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A-Leitura-e-a-Produção-de-Gêneros-Textuais-NOVA-1

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1 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 3 
2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E 
ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA ................................................................... 4 
3 PRODUÇÃO DE TEXTO .............................................................. 10 
3.1 Como produzir um bom Texto ................................................... 10 
3.2 Tipos de texto ............................................................................ 12 
3.3 Coerência e coesão .................................................................. 12 
3.4 Código escrito da língua portuguesa ......................................... 13 
3.5 Usar corretamente os sinais de pontuação ............................... 13 
3.6 Dominar a ortografia das palavras ............................................ 13 
3.7 Evitar vícios de linguagem ......................................................... 13 
4 GÊNEROS TEXTUAIS ................................................................. 14 
5 TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS .................................................. 15 
5.1 Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos ................ 15 
5.2 Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos .............. 16 
5.3 Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos .............. 16 
5.4 Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos ....... 16 
5.5 Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos ................ 16 
5.6 Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos ............. 17 
6 GÊNEROS LITERÁRIOS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS ........... 17 
6.1 Gênero lírico .............................................................................. 18 
6.2 Gênero narrativo ....................................................................... 18 
6.3 Gênero dramático ...................................................................... 18 
7 GÊNEROS LITERÁRIOS: CARACTERÍSTICAS COMUNS ......... 19 
8 DA LEITURA LITERÁRIA À PRODUÇAO DE TEXTOS ............... 19 
9 BENEFÍCIOS DA LEITURA DIÁRIA ............................................. 21 
9.1 Benefícios da Leitura Diária ...................................................... 22 
10 COMO TRANSFORMAR A LEITURA EM UM HÁBITO ............... 23 
10.1 Conheça as Impressionantes Mudanças Cerebrais que a Leitura 
Provoca 24 
10.2 Mudanças Cerebrais na Percepção .......................................... 24 
10.3 Ler Também é Viver .................................................................. 25 
10.4 A leitura e a Empatia ................................................................. 25 
 
2 
10.5 Leitura ....................................................................................... 26 
11 CÂMARA APROVA PROJETO DE LEI QUE DEMOCRATIZA ACESSO À 
LEITURA 27 
12 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO ....... 29 
13 SAIBA A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR A LEITURA DE TEXTOS 
JORNALÍSTICOS EM SALA DE AULA ............................................................ 36 
13.1 A Importância dos Textos Jornalísticos na Escola .................... 37 
13.2 Promover um debate na sala de aula ........................................ 38 
13.3 Utilizar o formato digital ............................................................. 39 
13.4 Estudar Fake News em sala de aula ......................................... 39 
14 CONCLUSÃO ............................................................................... 39 
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 41 
16 SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 44 
 
 
 
 
3 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E 
ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA 
 
Fonte: vistatshirt.xyz 
A leitura e a escrita são práticas sociais de valiosa importância para o 
desenvolvimento da cognição humana. Ambas proporcionam o desenvolvimento do 
intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. Dessa 
maneira, quando lemos ocorrem diversas ligações no cérebro que nos permitem 
desenvolver o raciocínio. Além disso, com essa atividade, aguçamos nosso senso 
crítico por meio da capacidade de interpretação. Nesse sentido, vale lembrar que a 
“interpretação” dos textos é uma das chaves essenciais da leitura. Afinal, não basta 
ler ou decodificar os códigos linguísticos, faz-se necessário compreender e interpretar 
essa leitura. Muitos são os benefícios que a leitura proporciona: desenvolvimento da 
imaginação, da criatividade, da comunicação, bem como o aumento do vocabulário, 
dos conhecimentos gerais e do senso crítico. Além desses benefícios, com a leitura 
exercitamos nosso cérebro, o que facilita a interpretação de textos de forma a 
promover competência e habilidade na escrita. Ao ler, o indivíduo adquire maior 
repertório, ampliando e expandindo seus horizontes cognitivos. Para além disso, 
estudos apontam que o ato de ler é muito prazeroso na medida em que reduz o 
estresse ao mesmo tempo que estimula reflexões. Por esse motivo, a leitura deve ser 
incentivada desde a Educação Infantil. Incentivar os filhos pequenos em casa e criar 
hábitos são condições importantes para que as crianças desenvolvam o gosto pela 
leitura. 
 
5 
Partindo da concepção da língua escrita como sistema formal (de regras, 
convenções e normas de funcionamento) que se legitima pela possibilidade 
de uso efetivo nas mais diversas situações e para diferentes fins, somos 
levados a admitir o paradoxo inerente à própria língua: por um lado, uma 
estrutura suficientemente fechada que não admite transgressões sob pena 
de perder a dupla condição de inteligibilidade e comunicação; por outro, um 
recurso suficientemente aberto que permite dizer tudo, isto é, um sistema 
permanentemente disponível ao poder humano de criação (GERALDI, 1993, 
apud COLELLO, 2003). 
Para produzir textos de qualidade, os alunos precisam saber o que querem 
dizer, para quem escrevem e qual é o gênero textual que melhor exprime essas ideias. 
O segredo é ler muito e revisar constantemente a escrita. A priori, o 
reconhecimento dos diversos tipos de gênero textual discursivo é essencial para a 
organização da escrita e, consequentemente, o planejamento das ideias. Assim o 
trabalho com os gêneros textuais na sala de aula é primordial para o incentivo e 
desenvolvimento da leitura e escrita. É perceptível o desenvolvimento dos alunos com 
a escrita, ao se trabalhar com os gêneros textuais, pois sempre os envolvo com estes 
de forma a promover práticas sociais reais, uma vez que os alunos precisam escrever 
dentro da escola e, sobretudo, fora dela também. Assim é enfatizado o trabalho com 
a leitura de gêneros textuais diversificados, sejam eles didáticos ou não didatizados. 
A produção de textos escritos é um eixo da língua maternaque deve ser 
ensinado e desenvolvido em sala de aula e o desencadeamento desse ensino se dá 
através dos gêneros textuais discursivos. Sendo assim, vamos discutir um pouco 
acerca dos gêneros textuais, segundo MARCUSCHI (2003). 
O estudo dos gêneros textuais é hoje uma área interdisciplinar, com atenção 
especial para a linguagem em funcionamento e para as atividades culturais e sociais. 
Desde que não concebamos os gêneros como modelos estanques nem como 
estruturas rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social (Miller, 1984) 
corporificadas na linguagem, somos levados a ver os gêneros como entidades, cujos 
limites e demarcação se tornam fluidos (MARCUSCHI, 2008, p. 151). 
Ainda de acordo com MARCUSCHI, “É impossível não se comunicar 
verbalmente por um gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente 
por algum texto”. Isso porque toda manifestação verbal se dá sempre por meio de 
textos realizados em algum gênero. Daí a centralidade da noção de gênero textual no 
trato sociointerativo da produção linguística. Nessa perspectiva, ele acrescenta que 
gêneros textuais são: 
 
6 
[...] os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os 
gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que 
apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições 
funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de 
forças históricas, sociais, institucionais e técnicas (MARCUSCHI, 2008, p. 155). 
Ao produzir um texto, o aluno precisa dominar estratégias de organização e 
planejamento de texto; para tanto, faz-se necessária a elaboração de esquemas 
topicalizados, ou seja, o uso do pré-texto ou texto prévio que auxiliará o aprendiz a 
expor suas ideias, primeiramente de forma esquemática, para, então, construí-lo de 
forma clara, com argumentos consistentes e que atendam à proposta. ANTUNES 
(2003, p. 54) aborda que o texto escrito não é somente a codificação de ideias ou de 
informações através de sinais gráficos. Para ela, o ato de escrever supõe etapas 
interdependentes e Inter complementares, e a primeira delas implica o planejamento, 
para, em seguida, ser executada a escrita propriamente dita e, então, a revisão e a 
reescrita. É no planejamento que ocorre a escolha dos critérios de ordenação das 
ideias ou aquilo que será relevante no texto: a finalidade de sua escrita e como 
estruturá-lo de maneira adequada. 
Ainda segundo Antunes (2003), não há linguagem sem a utilização da escrita, 
da fala, da escuta e da leitura. 
Já conforme MARCUSCHI (2008), o texto é o resultado de uma ação linguística 
e suas fronteiras são determinadas pelo mundo em que ele está inserido. Ressalta, 
ainda, que o texto pode ser tido como um tecido estruturado, uma entidade 
significativa, uma entidade de comunicação e um artefato sócio histórico. É possível 
se dizer que o texto é uma (re) construção do mundo, e não uma simples refração ou 
reflexo. 
A escola assume uma grande responsabilidade ao manter e controlar a 
aprendizagem com o propósito de superar a crise da expressão escrita dos alunos. 
Uma atribuição que deve ser tomada pela escola é fazer com que os alunos tenham 
acesso a uma aprendizagem mais significativa, traçando estratégias que promovam a 
melhoria da expressão escrita e que contribuam para a resolução das dificuldades que 
os alunos enfrentam quando escrevem textos. Uma das finalidades fundamentais da 
escola é ensinar o aluno a ler e a escrever. No entanto, a prática pedagógica tem 
revelado um resultado relativamente insuficiente no desenvolvimento da capacidade 
de escrever dos alunos. 
 
7 
Uma configuração linguística só é um texto quando consegue provocar sentido. 
MARCUSCHI (2008) considera que os problemas ortográficos ou sintáticos não 
atrapalham a compreensão se o texto estiver inserido numa cultura e circular entre 
indivíduos que a dominam. A textualidade não depende de regras sintáticas ou 
ortográficas, e sim das condições cognitivas e discursivas. Um texto se dá numa 
complexa relação interativa entre a linguagem, a cultura e os sujeitos históricos que 
operam nesses contextos. Assim, um texto se fundamenta sobretudo pela sua 
discursividade, inteligibilidade e articulação que ele põe em movimento. 
A atividade da escrita pressupõe a interação e o uso da linguagem. Segundo 
ANTUNES (2010), “Não há linguagem sem a utilização da escrita, da fala, da escuta 
e da leitura”. A escrita deve ocorrer de uma maneira que sejam percebidas a atividade 
interativa de expressões, intenções, crenças, manifestações verbais ou sentimentos 
que queremos partilhar com alguém, interagindo com ele. Desse modo, a condição 
prévia para o êxito da atividade de escrever é ter o que dizer, pois as palavras 
medeiam e fazem ponte entre quem fala e quem escuta, entre quem escreve e quem 
lê. O fato de saber o que dizer em determinada situação caracteriza-se pela 
capacidade do conhecimento linguístico inerente a cada pessoa. 
A prática crescente da competência para a escrita ocorre no decorrer do 
contato diário com a escrita e a leitura e do exercício de cada evento, com as regras 
próprias de cada tipo e de cada gênero textual. ANTUNES (2010, p.116) expõe que 
“A escrita é uma forma de atuação social entre dois ou mais sujeitos que realizam o 
exercício do dizer. Tudo isso significa dizer que a escrita da escola deve ser a escrita 
de textos”. Por isso, é extremamente relevante que o professor trabalhe com os alunos 
os mais diversos gêneros textuais. 
Assim sendo, faz-se necessário que o docente promova condições 
interacionistas no sentido de desencadear uma melhor aprendizagem nas atividades, 
no caso aqui específico, nas produções de textos escritos, para que os textos 
produzidos apresentem sentido, discursividade e que sejam compreendidos por 
estarem simplesmente contextualizados. 
O sentido de um texto, qualquer que seja a sua situação comunicativa, não 
depende tão somente da estrutura textual em si mesma. Os objetos de discursos a 
que o texto faz referência são apresentados, em grande parte, de forma lacunar, 
permanecendo muita coisa implícita. O produtor de um texto pressupõe, da parte do 
leitor/ouvinte, conhecimentos textuais situacionais e enciclopédicos. Entrelaçados a 
 
8 
esses eixos, encontra-se, de forma muito sincronizada, o contexto situacional 
permanente no texto, o qual interliga o percurso discursivo, inferindo as ideias 
dialogicamente nele percebidas. 
A escrita é uma atividade processual, ou seja, uma atividade durativa, um 
percurso que se vai fazendo pouco a pouco, ao longo de nossas reflexões, de nosso 
acesso a diferentes fontes de informação. O pouco êxito conseguido com a escrita de 
textos na escola se explica muito pela visão estática e pontual da escrita, como se 
escrever fosse apenas um ato mecânico de fazer alguns sinais sobre a folha de papel 
e, assim, um ato que começa e termina no intervalo de tempo que foi dado para se 
escrever. 
Para MARCUSCHI (2008), o texto não é feito apenas de palavras e, portanto, 
não é composto apenas do material linguístico que aparece em sua superfície. Nele, 
o significado de uma parte depende das outras com que se relaciona. O seu 
significado global não é o resultado da mera soma de suas partes, mas de certa 
combinação geradora de sentidos. 
A produção de um texto, de alguma forma, acaba sendo uma maneira de 
reorganizar o pensamento e o universo interior da pessoa. A escrita não é apenas 
uma oportunidade para que se mostre, comunique, mas também para que se 
descubra o que é, o que pensa, o que quer, em que acredita, etc. Tudo isso porque 
todo ato de escrita pertence a uma prática social. Ninguém escreve por escrever. A 
escrita tem sempre um sentido e uma função. Levar esses princípios em consideração 
vai implicar uma avaliação multidimensional bem mais ampla e bem mais mobilizadora 
também, poisserá constantemente recriada e englobará estratégias, recursos e 
instrumentos diversificados, diferentemente da mesmice com que ela ocorre nas 
práticas atuais. 
Letramento é o estado ou a condição de quem não apenas sabe ler e 
escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita. 
(SOARES, 2009, apud BRITO, 2016). 
Portanto, as atividades de produção e recepção de textos merecem destaque 
no ensino da língua portuguesa, pois os alunos precisam produzir textos 
correspondentes aos diferentes usos sociais da escrita, ou seja, que contemplem 
aquilo que se vivencia fora da escola. Além disso, deve-se proporcionar a eles a 
escrita de textos de gêneros textuais que possuam uma função social determinada. 
 
9 
Para ocorrer de fato um progresso na escrita, o ideal é que se crie com os 
discentes a prática do planejamento, do rascunho e da revisão, de maneira que a 
primeira versão de seus textos tenha sempre um caráter de produção provisória. Só 
assim, os alunos podem construir e aprimorar cada vez mais seus textos. 
Portanto, para aproximar a produção escrita das necessidades enfrentadas no 
dia a dia, o caminho atual é enfocar o desenvolvimento dos comportamentos leitores 
e escritores. Ou seja: levar a criança a participar de forma eficiente de atividades da 
vida social que envolvam leitura e escrita. Noticiar um fato num jornal, ensinar os 
passos para fazer uma sobremesa ou argumentar para conseguir que um problema 
seja resolvido por um órgão público: cada uma dessas ações envolve um tipo de texto 
com uma finalidade, um suporte e um meio de veiculação específico. Conhecer esses 
aspectos é condição mínima para decidir, enfim, o que escrever e de que forma fazer 
isso. Fica evidente que não são apenas as questões gramaticais ou notacionais (a 
ortografia, por exemplo) que ocupam o centro das atenções na construção da escrita, 
mas a maneira de elaborar o discurso. 
Produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: planejar, 
escrever, revisar e reescrever. A revisão não consiste em corrigir apenas erros 
ortográficos e gramaticais, como se fazia antes, mas cuidar para que o texto cumpra 
sua finalidade comunicativa. A leitura, assim como a escrita, supre as necessidades 
do nosso cérebro de aumentar sua capacidade intelectual. É fato que uma pessoa que 
tem o hábito da leitura possui mais facilidade para produzir um texto. Isso ocorre 
justamente porque ao lermos estamos aumentando nossa capacidade de 
comunicação bem como nosso repertório interpretativo. Portanto, uma boa dica para 
facilitar cada vez mais a leitura é a escrita, ou seja, a produção de textos. 
 
10 
3 PRODUÇÃO DE TEXTO 
 
Fonte: pinterest.com 
Produzir um texto é o ato de compor e transmitir uma mensagem através do 
código escrito. A produção textual cumpre uma finalidade comunicativa, visando 
atingir um determinado receptor. 
Através da produção de texto, é possível dizer alguma coisa a alguém, num 
determinado contexto e num determinado momento, tendo algum objetivo. 
3.1 Como produzir um bom Texto 
A produção de textos é um procedimento complexo que envolve diversas 
competências aprendidas ao longo da vida e da escolarização. 
Esquematizar ideias num papel requer, além dos diversos conhecimentos de 
português, um amplo repertório de leitura, bem como um contato frequente com 
diferentes gêneros textuais. 
Os passos básicos da produção textual são: 
Planejamento: Estruturação do objetivo do texto, do tipo de texto que será 
redigido, das ideias principais e secundárias que serão transmitidas e de toda a 
organização do texto, através da criação de um projeto de texto, de um rascunho ou 
de um mapa de ideias. 
 
 
11 
A coerência tem a ver com as ‘ideias’ do texto, com os conceitos e as relações 
entre conceitos que esse texto põe em jogo: de que tópicos o texto fala, o que 
diz sobre eles, como organiza e articula esses tópicos (por exemplo, com 
relações de causa/consequência, ou de 
anterioridade/simultaneidade/posterioridade, ou de inclusão/exclusão, ou de 
semelhança/oposição, ou de proximidade/distância). Quer dizer: a coerência 
tem a ver com conhecimentos e informações. Ouvir ou ler um texto e entendê-
lo, considerá-lo coerente, significa conseguir processá-lo com os 
conhecimentos e a habilidade de interpretação que se tem e, então, avaliá-lo 
como compatível com esses conhecimentos. (COSTA VAL, 2004, apud 
SILVA, 2018). 
Escrita: Redação de toda a informação estruturada no planejamento em um 
todo organizado com coesão e coerência. Desenvolve-se maioritariamente através da 
estrutura textual típica de introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Revisão: Verificação de todos os aspectos que envolvem a produção do texto, 
como cumprimento do propósito comunicativo, estruturação do conteúdo dos 
diferentes parágrafos, adequação vocabular, correção sintática e ortográfica, … 
Bons escritores, contudo, não entendem esses três passos de forma estanque 
e sequenciada, mas sim como três procedimentos complementares que ocorrem 
durante todo o processo, de forma interligada. Qualquer palavra, frase ou parágrafo 
escrito deverá ser planejado e revisado antes da escrita da próxima palavra, frase ou 
parágrafo, que dará continuidade ao que foi anteriormente escrito. 
Será, assim, mais fácil a produção de textos com coerência e coesão, que 
cumprem o seu propósito comunicativo, causando uma mudança no estado de espírito 
dos leitores. 
3.2 Como iniciar 
Para iniciar a produção de um texto deverá: Entender o tema e o propósito 
comunicativo; conhecer os tipos de texto; escrever com coerência e coesão; dominar 
o código escrito da língua portuguesa. 
Tema e o propósito comunicativo: Para uma adequada produção de texto, é 
necessário entender o tema na sua totalidade, de forma segura, e refletir sobre ele de 
forma crítica, pensando nas informações que possui e nas opiniões tem sobre o 
assunto. 
É também essencial definir a finalidade comunicativa do texto, ou seja, o seu 
objetivo ou propósito, bem como o público-alvo a que se destina. Só assim será 
 
12 
possível estruturar as ideias principais e secundárias do texto e definir um título 
adequado ao conteúdo. 
3.3 Tipos de texto 
Conhecer os diversos tipos de texto e as principais características de cada 
tipologia textual é decisivo na estruturação do texto, para que se defina o tipo de texto 
mais adequado ao seu propósito comunicativo. 
Os principais tipos de texto são: 
Texto narrativo: Usado para contar uma história através de uma sequência de 
ações imaginárias ou reais. 
Texto descritivo: Usado para apresentar a descrição pormenorizada de 
alguém ou de alguma coisa, fazendo com que o leitor crie uma imagem mental do 
objeto ou ser descrito. 
Texto dissertativo: Usado para informar o leitor. Esclarece o leitor sobre um 
determinado assunto ou tema, através da exposição rigorosa e clara desse assunto 
ou tema. Pode ser expositivo ou argumentativo. 
Texto explicativo: Usado para instruir o leitor acerca de um procedimento. 
Fornece informações que orientam a conduta do leitor. Pode ser injuntivo ou 
prescritivo. 
3.4 Coerência e coesão 
É essencial estruturar as diversas partes do texto, distinguindo a parte 
introdutória do texto da parte do desenvolvimento do assunto e da parte final do texto, 
na qual é feita uma conclusão. 
Apresentar e desenvolver as suas ideias de forma coerente e coesa e formar 
um todo organizado cria uma linha de pensamento mais facilmente seguida e 
apreendida, bem como harmonia entre os diversos momentos do texto. 
Também deverá ser prestada a devida atenção ao título. Sendo uma parte 
essencial do texto, tem de estar relacionado com o assunto e ser motivador. 
 
13 
3.5 Código escrito da língua portuguesa 
Existem diversas regras que devem ser respeitadas na linguagem escrita. O 
uso correto do código escrito possibilita uma comunicação com maior sucesso na 
transmissão e compreensão damensagem. 
3.6 Usar corretamente os sinais de pontuação 
Os sinais de pontuação e outros sinais gráficos auxiliares da escrita marcam o 
ritmo do texto e conferem à linguagem escrita uma maior clareza, facilitando o 
processo de leitura. Privilegia-se a construção de frases curtas e diretas. 
Durante a produção textual deverá ser dada especial atenção ao uso da vírgula, 
considerado por muitos como confuso devido a sua flexibilidade, bem como à 
padronização na realização de citações, abreviaturas ou notas, na escrita de siglas, 
horas, palavras estrangeiras. 
“Embora um indivíduo possa não saber ler e escrever, isto é, ser analfabeto, 
mas ser, de certa forma letrado, porque faz uso da escrita e envolve- se em 
práticas sociais de leitura e escrita”. (SOARES, 2009, apud BRITO, 2016). 
3.7 Dominar a ortografia das palavras 
Respeitar as regras ortográfica da língua portuguesa, conforme o acordo 
ortográfico vigente, implica não cometer erros ortográficos, bem como usar 
adequadamente as letras maiúsculas e minúsculas e realizar a correta acentuação 
das palavras. Salientamos o uso do hífen que, com variadas funções, tem causado 
dúvidas entre os falantes, gerando diversos erros de escrita. 
3.8 Evitar vícios de linguagem 
Vícios de linguagem são pequenos desvios gramaticais que, embora ocorram 
frequentemente na linguagem falada, causam ambiguidade e empobrecimento do 
texto escrito, como: redundância criada pelo uso de palavras desnecessárias; 
desvirtuação do texto criada pelo excesso de estrangeirismos, neologismos, gírias e 
chavões; incompreensão da mensagem criada por falta de concordância, regência e 
paralelismo. 
 
14 
4 GÊNEROS TEXTUAIS 
Gêneros textuais são textos que exercem uma função social específica, ou 
seja, ocorrem em situações cotidianas de comunicação e apresentam uma intenção 
comunicativa bem definida. 
Os diferentes gêneros textuais se adequam ao uso que se faz deles. Adequam-
se, principalmente, ao objetivo do texto, ao emissor e ao receptor da mensagem e ao 
contexto em que se realiza. 
Exemplos de gêneros textuais: Romance; Conto; Fábula; Lenda; Novela; 
Crônica; Notícia; Ensaio; Editorial; Resenha; Monografia; Reportagem; Relatório 
científico; Relato histórico; Relato de viagem; Carta; E-mail; Abaixo-assinado; Artigo 
de opinião; Diário; Biografia; Entrevista; Curriculum vitae; Verbete de dicionário; 
Receita; Regulamento; Manual de instruções; Bula de medicamento; Regras de um 
jogo; Lista de compras; Cardápio de restaurante. 
A leitura pode ser conceituada como sendo um processo de compreensão de 
expressões formais e simbólicas que se dá a conhecer através de várias 
linguagens. (MARTINS, 2006, apud SILVA, 2015). 
Embora os diferentes gêneros textuais apresentem estruturas específicas, com 
características próprias, é importante que os concebamos como flexíveis e 
adaptáveis, ou seja, que não definamos a sua estrutura como fixa. 
Os gêneros textuais possuem transmutabilidade, ou seja, é possível que se 
criem novos gêneros a partir dos gêneros já existentes para responder a novas 
necessidades de comunicação. São adaptáveis e estão em constante evolução. 
 
15 
5 TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS 
 
Fonte:novaescola.org.br 
Tipos e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação 
textual. 
Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a 
estrutura e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e 
explicação. 
Exemplos de tipos textuais: 
Texto narrativo; 
Texto descritivo; 
Texto dissertativo expositivo; 
Texto dissertativo argumentativo; 
Texto explicativo injuntivo; 
Texto explicativo prescritivo. 
Os aspectos gerais dos tipos de texto concretizam-se em situações cotidianas 
de comunicação nos gêneros textuais, textos flexíveis e adaptáveis que apresentam 
uma intenção comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando-
se ao uso que se faz deles. 
5.1 Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos 
Romances; 
 
16 
Contos; 
Fábulas; 
Novelas; 
Crônicas; 
5.2 Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos 
Diários; 
Relatos de viagens; 
Folhetos turísticos; 
Cardápios de restaurantes; 
Classificados; 
5.3 Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos 
Jornais; 
Enciclopédias; 
Resumos escolares; 
Verbetes de dicionário; 
5.4 Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos 
Artigos de opinião; 
Abaixo-assinados; 
Manifestos; 
Sermões; 
5.5 Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos 
Receitas culinárias; 
Manuais de instruções; 
Bula de remédio; 
 
17 
5.6 Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos 
Leis; 
Cláusulas contratuais; 
Edital de concursos públicos; 
6 GÊNEROS LITERÁRIOS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS 
 
Fonte: abra.com.br 
Gêneros literários são divisões feitas em obras literárias de acordo com 
características formais comuns, agrupando-as segundo critérios estruturais, 
contextuais e semânticos, entre outros. 
A divisão clássica remonta à Grécia antiga e define três gêneros literários: 
Gênero lírico, Gênero épico e Gênero dramático. 
Esta classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos 
anos e, presentemente, privilegia-se a substituição do gênero épico pelo gênero 
narrativo, mais abrangente e atual, ficando, dessa forma, a seguinte divisão: 
Gênero lírico; 
Gênero narrativo; 
Gênero dramático. 
Dentro de um determinado gênero literário há o predomínio de uma estrutura 
típica, que não corresponde à estrutura de outro gênero literário, visto que cada um 
apresenta características próprias. 
 
18 
6.1 Gênero lírico 
O gênero lírico: É escrito em verso, na 1.ª pessoa do discurso - eu; expressa 
sentimentos e emoções; exterioriza um mundo interior; apresenta um caráter 
subjetivo; usa palavras no seu sentido conotativo; recorre a muitas figuras de 
linguagem. 
Subgêneros do gênero lírico: ode, hino, elegia, idílio, écloga, epitalâmio, sátira. 
6.2 Gênero narrativo 
O gênero narrativo: É escrito maioritariamente em prosa; apresenta um 
narrador que conta a ação; narra uma sucessão de acontecimentos reais ou 
imaginários; apresenta a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e 
conclusão; desenrola-se num tempo e num espaço; utiliza discurso direto, indireto 
e/ou indireto livre. 
Subgêneros do gênero narrativo: romance, novela, conto, epopeia ou poesia 
épica, fábula, crônica, ensaio. 
6.3 Gênero dramático 
O gênero dramático: É feito para que haja a sua encenação; está dividido em 
atos e cenas; conta a história através da fala das personagens; apresenta indicações 
cênicas que auxiliam a representação. 
Subgêneros do gênero dramático: auto, comédia, tragédia, tragicomédia, farsa. 
A classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos 
anos. Atualmente, é entendida como algo flexível, sendo possível a mistura de 
gêneros e a subdivisão em vários subgêneros. 
 
19 
7 GÊNEROS LITERÁRIOS: CARACTERÍSTICAS COMUNS 
 
Fonte: depositphotos.com 
Apesar da divisão em lírico, narrativo e dramático, existe uma característica 
comum entre os três gêneros: a literatura. 
Sendo gêneros literários, apresentam aspectos comuns que definem a 
literatura como uma expressão artística que possui funções recreativas, sociais e 
críticas. Assim, não só ocorre a manifestação de sentimentos e invenção de histórias 
por parte do autor, como também ocorre a crítica à sociedade e há referências a 
momentos históricos. 
O texto literário, quer ocorra em verso ou em prosa, transmite a noção artística 
do autor, que trabalha com a função conotativa da linguagem, que utiliza uma 
linguagem mais poética e rebuscada, recorrendo ao uso de figuras de linguagem e 
que respeita estruturas no estilo e forma, como a métrica e a rima. O autor debruça-
se sobre a seleção e combinação de palavras, para que transmitam o sentido 
pretendido, contribuindo para aconcretização da intenção do autor. 
8 DA LEITURA LITERÁRIA À PRODUÇAO DE TEXTOS 
Falar, ouvir, ler e escrever são habilidades que permitem a socialização por 
meio da língua. Este livro trata das duas últimas. É destinado principalmente a 
estudantes dos cursos de Letras e de Pedagogia e a alunos de cursos superiores em 
 
20 
que constam do currículo disciplinas como Língua Portuguesa, Práticas de Leitura e 
Escrita e Redação. 
Para alcançar o objetivo proposto, que é fornecer subsídios para a formação 
de competentes leitores e produtores de texto, parto do princípio de que ler e escrever 
não devem ser trabalhados separadamente, pois são duas faces de uma mesma 
moeda. Escreve-se para ser lido e só se lê o que foi escrito, por isso este livro integra 
leitura e escrita. Procuro, por meio da leitura compreensiva, levar o estudante a 
identificar os procedimentos estratégicos usados em gêneros literários para aplicá-los 
na redação de textos próprios. A proposta é aprender a ler para aprender a escrever. 
O livro foi escrito de forma a facilitar a leitura e a apreensão dos conteúdos. 
Como não é um livro para especialistas, mas para estudantes, muitos dos quais ainda 
não familiarizados com os conceitos dos estudos da linguagem, procurei manter uma 
escrita clara, sem rodeios e complicações, sem abrir mão do rigor conceitual. 
Há uma regra simples, antiga e verdadeira que diz que para escrever bem é 
preciso ler muito. Mas ler o quê? Quando se quer aprender algo, deve-se procurar o 
melhor mestre, aquele que tem mais coisas para ensinar. Para a escrita e a leitura, 
não tenho a menor dúvida em afirmar que o mestre dos mestres é a literatura. Não é 
por acaso que essa disciplina é chamada de a arte da palavra. Os escritores de obras 
literárias são aqueles que com mais maestria trabalham a palavra, produzindo textos 
que sobrevivem ao tempo e se tornam modelos de boa escrita. 
Uma das formas de aprender é por imitação. Aprende-se fazer observando 
como outros fazem. Nesta obra, apresento procedimentos adotados por bons autores 
literários para que se possa aplicá-los em produções escritas, produzindo textos bem 
formados. Por outro lado, embora considere a prática essencial para o 
aperfeiçoamento das habilidades de leitura e escrita, entendo que uma base teórica 
favorece o aprendizado, por isso exponho de maneira didática conceitos relevantes 
das teorias da linguagem e do discurso. 
 
21 
9 BENEFÍCIOS DA LEITURA DIÁRIA 
 
Fonte: amenteemaravilhora.com.br 
Hoje mais do que nunca, os livros são objetos acessíveis e até baratos. 
Contamos com diferentes formatos (capa dura, capa de papel, de bolso, formatos 
digitais) que tornam cada vez mais fácil que qualquer pessoa tenha acesso à leitura. 
É acessível, é variado. No entanto, quanto tempo dedicamos a isso? Se você não se 
lembra da última vez em que leu um livro, algo não está certo. A leitura diária nos traz 
benefícios que não devemos perder. 
A leitura nos enriquece mentalmente, ajudando nosso cérebro a funcionar de 
maneira ideal. Mas nos referimos à leitura de livros, não de revistas ou jornais ou de 
seu blog favorito. É necessário que a leitura seja feita de maneira profunda, 
conectando personagens, ações e capítulos, e comparando-os com o mundo real. A 
seguir você encontrará algumas das razões pelas quais você deve começar a procurar 
um livro neste momento (e o que fazer em seguida). 
O estímulo ao exercício imaginativo, proporcionado pelo objeto artístico, 
contribui para o rendimento intelectual do leitor, apesar de ser, muitas vezes, 
desconsiderado em sala de aula. Uma das principais tarefas do professor que 
atua na Educação Básica é aperfeiçoar e ampliar a capacidade linguística do 
aluno, aspecto decisivo para o seu bom desempenho em todas as áreas do 
conhecimento. (EICHENBERG, 2006 apud SILVA, 2015). 
 
22 
9.1 Benefícios da Leitura Diária 
Maior inteligência emocional: Ler nos permite ter empatia com personagens 
muito diferentes, a quem seguimos durante suas aventuras. Muitos nos fazem 
experimentar sentimentos que já conhecíamos, e isso faz com que nos coloquemos 
em seu lugar. Obviamente, este exercício será aplicado à vida real com mais 
frequência se estivermos habituados a ler. 
Melhor vocabulário: É um dos aspectos mais conhecidos da leitura. A leitura 
diária nos permite estabelecer uma conexão entre as palavras que usamos oralmente 
e aquelas que lemos. Quanto mais lemos, mais vocabulário saberemos, 
especialmente se variarmos o gênero literário. 
Conhecimento do mundo e da cultura geral: Isso é verdade, 
independentemente de estarmos lendo uma crônica ou uma história fictícia. Até 
mesmo as leituras mais fantásticas bebem de lendas, histórias ou outros tipos de 
relatos que existem em nosso mundo. Lendo, podemos ter acesso a muitos dados 
úteis ou apenas curiosos. 
Melhor ortografia: Outro dos mais conhecidos benefícios da leitura. É 
verdade: a leitura nos faz escrever melhor; é muito mais útil do que memorizar uma 
enorme quantidade de regras de ortografia. Quanto mais vemos uma palavra escrita, 
mais facilidade temos para nos lembrarmos de como devemos escrevê-la. 
Diminui o estresse 
Fazer uma pausa de nossas obrigações (e, acima de tudo, de nossas 
preocupações) para ler diariamente é muito benéfico. Não só estamos dedicando esse 
momento a nós mesmos, mas também estamos aplicando nossa concentração a algo 
que prenda a nossa mente. Se estivermos focados no que acontece no livro, 
perderemos o interesse, pelo menos por um tempo, em nossas tarefas. 
Pensamento crítico 
Quanto mais lemos, mais problemas encontramos (na ficção, é claro). Isso nos 
permitirá nos posicionarmos diante do conflito, já que poucas pessoas escolhem não 
formar uma opinião própria sobre isso. Além disso, durante a leitura, os personagens 
nos informarão sobre seus pensamentos sobre o problema, e isso nos permitirá nos 
posicionar a favor ou contra o que eles dizem, e até mesmo mudar de opinião. 
Diversão e entretenimento 
 
23 
Hoje em dia, o conteúdo audiovisual que consumimos é muito maior e, por 
vezes, esquecemos que a nossa imaginação é a nossa melhor fonte de produção 
audiovisual no momento da leitura. Imaginar os personagens ou os lugares que 
visitam é muito divertido porque os adaptamos aos nossos gostos, experiências e 
desejos. 
10 COMO TRANSFORMAR A LEITURA EM UM HÁBITO 
 
Fonte: br.pinterest.com 
Não é fácil começar a ler se não temos o hábito de fazê-lo. Algumas pessoas 
perderam esse hábito, outras nunca o tiveram. Agora que já sabemos que a leitura é 
importante, podemos nos concentrar em como aumentar sua regularidade em nossas 
vidas. 
Entenda que ler é prazeroso: é difícil, se você não tem o hábito de fazê-lo, 
entender que a leitura é divertida, empoderadora ou até mesmo exploradora. Mas é 
importante dar-lhe a oportunidade de nos mostrar isso. 
Tente ver cada livro como uma conquista: o sentimento positivo após a 
realização de terminar um livro pode nos fazer querer começar outro. 
Leve seu livro para qualquer lugar: seja em formato físico ou digital (embora 
essa estratégia funcione melhor se o livro for físico), ter o livro à mão pode ser útil para 
usar o tempo livre para ler em uma viagem no transporte público ou em uma sala de 
espera, em vez de olhar para o nosso celular. 
 
24 
Leia quando precisar de um momento a sós: relacionar hábitos os fortalece e 
faz com que durem mais. Se convertermos nossos momentos a sós em momentos de 
leitura, estaremos fazendo exatamente isso. 
Leia o que você gosta: não é essencial terminarmos os livros que começamos. 
Se você não gosta do livro, não deve lê-lo. Dedique seu tempo a outro que te prenda, 
já que o momento da leitura deve estar relacionado com experiências positivas. 
Finalmente, é importante entender que o processo é lento e que, do dia para a 
noite, não vamos ler com frequência. Começar de forma simples e gradual nos ajudará 
a tornara leitura um hábito. Uma vez assim, aproveite e compartilhe a experiência. 
10.1 Conheça as Impressionantes Mudanças Cerebrais que a Leitura Provoca 
Diferentes atividades podem gerar mudanças cerebrais positivas. Uma delas é 
a leitura. Ela é fascinante e provoca modificações incríveis. Devo dizer que nem todos 
os livros são capazes de causar grande impacto mental. De acordo com vários 
estudos, ler histórias sobre personagens, reais ou fictícios, é uma das atividades que 
geram mais transformações. 
Atualmente muitos se perguntam para que serve a literatura. Na verdade, 
algumas pessoas até questionam seu valor, acreditando que é o mesmo que assistir 
a um filme, mas com uma dose extra de dificuldade. Um livro e suas letras devem 
competir com os efeitos especiais alcançados no cinema ou na televisão. Nem todos 
conseguem chegar a esse ponto onde você faz parte do livro que está lendo, então, 
preferem ver tudo em uma tela. 
No entanto, é claro que a leitura é uma experiência muito diferente da de assistir 
a um filme. Primeiro, você precisa de mais concentração, abstração e imaginação. Em 
segundo lugar, as mudanças que ela provoca no cérebro são muito mais intensas e 
duradouras. 
10.2 Mudanças Cerebrais na Percepção 
O que sua mente faz é trazer objetos da sua memória que são semelhantes à 
cena descrita. Isto é como criar uma espécie de fotografia mental. Portanto, vários 
processos são ativados ao mesmo tempo, envolvendo memória, percepção e 
criatividade. 
 
25 
No final de uma leitura que contenha várias cenas bem descritas, teremos a 
capacidade de criar um álbum de cenas próprio e intransferível. É a sua mente que 
acomoda todos os elementos, fazendo uma associação entre o que lê e o que sabe. 
Isso produz mudanças no cérebro em termos de percepção e inteligência. 
10.3 Ler Também é Viver 
O ato de ler faz com que o indivíduo leitor tenha respostas para o mundo e para 
o que está acontecendo ao seu redor. Quando uma pessoa lê, ela passa a ter uma 
nova opinião sobre o tema lido, desde política até assuntos relacionados à culinária. 
Desta forma, se a criança é estimulada a ler desde pequena ela com certeza será um 
adulto questionador e crítico, assim, o indivíduo que não lê não terá base literária e 
experiências para formar opinião sobre qualquer assunto. 
As mudanças que acontecem no cérebro são tão relevantes que podem ser 
localizadas e identificadas através de exames de neuroimagem. Por exemplo, quando 
o personagem anda, em nosso cérebro são ativadas as áreas motoras relacionadas 
ao andar. Literalmente vivemos o que lemos, e tudo graças a um tipo específico de 
neurônios, os neurônios-espelho. Sim, aqueles mesmo que, por exemplo, nos fazem 
imitar um bocejo quando vemos alguém bocejar, ou os mesmos que fazem um bebê 
sorrir quando lhe sorrimos. 
Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral e 
dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias próximas das 
suas, nas conversas com amigos. [...] é nos livros que temos a chance d 
entrar em contato com o desconhecido, conhecer outras épocas e outros 
lugares – e, com eles abrir a cabeça. Por isso, incentivar a formação de 
leitores é não apenas fundamental no mundo globalizado em que vivemos. É 
trabalhar pela sustentabilidade do planeta, ao garantir a convivência pacífica 
entre todos e o respeito à diversidade. (GROSSI, 2008, p.03, apud ARANA, 
2015). 
10.4 A leitura e a Empatia 
Os pesquisadores dão muita ênfase às mudanças cerebrais induzidas pela 
leitura sobre a empatia. Primeiro, eles detectaram que as áreas do cérebro que são 
usados para ler e compreender as ações de certos personagens são as mesmas que 
usamos para entender outras pessoas. No final, o que se resta no fundo de ambas as 
experiências é um processo de comunicação. 
 
26 
Assim, por um lado, vivemos o que o personagem vive como se fôssemos nós 
mesmos. Por outro, ao fazer este exercício também estamos aumentando nossa 
capacidade de compreender os outros, ao associar situações e emoções. Conclusão: 
a leitura é uma maneira de praticar e enriquecer nossa empatia. Nós alteramos nosso 
ponto de vista quando fazemos uma leitura que envolve contar uma história. 
Estas são apenas algumas das contribuições que leitura nos traz. São as 
mudanças cerebrais que acontecem quando você pega um livro em suas mãos e é 
capturado por ele. Elas são dezenas. Uma boa leitura nos transforma positivamente, 
nos permite crescer, unir-nos mais profundamente à humanidade e nos tornarmos 
mais inteligentes. 
10.5 Leitura 
A leitura já foi considerada apenas como uma atividade mecânica de 
decodificar palavras, ou de extrair sentidos que supostamente estariam prontos no 
texto. Ao se pensar desse modo, a crença era a de que, para se tornar um leitor 
competente, bastava aprender a ler nos anos iniciais de escolaridade e depois o aluno 
já saberia ler qualquer texto. 
Hoje já se sabe que a leitura é uma atividade complexa, em que o leitor produz 
sentidos a partir das relações que estabelece entre as informações do texto e seus 
conhecimentos. Leitura não é apenas decodificação, é também compreensão e crítica. 
Isso significa que o bom leitor precisa realizar essas ações sobre o texto. A 
decodificação é uma parte da leitura, na qual o leitor, basicamente, junta letras e forma 
sílabas; junta sílabas e forma palavras e junta palavras para formar frases. No 
processo de leitura, à medida que informações de um texto vão sendo decodificadas 
e o leitor consegue estabelecer relações entre essas informações e os seus 
conhecimentos prévios, unidades de sentido vão sendo construídas. Ou seja, a 
compreensão se processa. Ao compreender o texto, o leitor é capaz de apreciar o que 
ele diz, é capaz de se posicionar, é capaz de realizar a crítica ao que é dito. 
A leitura é tanto uma atividade cognitiva quanto uma atividade social. Como 
atividade cognitiva, pressupõe que, quando as pessoas leem, estão executando uma 
série de operações mentais (como perceber, levantar hipóteses, localizar 
informações, inferir, relacionar, comparar, sintetizar, entre outras) e utilizam 
estratégias que as ajudam a ler com mais eficiência. Como atividade social, a leitura 
 
27 
pressupõe a interação entre um escritor e um leitor, que estão distantes, mas que 
querem se comunicar. Fazem isso dentro de condições muito específicas de 
comunicação, pois cada um desses sujeitos (o escritor e o leitor) tem seus próprios 
objetivos, suas expectativas e seus conhecimentos de mundo. 
É importante que a escola toda (e não somente professores dos anos de 
alfabetização) esteja consciente de que a leitura pode ser ensinada em todas as 
disciplinas e em todos os anos de escolaridade, isto é, podem ser ensinadas 
estratégias de leitura que ajudam o leitor a ler melhor. Outra consideração para quem 
ensina é que é importante ajudar o leitor a ler com objetivos determinados. Isto é, ler 
para interagir com um autor à distância por meio do texto escrito, buscando prazer, ou 
distração, ou informação, ou conhecimento. Os diferentes gêneros discursivos se 
prestam a diferentes objetivos de leitura, e para cada um há uma estratégia específica, 
mais eficaz. Por exemplo, ler um cardápio, num bar, ou ler uma enciclopédia buscando 
informações, ou ler um livro didático para estudar e aprender, ou ler uma revista em 
quadrinhos para se distrair (cada um desses processos é diferente dos outros e requer 
procedimentos diferentes). Há grandes vantagens em se pensar a leitura desse modo. 
A principal delas é a de mostrar que existem formas para aumentar a competência em 
leitura ao longo da vida, isto é, que o ensino de leitura não é uma etapa pontual que 
se esgota na alfabetização. 
11 CÂMARA APROVA PROJETO DE LEI QUE DEMOCRATIZA ACESSO À 
LEITURA 
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos 
Deputados aprovou um projeto de lei que cria a Política Nacional de Leiturae Escrita 
(PNLE) – a primeira diretriz nacional para a redução da desigualdade no acesso à 
leitura e à literatura. A proposta, que já tramita há dois anos, foi uma sugestão do 
conselho diretivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL, instituído em 2006 e 
firmado em 2011), presidido, na época, pelo professor José Castilho Marques Neto. 
O projeto segue agora para aprovação presidencial. 
“A lei vem consolidar as práticas que, desde 2006, são realizadas pelo Plano 
Nacional do Livro de forma não sistematizada”, afirma Castilho. “Ela vem para unir o 
 
28 
Estado à sociedade, e também o Ministério da Cultura ao Ministério da Educação, 
mostrando que a democratização da leitura é um dever de todas essas esferas juntas”. 
De autoria da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), o projeto tem quatro principais 
objetivos: a universalização do direito ao acesso à leitura e à literatura (incluindo a 
criação e a manutenção de bibliotecas públicas), a formação de mediadores de leitura 
(professores, bibliotecários ou até membros da comunidade), o reconhecimento da 
cadeia criativa e produtiva do livro e o estabelecimento da leitura e da escrita como 
direitos dos cidadãos brasileiros. 
Se aprovada pela União, última fronteira para sua implementação, a PNLE deve 
ser executada nos primeiros seis meses do novo mandato presidencial, em 2019. A 
cada dez anos, o plano de execução da política será reelaborado pelos ministérios da 
Cultura e da Educação junto às secretarias estaduais e municipais de educação, 
sempre com a participação da sociedade civil e de instituições privadas que tiverem 
interesse. “Como tudo muda muito rápido (as tecnologias de publicação, o local das 
bibliotecas e o interesse do público leitor), é essencial que essa reciclagem seja feita, 
até para que o plano acompanhe o próprio desenvolvimento e seja sempre o melhor 
possível”, diz Castilho. 
O professor conta que a luta por um plano de incentivo à leitura no Brasil vem, 
pelo menos, desde 2003, quando foi instituído o Plano de Leitura Ibero-Americano, 
em parceria com líderes do Brasil, de Portugal, da Espanha e de países da América 
Latina. Depois, em 2005, comemorou-se o Ano Viva Leitura no Brasil – momento que 
iniciou a discussão sobre a necessidade de um plano de abrangência nacional. Em 
2006, institui-se o Plano do Livro, consolidado apenas no governo Dilma, em 2010. 
Desde aquele tempo, o Brasil já implementa políticas e práticas de incentivo à 
leitura, mas de forma desigual e não coordenada – há ações que acontecem em 
apenas alguns estados; outras “começam e são logo descontinuadas”. Por isso, em 
2014, surgiu um projeto de lei para nacionalizar o Plano do Livro – mas, com a crise 
política que começou em 2015, tudo parou. 
Para Castilho, a democratização da leitura é de extrema importância para o 
desenvolvimento do país. “Um país em que as pessoas não sabem ler, ou que tenham 
dificuldades de interpretação não pode ser um país desenvolvido”, diz. “Espero que, 
na sanção presidencial, seja pesado o mal que um país que não lê faz a si mesmo”. 
 
29 
12 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO 
 
Fonte: valecursosonline.com.br 
A leitura e a produção textual têm ocupado espaço considerável na educação. 
Entretanto o fracasso escolar aparece hoje entre um dos problemas de maior ênfase 
no sistema educacional, provavelmente, pelo fato dos professores se depararem com 
alunos que apresentam dificuldades em aprender os conteúdos propostos no contexto 
escolar. 
Nós trazemos para um evento de letramento conceitos, modelos sociais, 
relativos ao que é a natureza do evento e o que o fez funcionar e dar-lhe 
significado. As práticas de letramento, então, se referem ao conceito cultural 
mais amplo de formas particulares de se pensar sobre e realizar a leitura e a 
escrita em contextos culturais. (STREET, 2013, apud SILVA, 2019). 
Na maioria das vezes os professores apresentam dificuldades ao orientar e 
estimular seus alunos a lerem e a produzirem textos, a maior dificuldade está no 
processo da leitura e da escrita, que por sua vez, levam os alunos a escrevem textos 
incoerentes e totalmente superficiais. Podemos perceber que através da prática da 
leitura o educando se torna maior conhecedor de novas palavras e estruturas 
gramaticais, aperfeiçoando a sua escrita. 
Portanto CHIAPPINI (2001, p. 22) nos mostra que “ao promover a interação 
entre os indivíduos, a leitura compreendida não só como leitura da palavra, mas 
também como leitura do mundo, deve ser atividade constitutiva de sujeitos capazes 
de interagir com o mundo e nele atuar como cidadãos”. Podemos entender que a 
 
30 
leitura deve ser compreendida não somente como leitura da palavra, mas uma leitura 
que seja capaz de interagir com o mundo do leitor. 
A necessidade de fazer da leitura e da produção textual são meios para levar 
nossos alunos a melhor compreensão dos processos de democratização, pois as 
práticas de leitura e produção textual estão se tornando defasadas nas nossas 
escolas, a maioria dos educandos não gostam de ler, e veem a leitura de um texto ou 
de um livro, como algo desagradável, isso acontece porque geralmente a escola e os 
professores não levam em consideração o cotidiano extraescolar do aluno, poucos 
são os alunos que têm familiaridade com o assunto, mesmo na atualidade, escrever 
bem ainda é cobrado de forma muito tímida nas escolas o resultado acaba aparecendo 
muitas das vezes nos vestibulares, onde a produção de texto (redação) é cada vez 
mais importante. 
Segundo GERALDI (2006, p. 120) nos mostra que “na situação escolar o aluno 
é obrigado a escrever dentro de certos padrões previamente estipulados e, além 
disso, seu texto será julgado. Consciente disso, o estudante procurará escrever a 
partir do que acredita que o professor gostará”. Tais afirmações mostram que o aluno, 
na maioria das vezes, não tem oportunidade de escolha, a escola não oferece 
liberdade ao aluno para poder escrever o que este deseja, e nem ao menos trabalha 
com as variações linguísticas. A leitura e a escrita são elementos de comunicação de 
grande importância ao desenvolvimento intelectual dos seres humanos e a 
capacidade escritora em especial de cada um vai depender muito do ambiente. 
Estar sempre em contato com bons livros e cultivar a leitura de forma 
abrangente e relevante certamente contribuirão para o aumento da capacidade verbal, 
memorativa e imaginativa. Os estímulos de ler e escrever deve aparecer de uma forma 
mais especial na educação infantil, pois é nesse ambiente que as crianças geralmente 
tomam gosto pela leitura e a escrita. 
A leitura é imprescindível para a ampliação de conhecimentos, desperta o 
prazer, desenvolve o lúdico e o imaginário, desenvolve a concentração a paciência e 
o raciocínio. Acreditamos que a pratica da leitura seja o principal fator para que os 
alunos, de qualquer idade, possam ser capazes de produzir texto de qualidade a fim 
de obtermos uma melhor compreensão sobre a importância da leitura e, 
consequentemente, sobre as produções textuais, faz-se necessário compreendermos 
e analisarmos algumas concepções de leitura. 
 
31 
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, 
a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo 
a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo 
de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se 
a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista. 
(LAJOLO, 1993, apud GERALDI, 2003, p. 59). 
A grande questão que se coloca é que a escola e os professores/educadores 
são os maiores responsáveis por incentivar os alunos a se tornarem leitores ativos. 
No entanto, como afirma OLIVEIRA (2002, p. 28), “o que é considerado matéria de 
leitura, na escola, está longe de propiciar aprendizado tão vivo e duradouro (seja de 
que espécie for, não é de admirar,pois, a preferência pela leitura de coisas bem 
diferentes daquelas impostas na sala de aula”. 
Um dos questionamentos frequentemente discutido é de como os alunos 
sentirão prazer em escrever se sempre escrevem sobre as mesmas coisas. Não há 
uma diversidade nas produções textuais determinadas pelos professores, nem ao 
menos uma relação dos temas propostos com as experiências, conhecimento de 
mundo e o dia-a-dia dos alunos. Estes, muitas vezes, não apreciam a escrita. De 
acordo com GERALDI (2006, p. 65) “a produção de textos na escola foge totalmente 
ao sentido de uso da língua: os alunos escrevem para o professor (único leitor quando 
lê os textos). ” 
Os alunos enfrentam dificuldades, pois a escola não trabalha o conhecimento 
que o aluno traz para a sala de aula, esse conhecimento este que poderia ser 
transformado em aulas de produção textual, sendo utilizado, assim, o trabalho com os 
gêneros textuais e com as variações linguísticas. 
A produção textual é uma atividade verbal com fins sociais e, por isso, sua 
atividade extrapola os limites de uma sala de aula, pois o objetivo deve ser inseri-la 
em contextos mais amplos e complexos. Escrever um texto não um dom ao qual o 
mero apela a criatividade é suficiente para fazê-lo brotar das pessoas, A escrita de um 
texto é uma atividade consciente, criativa sim, mas que necessita do desenvolvimento 
de estratégias concretas de ação para se chegar a um objetivo. 
De acordo com KOCH (2003, p.26) “Assim é uma atividade intencional que o 
falante, de conformidade com as condições sob as quais o texto é produzido, 
empreende tentando dar a entender seus propósitos ao destinatário através da 
manifestação verbal”. Por isso deve-se evitar a prática de uma escrita improvisada, 
sem planejamento, sem função, exercitando uma linguagem que não diz nada. 
 
32 
A explicação das condições de produção textual forma a base a partir da qual 
podem e devem ser trabalhada se ensinadas na escola às diferentes etapas de 
processo de produção, tais com o planejamento global do texto e as atividades de 
avaliação, revisão e reformulação, ao planejar seu texto, (CHIAPPINI, 2008, p.98), 
KOCH (2003) descreve o que deve ser priorizado e o que deve ser deixado de 
lado, em relação aos conhecimentos de gênero textual, sobre o tema e sobre as 
demais condições de produção, esse planejamento pode mudar no decorrer da 
escritura, o que envolve ações de revisão e escrita, tendo em vista os propósitos 
comunicativos pretendidos, o professor também precisa ter clareza de que tomar um 
conto, um bilhete, uma notícia, dentre outros gêneros possíveis, como objeto de 
ensino, requer um percurso pedagógico distinto, pois mais do que levar o aluno a 
compreender os aspectos formais que organizam os diferentes gêneros textuais, é 
fundamental levá-lo a refletir sobre as práticas sociais em que os gêneros se inserem 
e os discursos e temas que neles circulam. 
A criança e o adolescente que se interessam pela leitura conseguem resolver 
uma série de dificuldades enfrentadas em sala de aula. Precisa-se considerar 
que a função da escola não é apenas de ensinar a ler a palavra, a frase, o 
texto, mas proporcionar à criança e ao adolescente um contato diário com a 
leitura, levando-os a fazer o uso dessa leitura em suas práticas sociais. 
(CAGLIARI, 1998, apud SILVA, 2015). 
Para produzir textos de qualidade, os alunos têm de saber o que querem dizer, 
para quem escrevem e qual é o gênero que melhor exprime essas ideias. Ler muito e 
revisar continuamente, para que a produção textual seja eficaz, se faz necessário que 
o produtor esteja em contato com textos coesos e coerentes. 
Outro cuidado que precisa ser levado em consideração na atividade de 
produção textual é quanto ao assunto que se deseja ver elaborado, que deve estar 
em sintonia com a prática social focalizada, com o gênero textual estudado e com a 
faixa etária do aluno. Sabemos que, o grande insucesso que a escola tem enfrentado 
com relação a produção de textos. Por isso, devemos nos importar discutir, refletir 
para encontrar os problemas e suas soluções. (CHIAPPINI, 2010, p.98). 
 Podemos observar que a leitura é um importante veículo para um melhor 
desenvolvimento da escrita, portanto estando em proximidade com textos bem 
redigidos, o aluno começará a assimilar os componentes que planejar seu texto, o 
autor organiza o que deve ser priorizado e o que deve ser deixado de lado, 
mobilizando para tanto seus conhecimentos de gênero textual, sobre o tema e sobre 
 
33 
as demais condições de produção, esse planejamento pode mudar no decorrer da 
escritura, o que envolve ações de revisão e escrita, tendo em vista os propósitos 
comunicativos pretendidos, o professor também precisa ter clareza de que tomar um 
conto, um bilhete, uma notícia, dentre outros gêneros possíveis comunicação, 
independentemente de sua extensão, para ser coerente é necessário que tenha 
sentido. Portanto, a coerência se estabelece numa situação comunicativa e é 
responsável pelo sentido que o texto deve ter quando partilhado pelos interlocutores. 
Percebemos, assim, que os mecanismos de coesão textual são os elementos 
linguísticos responsáveis pela estruturação da sequência superficial do texto, 
enquanto que a coerência é a harmonia de sentido do texto, de modo que não haja 
nada ilógico, contraditório, desconexo. E, assim, torna-se de extrema importância que 
o aluno conheça estes mecanismos para que sua produção seja compreendida pelos 
outros leitores é sempre importante na hora de produzir um texto se colocar no papel 
do leitor, imaginar que aquele texto vai estar em uma revista em um jornal ou livro, 
assim terá uma visão crítica a respeito de si mesmo enquanto escritor. (CHIAPPINI, 
2010, p.98). 
Ao ler um texto coeso, o educando poderá aos poucos assimilar o sentido da 
existência dos termos linguísticos significativos na construção da textualidade, e estar 
atento à estrutura do texto. É necessário, ainda, que o docente propicie momentos de 
leitura e, simultaneamente, mostre aos alunos os elos conectivos presentes em um 
texto e a sua importância na produção de significados e o quanto é imprescindível ser 
coeso e coerente nas suas produções. 
Podemos observar que a leitura é um processo cognitivo, histórico, cultural, e 
social de produção de sentidos, isso significa dizer: o leitor um sujeito que atua 
socialmente, construindo experiências e historias compreende o que está escrito a 
partir das relações que estabelece entre as informações de texto e seus 
conhecimentos de mundo, o leitor é sujeito ativo do processo. Na leitura, não age 
apenas decodificando, isto é, juntando letras, silabas, palavras, frases, por que ler é 
muito mais do que apenas decodificar, ler é atribuir sentidos e ao compreender como 
um todo coerente, o leitor pode ser capaz de refletir sobre ele, de criticá-lo, de saber 
como usá-lo em sua vida. 
Para podermos falar sobre leitura a partir de uma visão sociocognitiva 
interacional da linguagem, é importante situar historicamente o desenvolvimento dos 
estudos sobre textos no Brasil, pois é por meio dessa evolução que podemos 
 
34 
compreender as bases atuais do ensino da leitura nas escolas. Paulo Freire, brilhante 
pensador da educação brasileira, já dizia: “a leitura do mundo procede sempre à leitura 
desta implícita a continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 1993, p. 20). 
Entretanto a leitura tem demonstrado ser uma complexa tarefa no contexto 
escolar, em primeiro lugar ler não é exclusivamente das aulas de língua portuguesa, 
nem precisa explicar essa questão, pois os textos circulam em todos os ambientes, 
dentro e fora da escola. 
 
Há muito tempo se observam, nos órgãos de comunicação e no próprio 
discurso dos educadores, constantes campanhas da valorização da leitura, 
elas são extremamente importantes, mas correm o risco de tornar a leitura 
um “ato redentor capaz de salvar o indivíduo damiséria e da ignorância” 
(BRITTO, 2003, apud LELES, 2018). 
Não se pode levar essa mistificação da leitura para a sala de aula, pois ela não 
é real. A leitura não é algo sagrado que provoca a redenção da humanidade, já que 
se constitui historicamente como uma ação cultural entre sujeitos. Por isso mesmo 
constitui um valor que se articula entre valores e saberes sociais, como afirma 
CHIAPPINI, (2010) “ao ler um texto, o leitor mobiliza dois tipos de informações: 
aquelas que se constituíram em sua experiência de vida e aquelas que lhes fornece o 
autor em seu próprio texto’’. 
O processo de ler é, assim, eminentemente ativo. Logo, o professor deve 
auxiliar o aluno a tornar-se um investigador diante do texto, valorizando o 
conhecimento do aluno, auxiliando-o na tarefa de exame e reelaboração do dado 
frente ao novo através da manipulação cognitiva que caracteriza sua subjetividade. 
A leitura pode ser considerada, a atividade fundamental desenvolvida pela 
escola, para a formação do aluno, a leitura e escrita são práticas que se complementa, 
se relacionam e, vão se transformando mutuamente no processo de letramento, o 
princípio básico para a formação de leitores é oportunizar o contato dos alunos com 
diferentes tipos de textos, nesse processo: a escrita transforma a fala e a fala 
influência a escrita, são práticas que permitem ao aluno construir seu conhecimento 
sobre os diferentes gêneros sobre os procedimentos mais adequados para lê-los e 
também escrevê-los, o aluno deve aprender a ler lendo, compreendendo, a natureza 
e o funcionamento do sistema alfabético e também o valor social do texto em uma 
pratica ampla de leitura, a escola precisa oportunizar ao aluno acesso a materiais 
escritos diversificados e que são utilizados fora da escola. (BRITTO, 2003, p.95). 
 
35 
A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação, o leitor deverá em 
primeiro lugar decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida 
decodificar todas as implicações que o texto oferece, pois, a leitura sem decifração 
simplesmente não funciona. 
Pode-se observar, que a presença de atividades que envolvem leitura e escrita 
são estimuladas pelos educadores, a escola proporciona vastas possibilidades para o 
constante desenvolvimento dos aspectos cognitivos e psicomotores da criança e os 
efeitos de sua utilização podem ser observados a médio e em longo prazo, visto que 
a socialização e interação dela com os outros se revela como fator importante do 
desenvolvimento. A maioria dos professores acredita na utilização da leitura e escrita 
no processo de aprendizagem dos estudantes. 
Tendo em vista que o trabalho com a leitura e escrita é uma fonte riquíssima 
que abre infinitas possibilidades para as crianças compreendem o que acontece a sua 
volta é necessário que os professores busquem metodologias para que se consiga 
trabalhar a mesma de forma convidativa e prazerosa. 
A escola é bastante propícia como “um espaço privilegiado para o 
desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um importante setor para 
intercâmbio da cultura literária” (ZILBERMAN, 2003, apud SILVA, 2015). 
Espera-se com este estudo que os educadores percebam a importância da 
leitura e escrita e como ela desperta o interesse e a atenção da criança, 
desenvolvendo nela, dentre outros fatores, a criatividade, a percepção de diferentes 
resoluções de problemas, autonomia e criticidade, que são elementos importantes 
para a formação pessoal e social do ser humano. 
Ao final do trabalho pode-se observar que através da prática da leitura o 
educando se tornará maior conhecedor de novas palavras e estruturas gramaticais, 
aperfeiçoando a sua escrita. A necessidade de novas práticas educativas deve ter por 
objetivo melhorar a aprendizagem dos alunos e aprofundaram seus conhecimentos. 
O conhecimento da leitura no mundo contemporâneo é fundamental e 
possibilita que tenhamos uma maior reflexão no exercício da cidadania, para buscar 
por uma oportunidade de trabalho e para interagir com maior clareza no meio social e 
profissional. A partir da aprendizagem do que o mundo letrado é capaz de oferecer, 
entramos em completa intimidade com o texto, com as palavras, e estabelecemos 
múltiplos sentidos e significados para a nossa vida. 
 
36 
Sugere-se que, haja nas escolas constantes planejamento, em relação ao 
processo de ensino e a aprendizagem da língua escrita e oral através de um trabalho 
coletivo de todos os professores, pois não bastam somente projetos de leitura 
isolados, ou mesmo a prática dos professores de Língua Portuguesa, é preciso uma 
mobilização de todos os professores envolvidos em um projeto coletivo maior, um 
projeto institucional. 
13 A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR A LEITURA DE TEXTOS JORNALÍSTICOS 
EM SALA DE AULA 
 
Fonte: descomplica.com.br 
Em tempos de interatividade via telefone celular e internet, fazer com que as 
crianças se interessem pela leitura de jornais não é tarefa das mais fáceis, mas 
certamente é fundamental para formar leitores habituais e cidadãos bem-informados. 
Trazendo textos com características distintas, fotografia e recursos gráficos, os jornais 
são uma fonte respeitada para pesquisa e para a obtenção de informação sobre o 
mundo atual. Além disso, eles se modernizaram e passaram por reestruturações 
gráficas e editoriais para proporcionar leitura mais agradável de seu conteúdo. 
Segundo BRITO (2006), há uma grande dificuldade em lidar com a inclusão 
digital na escola, pois toda a sociedade ainda caminha para a construção da formação 
educacional tecnológica. A utilização dos recursos midiáticos vem sendo cada vez 
mais imprescindível no cotidiano das pessoas e a escola como parte integrante de 
 
37 
uma sociedade moderna, também sente a necessidade de implantar os recursos 
digitais nas práticas educacionais. 
Para uma criança tomar gosto pelos periódicos, o primeiro passo é acabar com 
a ideia de que jornal é coisa de adulto. Dentro da gama variada de assuntos 
abordados, certamente são encontradas notícias locais ou de entretenimento que 
atraem também os pequenos. É importante fazer os alunos se relacionarem com o 
jornal como se fossem leitores comuns: eles devem manuseá-lo por inteiro (não só 
textos recortados), aberto sobre uma mesa, no chão ou dobrado; e buscar os cadernos 
que mais interessam, vendo fotos e lendo títulos, subtítulos e o início de cada 
reportagem, para saber se vale seguir até o final. 
 Toda escola comprometida com o exercício de cidadania deseja formar 
cidadãos competentes e com pensamento mais crítico, por isso criamos este artigo 
para falar sobre a importância e os benefícios de se trabalhar textos jornalísticos em 
sala de aula. 
13.1 A Importância dos Textos Jornalísticos na Escola 
Não é segredo para ninguém, que o jornal é um veículo de informação que 
permite a leitura de diversos gêneros em um mesmo lugar, de forma dinâmica. Não 
só conecta o leitor com o que acontece na cidade, no país ou no mundo, como também 
dá a ele a possibilidade de se posicionar ativamente e abrir questionamentos diante 
de uma determinada situação. 
Nesse sentido, a leitura de textos jornalísticos é fundamental para ambientar o 
estudante à realidade em que vive, transformando-o em um cidadão crítico. Afinal, 
esse tipo de discurso permite o contato com diferentes posicionamentos e ideologias, 
o que agrega muito ao desenvolvimento social dos alunos. 
Segundo SILVA (2018), a correção de textos em Língua Portuguesa na sala de 
aula, pautada nos parâmetros da textualização e retextualização, tem grande 
importância na formação escolar do aluno, para que ele, como produtor textual, esteja 
inserido em uma prática reflexiva, de modo que, ao observar a correção de seu texto, 
tome nota da dimensão de seus erros, sendo eles gramaticais, de textualização ou do 
comprometimento da interpretação do texto. 
 
38 
COSTA VAL (2004, p. 113) define texto como‚’’qualquer produção linguística, 
falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situação de 
comunicação humana, isto é, numa situação de interlocução’’. 
Benefícios de se trabalhar textos jornalísticos em sala de aula: Faz com que o 
aluno aprenda a ler, avaliar diferentes pontos de vista e diferenciar posicionamento 
estratégico, opiniões e fatos; Ajuda a formar leitores habituais; Permite que o 
estudante identifique as diferentes finalidades dos textos que circulam à esfera 
jornalística; Proporciona interdisciplinaridade e estudo de temas diversos; Colabora 
para que o aluno pense mais criticamente sobre os fatos; Contribui para que o 
estudante perceba a relação entre os títulos dos textos e a coerência com as editorias 
em que são publicados; Exercita o aluno para que ele saiba discernir diferentes vozes. 
Trabalhando com a leitura jornalística em sala de sula 
De modo geral, os jornais apresentam uma linguagem voltada para o 
interlocutor adulto, o que pode dificultar a escolha de textos adequados para se 
trabalhar com uma turma de ensino fundamental. Ainda assim, não é impossível 
encontrar conteúdos capazes de envolver seus alunos e algumas medidas podem ser 
tomadas para facilitar o processo. Confira, agora, três boas práticas para se trabalhar 
com a leitura jornalística em sala de aula! 
A ação de indicar textos para leitura sem explicitar que relações podem ser 
estabelecidas entre os mesmos está vinculada a uma prática de letramento 
recorrente no contexto universitário, qual seja: ausência de explicitação das 
normas e convenções que norteiam a leitura (e a escrita) acadêmica. Parte-
se do pressuposto de que os participantes desse contexto já conhecem as 
práticas letradas nele desenvolvidas, suas características, finalidades e 
funções – uma compreensão tácita do conhecimento acadêmico (JACOBS, 
2005, apud SILVA, 2019). 
13.2 Promover um debate na sala de aula 
Uma ideia interessante é promover um debate na sala de aula, colaborando, 
assim, para o desenvolvimento do senso crítico e argumentação dos estudantes. Para 
que eles se mantenham engajados na discussão, opte por assuntos atuais e 
polêmicos, de preferência que estejam presentes no dia a dia e nas conversas deles. 
 
39 
13.3 Utilizar o formato digital 
A sua escola não pode ignorar a mudança de mentalidade causada pelo avanço 
da tecnologia. Portanto, sugira a leitura de materiais jornalísticos disponíveis na 
internet, inserindo seus alunos nessa nova realidade de letramento digital. 
Caso o interesse, saiba que já existem soluções que trabalham o gênero 
jornalístico de forma digital para o público infanto-juvenil, possibilitando uma avaliação 
eficaz e personalizada das habilidades leitoras dos jovens. 
13.4 Estudar Fake News em sala de aula 
Um problema recorrente da era digital é disseminação de notícias falsas e essa 
pode ser uma boa oportunidade para propor em sala de aula atividades que avaliem 
o discernimento do aluno entre fato e opinião. 
Estudando as notícias falsas, ou Fake News, além de perceberem as diferentes 
vozes presentes do texto, os estudantes podem analisar o contexto de produção dos 
gêneros jornalísticos para, assim, saberem o posicionamento de quem escreve, para 
quem escreve e quando escreve. Dessa forma, conseguem ler criticamente uma 
matéria e perceberem marcas de notícias falsas. 
Os “factos alternativos” e a “era pós-verdade” são uma ameaça à democracia. 
São variados os fatores que contribuem para este problema. Entre eles, 
destaca-se a produção e consumo de “notícias falsas”, a falta de literária para 
as notícias, mas também, entre outros, a ausência de rotinas práticas de 
verificação da veracidade por profissionais de informação. Ainda que a 
disseminação da desinformação não seja um fenómeno novo na história da 
comunicação, as tecnologias digitais e a sua velocidade tendem a popularizar 
as denominadas notícias falsas (TANDOC, et al, 2018, apud BRITES, 2018). 
14 CONCLUSÃO 
A leitura e a escrita são práticas sociais de valiosa importância para o 
desenvolvimento da cognição humana. Ambas proporcionam o desenvolvimento do 
intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. Dessa 
maneira, quando lemos ocorrem diversas ligações no cérebro que nos permitem 
desenvolver o raciocínio. Além disso, com essa atividade, aguçamos nosso senso 
crítico por meio da capacidade de interpretação. A leitura é e sempre foi o meio mais 
efetivo do aprendizado e da interiorização de conhecimentos. Ler é, antes de tudo, 
 
40 
pertencer a um meio que se renova a cada dia com diferentes formas, pensamentos 
e ideias; lendo o aluno estará apto para desbravar desafios e ser dono do seu próprio 
conhecimento e usar a leitura como forma de integração. 
 Ter uma leitura efetiva é saber ler nas entrelinhas e agregar saberes que só 
uma leitura factual oferece. O Hábito de ler não é hereditário, por isso, cabe a escola 
e aos professores incentivar e instigar os alunos a explorar e a identificar-se com o 
mundo da leitura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
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