 
Valente (1997) que as práticas pedagógicas, com o uso das TICs, se realizam 
oscilando entre duas abordagens: a instrucionista e a construcionista.
Apresentamos essas abordagens a seguir, procurando caracterizá-las, 
a fim de situar como se configura a prática do professor em cada abordagem. 
A abordagem instrucionista está baseada no trabalho de Burrhus 
Frederic Skinner, considerado um dos mais importantes psicólogos beha-
vioristas e iniciador do sistema de condicionamento operante. Sua obra é a 
expressão mais conhecida do behaviorismo.
Ele se dedicou à análise funcional do comportamento em situações 
criadas em laboratório,

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