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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 3 2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA ................................................................... 4 3 PRODUÇÃO DE TEXTO .............................................................. 10 3.1 Como produzir um bom Texto ................................................... 10 3.2 Tipos de texto ............................................................................ 12 3.3 Coerência e coesão .................................................................. 12 3.4 Código escrito da língua portuguesa ......................................... 13 3.5 Usar corretamente os sinais de pontuação ............................... 13 3.6 Dominar a ortografia das palavras ............................................ 13 3.7 Evitar vícios de linguagem ......................................................... 13 4 GÊNEROS TEXTUAIS ................................................................. 14 5 TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS .................................................. 15 5.1 Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos ................ 15 5.2 Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos .............. 16 5.3 Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos .............. 16 5.4 Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos ....... 16 5.5 Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos ................ 16 5.6 Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos ............. 17 6 GÊNEROS LITERÁRIOS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS ........... 17 6.1 Gênero lírico .............................................................................. 18 6.2 Gênero narrativo ....................................................................... 18 6.3 Gênero dramático ...................................................................... 18 7 GÊNEROS LITERÁRIOS: CARACTERÍSTICAS COMUNS ......... 19 8 DA LEITURA LITERÁRIA À PRODUÇAO DE TEXTOS ............... 19 9 BENEFÍCIOS DA LEITURA DIÁRIA ............................................. 21 9.1 Benefícios da Leitura Diária ...................................................... 22 10 COMO TRANSFORMAR A LEITURA EM UM HÁBITO ............... 23 10.1 Conheça as Impressionantes Mudanças Cerebrais que a Leitura Provoca 24 10.2 Mudanças Cerebrais na Percepção .......................................... 24 10.3 Ler Também é Viver .................................................................. 25 10.4 A leitura e a Empatia ................................................................. 25 2 10.5 Leitura ....................................................................................... 26 11 CÂMARA APROVA PROJETO DE LEI QUE DEMOCRATIZA ACESSO À LEITURA 27 12 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO ....... 29 13 SAIBA A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR A LEITURA DE TEXTOS JORNALÍSTICOS EM SALA DE AULA ............................................................ 36 13.1 A Importância dos Textos Jornalísticos na Escola .................... 37 13.2 Promover um debate na sala de aula ........................................ 38 13.3 Utilizar o formato digital ............................................................. 39 13.4 Estudar Fake News em sala de aula ......................................... 39 14 CONCLUSÃO ............................................................................... 39 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 41 16 SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 44 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA Fonte: vistatshirt.xyz A leitura e a escrita são práticas sociais de valiosa importância para o desenvolvimento da cognição humana. Ambas proporcionam o desenvolvimento do intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. Dessa maneira, quando lemos ocorrem diversas ligações no cérebro que nos permitem desenvolver o raciocínio. Além disso, com essa atividade, aguçamos nosso senso crítico por meio da capacidade de interpretação. Nesse sentido, vale lembrar que a “interpretação” dos textos é uma das chaves essenciais da leitura. Afinal, não basta ler ou decodificar os códigos linguísticos, faz-se necessário compreender e interpretar essa leitura. Muitos são os benefícios que a leitura proporciona: desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da comunicação, bem como o aumento do vocabulário, dos conhecimentos gerais e do senso crítico. Além desses benefícios, com a leitura exercitamos nosso cérebro, o que facilita a interpretação de textos de forma a promover competência e habilidade na escrita. Ao ler, o indivíduo adquire maior repertório, ampliando e expandindo seus horizontes cognitivos. Para além disso, estudos apontam que o ato de ler é muito prazeroso na medida em que reduz o estresse ao mesmo tempo que estimula reflexões. Por esse motivo, a leitura deve ser incentivada desde a Educação Infantil. Incentivar os filhos pequenos em casa e criar hábitos são condições importantes para que as crianças desenvolvam o gosto pela leitura. 5 Partindo da concepção da língua escrita como sistema formal (de regras, convenções e normas de funcionamento) que se legitima pela possibilidade de uso efetivo nas mais diversas situações e para diferentes fins, somos levados a admitir o paradoxo inerente à própria língua: por um lado, uma estrutura suficientemente fechada que não admite transgressões sob pena de perder a dupla condição de inteligibilidade e comunicação; por outro, um recurso suficientemente aberto que permite dizer tudo, isto é, um sistema permanentemente disponível ao poder humano de criação (GERALDI, 1993, apud COLELLO, 2003). Para produzir textos de qualidade, os alunos precisam saber o que querem dizer, para quem escrevem e qual é o gênero textual que melhor exprime essas ideias. O segredo é ler muito e revisar constantemente a escrita. A priori, o reconhecimento dos diversos tipos de gênero textual discursivo é essencial para a organização da escrita e, consequentemente, o planejamento das ideias. Assim o trabalho com os gêneros textuais na sala de aula é primordial para o incentivo e desenvolvimento da leitura e escrita. É perceptível o desenvolvimento dos alunos com a escrita, ao se trabalhar com os gêneros textuais, pois sempre os envolvo com estes de forma a promover práticas sociais reais, uma vez que os alunos precisam escrever dentro da escola e, sobretudo, fora dela também. Assim é enfatizado o trabalho com a leitura de gêneros textuais diversificados, sejam eles didáticos ou não didatizados. A produção de textos escritos é um eixo da língua maternaque deve ser ensinado e desenvolvido em sala de aula e o desencadeamento desse ensino se dá através dos gêneros textuais discursivos. Sendo assim, vamos discutir um pouco acerca dos gêneros textuais, segundo MARCUSCHI (2003). O estudo dos gêneros textuais é hoje uma área interdisciplinar, com atenção especial para a linguagem em funcionamento e para as atividades culturais e sociais. Desde que não concebamos os gêneros como modelos estanques nem como estruturas rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social (Miller, 1984) corporificadas na linguagem, somos levados a ver os gêneros como entidades, cujos limites e demarcação se tornam fluidos (MARCUSCHI, 2008, p. 151). Ainda de acordo com MARCUSCHI, “É impossível não se comunicar verbalmente por um gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente por algum texto”. Isso porque toda manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum gênero. Daí a centralidade da noção de gênero textual no trato sociointerativo da produção linguística. Nessa perspectiva, ele acrescenta que gêneros textuais são: 6 [...] os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas (MARCUSCHI, 2008, p. 155). Ao produzir um texto, o aluno precisa dominar estratégias de organização e planejamento de texto; para tanto, faz-se necessária a elaboração de esquemas topicalizados, ou seja, o uso do pré-texto ou texto prévio que auxiliará o aprendiz a expor suas ideias, primeiramente de forma esquemática, para, então, construí-lo de forma clara, com argumentos consistentes e que atendam à proposta. ANTUNES (2003, p. 54) aborda que o texto escrito não é somente a codificação de ideias ou de informações através de sinais gráficos. Para ela, o ato de escrever supõe etapas interdependentes e Inter complementares, e a primeira delas implica o planejamento, para, em seguida, ser executada a escrita propriamente dita e, então, a revisão e a reescrita. É no planejamento que ocorre a escolha dos critérios de ordenação das ideias ou aquilo que será relevante no texto: a finalidade de sua escrita e como estruturá-lo de maneira adequada. Ainda segundo Antunes (2003), não há linguagem sem a utilização da escrita, da fala, da escuta e da leitura. Já conforme MARCUSCHI (2008), o texto é o resultado de uma ação linguística e suas fronteiras são determinadas pelo mundo em que ele está inserido. Ressalta, ainda, que o texto pode ser tido como um tecido estruturado, uma entidade significativa, uma entidade de comunicação e um artefato sócio histórico. É possível se dizer que o texto é uma (re) construção do mundo, e não uma simples refração ou reflexo. A escola assume uma grande responsabilidade ao manter e controlar a aprendizagem com o propósito de superar a crise da expressão escrita dos alunos. Uma atribuição que deve ser tomada pela escola é fazer com que os alunos tenham acesso a uma aprendizagem mais significativa, traçando estratégias que promovam a melhoria da expressão escrita e que contribuam para a resolução das dificuldades que os alunos enfrentam quando escrevem textos. Uma das finalidades fundamentais da escola é ensinar o aluno a ler e a escrever. No entanto, a prática pedagógica tem revelado um resultado relativamente insuficiente no desenvolvimento da capacidade de escrever dos alunos. 7 Uma configuração linguística só é um texto quando consegue provocar sentido. MARCUSCHI (2008) considera que os problemas ortográficos ou sintáticos não atrapalham a compreensão se o texto estiver inserido numa cultura e circular entre indivíduos que a dominam. A textualidade não depende de regras sintáticas ou ortográficas, e sim das condições cognitivas e discursivas. Um texto se dá numa complexa relação interativa entre a linguagem, a cultura e os sujeitos históricos que operam nesses contextos. Assim, um texto se fundamenta sobretudo pela sua discursividade, inteligibilidade e articulação que ele põe em movimento. A atividade da escrita pressupõe a interação e o uso da linguagem. Segundo ANTUNES (2010), “Não há linguagem sem a utilização da escrita, da fala, da escuta e da leitura”. A escrita deve ocorrer de uma maneira que sejam percebidas a atividade interativa de expressões, intenções, crenças, manifestações verbais ou sentimentos que queremos partilhar com alguém, interagindo com ele. Desse modo, a condição prévia para o êxito da atividade de escrever é ter o que dizer, pois as palavras medeiam e fazem ponte entre quem fala e quem escuta, entre quem escreve e quem lê. O fato de saber o que dizer em determinada situação caracteriza-se pela capacidade do conhecimento linguístico inerente a cada pessoa. A prática crescente da competência para a escrita ocorre no decorrer do contato diário com a escrita e a leitura e do exercício de cada evento, com as regras próprias de cada tipo e de cada gênero textual. ANTUNES (2010, p.116) expõe que “A escrita é uma forma de atuação social entre dois ou mais sujeitos que realizam o exercício do dizer. Tudo isso significa dizer que a escrita da escola deve ser a escrita de textos”. Por isso, é extremamente relevante que o professor trabalhe com os alunos os mais diversos gêneros textuais. Assim sendo, faz-se necessário que o docente promova condições interacionistas no sentido de desencadear uma melhor aprendizagem nas atividades, no caso aqui específico, nas produções de textos escritos, para que os textos produzidos apresentem sentido, discursividade e que sejam compreendidos por estarem simplesmente contextualizados. O sentido de um texto, qualquer que seja a sua situação comunicativa, não depende tão somente da estrutura textual em si mesma. Os objetos de discursos a que o texto faz referência são apresentados, em grande parte, de forma lacunar, permanecendo muita coisa implícita. O produtor de um texto pressupõe, da parte do leitor/ouvinte, conhecimentos textuais situacionais e enciclopédicos. Entrelaçados a 8 esses eixos, encontra-se, de forma muito sincronizada, o contexto situacional permanente no texto, o qual interliga o percurso discursivo, inferindo as ideias dialogicamente nele percebidas. A escrita é uma atividade processual, ou seja, uma atividade durativa, um percurso que se vai fazendo pouco a pouco, ao longo de nossas reflexões, de nosso acesso a diferentes fontes de informação. O pouco êxito conseguido com a escrita de textos na escola se explica muito pela visão estática e pontual da escrita, como se escrever fosse apenas um ato mecânico de fazer alguns sinais sobre a folha de papel e, assim, um ato que começa e termina no intervalo de tempo que foi dado para se escrever. Para MARCUSCHI (2008), o texto não é feito apenas de palavras e, portanto, não é composto apenas do material linguístico que aparece em sua superfície. Nele, o significado de uma parte depende das outras com que se relaciona. O seu significado global não é o resultado da mera soma de suas partes, mas de certa combinação geradora de sentidos. A produção de um texto, de alguma forma, acaba sendo uma maneira de reorganizar o pensamento e o universo interior da pessoa. A escrita não é apenas uma oportunidade para que se mostre, comunique, mas também para que se descubra o que é, o que pensa, o que quer, em que acredita, etc. Tudo isso porque todo ato de escrita pertence a uma prática social. Ninguém escreve por escrever. A escrita tem sempre um sentido e uma função. Levar esses princípios em consideração vai implicar uma avaliação multidimensional bem mais ampla e bem mais mobilizadora também, poisserá constantemente recriada e englobará estratégias, recursos e instrumentos diversificados, diferentemente da mesmice com que ela ocorre nas práticas atuais. Letramento é o estado ou a condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita. (SOARES, 2009, apud BRITO, 2016). Portanto, as atividades de produção e recepção de textos merecem destaque no ensino da língua portuguesa, pois os alunos precisam produzir textos correspondentes aos diferentes usos sociais da escrita, ou seja, que contemplem aquilo que se vivencia fora da escola. Além disso, deve-se proporcionar a eles a escrita de textos de gêneros textuais que possuam uma função social determinada. 9 Para ocorrer de fato um progresso na escrita, o ideal é que se crie com os discentes a prática do planejamento, do rascunho e da revisão, de maneira que a primeira versão de seus textos tenha sempre um caráter de produção provisória. Só assim, os alunos podem construir e aprimorar cada vez mais seus textos. Portanto, para aproximar a produção escrita das necessidades enfrentadas no dia a dia, o caminho atual é enfocar o desenvolvimento dos comportamentos leitores e escritores. Ou seja: levar a criança a participar de forma eficiente de atividades da vida social que envolvam leitura e escrita. Noticiar um fato num jornal, ensinar os passos para fazer uma sobremesa ou argumentar para conseguir que um problema seja resolvido por um órgão público: cada uma dessas ações envolve um tipo de texto com uma finalidade, um suporte e um meio de veiculação específico. Conhecer esses aspectos é condição mínima para decidir, enfim, o que escrever e de que forma fazer isso. Fica evidente que não são apenas as questões gramaticais ou notacionais (a ortografia, por exemplo) que ocupam o centro das atenções na construção da escrita, mas a maneira de elaborar o discurso. Produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: planejar, escrever, revisar e reescrever. A revisão não consiste em corrigir apenas erros ortográficos e gramaticais, como se fazia antes, mas cuidar para que o texto cumpra sua finalidade comunicativa. A leitura, assim como a escrita, supre as necessidades do nosso cérebro de aumentar sua capacidade intelectual. É fato que uma pessoa que tem o hábito da leitura possui mais facilidade para produzir um texto. Isso ocorre justamente porque ao lermos estamos aumentando nossa capacidade de comunicação bem como nosso repertório interpretativo. Portanto, uma boa dica para facilitar cada vez mais a leitura é a escrita, ou seja, a produção de textos. 10 3 PRODUÇÃO DE TEXTO Fonte: pinterest.com Produzir um texto é o ato de compor e transmitir uma mensagem através do código escrito. A produção textual cumpre uma finalidade comunicativa, visando atingir um determinado receptor. Através da produção de texto, é possível dizer alguma coisa a alguém, num determinado contexto e num determinado momento, tendo algum objetivo. 3.1 Como produzir um bom Texto A produção de textos é um procedimento complexo que envolve diversas competências aprendidas ao longo da vida e da escolarização. Esquematizar ideias num papel requer, além dos diversos conhecimentos de português, um amplo repertório de leitura, bem como um contato frequente com diferentes gêneros textuais. Os passos básicos da produção textual são: Planejamento: Estruturação do objetivo do texto, do tipo de texto que será redigido, das ideias principais e secundárias que serão transmitidas e de toda a organização do texto, através da criação de um projeto de texto, de um rascunho ou de um mapa de ideias. 11 A coerência tem a ver com as ‘ideias’ do texto, com os conceitos e as relações entre conceitos que esse texto põe em jogo: de que tópicos o texto fala, o que diz sobre eles, como organiza e articula esses tópicos (por exemplo, com relações de causa/consequência, ou de anterioridade/simultaneidade/posterioridade, ou de inclusão/exclusão, ou de semelhança/oposição, ou de proximidade/distância). Quer dizer: a coerência tem a ver com conhecimentos e informações. Ouvir ou ler um texto e entendê- lo, considerá-lo coerente, significa conseguir processá-lo com os conhecimentos e a habilidade de interpretação que se tem e, então, avaliá-lo como compatível com esses conhecimentos. (COSTA VAL, 2004, apud SILVA, 2018). Escrita: Redação de toda a informação estruturada no planejamento em um todo organizado com coesão e coerência. Desenvolve-se maioritariamente através da estrutura textual típica de introdução, desenvolvimento e conclusão. Revisão: Verificação de todos os aspectos que envolvem a produção do texto, como cumprimento do propósito comunicativo, estruturação do conteúdo dos diferentes parágrafos, adequação vocabular, correção sintática e ortográfica, … Bons escritores, contudo, não entendem esses três passos de forma estanque e sequenciada, mas sim como três procedimentos complementares que ocorrem durante todo o processo, de forma interligada. Qualquer palavra, frase ou parágrafo escrito deverá ser planejado e revisado antes da escrita da próxima palavra, frase ou parágrafo, que dará continuidade ao que foi anteriormente escrito. Será, assim, mais fácil a produção de textos com coerência e coesão, que cumprem o seu propósito comunicativo, causando uma mudança no estado de espírito dos leitores. 3.2 Como iniciar Para iniciar a produção de um texto deverá: Entender o tema e o propósito comunicativo; conhecer os tipos de texto; escrever com coerência e coesão; dominar o código escrito da língua portuguesa. Tema e o propósito comunicativo: Para uma adequada produção de texto, é necessário entender o tema na sua totalidade, de forma segura, e refletir sobre ele de forma crítica, pensando nas informações que possui e nas opiniões tem sobre o assunto. É também essencial definir a finalidade comunicativa do texto, ou seja, o seu objetivo ou propósito, bem como o público-alvo a que se destina. Só assim será 12 possível estruturar as ideias principais e secundárias do texto e definir um título adequado ao conteúdo. 3.3 Tipos de texto Conhecer os diversos tipos de texto e as principais características de cada tipologia textual é decisivo na estruturação do texto, para que se defina o tipo de texto mais adequado ao seu propósito comunicativo. Os principais tipos de texto são: Texto narrativo: Usado para contar uma história através de uma sequência de ações imaginárias ou reais. Texto descritivo: Usado para apresentar a descrição pormenorizada de alguém ou de alguma coisa, fazendo com que o leitor crie uma imagem mental do objeto ou ser descrito. Texto dissertativo: Usado para informar o leitor. Esclarece o leitor sobre um determinado assunto ou tema, através da exposição rigorosa e clara desse assunto ou tema. Pode ser expositivo ou argumentativo. Texto explicativo: Usado para instruir o leitor acerca de um procedimento. Fornece informações que orientam a conduta do leitor. Pode ser injuntivo ou prescritivo. 3.4 Coerência e coesão É essencial estruturar as diversas partes do texto, distinguindo a parte introdutória do texto da parte do desenvolvimento do assunto e da parte final do texto, na qual é feita uma conclusão. Apresentar e desenvolver as suas ideias de forma coerente e coesa e formar um todo organizado cria uma linha de pensamento mais facilmente seguida e apreendida, bem como harmonia entre os diversos momentos do texto. Também deverá ser prestada a devida atenção ao título. Sendo uma parte essencial do texto, tem de estar relacionado com o assunto e ser motivador. 13 3.5 Código escrito da língua portuguesa Existem diversas regras que devem ser respeitadas na linguagem escrita. O uso correto do código escrito possibilita uma comunicação com maior sucesso na transmissão e compreensão damensagem. 3.6 Usar corretamente os sinais de pontuação Os sinais de pontuação e outros sinais gráficos auxiliares da escrita marcam o ritmo do texto e conferem à linguagem escrita uma maior clareza, facilitando o processo de leitura. Privilegia-se a construção de frases curtas e diretas. Durante a produção textual deverá ser dada especial atenção ao uso da vírgula, considerado por muitos como confuso devido a sua flexibilidade, bem como à padronização na realização de citações, abreviaturas ou notas, na escrita de siglas, horas, palavras estrangeiras. “Embora um indivíduo possa não saber ler e escrever, isto é, ser analfabeto, mas ser, de certa forma letrado, porque faz uso da escrita e envolve- se em práticas sociais de leitura e escrita”. (SOARES, 2009, apud BRITO, 2016). 3.7 Dominar a ortografia das palavras Respeitar as regras ortográfica da língua portuguesa, conforme o acordo ortográfico vigente, implica não cometer erros ortográficos, bem como usar adequadamente as letras maiúsculas e minúsculas e realizar a correta acentuação das palavras. Salientamos o uso do hífen que, com variadas funções, tem causado dúvidas entre os falantes, gerando diversos erros de escrita. 3.8 Evitar vícios de linguagem Vícios de linguagem são pequenos desvios gramaticais que, embora ocorram frequentemente na linguagem falada, causam ambiguidade e empobrecimento do texto escrito, como: redundância criada pelo uso de palavras desnecessárias; desvirtuação do texto criada pelo excesso de estrangeirismos, neologismos, gírias e chavões; incompreensão da mensagem criada por falta de concordância, regência e paralelismo. 14 4 GÊNEROS TEXTUAIS Gêneros textuais são textos que exercem uma função social específica, ou seja, ocorrem em situações cotidianas de comunicação e apresentam uma intenção comunicativa bem definida. Os diferentes gêneros textuais se adequam ao uso que se faz deles. Adequam- se, principalmente, ao objetivo do texto, ao emissor e ao receptor da mensagem e ao contexto em que se realiza. Exemplos de gêneros textuais: Romance; Conto; Fábula; Lenda; Novela; Crônica; Notícia; Ensaio; Editorial; Resenha; Monografia; Reportagem; Relatório científico; Relato histórico; Relato de viagem; Carta; E-mail; Abaixo-assinado; Artigo de opinião; Diário; Biografia; Entrevista; Curriculum vitae; Verbete de dicionário; Receita; Regulamento; Manual de instruções; Bula de medicamento; Regras de um jogo; Lista de compras; Cardápio de restaurante. A leitura pode ser conceituada como sendo um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas que se dá a conhecer através de várias linguagens. (MARTINS, 2006, apud SILVA, 2015). Embora os diferentes gêneros textuais apresentem estruturas específicas, com características próprias, é importante que os concebamos como flexíveis e adaptáveis, ou seja, que não definamos a sua estrutura como fixa. Os gêneros textuais possuem transmutabilidade, ou seja, é possível que se criem novos gêneros a partir dos gêneros já existentes para responder a novas necessidades de comunicação. São adaptáveis e estão em constante evolução. 15 5 TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Fonte:novaescola.org.br Tipos e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual. Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação. Exemplos de tipos textuais: Texto narrativo; Texto descritivo; Texto dissertativo expositivo; Texto dissertativo argumentativo; Texto explicativo injuntivo; Texto explicativo prescritivo. Os aspectos gerais dos tipos de texto concretizam-se em situações cotidianas de comunicação nos gêneros textuais, textos flexíveis e adaptáveis que apresentam uma intenção comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando- se ao uso que se faz deles. 5.1 Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos Romances; 16 Contos; Fábulas; Novelas; Crônicas; 5.2 Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos Diários; Relatos de viagens; Folhetos turísticos; Cardápios de restaurantes; Classificados; 5.3 Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos Jornais; Enciclopédias; Resumos escolares; Verbetes de dicionário; 5.4 Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos Artigos de opinião; Abaixo-assinados; Manifestos; Sermões; 5.5 Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos Receitas culinárias; Manuais de instruções; Bula de remédio; 17 5.6 Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos Leis; Cláusulas contratuais; Edital de concursos públicos; 6 GÊNEROS LITERÁRIOS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS Fonte: abra.com.br Gêneros literários são divisões feitas em obras literárias de acordo com características formais comuns, agrupando-as segundo critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. A divisão clássica remonta à Grécia antiga e define três gêneros literários: Gênero lírico, Gênero épico e Gênero dramático. Esta classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos e, presentemente, privilegia-se a substituição do gênero épico pelo gênero narrativo, mais abrangente e atual, ficando, dessa forma, a seguinte divisão: Gênero lírico; Gênero narrativo; Gênero dramático. Dentro de um determinado gênero literário há o predomínio de uma estrutura típica, que não corresponde à estrutura de outro gênero literário, visto que cada um apresenta características próprias. 18 6.1 Gênero lírico O gênero lírico: É escrito em verso, na 1.ª pessoa do discurso - eu; expressa sentimentos e emoções; exterioriza um mundo interior; apresenta um caráter subjetivo; usa palavras no seu sentido conotativo; recorre a muitas figuras de linguagem. Subgêneros do gênero lírico: ode, hino, elegia, idílio, écloga, epitalâmio, sátira. 6.2 Gênero narrativo O gênero narrativo: É escrito maioritariamente em prosa; apresenta um narrador que conta a ação; narra uma sucessão de acontecimentos reais ou imaginários; apresenta a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclusão; desenrola-se num tempo e num espaço; utiliza discurso direto, indireto e/ou indireto livre. Subgêneros do gênero narrativo: romance, novela, conto, epopeia ou poesia épica, fábula, crônica, ensaio. 6.3 Gênero dramático O gênero dramático: É feito para que haja a sua encenação; está dividido em atos e cenas; conta a história através da fala das personagens; apresenta indicações cênicas que auxiliam a representação. Subgêneros do gênero dramático: auto, comédia, tragédia, tragicomédia, farsa. A classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos. Atualmente, é entendida como algo flexível, sendo possível a mistura de gêneros e a subdivisão em vários subgêneros. 19 7 GÊNEROS LITERÁRIOS: CARACTERÍSTICAS COMUNS Fonte: depositphotos.com Apesar da divisão em lírico, narrativo e dramático, existe uma característica comum entre os três gêneros: a literatura. Sendo gêneros literários, apresentam aspectos comuns que definem a literatura como uma expressão artística que possui funções recreativas, sociais e críticas. Assim, não só ocorre a manifestação de sentimentos e invenção de histórias por parte do autor, como também ocorre a crítica à sociedade e há referências a momentos históricos. O texto literário, quer ocorra em verso ou em prosa, transmite a noção artística do autor, que trabalha com a função conotativa da linguagem, que utiliza uma linguagem mais poética e rebuscada, recorrendo ao uso de figuras de linguagem e que respeita estruturas no estilo e forma, como a métrica e a rima. O autor debruça- se sobre a seleção e combinação de palavras, para que transmitam o sentido pretendido, contribuindo para aconcretização da intenção do autor. 8 DA LEITURA LITERÁRIA À PRODUÇAO DE TEXTOS Falar, ouvir, ler e escrever são habilidades que permitem a socialização por meio da língua. Este livro trata das duas últimas. É destinado principalmente a estudantes dos cursos de Letras e de Pedagogia e a alunos de cursos superiores em 20 que constam do currículo disciplinas como Língua Portuguesa, Práticas de Leitura e Escrita e Redação. Para alcançar o objetivo proposto, que é fornecer subsídios para a formação de competentes leitores e produtores de texto, parto do princípio de que ler e escrever não devem ser trabalhados separadamente, pois são duas faces de uma mesma moeda. Escreve-se para ser lido e só se lê o que foi escrito, por isso este livro integra leitura e escrita. Procuro, por meio da leitura compreensiva, levar o estudante a identificar os procedimentos estratégicos usados em gêneros literários para aplicá-los na redação de textos próprios. A proposta é aprender a ler para aprender a escrever. O livro foi escrito de forma a facilitar a leitura e a apreensão dos conteúdos. Como não é um livro para especialistas, mas para estudantes, muitos dos quais ainda não familiarizados com os conceitos dos estudos da linguagem, procurei manter uma escrita clara, sem rodeios e complicações, sem abrir mão do rigor conceitual. Há uma regra simples, antiga e verdadeira que diz que para escrever bem é preciso ler muito. Mas ler o quê? Quando se quer aprender algo, deve-se procurar o melhor mestre, aquele que tem mais coisas para ensinar. Para a escrita e a leitura, não tenho a menor dúvida em afirmar que o mestre dos mestres é a literatura. Não é por acaso que essa disciplina é chamada de a arte da palavra. Os escritores de obras literárias são aqueles que com mais maestria trabalham a palavra, produzindo textos que sobrevivem ao tempo e se tornam modelos de boa escrita. Uma das formas de aprender é por imitação. Aprende-se fazer observando como outros fazem. Nesta obra, apresento procedimentos adotados por bons autores literários para que se possa aplicá-los em produções escritas, produzindo textos bem formados. Por outro lado, embora considere a prática essencial para o aperfeiçoamento das habilidades de leitura e escrita, entendo que uma base teórica favorece o aprendizado, por isso exponho de maneira didática conceitos relevantes das teorias da linguagem e do discurso. 21 9 BENEFÍCIOS DA LEITURA DIÁRIA Fonte: amenteemaravilhora.com.br Hoje mais do que nunca, os livros são objetos acessíveis e até baratos. Contamos com diferentes formatos (capa dura, capa de papel, de bolso, formatos digitais) que tornam cada vez mais fácil que qualquer pessoa tenha acesso à leitura. É acessível, é variado. No entanto, quanto tempo dedicamos a isso? Se você não se lembra da última vez em que leu um livro, algo não está certo. A leitura diária nos traz benefícios que não devemos perder. A leitura nos enriquece mentalmente, ajudando nosso cérebro a funcionar de maneira ideal. Mas nos referimos à leitura de livros, não de revistas ou jornais ou de seu blog favorito. É necessário que a leitura seja feita de maneira profunda, conectando personagens, ações e capítulos, e comparando-os com o mundo real. A seguir você encontrará algumas das razões pelas quais você deve começar a procurar um livro neste momento (e o que fazer em seguida). O estímulo ao exercício imaginativo, proporcionado pelo objeto artístico, contribui para o rendimento intelectual do leitor, apesar de ser, muitas vezes, desconsiderado em sala de aula. Uma das principais tarefas do professor que atua na Educação Básica é aperfeiçoar e ampliar a capacidade linguística do aluno, aspecto decisivo para o seu bom desempenho em todas as áreas do conhecimento. (EICHENBERG, 2006 apud SILVA, 2015). 22 9.1 Benefícios da Leitura Diária Maior inteligência emocional: Ler nos permite ter empatia com personagens muito diferentes, a quem seguimos durante suas aventuras. Muitos nos fazem experimentar sentimentos que já conhecíamos, e isso faz com que nos coloquemos em seu lugar. Obviamente, este exercício será aplicado à vida real com mais frequência se estivermos habituados a ler. Melhor vocabulário: É um dos aspectos mais conhecidos da leitura. A leitura diária nos permite estabelecer uma conexão entre as palavras que usamos oralmente e aquelas que lemos. Quanto mais lemos, mais vocabulário saberemos, especialmente se variarmos o gênero literário. Conhecimento do mundo e da cultura geral: Isso é verdade, independentemente de estarmos lendo uma crônica ou uma história fictícia. Até mesmo as leituras mais fantásticas bebem de lendas, histórias ou outros tipos de relatos que existem em nosso mundo. Lendo, podemos ter acesso a muitos dados úteis ou apenas curiosos. Melhor ortografia: Outro dos mais conhecidos benefícios da leitura. É verdade: a leitura nos faz escrever melhor; é muito mais útil do que memorizar uma enorme quantidade de regras de ortografia. Quanto mais vemos uma palavra escrita, mais facilidade temos para nos lembrarmos de como devemos escrevê-la. Diminui o estresse Fazer uma pausa de nossas obrigações (e, acima de tudo, de nossas preocupações) para ler diariamente é muito benéfico. Não só estamos dedicando esse momento a nós mesmos, mas também estamos aplicando nossa concentração a algo que prenda a nossa mente. Se estivermos focados no que acontece no livro, perderemos o interesse, pelo menos por um tempo, em nossas tarefas. Pensamento crítico Quanto mais lemos, mais problemas encontramos (na ficção, é claro). Isso nos permitirá nos posicionarmos diante do conflito, já que poucas pessoas escolhem não formar uma opinião própria sobre isso. Além disso, durante a leitura, os personagens nos informarão sobre seus pensamentos sobre o problema, e isso nos permitirá nos posicionar a favor ou contra o que eles dizem, e até mesmo mudar de opinião. Diversão e entretenimento 23 Hoje em dia, o conteúdo audiovisual que consumimos é muito maior e, por vezes, esquecemos que a nossa imaginação é a nossa melhor fonte de produção audiovisual no momento da leitura. Imaginar os personagens ou os lugares que visitam é muito divertido porque os adaptamos aos nossos gostos, experiências e desejos. 10 COMO TRANSFORMAR A LEITURA EM UM HÁBITO Fonte: br.pinterest.com Não é fácil começar a ler se não temos o hábito de fazê-lo. Algumas pessoas perderam esse hábito, outras nunca o tiveram. Agora que já sabemos que a leitura é importante, podemos nos concentrar em como aumentar sua regularidade em nossas vidas. Entenda que ler é prazeroso: é difícil, se você não tem o hábito de fazê-lo, entender que a leitura é divertida, empoderadora ou até mesmo exploradora. Mas é importante dar-lhe a oportunidade de nos mostrar isso. Tente ver cada livro como uma conquista: o sentimento positivo após a realização de terminar um livro pode nos fazer querer começar outro. Leve seu livro para qualquer lugar: seja em formato físico ou digital (embora essa estratégia funcione melhor se o livro for físico), ter o livro à mão pode ser útil para usar o tempo livre para ler em uma viagem no transporte público ou em uma sala de espera, em vez de olhar para o nosso celular. 24 Leia quando precisar de um momento a sós: relacionar hábitos os fortalece e faz com que durem mais. Se convertermos nossos momentos a sós em momentos de leitura, estaremos fazendo exatamente isso. Leia o que você gosta: não é essencial terminarmos os livros que começamos. Se você não gosta do livro, não deve lê-lo. Dedique seu tempo a outro que te prenda, já que o momento da leitura deve estar relacionado com experiências positivas. Finalmente, é importante entender que o processo é lento e que, do dia para a noite, não vamos ler com frequência. Começar de forma simples e gradual nos ajudará a tornara leitura um hábito. Uma vez assim, aproveite e compartilhe a experiência. 10.1 Conheça as Impressionantes Mudanças Cerebrais que a Leitura Provoca Diferentes atividades podem gerar mudanças cerebrais positivas. Uma delas é a leitura. Ela é fascinante e provoca modificações incríveis. Devo dizer que nem todos os livros são capazes de causar grande impacto mental. De acordo com vários estudos, ler histórias sobre personagens, reais ou fictícios, é uma das atividades que geram mais transformações. Atualmente muitos se perguntam para que serve a literatura. Na verdade, algumas pessoas até questionam seu valor, acreditando que é o mesmo que assistir a um filme, mas com uma dose extra de dificuldade. Um livro e suas letras devem competir com os efeitos especiais alcançados no cinema ou na televisão. Nem todos conseguem chegar a esse ponto onde você faz parte do livro que está lendo, então, preferem ver tudo em uma tela. No entanto, é claro que a leitura é uma experiência muito diferente da de assistir a um filme. Primeiro, você precisa de mais concentração, abstração e imaginação. Em segundo lugar, as mudanças que ela provoca no cérebro são muito mais intensas e duradouras. 10.2 Mudanças Cerebrais na Percepção O que sua mente faz é trazer objetos da sua memória que são semelhantes à cena descrita. Isto é como criar uma espécie de fotografia mental. Portanto, vários processos são ativados ao mesmo tempo, envolvendo memória, percepção e criatividade. 25 No final de uma leitura que contenha várias cenas bem descritas, teremos a capacidade de criar um álbum de cenas próprio e intransferível. É a sua mente que acomoda todos os elementos, fazendo uma associação entre o que lê e o que sabe. Isso produz mudanças no cérebro em termos de percepção e inteligência. 10.3 Ler Também é Viver O ato de ler faz com que o indivíduo leitor tenha respostas para o mundo e para o que está acontecendo ao seu redor. Quando uma pessoa lê, ela passa a ter uma nova opinião sobre o tema lido, desde política até assuntos relacionados à culinária. Desta forma, se a criança é estimulada a ler desde pequena ela com certeza será um adulto questionador e crítico, assim, o indivíduo que não lê não terá base literária e experiências para formar opinião sobre qualquer assunto. As mudanças que acontecem no cérebro são tão relevantes que podem ser localizadas e identificadas através de exames de neuroimagem. Por exemplo, quando o personagem anda, em nosso cérebro são ativadas as áreas motoras relacionadas ao andar. Literalmente vivemos o que lemos, e tudo graças a um tipo específico de neurônios, os neurônios-espelho. Sim, aqueles mesmo que, por exemplo, nos fazem imitar um bocejo quando vemos alguém bocejar, ou os mesmos que fazem um bebê sorrir quando lhe sorrimos. Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral e dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias próximas das suas, nas conversas com amigos. [...] é nos livros que temos a chance d entrar em contato com o desconhecido, conhecer outras épocas e outros lugares – e, com eles abrir a cabeça. Por isso, incentivar a formação de leitores é não apenas fundamental no mundo globalizado em que vivemos. É trabalhar pela sustentabilidade do planeta, ao garantir a convivência pacífica entre todos e o respeito à diversidade. (GROSSI, 2008, p.03, apud ARANA, 2015). 10.4 A leitura e a Empatia Os pesquisadores dão muita ênfase às mudanças cerebrais induzidas pela leitura sobre a empatia. Primeiro, eles detectaram que as áreas do cérebro que são usados para ler e compreender as ações de certos personagens são as mesmas que usamos para entender outras pessoas. No final, o que se resta no fundo de ambas as experiências é um processo de comunicação. 26 Assim, por um lado, vivemos o que o personagem vive como se fôssemos nós mesmos. Por outro, ao fazer este exercício também estamos aumentando nossa capacidade de compreender os outros, ao associar situações e emoções. Conclusão: a leitura é uma maneira de praticar e enriquecer nossa empatia. Nós alteramos nosso ponto de vista quando fazemos uma leitura que envolve contar uma história. Estas são apenas algumas das contribuições que leitura nos traz. São as mudanças cerebrais que acontecem quando você pega um livro em suas mãos e é capturado por ele. Elas são dezenas. Uma boa leitura nos transforma positivamente, nos permite crescer, unir-nos mais profundamente à humanidade e nos tornarmos mais inteligentes. 10.5 Leitura A leitura já foi considerada apenas como uma atividade mecânica de decodificar palavras, ou de extrair sentidos que supostamente estariam prontos no texto. Ao se pensar desse modo, a crença era a de que, para se tornar um leitor competente, bastava aprender a ler nos anos iniciais de escolaridade e depois o aluno já saberia ler qualquer texto. Hoje já se sabe que a leitura é uma atividade complexa, em que o leitor produz sentidos a partir das relações que estabelece entre as informações do texto e seus conhecimentos. Leitura não é apenas decodificação, é também compreensão e crítica. Isso significa que o bom leitor precisa realizar essas ações sobre o texto. A decodificação é uma parte da leitura, na qual o leitor, basicamente, junta letras e forma sílabas; junta sílabas e forma palavras e junta palavras para formar frases. No processo de leitura, à medida que informações de um texto vão sendo decodificadas e o leitor consegue estabelecer relações entre essas informações e os seus conhecimentos prévios, unidades de sentido vão sendo construídas. Ou seja, a compreensão se processa. Ao compreender o texto, o leitor é capaz de apreciar o que ele diz, é capaz de se posicionar, é capaz de realizar a crítica ao que é dito. A leitura é tanto uma atividade cognitiva quanto uma atividade social. Como atividade cognitiva, pressupõe que, quando as pessoas leem, estão executando uma série de operações mentais (como perceber, levantar hipóteses, localizar informações, inferir, relacionar, comparar, sintetizar, entre outras) e utilizam estratégias que as ajudam a ler com mais eficiência. Como atividade social, a leitura 27 pressupõe a interação entre um escritor e um leitor, que estão distantes, mas que querem se comunicar. Fazem isso dentro de condições muito específicas de comunicação, pois cada um desses sujeitos (o escritor e o leitor) tem seus próprios objetivos, suas expectativas e seus conhecimentos de mundo. É importante que a escola toda (e não somente professores dos anos de alfabetização) esteja consciente de que a leitura pode ser ensinada em todas as disciplinas e em todos os anos de escolaridade, isto é, podem ser ensinadas estratégias de leitura que ajudam o leitor a ler melhor. Outra consideração para quem ensina é que é importante ajudar o leitor a ler com objetivos determinados. Isto é, ler para interagir com um autor à distância por meio do texto escrito, buscando prazer, ou distração, ou informação, ou conhecimento. Os diferentes gêneros discursivos se prestam a diferentes objetivos de leitura, e para cada um há uma estratégia específica, mais eficaz. Por exemplo, ler um cardápio, num bar, ou ler uma enciclopédia buscando informações, ou ler um livro didático para estudar e aprender, ou ler uma revista em quadrinhos para se distrair (cada um desses processos é diferente dos outros e requer procedimentos diferentes). Há grandes vantagens em se pensar a leitura desse modo. A principal delas é a de mostrar que existem formas para aumentar a competência em leitura ao longo da vida, isto é, que o ensino de leitura não é uma etapa pontual que se esgota na alfabetização. 11 CÂMARA APROVA PROJETO DE LEI QUE DEMOCRATIZA ACESSO À LEITURA A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que cria a Política Nacional de Leiturae Escrita (PNLE) – a primeira diretriz nacional para a redução da desigualdade no acesso à leitura e à literatura. A proposta, que já tramita há dois anos, foi uma sugestão do conselho diretivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL, instituído em 2006 e firmado em 2011), presidido, na época, pelo professor José Castilho Marques Neto. O projeto segue agora para aprovação presidencial. “A lei vem consolidar as práticas que, desde 2006, são realizadas pelo Plano Nacional do Livro de forma não sistematizada”, afirma Castilho. “Ela vem para unir o 28 Estado à sociedade, e também o Ministério da Cultura ao Ministério da Educação, mostrando que a democratização da leitura é um dever de todas essas esferas juntas”. De autoria da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), o projeto tem quatro principais objetivos: a universalização do direito ao acesso à leitura e à literatura (incluindo a criação e a manutenção de bibliotecas públicas), a formação de mediadores de leitura (professores, bibliotecários ou até membros da comunidade), o reconhecimento da cadeia criativa e produtiva do livro e o estabelecimento da leitura e da escrita como direitos dos cidadãos brasileiros. Se aprovada pela União, última fronteira para sua implementação, a PNLE deve ser executada nos primeiros seis meses do novo mandato presidencial, em 2019. A cada dez anos, o plano de execução da política será reelaborado pelos ministérios da Cultura e da Educação junto às secretarias estaduais e municipais de educação, sempre com a participação da sociedade civil e de instituições privadas que tiverem interesse. “Como tudo muda muito rápido (as tecnologias de publicação, o local das bibliotecas e o interesse do público leitor), é essencial que essa reciclagem seja feita, até para que o plano acompanhe o próprio desenvolvimento e seja sempre o melhor possível”, diz Castilho. O professor conta que a luta por um plano de incentivo à leitura no Brasil vem, pelo menos, desde 2003, quando foi instituído o Plano de Leitura Ibero-Americano, em parceria com líderes do Brasil, de Portugal, da Espanha e de países da América Latina. Depois, em 2005, comemorou-se o Ano Viva Leitura no Brasil – momento que iniciou a discussão sobre a necessidade de um plano de abrangência nacional. Em 2006, institui-se o Plano do Livro, consolidado apenas no governo Dilma, em 2010. Desde aquele tempo, o Brasil já implementa políticas e práticas de incentivo à leitura, mas de forma desigual e não coordenada – há ações que acontecem em apenas alguns estados; outras “começam e são logo descontinuadas”. Por isso, em 2014, surgiu um projeto de lei para nacionalizar o Plano do Livro – mas, com a crise política que começou em 2015, tudo parou. Para Castilho, a democratização da leitura é de extrema importância para o desenvolvimento do país. “Um país em que as pessoas não sabem ler, ou que tenham dificuldades de interpretação não pode ser um país desenvolvido”, diz. “Espero que, na sanção presidencial, seja pesado o mal que um país que não lê faz a si mesmo”. 29 12 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO Fonte: valecursosonline.com.br A leitura e a produção textual têm ocupado espaço considerável na educação. Entretanto o fracasso escolar aparece hoje entre um dos problemas de maior ênfase no sistema educacional, provavelmente, pelo fato dos professores se depararem com alunos que apresentam dificuldades em aprender os conteúdos propostos no contexto escolar. Nós trazemos para um evento de letramento conceitos, modelos sociais, relativos ao que é a natureza do evento e o que o fez funcionar e dar-lhe significado. As práticas de letramento, então, se referem ao conceito cultural mais amplo de formas particulares de se pensar sobre e realizar a leitura e a escrita em contextos culturais. (STREET, 2013, apud SILVA, 2019). Na maioria das vezes os professores apresentam dificuldades ao orientar e estimular seus alunos a lerem e a produzirem textos, a maior dificuldade está no processo da leitura e da escrita, que por sua vez, levam os alunos a escrevem textos incoerentes e totalmente superficiais. Podemos perceber que através da prática da leitura o educando se torna maior conhecedor de novas palavras e estruturas gramaticais, aperfeiçoando a sua escrita. Portanto CHIAPPINI (2001, p. 22) nos mostra que “ao promover a interação entre os indivíduos, a leitura compreendida não só como leitura da palavra, mas também como leitura do mundo, deve ser atividade constitutiva de sujeitos capazes de interagir com o mundo e nele atuar como cidadãos”. Podemos entender que a 30 leitura deve ser compreendida não somente como leitura da palavra, mas uma leitura que seja capaz de interagir com o mundo do leitor. A necessidade de fazer da leitura e da produção textual são meios para levar nossos alunos a melhor compreensão dos processos de democratização, pois as práticas de leitura e produção textual estão se tornando defasadas nas nossas escolas, a maioria dos educandos não gostam de ler, e veem a leitura de um texto ou de um livro, como algo desagradável, isso acontece porque geralmente a escola e os professores não levam em consideração o cotidiano extraescolar do aluno, poucos são os alunos que têm familiaridade com o assunto, mesmo na atualidade, escrever bem ainda é cobrado de forma muito tímida nas escolas o resultado acaba aparecendo muitas das vezes nos vestibulares, onde a produção de texto (redação) é cada vez mais importante. Segundo GERALDI (2006, p. 120) nos mostra que “na situação escolar o aluno é obrigado a escrever dentro de certos padrões previamente estipulados e, além disso, seu texto será julgado. Consciente disso, o estudante procurará escrever a partir do que acredita que o professor gostará”. Tais afirmações mostram que o aluno, na maioria das vezes, não tem oportunidade de escolha, a escola não oferece liberdade ao aluno para poder escrever o que este deseja, e nem ao menos trabalha com as variações linguísticas. A leitura e a escrita são elementos de comunicação de grande importância ao desenvolvimento intelectual dos seres humanos e a capacidade escritora em especial de cada um vai depender muito do ambiente. Estar sempre em contato com bons livros e cultivar a leitura de forma abrangente e relevante certamente contribuirão para o aumento da capacidade verbal, memorativa e imaginativa. Os estímulos de ler e escrever deve aparecer de uma forma mais especial na educação infantil, pois é nesse ambiente que as crianças geralmente tomam gosto pela leitura e a escrita. A leitura é imprescindível para a ampliação de conhecimentos, desperta o prazer, desenvolve o lúdico e o imaginário, desenvolve a concentração a paciência e o raciocínio. Acreditamos que a pratica da leitura seja o principal fator para que os alunos, de qualquer idade, possam ser capazes de produzir texto de qualidade a fim de obtermos uma melhor compreensão sobre a importância da leitura e, consequentemente, sobre as produções textuais, faz-se necessário compreendermos e analisarmos algumas concepções de leitura. 31 Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista. (LAJOLO, 1993, apud GERALDI, 2003, p. 59). A grande questão que se coloca é que a escola e os professores/educadores são os maiores responsáveis por incentivar os alunos a se tornarem leitores ativos. No entanto, como afirma OLIVEIRA (2002, p. 28), “o que é considerado matéria de leitura, na escola, está longe de propiciar aprendizado tão vivo e duradouro (seja de que espécie for, não é de admirar,pois, a preferência pela leitura de coisas bem diferentes daquelas impostas na sala de aula”. Um dos questionamentos frequentemente discutido é de como os alunos sentirão prazer em escrever se sempre escrevem sobre as mesmas coisas. Não há uma diversidade nas produções textuais determinadas pelos professores, nem ao menos uma relação dos temas propostos com as experiências, conhecimento de mundo e o dia-a-dia dos alunos. Estes, muitas vezes, não apreciam a escrita. De acordo com GERALDI (2006, p. 65) “a produção de textos na escola foge totalmente ao sentido de uso da língua: os alunos escrevem para o professor (único leitor quando lê os textos). ” Os alunos enfrentam dificuldades, pois a escola não trabalha o conhecimento que o aluno traz para a sala de aula, esse conhecimento este que poderia ser transformado em aulas de produção textual, sendo utilizado, assim, o trabalho com os gêneros textuais e com as variações linguísticas. A produção textual é uma atividade verbal com fins sociais e, por isso, sua atividade extrapola os limites de uma sala de aula, pois o objetivo deve ser inseri-la em contextos mais amplos e complexos. Escrever um texto não um dom ao qual o mero apela a criatividade é suficiente para fazê-lo brotar das pessoas, A escrita de um texto é uma atividade consciente, criativa sim, mas que necessita do desenvolvimento de estratégias concretas de ação para se chegar a um objetivo. De acordo com KOCH (2003, p.26) “Assim é uma atividade intencional que o falante, de conformidade com as condições sob as quais o texto é produzido, empreende tentando dar a entender seus propósitos ao destinatário através da manifestação verbal”. Por isso deve-se evitar a prática de uma escrita improvisada, sem planejamento, sem função, exercitando uma linguagem que não diz nada. 32 A explicação das condições de produção textual forma a base a partir da qual podem e devem ser trabalhada se ensinadas na escola às diferentes etapas de processo de produção, tais com o planejamento global do texto e as atividades de avaliação, revisão e reformulação, ao planejar seu texto, (CHIAPPINI, 2008, p.98), KOCH (2003) descreve o que deve ser priorizado e o que deve ser deixado de lado, em relação aos conhecimentos de gênero textual, sobre o tema e sobre as demais condições de produção, esse planejamento pode mudar no decorrer da escritura, o que envolve ações de revisão e escrita, tendo em vista os propósitos comunicativos pretendidos, o professor também precisa ter clareza de que tomar um conto, um bilhete, uma notícia, dentre outros gêneros possíveis, como objeto de ensino, requer um percurso pedagógico distinto, pois mais do que levar o aluno a compreender os aspectos formais que organizam os diferentes gêneros textuais, é fundamental levá-lo a refletir sobre as práticas sociais em que os gêneros se inserem e os discursos e temas que neles circulam. A criança e o adolescente que se interessam pela leitura conseguem resolver uma série de dificuldades enfrentadas em sala de aula. Precisa-se considerar que a função da escola não é apenas de ensinar a ler a palavra, a frase, o texto, mas proporcionar à criança e ao adolescente um contato diário com a leitura, levando-os a fazer o uso dessa leitura em suas práticas sociais. (CAGLIARI, 1998, apud SILVA, 2015). Para produzir textos de qualidade, os alunos têm de saber o que querem dizer, para quem escrevem e qual é o gênero que melhor exprime essas ideias. Ler muito e revisar continuamente, para que a produção textual seja eficaz, se faz necessário que o produtor esteja em contato com textos coesos e coerentes. Outro cuidado que precisa ser levado em consideração na atividade de produção textual é quanto ao assunto que se deseja ver elaborado, que deve estar em sintonia com a prática social focalizada, com o gênero textual estudado e com a faixa etária do aluno. Sabemos que, o grande insucesso que a escola tem enfrentado com relação a produção de textos. Por isso, devemos nos importar discutir, refletir para encontrar os problemas e suas soluções. (CHIAPPINI, 2010, p.98). Podemos observar que a leitura é um importante veículo para um melhor desenvolvimento da escrita, portanto estando em proximidade com textos bem redigidos, o aluno começará a assimilar os componentes que planejar seu texto, o autor organiza o que deve ser priorizado e o que deve ser deixado de lado, mobilizando para tanto seus conhecimentos de gênero textual, sobre o tema e sobre 33 as demais condições de produção, esse planejamento pode mudar no decorrer da escritura, o que envolve ações de revisão e escrita, tendo em vista os propósitos comunicativos pretendidos, o professor também precisa ter clareza de que tomar um conto, um bilhete, uma notícia, dentre outros gêneros possíveis comunicação, independentemente de sua extensão, para ser coerente é necessário que tenha sentido. Portanto, a coerência se estabelece numa situação comunicativa e é responsável pelo sentido que o texto deve ter quando partilhado pelos interlocutores. Percebemos, assim, que os mecanismos de coesão textual são os elementos linguísticos responsáveis pela estruturação da sequência superficial do texto, enquanto que a coerência é a harmonia de sentido do texto, de modo que não haja nada ilógico, contraditório, desconexo. E, assim, torna-se de extrema importância que o aluno conheça estes mecanismos para que sua produção seja compreendida pelos outros leitores é sempre importante na hora de produzir um texto se colocar no papel do leitor, imaginar que aquele texto vai estar em uma revista em um jornal ou livro, assim terá uma visão crítica a respeito de si mesmo enquanto escritor. (CHIAPPINI, 2010, p.98). Ao ler um texto coeso, o educando poderá aos poucos assimilar o sentido da existência dos termos linguísticos significativos na construção da textualidade, e estar atento à estrutura do texto. É necessário, ainda, que o docente propicie momentos de leitura e, simultaneamente, mostre aos alunos os elos conectivos presentes em um texto e a sua importância na produção de significados e o quanto é imprescindível ser coeso e coerente nas suas produções. Podemos observar que a leitura é um processo cognitivo, histórico, cultural, e social de produção de sentidos, isso significa dizer: o leitor um sujeito que atua socialmente, construindo experiências e historias compreende o que está escrito a partir das relações que estabelece entre as informações de texto e seus conhecimentos de mundo, o leitor é sujeito ativo do processo. Na leitura, não age apenas decodificando, isto é, juntando letras, silabas, palavras, frases, por que ler é muito mais do que apenas decodificar, ler é atribuir sentidos e ao compreender como um todo coerente, o leitor pode ser capaz de refletir sobre ele, de criticá-lo, de saber como usá-lo em sua vida. Para podermos falar sobre leitura a partir de uma visão sociocognitiva interacional da linguagem, é importante situar historicamente o desenvolvimento dos estudos sobre textos no Brasil, pois é por meio dessa evolução que podemos 34 compreender as bases atuais do ensino da leitura nas escolas. Paulo Freire, brilhante pensador da educação brasileira, já dizia: “a leitura do mundo procede sempre à leitura desta implícita a continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 1993, p. 20). Entretanto a leitura tem demonstrado ser uma complexa tarefa no contexto escolar, em primeiro lugar ler não é exclusivamente das aulas de língua portuguesa, nem precisa explicar essa questão, pois os textos circulam em todos os ambientes, dentro e fora da escola. Há muito tempo se observam, nos órgãos de comunicação e no próprio discurso dos educadores, constantes campanhas da valorização da leitura, elas são extremamente importantes, mas correm o risco de tornar a leitura um “ato redentor capaz de salvar o indivíduo damiséria e da ignorância” (BRITTO, 2003, apud LELES, 2018). Não se pode levar essa mistificação da leitura para a sala de aula, pois ela não é real. A leitura não é algo sagrado que provoca a redenção da humanidade, já que se constitui historicamente como uma ação cultural entre sujeitos. Por isso mesmo constitui um valor que se articula entre valores e saberes sociais, como afirma CHIAPPINI, (2010) “ao ler um texto, o leitor mobiliza dois tipos de informações: aquelas que se constituíram em sua experiência de vida e aquelas que lhes fornece o autor em seu próprio texto’’. O processo de ler é, assim, eminentemente ativo. Logo, o professor deve auxiliar o aluno a tornar-se um investigador diante do texto, valorizando o conhecimento do aluno, auxiliando-o na tarefa de exame e reelaboração do dado frente ao novo através da manipulação cognitiva que caracteriza sua subjetividade. A leitura pode ser considerada, a atividade fundamental desenvolvida pela escola, para a formação do aluno, a leitura e escrita são práticas que se complementa, se relacionam e, vão se transformando mutuamente no processo de letramento, o princípio básico para a formação de leitores é oportunizar o contato dos alunos com diferentes tipos de textos, nesse processo: a escrita transforma a fala e a fala influência a escrita, são práticas que permitem ao aluno construir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros sobre os procedimentos mais adequados para lê-los e também escrevê-los, o aluno deve aprender a ler lendo, compreendendo, a natureza e o funcionamento do sistema alfabético e também o valor social do texto em uma pratica ampla de leitura, a escola precisa oportunizar ao aluno acesso a materiais escritos diversificados e que são utilizados fora da escola. (BRITTO, 2003, p.95). 35 A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação, o leitor deverá em primeiro lugar decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar todas as implicações que o texto oferece, pois, a leitura sem decifração simplesmente não funciona. Pode-se observar, que a presença de atividades que envolvem leitura e escrita são estimuladas pelos educadores, a escola proporciona vastas possibilidades para o constante desenvolvimento dos aspectos cognitivos e psicomotores da criança e os efeitos de sua utilização podem ser observados a médio e em longo prazo, visto que a socialização e interação dela com os outros se revela como fator importante do desenvolvimento. A maioria dos professores acredita na utilização da leitura e escrita no processo de aprendizagem dos estudantes. Tendo em vista que o trabalho com a leitura e escrita é uma fonte riquíssima que abre infinitas possibilidades para as crianças compreendem o que acontece a sua volta é necessário que os professores busquem metodologias para que se consiga trabalhar a mesma de forma convidativa e prazerosa. A escola é bastante propícia como “um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um importante setor para intercâmbio da cultura literária” (ZILBERMAN, 2003, apud SILVA, 2015). Espera-se com este estudo que os educadores percebam a importância da leitura e escrita e como ela desperta o interesse e a atenção da criança, desenvolvendo nela, dentre outros fatores, a criatividade, a percepção de diferentes resoluções de problemas, autonomia e criticidade, que são elementos importantes para a formação pessoal e social do ser humano. Ao final do trabalho pode-se observar que através da prática da leitura o educando se tornará maior conhecedor de novas palavras e estruturas gramaticais, aperfeiçoando a sua escrita. A necessidade de novas práticas educativas deve ter por objetivo melhorar a aprendizagem dos alunos e aprofundaram seus conhecimentos. O conhecimento da leitura no mundo contemporâneo é fundamental e possibilita que tenhamos uma maior reflexão no exercício da cidadania, para buscar por uma oportunidade de trabalho e para interagir com maior clareza no meio social e profissional. A partir da aprendizagem do que o mundo letrado é capaz de oferecer, entramos em completa intimidade com o texto, com as palavras, e estabelecemos múltiplos sentidos e significados para a nossa vida. 36 Sugere-se que, haja nas escolas constantes planejamento, em relação ao processo de ensino e a aprendizagem da língua escrita e oral através de um trabalho coletivo de todos os professores, pois não bastam somente projetos de leitura isolados, ou mesmo a prática dos professores de Língua Portuguesa, é preciso uma mobilização de todos os professores envolvidos em um projeto coletivo maior, um projeto institucional. 13 A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR A LEITURA DE TEXTOS JORNALÍSTICOS EM SALA DE AULA Fonte: descomplica.com.br Em tempos de interatividade via telefone celular e internet, fazer com que as crianças se interessem pela leitura de jornais não é tarefa das mais fáceis, mas certamente é fundamental para formar leitores habituais e cidadãos bem-informados. Trazendo textos com características distintas, fotografia e recursos gráficos, os jornais são uma fonte respeitada para pesquisa e para a obtenção de informação sobre o mundo atual. Além disso, eles se modernizaram e passaram por reestruturações gráficas e editoriais para proporcionar leitura mais agradável de seu conteúdo. Segundo BRITO (2006), há uma grande dificuldade em lidar com a inclusão digital na escola, pois toda a sociedade ainda caminha para a construção da formação educacional tecnológica. A utilização dos recursos midiáticos vem sendo cada vez mais imprescindível no cotidiano das pessoas e a escola como parte integrante de 37 uma sociedade moderna, também sente a necessidade de implantar os recursos digitais nas práticas educacionais. Para uma criança tomar gosto pelos periódicos, o primeiro passo é acabar com a ideia de que jornal é coisa de adulto. Dentro da gama variada de assuntos abordados, certamente são encontradas notícias locais ou de entretenimento que atraem também os pequenos. É importante fazer os alunos se relacionarem com o jornal como se fossem leitores comuns: eles devem manuseá-lo por inteiro (não só textos recortados), aberto sobre uma mesa, no chão ou dobrado; e buscar os cadernos que mais interessam, vendo fotos e lendo títulos, subtítulos e o início de cada reportagem, para saber se vale seguir até o final. Toda escola comprometida com o exercício de cidadania deseja formar cidadãos competentes e com pensamento mais crítico, por isso criamos este artigo para falar sobre a importância e os benefícios de se trabalhar textos jornalísticos em sala de aula. 13.1 A Importância dos Textos Jornalísticos na Escola Não é segredo para ninguém, que o jornal é um veículo de informação que permite a leitura de diversos gêneros em um mesmo lugar, de forma dinâmica. Não só conecta o leitor com o que acontece na cidade, no país ou no mundo, como também dá a ele a possibilidade de se posicionar ativamente e abrir questionamentos diante de uma determinada situação. Nesse sentido, a leitura de textos jornalísticos é fundamental para ambientar o estudante à realidade em que vive, transformando-o em um cidadão crítico. Afinal, esse tipo de discurso permite o contato com diferentes posicionamentos e ideologias, o que agrega muito ao desenvolvimento social dos alunos. Segundo SILVA (2018), a correção de textos em Língua Portuguesa na sala de aula, pautada nos parâmetros da textualização e retextualização, tem grande importância na formação escolar do aluno, para que ele, como produtor textual, esteja inserido em uma prática reflexiva, de modo que, ao observar a correção de seu texto, tome nota da dimensão de seus erros, sendo eles gramaticais, de textualização ou do comprometimento da interpretação do texto. 38 COSTA VAL (2004, p. 113) define texto como‚’’qualquer produção linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situação de comunicação humana, isto é, numa situação de interlocução’’. Benefícios de se trabalhar textos jornalísticos em sala de aula: Faz com que o aluno aprenda a ler, avaliar diferentes pontos de vista e diferenciar posicionamento estratégico, opiniões e fatos; Ajuda a formar leitores habituais; Permite que o estudante identifique as diferentes finalidades dos textos que circulam à esfera jornalística; Proporciona interdisciplinaridade e estudo de temas diversos; Colabora para que o aluno pense mais criticamente sobre os fatos; Contribui para que o estudante perceba a relação entre os títulos dos textos e a coerência com as editorias em que são publicados; Exercita o aluno para que ele saiba discernir diferentes vozes. Trabalhando com a leitura jornalística em sala de sula De modo geral, os jornais apresentam uma linguagem voltada para o interlocutor adulto, o que pode dificultar a escolha de textos adequados para se trabalhar com uma turma de ensino fundamental. Ainda assim, não é impossível encontrar conteúdos capazes de envolver seus alunos e algumas medidas podem ser tomadas para facilitar o processo. Confira, agora, três boas práticas para se trabalhar com a leitura jornalística em sala de aula! A ação de indicar textos para leitura sem explicitar que relações podem ser estabelecidas entre os mesmos está vinculada a uma prática de letramento recorrente no contexto universitário, qual seja: ausência de explicitação das normas e convenções que norteiam a leitura (e a escrita) acadêmica. Parte- se do pressuposto de que os participantes desse contexto já conhecem as práticas letradas nele desenvolvidas, suas características, finalidades e funções – uma compreensão tácita do conhecimento acadêmico (JACOBS, 2005, apud SILVA, 2019). 13.2 Promover um debate na sala de aula Uma ideia interessante é promover um debate na sala de aula, colaborando, assim, para o desenvolvimento do senso crítico e argumentação dos estudantes. Para que eles se mantenham engajados na discussão, opte por assuntos atuais e polêmicos, de preferência que estejam presentes no dia a dia e nas conversas deles. 39 13.3 Utilizar o formato digital A sua escola não pode ignorar a mudança de mentalidade causada pelo avanço da tecnologia. Portanto, sugira a leitura de materiais jornalísticos disponíveis na internet, inserindo seus alunos nessa nova realidade de letramento digital. Caso o interesse, saiba que já existem soluções que trabalham o gênero jornalístico de forma digital para o público infanto-juvenil, possibilitando uma avaliação eficaz e personalizada das habilidades leitoras dos jovens. 13.4 Estudar Fake News em sala de aula Um problema recorrente da era digital é disseminação de notícias falsas e essa pode ser uma boa oportunidade para propor em sala de aula atividades que avaliem o discernimento do aluno entre fato e opinião. Estudando as notícias falsas, ou Fake News, além de perceberem as diferentes vozes presentes do texto, os estudantes podem analisar o contexto de produção dos gêneros jornalísticos para, assim, saberem o posicionamento de quem escreve, para quem escreve e quando escreve. Dessa forma, conseguem ler criticamente uma matéria e perceberem marcas de notícias falsas. Os “factos alternativos” e a “era pós-verdade” são uma ameaça à democracia. São variados os fatores que contribuem para este problema. Entre eles, destaca-se a produção e consumo de “notícias falsas”, a falta de literária para as notícias, mas também, entre outros, a ausência de rotinas práticas de verificação da veracidade por profissionais de informação. Ainda que a disseminação da desinformação não seja um fenómeno novo na história da comunicação, as tecnologias digitais e a sua velocidade tendem a popularizar as denominadas notícias falsas (TANDOC, et al, 2018, apud BRITES, 2018). 14 CONCLUSÃO A leitura e a escrita são práticas sociais de valiosa importância para o desenvolvimento da cognição humana. Ambas proporcionam o desenvolvimento do intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. Dessa maneira, quando lemos ocorrem diversas ligações no cérebro que nos permitem desenvolver o raciocínio. Além disso, com essa atividade, aguçamos nosso senso crítico por meio da capacidade de interpretação. A leitura é e sempre foi o meio mais efetivo do aprendizado e da interiorização de conhecimentos. Ler é, antes de tudo, 40 pertencer a um meio que se renova a cada dia com diferentes formas, pensamentos e ideias; lendo o aluno estará apto para desbravar desafios e ser dono do seu próprio conhecimento e usar a leitura como forma de integração. Ter uma leitura efetiva é saber ler nas entrelinhas e agregar saberes que só uma leitura factual oferece. O Hábito de ler não é hereditário, por isso, cabe a escola e aos professores incentivar e instigar os alunos a explorar e a identificar-se com o mundo da leitura. 41 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, I., Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. ANTUNES, I., Aula de Português: Encontro & Interação. São Paulo: Parábola, 2010. ARANA, A.R.A.DE, KLEBIS, A.B.S.O., A importância do incentivo à leitura para o processo de formação do aluno, UNOESTE, 2015. BAZERMAN, C. Atos de fala, gêneros textuais e sistemas de atividades: como os textos organizam atividades e pessoas. 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