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1 2 AULA 1: EVOLUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 7 INTRODUÇÃO 7 CONTEÚDO 8 INICIANDO 8 PLANEJAMENTO FINANCEIRO 8 PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO 9 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 10 ESTRATÉGIA COMPETITIVA 10 VANTAGEM COMPETITIVA 11 ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO 12 GESTÃO ESTRATÉGICA PELA QUALIDADE 13 DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO À ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA 13 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA COMPETITIVA 14 FORMULAÇÃO E ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 15 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING 17 ATIVIDADE PROPOSTA 18 REFERÊNCIAS 18 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 19 AULA 2: CONCEITOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 27 INTRODUÇÃO 27 CONTEÚDO 28 CONCEITOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 28 VISÃO - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EMPRESA DE CONVÊNIO MÉDICO-HOSPITALAR (XPTO) 29 DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS EXPLORATÓRIOS 30 BASE DE DADOS E INFORMAÇÕES, VARIÁVEIS DE CONTROLE E MEDIDAS DE DESEMPENHO 33 ANÁLISE E EXPLICITAÇÃO DA MISSÃO 33 ANÁLISE DAS TRAJETÓRIAS PASSADAS E OS FATORES CAUSAIS INTERNOS E EXTERNOS 34 3 EXPLICITAÇÃO DO CENÁRIO DE PARTIDA/CONSTRUÇÃO DO MODELO ATUAL E ATORES- CHAVE 35 POSSÍVEIS TRAJETÓRIAS FUTURAS, POSSÍVEIS CENÁRIOS DE CHEGADA E NOVA TRAJETÓRIA 37 VISÃO HARMÔNICA E VISÃO SINÉRGICA 39 ATIVIDADE PROPOSTA 40 REFERÊNCIAS 40 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 40 AULA 3: PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 46 INTRODUÇÃO 46 CONTEÚDO 47 FASES DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 47 ANÁLISE AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS 50 MISSÃO, OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS 54 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS 54 FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS, IMPLEMENTAÇÃO E CONTROLE 56 ANÁLISE AMBIENTAL NAS CONSULTORIAS 58 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL 59 ATIVIDADE PROPOSTA 62 REFERÊNCIAS 62 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 63 AULA 4: ELEMENTOS DE ANÁLISE AMBIENTAL 70 INTRODUÇÃO 70 CONTEÚDO 71 TRANSFORMAR OPORTUNIDADES EM NEGÓCIOS 71 ANÁLISE SWOT 71 ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS 76 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PELAS ÓTICAS PROATIVA E REATIVA 78 ATIVIDADE PROPOSTA 79 REFERÊNCIAS 79 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 80 AULA 5: ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO 87 4 INTRODUÇÃO 87 CONTEÚDO 88 ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO (NEGOCIAÇÃO) 88 O AMBIENTE INTERNO 89 NEGOCIAÇÃO PRODUTIVA 90 PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO ESTRATÉGICA 91 FORMAÇÃO DE PREÇOS 94 GESTÃO ESTRATÉGICA DE PREÇOS 95 POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO 98 ATIVIDADE PROPOSTA 100 REFERÊNCIAS 100 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 101 AULA 6: IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS 107 INTRODUÇÃO 107 CONTEÚDO 108 USO DE NOVA MATRIZ NA FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS 108 MATRIZ GE 108 MODELOS CONCEITUAIS DE MATRIZES 109 MATRIZ DE PORTFÓLIO (BCG) 109 MATRIZ DE OBJETIVOS DE PRODUTOS/SERVIÇOS E DE MERCADOS (ANSOFF) 111 MATRIZ DE CICLO DE VIDA 111 A COMBINAÇÃO DE MATRIZES 112 EXEMPLO DE COMBINAÇÃO DAS TRÊS MATRIZES 113 ESTRATÉGIA X ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 115 ATIVIDADE PROPOSTA 119 REFERÊNCIAS 119 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 119 AULA 7: IMPLEMENTAÇÃO E CONTROLE ESTRATÉGICO 129 INTRODUÇÃO 129 CONTEÚDO 130 PLANOS DE AÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO E CONTROLE ESTRATÉGICO 130 O PROCESSO DE CONTROLE – CONTROLE ESTRATÉGICO 132 CONTROLE – DEFINIÇÃO 134 5 CONTROLE ESTRATÉGICO – FINALIDADE 136 CONTROLE ESTRATÉGICO – FERRAMENTAS 137 MÉTODOS DE MEDIÇÃO DA AUDITORIA ESTRATÉGICA 139 ETAPA 1 – MEDIÇÃO DO DESEMPENHO ORGANIZACIONAL 140 RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO (ROI) 142 CLASSIFICAÇÃO “Z” 143 AUDITORIA DE INTERESSADOS 144 ETAPA 2 – COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO ORGANIZACIONAL COM OS OBJETIVOS E PADRÕES ESTABELECIDOS 145 ETAPA 3 – ADOÇÃO DE MEDIDAS CORRETIVAS 146 INFORMAÇÃO – ELEMENTO-CHAVE NO PROCESSO DE CONTROLE ESTRATÉGICO 147 ATIVIDADE PROPOSTA 149 REFERÊNCIAS 149 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 151 AULA 8: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MKT 160 INTRODUÇÃO 160 CONTEÚDO 161 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING 161 PLANO DE MARKETING 162 MAPA CONCEITUAL DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VERSUS PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING 163 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 163 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING 164 O PLANO DE MARKETING 165 PARTE ESTRATÉGICA DO PLANO DE MARKETING 165 TABELAS COM INFORMAÇÕES PARA O PLANO DE MARKETING 167 ATIVIDADE PROPOSTA 171 REFERÊNCIAS 173 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 173 CHAVES DE RESPOSTA 179 AULA 1 179 ATIVIDADE PROPOSTA 179 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 179 6 AULA 2 182 ATIVIDADE PROPOSTA 182 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 183 AULA 3 186 ATIVIDADE PROPOSTA 186 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 186 AULA 4 189 ATIVIDADE PROPOSTA 189 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 189 AULA 5 192 ATIVIDADE PROPOSTA 192 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 192 AULA 6 196 ATIVIDADE PROPOSTA 196 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 196 AULA 7 199 ATIVIDADE PROPOSTA 199 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 199 AULA 8 202 ATIVIDADE PROPOSTA 202 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 202 7 Introdução A evolução do planejamento estratégico passa por etapas que são sequenciadas de forma lógica e previsíveis. O conceito foi desenvolvido a partir do planejamento financeiro de grades empresas, como a GE e outras, além da preocupação das empresas com o ambiente (Ansoff) na década de 1950. O planejamento de longo prazo passou a ser privilegiado e as grandes corporações entenderam que somente dessa forma a tomada de decisão teria o comprometimento da alta administração, e os objetivos estratégicos e a perpetuação da empresa seriam alcançados. Objetivos 1. Descrever a evolução dos conceitos que derivaram no Planejamento Estratégico e na Administração Estratégica; 2. Abordar a formulação e as etapas do Planejamento Estratégico. 8 Conteúdo Iniciando Você sabia que muitos processos foram experimentados e aplicados para que chegássemos ao que, hoje, conhecemos como Planejamento Estratégico e Administração Estratégica? Planejamento Financeiro; Planejamento de Longo Prazo; Planejamento Estratégico (primórdios); Estratégia Competitiva; Vantagem Competitiva; Estratégias de Crescimento; Gestão Estratégica pela Qualidade; Do Planejamento Estratégico à Administração Estratégica; Administração Estratégica Competitiva. Planejamento Financeiro De acordo com Glover e Ackoff (1956), o Planejamento Financeiro é materializado pelo orçamento anual. Sendo simples e eficiente, as empresas podiam estimar os seus vários gastos, baseados na previsão de receitas. No entanto, esse procedimento poderia ser realizado sob a ótica de um sistema fechado e sua ênfase correria o risco de ser um mero controle dos gastos orçamentários do que prescrevia o orçamento. Nesse caso, havia artifícios para fechar o orçamento à força, como o uso da superestimativa de gastos, os cortes na aprovação, e a projeção de gastos ou previsão de gastos no exercício posterior. 9 Glover e Ackoff apresentaram, no Five Year Planning for an Integrated Operation, uma descrição não técnica da preparação de um plano de cinco anos para a Divisão de Lâmpadas da General Electric. Planejamento de Longo Prazo Esse planejamento apareceu com Ansoff em 1960. Esta década correspondeu à fase do Planejamento de longo prazo e se baseava na premissa de que o futuro é estimado a partir da projeção de indicadores passados e atuais que podem ser melhorados por uma intervenção ativa no presente. Uma das funções do Planejamento de Longo Prazo seria a de preencher a lacuna existente entreo ponto (A) da projeção de referência e o ponto (B) da projeção desejável no futuro. Este é um meio-termo entre os enfoques de Pesquisa Operacional e heurístico ao planejamento. Veja algumas características. É voltado para processos e não para metas; Usa tanto julgamentos qualitativos quanto quantificação; Mantém feedback contínuo entre análise e formulação de problemas; Testa diversos objetivos simultaneamente; Divide os problemas estratégicos entre internos e externos; Apresenta uma série de soluções, uma das quais é escolhida de acordo com um procedimento baseado em pesos. O procedimento é metódico, sem ser rigorosamente matemático. 10 Planejamento Estratégico Esse planejamento foi definido por Ackoff, em 1979, da seguinte forma: "Quanto mais demorado for o efeito de um plano e quanto mais difícil for alterá-lo, mais estratégico ele será. Portanto, planejamento estratégico lida com decisões de efeitos duradouros que sejam difíceis de modificar. Por exemplo, o plano de produção da próxima semana é mais tático e menos estratégico do que o planejamento de uma nova fábrica ou de um novo sistema de distribuição. Planejamento estratégico é para longo prazo. Planejamento tático é para curto prazo. Como, porém, longo prazo e curto prazo são termos relativos, tático e estratégico também o são.” Estratégia Competitiva Estabelecida por Michael Porter, em 1980, visa atender o objetivo de ter uma forte posição competitiva, baseando-se na análise de: Barreiras à entrada de novos concorrentes; Intensidade da rivalidade entre concorrente; Papel desempenhado pelos produtos e serviços substitutos; Poder de barganha de fornecedores e consumidores. Muitas vezes, a formulação das ações para atingir a forte posição competitiva passa pela avaliação dos seguintes itens: Reposicionamento do produto ou serviço no mercado; Segmentação do mercado com o mesmo produto ou serviço; Entrada em novos segmentos por meio de diferenciação de produto ou de serviço. 11 Vantagem Competitiva A vantagem competitiva1 de uma empresa, ou seja, o valor que se cria para o consumidor e que ultrapassa o custo de produção, tornando-se uma produtora singular sob a ótica do usuário, advém do fato de a empresa operar com baixo custo ou com diferenciação. As opções entre a amplitude do mercado e a vantagem competitiva almejada ensejam a implantação de uma das três estratégias competitivas genéricas: Estratégia de custo; Estratégia de foco; Estratégia de diferenciação. A primeira se baseia simplesmente em volume e em escala de produção, enquanto as demais em qualidade e em lançamento de novos produtos, respectivamente. De acordo com Porter (1986), as estratégias de vantagem competitiva são denominadas de: Posicionamento estratégico; Redirecionador de custo; Cadeia de valor. A distinção entre as estratégias de vantagem competitiva está em que a empresa reduz custos ou se diferencia pelo lançamento de produtos. 1 Vantagem Competitiva Competitive Advantage, em português, Vantagem Competitiva é um dos maiores best- sellers de sempre na área da gestão e da estratégia. Da autoria de Michael E. Porter, e publicado pela primeira vez em 1985, essa obra descreve a forma como as empresas podem criar e sustentar uma vantagem competitiva no mercado. 12 Estratégias de Crescimento Essas estratégias têm por objetivo definir o posicionamento futuro da organização em termos de produto ou unidade estratégica de negócios. Sua abrangência é a seguinte: Expansão (a decisão de ampliar a capacidade de produção); Diversificação (a decisão de lançar novos produtos ou serviços destinados a novos mercados com base tecnológica atualmente não encontrada na empresa); Diversificação Lateral (decisão de lançamento de produtos ou serviços, tendo como base a tecnologia ora existente na empresa, contando com aprimoramento e fortalecendo mercados ora servidos pela empresa); Integração Vertical (decisão de agregar fases ao processo produtivo, aumentando o número de produtos ou serviços para uso da própria empresa, anteriormente providos por terceiros; tem encontrado como forte oposição nos últimos anos a terceirização em larga escala); Globalização (processo de expansão mundial dos mercados e das empresas, resultante de um novo modelo competitivo); Desinvestimento/Desmobilização (não se trata de uma decisão estratégica de crescimento, mas um reposicionamento de negócios da empresa, em que algumas áreas são descartadas, em geral com o objetivo de incentivar outras partes da empresa); Parcerias e Alianças Estratégicas (após definir a estratégia de crescimento, coloca-se para a empresa outra questão que é como a mesma será implementada, ou seja, isoladamente ou por meio de parcerias). 13 Gestão estratégica pela Qualidade Teve início formalmente na década de 1980. Por meio da observação de grandes corporações (GM, Exxon, Texaco etc.) foi possível perceber que não era suficiente controlar a qualidade (mesmo que estatisticamente) no piso de fábrica. Alguns prejuízos consideráveis com associações de consumidores capitaneadas por Ralf Nader2 (quanto a produtos fora de conformidade), enormes perdas por meio do navio Exxon Valdez, poluindo a costa oeste dos USA com milhões de barris de petróleo, e mesmo a inadequada operação de oferta de preço por ação que retirou a Penzoil da disputa pela compra da Get Oil (gerando multa de bilhões de dólares para a Texaco), determinaram que a qualidade, inclusive a dos relacionamentos, nada tinha a ver com o controle da qualidade de processos de produção. Isso fez com que houvesse a migração da qualidade dos níveis de supervisão para os da alta administração, iniciando a gestão estratégica da qualidade que perdura até os dias de hoje. Do Planejamento Estratégico à Administração Estratégica Para fazer o planejamento estratégico funcionar na prática, a implementação precisa tornar-se eficaz. Deve, ainda, ser parte integrante de um processo denominado de Administração Estratégica, envolvendo a concepção de políticas funcionais nas áreas de administração de RH, Finanças, Qualidade, Sistemas de Informação etc. 2 Ralf Nader Advogado, ativista político norte-americano e autor de mais de uma dezena de livros, nasceu em 1934, no estado de Connecticut. Fundou e ajudou a dar início a mais de trinta organizações e fundações em defesa dos interesses dos cidadãos e, desde 1966, foi o responsável pela implementação de oito leis federais que visam a segurança do consumidor. Mais informações em: <http://www.nader.org/enbio.html>. Acesso em: 31 mar. 2014. 14 A era da Administração Estratégica surgiu nos anos 1980, dando um enfoque mais sistêmico ao processo de planejamento, ou seja, não bastava "planejar estrategicamente"; era preciso, além disso, organizar, dirigir, coordenar e controlar de modo estratégico. Segundo Lobato (2000), essa era tem as seguintes características: Planejamento flexível; Ênfase na A. P. O. (administração por objetivos); Integração entre planejamento e controle; Sistema de apoio enfocando motivação/compreensão, desenvolvimento; organizacional, informações e comunicações; Unidade Estratégica de Negócios. Administração Estratégica Competitiva É a marca registrada dos anos 1990,quando surgiu o novo paradigma ao apresentar as seguintes características: Visão estratégica; Alinhamento com a missão da empresa; Adaptação à tendência de globalização; Domínio da tecnologia de informação; Compreensão das mudanças como fator de oportunidade. Nesse contexto, conhecer e acompanhar a dinâmica das transformações foi uma necessidade que se impôs, para obter e se sustentar uma margem de vantagem contínua sobre o concorrente. 15 Formulação e etapas do Planejamento Estratégico A sociedade mundial vem sofrendo um processo de mudanças que, obviamente, influencia todo o planejamento de uma empresa. Nesse cenário de mudanças, vemos a transformação da economia nacional para a chamada economia mundial. Isso vem aplicado ao conceito de ambiente das empresas, suas áreas de negócios, dimensões e extensões de mercado – sua fragmentação e sua visão de market-share e o equilíbrio de portfólio de produtos. Há uma tendência à internacionalização do processo produtivo e a projetos conjuntos de empresas de varias nacionalidade. A ilação desse feito diz respeito ao planejamento estratégico de empresas de médio e grande porte, por analisar condicionantes que afetam o ambiente da empresa. Estudos revelam que o planejamento é característico das organizações mais bem-sucedidas. Planejamento estratégico é o desenvolvimento da estratégia, relação pretendida da organização com seu ambiente. É a tomada de decisões que afeta a empresa em longo prazo, principalmente em decisões sobre produtos/serviços. Toda organização pratica o planejamento estratégico, de forma explícita ou implícita, com maior ou menor grau de formalização. 16 A elaboração do plano estratégico depende de dois processos: Análise do ambiente interno Quanto mais estável e complexo o ambiente, maior a necessidade do enfoque sistêmico e do planejamento estratégico. O conceito de ambiente e os fatores considerados em uma análise variam de organização para organização. Diagnóstico interno da organização No diagnóstico organizacional, os administradores olham para dentro da própria gestão, à procura de pontos fortes e fracos. Realizam-se levantamentos de dados sobre vários aspectos da organização e de sua operação. Existem duas formas ou focos principais de diagnosticar a organização: A avaliação de desempenho; Análise de pontos fortes e fracos. No desenvolvimento do planejamento estratégico, uma das tarefas mais importantes é estudar a Missão da organização. Essa tarefa não tem momento pré-determinado para acontecer, podendo ser concretizada no início do diagnóstico organizacional, quando são analisados os clientes/mercados e produtos/serviços ou em qualquer estágio do esboço da estratégia. O propósito ou as razões para a existência da organização, do ponto de vista de sua utilidade para os clientes, é determinado pela Missão. Identificar ou definir a Missão significa entender que necessidade do mercado será suprida pela organização. 17 Portanto, na especificação da Missão, é preciso que os administradores façam um exercício de autoanálise e procurem dar respostas a diversas perguntas, como: O que a organização está fazendo agora? Qual sua utilidade para os clientes? Em que negócio estamos? Quem são nossos clientes? Qual necessidade estamos atendendo? Que papel estamos cumprindo? Planejamento Estratégico de Marketing Compõe-se de: Perfil, necessidades e hábitos do consumidor Trata dos atributos do consumidor. Histórico, tamanho, segmentação e participação do mercado Trata das variáveis de mercado. Legislação específica, tributos, registro de marca e patente e código de defesa do consumidor Trata dos direitos do consumidor. Posicionamento e mercado-alvo proposto, ciclo de vida e estratégia de marketing Trata das características do produto. 18 Atividade proposta Identifique e selecione na internet as vantagens competitivas das empresas UNILEVER, SADIA, NATURA, VALE E REDE GLOBO. Informe na tabela a seguir: a empresa, o ramo e a vantagem competitiva. EMPRESA RAMO VANTAGEM COMPETITIVA Referências ACKOFF, R. L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: LTC, 1979. AMBRÓSIO, V. Plano de marketing: um roteiro para ação, 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. ANSOFF, H. I. A quasi-analytic method for long range planning. In: Churchman, C.W.; VERHULST, M. (Ed), Management Sciences: Models and Techniques, Vol. 2, New York: Pergamon, 1960. BELMIRO, Luiz et al. Administração estratégica – Uma visão sinérgica. Rio de Janeiro: Ed. Thex, 1997. _______________. Administração estratégica. Coleção Resumido, 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 2008. GLOVER, W. S; ACKOFF, R. L. Proceedings of the Conference on Case Studies in Operation Research. Cleveland: Case Institute of Technology, 1956. 19 LOBATO, D. M. Administração Estratégica: uma Visão Orientada para a Busca de Vantagens Competitivas, Rio de Janeiro: Editoração, 2000. MAXIMIANO, A. Teoria geral da administração. 7. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2012. PORTER, M. E. Estratégia Competitiva – Técnicas para Análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1980. TACHIZAWA, T.; REZENDE, W. Estratégia Empresarial, tendências e desafios: um enfoque na realidade brasileira. São Paulo: Makron Books, 2000. Exercícios de fixação Questão 1 O budget, também, conhecido como orçamento financeiro, pode ser precursor do planejamento estratégico porque criou nas empresas a cultura de: a) Imediatismo. b) Longo prazo. c) Atendimento ao cliente. d) Competição. e) Visão. 20 Questão 2 “Quanto mais demorado for o efeito de um plano e quanto mais difícil for alterá- lo, mais estratégico ele será.” A partir dessa frase, pode-se interpretar que: a) As inovações são sempre estratégicas. b) O processo de criação de uma empresa, desde a sua concepção até a venda do produto o serviço, depende de planejamento e, este, considerando a natureza do plano, será de longo prazo. c) Todo plano é feito para causar a demora da ação por um tempo e isto significa que há o efeito estratego no mesmo. d) Não há nada mais demorado que o efeito de um plano. e) Planos podem ser de longo ou de curto prazo e, dependendo da natureza da alteração, o mesmo propicia ações estratégicas. 21 Questão 3 A era da Administração Estratégica surgiu nos anos 1980, dando um enfoque mais sistêmico ao processo de planejamento, ou seja, não basta "planejar estrategicamente." Analise a frase e marque a sua resposta. a) Fica-se diante de um impasse, pois não mais encontramos sustentação na afirmativa que o planejamento estratégico é válido, visto que não evoluiu para a administração estratégica. b) Não existe impasse conceitual, pois fica claro que essa evolução somente ocorreu em áreas específicas como a gestão estratégica pela qualidade. c) O enfoque sistêmico determina ações orgânicas e, portanto, nada deve ser analisado por esse prisma. d) A forma como se vê o processo de gestão estratégica não considera essa dicotomia entre planejamento estratégico e administração estratégica, sendo que cada qual cumpre seu papel nas organizações. e) A gestão estratégica pelaqualidade é a única forma de exemplificar a administração estratégica sem considerar planejamento estratégico. Questão 4 Gestão estratégica pela Qualidade iniciou formalmente na década de 1980, por meio da observação de grandes corporações (GM, Exxon, Texaco, etc.) em que não era suficiente controlar a qualidade (mesmo que estatisticamente) no piso de fábrica. Alguns prejuízos consideráveis com associações de consumidores capitaneadas por Ralf Nader (quanto a produtos fora de conformidade), enormes perdas por causa do navio Exxon Valdez, poluindo a costa oeste dos Estados Unidos, com o vazamento de milhões de barris de petróleo, e mesmo a inadequada operação de oferta de preço por ação que retirou a Penzoil da disputa pela compra da Get Oil (gerando multa de bilhões de dólares para a Texaco). Qual a percepção mais aceita pelos estudiosos de gestão, quanto a essas ações tomadas pela Exxon e Texaco em ambos os casos? 22 a) A Exxon sofreu uma campanha insidiosa da mídia e a Texaco não fez uma proposta antiética para a compra da Penzoil. b) Exxon e Texaco estavam tomando suas decisões estratégicas corretamente no topo da pirâmide. c) Exxon e Texaco estavam tomando suas decisões estratégicas erradamente na base da pirâmide. d) Tanto Texaco, quanto Exxon tiveram suas decisões estratégicas tomadas corretamente e sofreram revezes por gerenciarem seu risco. e) Tanto Texaco, quanto Exxon tomaram suas decisões de longo prazo erradamente no topo da pirâmide. Questão 5 É voltado para processos e não para metas; usa tanto julgamentos qualitativos quanto quantificação; mantém feedback contínuo entre análise e formulação de problemas; testa diversos objetivos simultaneamente; divide os problemas estratégicos entre internos e externos, e apresenta uma série de soluções, uma das quais é escolhida de acordo com um procedimento baseado em pesos. O procedimento é metódico, sem ser rigorosamente matemático. A partir da definição anterior, informe o tipo de planejamento que você identifica como resposta correta. a) Operacional. b) Tático. c) De negócio. d) De longo prazo. e) De curto prazo. 23 Questão 6 No desenvolvimento do planejamento estratégico, uma das tarefas mais importantes e eventualmente redefinidas é estudar a Missão da organização. Qual a resposta mais lógica para essa afirmativa? a) Porque como a Missão é eventualmente redefinida, deve ser alterada no curto prazo, ou sempre que a concorrência o fizer. b) Porque a concorrência propicia barreiras de entrada e a Missão deve acompanhar a penetração do mercado apesar das mesmas. c) Não deve ser redefinida, pois a Missão por ser o objetivo reitor da empresa tem que ser preservada o mais possível. d) Na época do planejamento estratégico, realinha-se a Missão, porquanto os objetivos e as estratégias podem estar sendo redefinidos, supondo que seja feita essa ação com frequência maior que um ano. e) A redefinição da Missão somente tem sentido em condições excepcionalíssimas, como crises internacionais, por exemplo. Questão 7 No diagnóstico organizacional, os administradores olham para dentro da própria administração a procura de pontos fortes e fracos. Analise a afirmativa e marque a resposta correta. a) A afirmativa demonstra que o ambiente interno é fundamental para a avaliação de pontos fortes e fracos. b) A frase contesta o fato de que o ambiente externo é preponderante sobre o interno. c) Está sendo afirmado que existe equilíbrio na análise de pontos fortes e fracos, tanto no ambiente externo, quanto no interno. d) Afirma-se na questão que oportunidades e ameaças não são pertinentes a esse conjunto. e) Diagnóstico não trata de ameaças e oportunidades. 24 Questão 8 Análise do ambiente interno – quanto mais estável e complexo o ambiente, maior a necessidade do enfoque sistêmico e do planejamento estratégico. O conceito de ambiente e os fatores considerados em uma análise variam de organização para organização. Qual a frase que mais se adequa à afirmativa anterior? a) As variações sistêmicas são mais facilmente controladas que as variações causais. b) Os fatores considerados no ambiente de cada empresa são exclusivos, exceto quando se consideram empresas dentro do próprio setor em que atuam. c) O enfoque sistêmico é necessário porque as empresas são diferentes e necessitam de pontos de controle distintos. d) Somente o enfoque sistêmico pode ser utilizado no planejamento estratégico. e) A análise do conceito de ambiente e os fatores considerados em uma análise são estratégicos. 25 Questão 9 Diagnóstico interno da organização – no diagnóstico organizacional, os administradores olham para dentro da própria administração a procura de pontos fortes e fracos. Realizam-se levantamentos de dados sobre vários aspectos da organização e de sua operação. Existem duas formas ou focos principais de diagnosticar a organização: a avaliação de desempenho e análise de pontos fortes e fracos. Qual a frase que NÃO se adequa à afirmativa anterior? a) A análise de pontos fortes e fracos favorece o diagnóstico porque abrange o ambiente externo e o interno da empresa. b) A análise de SWOT não favorece o diagnóstico, pois sempre estará faltando o endomarketing. c) Diagnóstico interno da organização é dependente da análise do macro ambiente, que por sua vez interfere no ambiente interno da organização, o que pode ser observado em uma análise de SWOT. d) Diagnóstico organizacional é dependente da análise do macro ambiente e do microambiente. e) A análise de SWOT favorece o diagnóstico, e, por definição contempla o endomarketing. 26 Questão 10 O propósito ou as razões para a existência da organização, do ponto de vista de sua utilidade para os clientes, é determinado pela Missão. Identificar ou definir a Missão significa entender qual a necessidade do mercado a organização suprirá. Portanto, na especificação da Missão, é preciso que os administradores façam um exercício de autoanálise e procurem dar respostas a diversas perguntas, como: a) O que a organização fez no passado (seu histórico)? Qual sua utilidade para os clientes? Em que negócio estaremos nos próximos dois anos? Quem são nossos clientes? Qual necessidade estamos atendendo? Que papel estamos cumprindo? b) O que a organização está fazendo agora? Qual sua utilidade para os fornecedores? Em que negócio estamos? Quem serão nossos clientes daqui a cinco anos? Qual necessidade estamos atendendo? Que papel estamos cumprindo? c) O que a organização fez no passado (seu histórico)? Qual sua utilidade futura para os clientes? Em que negócio estamos? Quem são nossos clientes? Qual necessidade estamos atendendo? Que papel estamos cumprindo? d) O que a organização está fazendo agora? Qual sua utilidade futura para os varejistas? Em que negócio estamos? Quem são nossos clientes? Qual necessidade estamos atendendo? Que papel estamos cumprindo? e) O que a organização está fazendo agora? Qual sua utilidade para os clientes? Em que negócio estamos? Quem são nossos clientes? Qual necessidade estamos atendendo? Que papel estamos cumprindo? 27 Introdução O exame da base de dados, a verificação das variáveis de controle e medidas de desempenho organizacional, a constatação dos pontos de controle, a construção do modelo atual e definição dos atores-chave, além das possíveis trajetórias futuras são característicasfundamentais do Planejamento Estratégico. Nesta aula, você estudará os conceitos de Missão e Visão, assim como o desenvolvimento de estudos exploratórios, as análises de trajetórias e os fatores causais internos e externos, por meio de uma análise de caso de uma empresa teste. Objetivos 1. Informar os conceitos fundamentais de Planejamento estratégico e da Administração estratégica; 2. Definir as etapas do Planejamento estratégico. 28 Conteúdo Conceitos de Planejamento estratégico Conceitos fundamentais de Planejamento estratégico podem ser mais bem apreendidos por meio de um estudo de caso. Grandes empresas têm um forte aliado no planejamento estratégico, já institucionalizado e frequentemente associado a uma "carga" de marketing, dificilmente separável para o grande público daquilo que deveria ser apenas plano estratégico. Na visão de marketing, portanto, quando se diz que a empresa deve ser a melhor, direciona-se o estudo para cases de sucesso. Quando o quesito é ser a mais feliz, relata-se que a empresa é premiada em RH. Quando se trata de tamanho, enfatiza-se a diversificação da empresa até mesmo em outros países. Em geral, grandes empresas procuram destacar, na análise do macroambiente, a predominância de críticas ao governo, cobrando-se uma atuação mais rigorosa das autoridades com relação aos concorrentes. Em base de dados e informação, uma empresa orientada para marketing tende a citar as estratégias de TI para: Sistemas de informações; Gestão de relacionamento com os clientes; Personalização no atendimento. Esse foco é o mesmo dado em relação a variáveis de controle e construção de medidas de desempenho. Nessas empresas, após analisar e explicitar a Missão, a relação com o cliente passa a ser o destaque, o mesmo sucedendo em análise das trajetórias 29 passadas. Portanto, é suficiente analisar até essa etapa para se entender o viés de marketing associado ao planejamento estratégico de grandes empresas. Não há nenhum mal nessa abordagem; simplesmente nada acrescenta para os olhares críticos de possíveis futuros acionistas. Os acionistas de peso, interessados em assentos no conselho de administração, certamente irão se preocupar com a marca mais do que com a imagem que se pretende transmitir. Entretanto, será preciso analisar os indicadores econômico-financeiros da empresa e do setor no qual está inserida. A seguir, você estudará as etapas do Planejamento Estratégico a partir da análise de caso de uma empresa do setor de saúde. Visão - Planejamento estratégico Empresa de Convênio Médico- hospitalar (XPTO) “Empresa aberta a mudanças, que promove a autorrealização e é a mais bem equipada no setor.” A empresa XPTO trabalha com uma estrutura extremamente verticalizada, possuindo empresas fornecedoras de material hospitalar, empresas para gerenciar os hospitais próprios, uma rede de farmácias, uma agência de propaganda interna e até mesmo uma cadeia de lavanderias. Faz parte de um grupo extremamente ágil e aberto a mudanças. O mercado, muito recessivo, criou um grande nicho para planos de saúde com preços baixos. Com isso, a XPTO criou a MKZ para vender planos mais baratos e com qualidade. Com o intuito de se tornar a maior empresa do setor, cogita-se também a possibilidade da abertura de uma filial na Ásia. Como o foco dos negócios é a 30 assistência médica, a XPTO já se desfez de empresas que não tinham relacionamento direto com o seu core business, como a XZT Alimentos e Refeições e a cadeia de lavanderias – em processo de desligamento. Sobre o fato de ser a companhia mais bem equipada desse nicho de mercado, há uma grande preocupação com a excelência no serviço. O hospital próprio já adquiriu a certificação ISO 9001 e o grupo empresarial, como um todo, está prestes a obter a certificação SA 8000 (responsabilidade social). Como o resgate é constantemente acionado para atendimentos na Zona Sul do Rio de Janeiro e, nesse sentido, se manifesta à população como empresa socialmente responsável, a XPTO já conquistou premiações internacionais e foi citada em diversos seminários estrangeiros como case de sucesso. No que tange à autorrealização, a empresa se preocupa com o desenvolvimento pessoal de cada funcionário e com a escala de valores percebida por eles. Existe um departamento subordinado ao RH responsável por toda a programação de eventos, organização de palestras etc. Há também uma Escola de Gestão que promove cursos de extensão internos focados no negócio de saúde. A empresa já ganhou o prêmio da ABM (Associação Brasileira de Marketing). Também, figura entre as melhores companhias para se trabalhar, segundo pesquisa de publicação especializada no setor. Há, ainda, eventos promovidos para os filhos dos funcionários, premiações para os que se destacaram em cada setor e para os que contribuem com ideias para melhorar os fluxos internos etc. Desenvolvimento de estudos exploratórios 1. Análise do Macroambiente 31 Há uma regulamentação trazendo grandes consequências para a assistência médica no país. Como ela impõe a incorporação de uma série de benefícios, as empresas pequenas e desorganizadas estão quebrando e até mesmo as de grande porte estão sentindo o impacto “das novas regras do jogo”. Existem várias forças políticas e legais em jogo. O governo possui um sistema de saúde falido e repassa para a iniciativa privada toda a responsabilidade. Além disso, planeja formas de arrecadar mais dos planos de saúde. Por exemplo: as empresas são obrigadas a ressarcir o Estado das despesas de internação de cada pessoa que, porventura, seja internada em rede pública e possua plano de saúde. Há também outro imposto que prevê a cobrança de uma taxa por cada pessoa incluída no plano. Ou seja, quanto mais clientes a empresa tiver, mais irá pagar ao Estado. 32 2. Análise Setorial Aliada à falta de inflação – que mascarava a ineficiência na ciranda financeira – a regulamentação ocasionou uma série de mudanças: Impostos para as cooperativas A mais atingida foi a DZZ, pois se beneficiava do não pagamento de impostos. Aportes de capital oriundos de empresas estrangeiras Quase todas as empresas receberam injeção de capital estrangeiro, exceto a XPTO. Já se pode observar que mesmo entre as maiores corporações está ocorrendo uma perda significativa, pois o paradigma atual de negócio está ultrapassado. Com isso, empresas encontram-se fechando no vermelho, enquanto algumas estão quebrando e outras, desinvestindo ou se retirando do mercado de saúde. Há, no entanto, fatores benéficos com a atuação mais rigorosa das autoridades. Os preços estão mais controlados, os abusos diminuíram muito e a sociedade (tanto médicos como clientes) está mais exigente e lutando por seus direitos. 33 Base de dados e informações, variáveis de controle e medidas de desempenho Pontos de controle de informações Os pontos de controle de informações consistem em todos os dados no sistema referentes à utilização de todos os clientes, principalmente aos casos de internações recorrentes e com representação significativa do custo total utilizado. Estratégia de coleta e estruturação de um SIG (Sistema de Informações Gerenciais) Para tanto, serão analisadas as listagens de clientes com reincidência de patologias de mesmo código do CID (Código Internacional dasDoenças). Variáveis-chaves para construir modelos de cenário A variável-chave para a construção desse modelo será a seleção de clientes crônicos, baseada na utilização. Redefinição de pontos de controle e medidas de desempenho e de qualidade Encaminhar esses clientes identificados para o projeto Z, onde terão orientação personalizada, acesso a palestras, informações nutricionais, check-up completo etc. Análise e explicitação da Missão “Viabilizar a inclusão social, obedecendo às regulamentações governamentais e oferecendo serviços de alta qualidade e tecnologia.” É importante ressaltar que a intenção da empresa XPTO não é viabilizar a inclusão social para uma expressiva parcela da população do país. Por isso, 34 trabalha tanto com nichos de mercado – segmentando o público-alvo –, como estipulando preços diferenciados por meio da MKZ. De fato, a empresa prima pela qualidade de serviços, diferencial importante no mercado. Para tanto, está investindo substancialmente em hospitais próprios, sendo, a maioria, referência em atendimento médico. Por crer na qualidade prestada, a XPTO criou um sistema baseado em suas tradições, cultura e valores, conforme descrito abaixo: Nosso produto deve ser diferenciado; Deve haver muito espaço para a opinião e o diálogo; A ética tem que prevalecer para todos; Clientes e fornecedores são parceiros; A preocupação com o desenvolvimento pessoal deve ser permanente; Todos, sem preconceitos, devem ter os mesmos direitos aos nossos serviços; A reputação de nossa empresa deve ser incontestável. Análise das trajetórias passadas e os fatores causais internos e externos Análise SWOT Pontos fortes Recursos humanos altamente qualificados; Histórico de pioneirismo em inovações; Forte marketing de relacionamento com fornecedores e clientes; Agilidade em tomada de decisão, com o máximo de flexibilidade; Forte controle de custos. Oportunidades Destacar-se em um cenário no qual a competição não detém o controle de custos; 35 Destacar-se por meio de diferenciais, como os programas de prevenção e qualidade de vida – inclusive o programa de internação domiciliar (home care) e saúde da família, até então relegado apenas ao serviço público; Mercado de saúde no Brasil com várias seguradoras quebrando. Fraquezas Não ter o mesmo poderio econômico dos grandes grupos estrangeiros que estão no mercado; Não fazer dumping, compensando o prejuízo da saúde com margens maiores em outros produtos financeiros (previdência privada e seguro); Baixa amplitude de rede credenciada – dilema de quantidade × qualidade. Ameaças Novos entrantes no cenário da saúde. Nova legislação, inclusive com novos impostos. Explicitação do cenário de partida/construção do modelo atual e atores-chave Recursos Humanos Baixo turnover; Prêmio da ABRH como empresa que mais investe no treinamento de funcionários; Programa de planejamento de recursos humanos abrangente; Forte incentivo a job rotation. Recursos organizacionais Estratégias empresariais são consistentes com a Missão da empresa; A cultura da organização idem. 36 37 Recursos físicos A empresa possui tecnologia adequada; A localização geográfica não é otimizada, porém bem distribuída. Possíveis trajetórias futuras, possíveis cenários de chegada e nova trajetória O ciclo de vida da organização corresponde à meia-vida organizacional, pois a empresa encontra-se em franca expansão geográfica e com grande investimento em tecnologia. A XPTO tem seus “olhos voltados” para a China e a internet está sendo bem utilizada, possibilitando agregar valor ao negócio. O ambiente futuro mais provável é bastante propício à empresa, pois os antigos modelos de gestão de negócios estarão fadados ao prejuízo. Com a regulamentação houve grande liberação de procedimentos que anteriormente eram exclusões contratuais. Dessa forma, o custo elevado e o desenvolvimento de novas tecnologias na medicina encareceram muito o custo gerado por cada médico. Como já vem sendo sinalizado, em um futuro próximo a relação “sinistro/reembolso” – tão praticada pelas empresas seguradoras – será inviável e posteriormente o problema com os médicos irá se agravar. A maior parte dos planos de saúde busca conter e tolher esses profissionais, de diversas formas, quanto à prescrição de exames mais caros. Esse círculo vicioso só leva a atritos e o maior prejudicado é o consumidor. A previsão mais otimista indicava que a XPTO teria novo boom de crescimento nesse ano e em 2005, passando a ser a maior assistência médica do país. 38 Somente no primeiro quadrimestre de 2004 haviam sido fechados mais planos do que em todo o ano anterior. Diversas variáveis contribuíram para esse cenário, tais como: O ano de 2003 foi marcado pelo receio do mercado quanto à regulamentação. O setor ficou praticamente estagnado e grandes empresas passaram a fazer dumping, pois tinham aporte de capital estrangeiro. À época, foi possível sentir que o mercado havia reagido negativamente, pois muitas empresas grandes, que fecharam contratos a custos muito baixos, tiveram reajustes altos e, consequentemente, mudaram de assistência médica. O reflexo do dumping das seguradoras pôde ser sentido em seus balanços deficitários na carteira de saúde, o que favoreceu a falta de agressividade comercial das mesmas e abriu, consequentemente, maior caminho para as vendas. A XPTO possuía um marketing de relacionamento muito forte com a rede credenciada. Ao contrário de diversos planos que se restringiam a tolher os médicos em suas prescrições, a empresa desenvolveu programas de incentivo e de educação continuada. A companhia também disponibilizava uma estrutura para atender pesquisas encomendadas por médicos sobre temas específicos, proporcionava eventos para os filhos desses profissionais, realizava coquetéis, pagava salário por inatividade temporária do credenciado etc. A empresa estava em franca expansão geográfica e, inclusive, havia aberto mais uma filial na Região Centro-Oeste do país. A XPTO vinha, há muito tempo, trabalhando com a filosofia de prevenção e qualidade de vida. Para tanto, criou vários projetos, dentre os quais uma rede de medicamentos com que custeava 30% do preço dos remédios para que os clientes pudessem dar continuidade a seus tratamentos. Os dois lados ganhavam com esses projetos: o cliente ficava curado e a XPTO reduzia os custos de utilização. 39 Quanto à previsão conservadora, esta seria bem próxima do panorama descrito acima; talvez não com o domínio do mercado, mas com grande ampliação de sua base de clientes. Tal afirmação baseava-se na premissa de que, já no início de 2004, o desempenho havia sido surpreendente e os diferenciais da XPTO dificilmente poderiam ser copiados. Eram inerentes à empresa as iniciativas de marketing de relacionamento, a excelência dos serviços e a efetiva valorização da prevenção. Aliava-se a esses aspectos uma política mais agressiva da alta cúpula da empresa – em termos comerciais – e bastante exposição na mídia. Quanto à previsão pessimista, poderia ter ocorrido uma intervenção do governo de modo a igualar as empresas de assistência médica às seguradoras e exigir reserva técnica. Com isso, as perspectivas de crescimento anteriormente mencionadas ficariam mais tolhidas. Visãoharmônica e visão sinérgica Após ser concluído todo o processo de planejamento e análise, serão realizadas reuniões entre o grupo gestor e o nível gerencial intermediário, com o intuito de apresentar o material de acordo com a visão da empresa. Esses gerentes, por sua vez, irão atuar como multiplicadores dos novos conceitos para seus subordinados. Atualmente, essa estratégia já funciona assim e o suporte do departamento de RH para todas as implementações dentro da empresa irá continuar. 40 Existem grupos de RH voltados justamente à identificação das necessidades de treinamento de cada área para implementá-las, garantindo a sinergia e o sucesso de qualquer planejamento. Atividade proposta Identifique, na internet, os conceitos fundamentais de Missão, Visão e Valores da ESTÁCIO. Referências AMBRÓSIO, V. Plano de Marketing: um roteiro para ação. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. BELMIRO, L. et al. Administração estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014. Exercícios de fixação Questão 1 Após analisar e explicitar a Missão, a relação com o cliente é destaque, o mesmo sucedendo em análise das trajetórias passadas. Basta analisar até essa etapa para se entender o viés de marketing associado ao planejamento estratégico de grandes empresas. Interprete a afirmativa e assinale a resposta que mais corresponde à mesma. a) O cliente sempre tem a razão e, portanto, a gestão de relacionamento deve ser explorada. b) Analisar a missão faz com que o viés seja explicitado em planos de negócios. c) A empresa entende, por meio do seu objetivo reitor, que é o marketing seu foco e faz essa análise com base em trajetórias passadas. d) Não é possível entender a empresa pela análise da sua missão. 41 e) Somente a análise da visão dá o entendimento correto da empresa, independentemente da sua missão. Questão 2 Os acionistas de peso, interessados em assentos no conselho de administração, certamente irão se preocupar com a marca mais do que com a imagem que se pretende transmitir. Entretanto, será preciso analisar os indicadores econômico-financeiros da empresa e do setor no qual está inserida. Assinale a resposta que está em perfeita correspondência com afirmativa anterior. a) Os stakeholders, entre eles os acionistas, somente poderão analisar com segurança uma empresa, se lançarem mão de seus indicadores econômico-financeiros. b) Vários enganos são cometidos quando os acionistas priorizam em suas análises os indicadores financeiros. c) A marca é o fundamento que define se o investimento deve ser feito ou não em uma empresa. d) A marca mais do que a imagem que se pretende transmitir não são associadas ao resultado que os indicadores econômico-financeiros apresentam. e) Os stakeholders, cuja mais perfeita representação são os acionistas, adquirem, na maioria das vezes, as empresas por impulso. Questão 3 Após ser concluído todo o processo de planejamento e análise, serão realizadas reuniões entre o grupo gestor e o nível gerencial intermediário com o intuito de apresentar o material de acordo com a Visão da empresa. Qual o papel correto do gerente nas respostas abaixo? a) Esses gerentes, por sua vez, irão atuar como multiplicadores dos novos conceitos para seus subordinados. b) Serão líderes treinados para atuar mais no quadrante da benevolência. 42 c) Serão líderes cada vez mais coercitivos, para apresentar o material de acordo com a visão da empresa. d) Esses gerentes, por sua vez, irão atuar no desenvolvimento da gestão de relacionamento com os pacientes. e) Esses gerentes, de forma alguma, terão a responsabilidade sobre os novos quadros de médicos e enfermeiros (nível intermediário), pois essa é a razão de ser de existência de consultorias especializadas. Questão 4 Pontos de controle de informações consistem em todos os dados no sistema referentes à utilização de todos os clientes, principalmente aos casos de internações recorrentes e com representação significativa do custo total utilizado. Quais os pontos de controle que podem ser considerados corretos nas respostas abaixo? a) Análise do número de leitos ocupados. b) Análise de custo de material e de medicamentos. c) Análise de investimento em novas aquisições. d) Análise do ponto de equilíbrio das internações. e) Análise das listagens de clientes com reincidência de patologias de mesmo código do CID (código internacional das doenças). Questão 5 “Viabilizar a inclusão social, obedecendo às regulamentações governamentais e oferecendo serviços de alta qualidade e tecnologia.” Qual a expressão que permite derivar uma interpretação mais correta, para essa missão, dentre as resposta abaixo? a) Serviços de qualidade. b) Prestação de contas ao governo. c) Uso de tecnologia. d) Inclusão social. 43 e) Produtos de qualidade. Questão 6 Há uma regulamentação trazendo grandes consequências para a assistência médica no país. Como ela impõe a incorporação de uma série de benefícios, as empresas pequenas e desorganizadas estão quebrando e até mesmo as de grande porte estão sentindo o impacto “das novas regras do jogo”. Explique porque tal vem acontecendo: a) As empresas cobram além do permitido às pessoas acima de 59 anos. b) As empresas se financiam por capital estrangeiro, daí as suas obrigações serem maiores. c) Há forças político-legais em jogo. d) As micro e pequenas empresas não fazem caixa para pagar seus tributos. e) Não há regulamentação no setor. Questão 7 Aliada à falta de inflação – que mascarava a ineficiência na ciranda financeira – a regulamentação ocasionou uma série de mudanças, que foram: a) Impostos para as cooperativas, aportes oriundos de empresas estrangeiras, atuação mais rigorosa das autoridades e preços mais controlados. b) Impostos para as cooperativas, aportes oriundos de empresas brasileiras, atuação mais rigorosa das autoridades e preços mais controlados. c) Impostos para as cooperativas, aportes oriundos de empresas estrangeiras, atuação mais branda das autoridades e preços mais controlados. 44 d) Impostos para as cooperativas, aportes oriundos de empresas estrangeiras, atuação mais rigorosa das autoridades e preços menos controlados. e) Retirada dos impostos para as cooperativas, aportes oriundos de empresas estrangeiras, atuação mais rigorosa das autoridades e preços mais controlados. Questão 8 O ciclo de vida da organização corresponde à meia-vida organizacional, pois a empresa encontra-se em franca expansão geográfica e com grande investimento em tecnologia. Qual a frase a seguir que completa o sentido desta afirmativa? a) A empresa tem seus “olhos voltados” para o MERCOSUL e a internet está sendo bem utilizada, possibilitando agregar valor ao negócio. b) A empresa tem seus “olhos voltados” para a UNIÃO EUROPÉIA e a internet está sendo bem utilizada, possibilitando agregar valor ao negócio. c) A empresa tem seus “olhos voltados” para o Brasil e a internet, ainda, não está sendo bem utilizada, impossibilitando agregar valor ao negócio. d) A empresa tem seus “olhos voltados” para o Brasil e a internet está sendo bem utilizada, possibilitando agregar valor ao negócio. e) A empresa tem seus “olhos voltados” para a China e a internet está sendo bem utilizada, possibilitando agregar valor ao negócio. Questão 9 O ano de 2003 foi marcado pelo receio do mercado quanto à regulamentação. O setor ficoupraticamente estagnado e grandes empresas passaram a fazer dumping, pois tinham aporte de capital estrangeiro. À época, foi possível sentir que o mercado havia reagido negativamente, pois muitas empresas grandes que fecharam contratos a custos muito baixos tiveram reajustes altos e consequentemente mudaram de assistência médica. 45 Qual dentre as situações a seguir melhor completa o sentido da frase? a) Iniciou-se um ciclo virtuoso, em que todas as empresas ganharam margem de lucro. b) Iniciou-se um ciclo virtuoso, em que todas as empresas fizeram dumping. c) Iniciou-se um ciclo vicioso para muitas empresas, porque os clientes mudaram de assistência médica. d) Iniciou-se um ciclo vicioso, em que todas as empresas perderam margem de lucro. e) Iniciou-se um ciclo vicioso, porque nem todas as empresas possuíam um forte marketing de relacionamento. Questão 10 A empresa vinha, há muito tempo, trabalhando com a filosofia de prevenção e qualidade de vida. Para tanto, criou vários projetos, entre eles uma rede de medicamentos com que custeava 30% do preço dos remédios para que os clientes pudessem dar continuidade a seus tratamentos. Assinale a alternativa que complementa a afirmativa anterior. a) Ambos ganhavam: o cliente ficava curado e a empresa enxugava seu quadro um pouco mais. b) Os dois lados ganhavam com esses projetos: o cliente ficava curado e a empresa reduzia os custos. c) Todos ganhavam, porque os custos reduzidos resultaram em novos investimentos. d) Os dois lados ganhavam com esses projetos: o cliente ficava curado e a empresa reduzia os custos de seus fornecedores. e) Nem todos ganhavam; somente a empresa e seus fornecedores. 46 Introdução O Planejamento Estratégico tem dado uma colaboração expressiva para o sucesso das empresas e pode ser estudado como um processo composto de fases. Pode ser utilizado na administração pública e, eventualmente, nas organizações do Terceiro Setor, das quais um exemplo de sustentabilidade é a denominada de consultoria social. No entanto, há diferenças entre o Planejamento Estratégico em empresa privada e em órgão público, bem como em organizações não governamentais. Nesta aula, abordaremos as fases do processo do Planejamento Estratégico nas organizações públicas. Objetivos 1. Definir Planejamento Estratégico em administração pública; 2. Identificar informações sobre sustentabilidade envolvendo projetos sociais e Plnejamento Estratégico. 47 Conteúdo Fases do Processo de Planejamento Estratégico Vamos estudar as quatro fases do processo de um Planejamento Estratégico. Primeira Fase A primeira fase do processo é a análise do macroambiente, que é um supersistema que envolve a sociedade as organizações, visando identificar os riscos e as oportunidades presentes e futuras. Nesse contexto, o ambiente organizacional encerra todos os fatores, tanto internos como externos à organização. Também cabe mencionar a etapa de análise de pontos fortes e fracos, principalmente quando se trata do ambiente interno. Na primeira fase, os recursos físicos, humanos e organizacionais são relacionados aos pontos fortes e fracos da análise do ambiente interno. Os administradores estratégicos devem compreender o propósito da análise do ambiente, reconhecer os vários níveis existentes nesse cenário e entender as recomendações das normas para realizar tal análise. 48 Segunda Fase O ambiente tem de ser analisado por meio das suas forças. Na segunda fase, verifica-se a análise pelo menos das forças: Políticas; Sociais; Econômicas; Tecnológicas; Legais. Ainda nessa fase deve-se estabelecer a Missão da empresa, que é seu objetivo reitor ou diretriz organizacional. A Missão organizacional é a finalidade de uma companhia ou a razão de sua existência. Os objetivos, quando quantificados, tornam-se as metas das organizações. Há autores que consideram nessa fase outros dois indicadores que, atualmente, as empresas estabelecem: a Visão, que é o que as empresas aspiram a ser ou se tornar; e os Valores, que expressam a filosofia que norteia a empresa e que a diferencia das outras. A Missão deve considerar: Sociedade; Comunidade; Governo; Acionistas; Funcionários; Clientes; Fornecedores; Outros grupos de interesse. 49 A Visão da administração estratégica difere da tradicional, pois contempla todos os grupos de interesse. Trata-se das operações internacionais e a responsabilidade social. Vê-se a atualidade desse conceito quando se estuda o desenvolvimento sustentável e as alianças estratégicas globais com os quais qualquer administração estratégica deve se ocupar. Durante os últimos anos, os negócios passaram a envolver atividades internacionais. Como se espera que essa tendência continue, cada vez mais as organizações terão questões internacionais a considerar no futuro como parte de seu processo de administração estratégica. A responsabilidade social, por sua vez, é a obrigação de tomar atitudes que protejam e promovam os interesses da organização e o bem-estar da sociedade como um todo. Reconhecer que tais obrigações existem causa, necessariamente, um impacto sobre o processo de administração estratégica. Terceira Fase A terceira fase deve-se ocupar da elaboração de políticas funcionais que antecede a quarta e penúltima fase de formulação das estratégias. Alguns autores acreditam que formular seja projetar e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais. Dessa forma, podem-se misturar satisfatoriamente dois conceitos, o de políticas funcionais e o de estratégias. Ambos estão no limiar da aplicação das táticas, como por exemplo, a maneira de se lidar, satisfatoriamente, com a concorrência ou com a política sindical no âmbito da gestão de pessoas de uma organização. 50 Assim que o ambiente tiver sido analisado e a missão estipulada, a administração será capaz de traçar cursos alternativos de ação em um esforço conhecido para assegurar o sucesso da organização. Colocam-se em ação as estratégias desenvolvidas logicamente que emergiram de etapas anteriores ao processo de administração estratégica. Sem a implementação efetiva da estratégia, as organizações são incapazes de obter os benefícios da realização da análise, da diretriz e da formulação da estratégia organizacional. Quarta Fase Esta é a fase do controle estratégico que é um tipo especial de controle organizacional que se concentra na monitoração e na avaliação do processo de administração estratégica, no sentido de melhorá-lo e assegurar um funcionamento adequado. Concluindo, pode-se destacar a importância do Planejamento Estratégico dentro do processo de administração estratégica, colocando-o como uma ferramenta útil para a gestão das organizações. O Planejamento Estratégico, mais que um documento estático, deve ser visto como um instrumento dinâmico de gestão, que contém decisões antecipadas sobre a linha de atuação a ser seguida pela organização no cumprimento de sua Missão, isto é, da administração estratégica. E, sumamente importante, serve ao propósito de reorientar os rumos da organização através do replanejamento das trajetórias que norteiam o planejamento. Análise Ambiental nas Organizações Públicas Duas das principais características pelas quais o ambiente das organizaçõespúblicas difere daquelas com fins lucrativos são suas fontes de receita e a constituição e os interesses de seus grupos de stakeholders. 51 Fontes de Receitas As organizações públicas podem obter receita 3 devido à cobrança de impostos, através de doações, por meio de contribuições e em alguns casos, pelas vendas de seus serviços. O relacionamento entre as organizações públicas e seus clientes é indireto, visto que os serviços prestados não são necessariamente orientados àqueles que contribuem financeiramente para as suas operações. Portanto, seu Planejamento Estratégico deve ter duas faces: Atender a seus clientes; Garantir apoio financeiro ligado ao oferecimento desses serviços. O primeiro tipo de planejamento – atender a seus clientes – precisa ser, algumas vezes, feito com pouco ou nenhum insumo da parte deles. A questão se assemelha ao conceito de altruísmo, em que pessoas não jogam uma ponta de cigarro na rua, mesmo não sabendo a quem beneficiarão indiretamente com seu ato (normalmente o que acontece é que os bueiros ficam entupidos com pontas de cigarros e lixo acumulado, o que promove alagamentos em ruas e avenidas, após um temporal). 3 Receita A receita é definida no Pronunciamento Conceitual Básico da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro como aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade e que não sejam provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade. As receitas englobam tanto as receitas propriamente ditas como os ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos e royalties. O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil de receitas provenientes de certos tipos de transações e eventos. (Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamento Técnico CPC 30 – R1). 52 Por exemplo, se perguntado sobre que tipo de serviço está prestando à população, o cidadão pode não saber ou não querer explicar, o que dificulta as pesquisas dos órgãos que cuidam da limpeza das ruas, pois não conseguem medir o descaso dos pedestres e dos motoristas. A impossibilidade em realizar pesquisas junto aos clientes para avaliar suas necessidades, causa grande desperdício de tempo e dinheiro público. Nesses casos, os órgãos muitas vezes planejam seus serviços com base em discussões com profissionais especializados naquela determinada área ou, então, seguem o que os órgãos semelhantes em outras localidades fazem. Eventualmente, podem acompanhar medições pluviométricas para aquela determinada época do ano. O segundo tipo de planejamento – garantir apoio financeiro – pode se tornar uma questão predominantemente política. Um órgão do governo, por exemplo, deve competir com outros órgãos pelos poucos recursos disponíveis; os que obtêm mais sucesso são, geralmente, aqueles condescendentes com as exigências feitas pelos que controlam os fundos. Eleitores e Grupos de Interesse Embora os administradores de uma entidade governamental possam fazer um Planejamento Estratégico racional, esses planos podem ser ignorados por líderes políticos que precisam responder à pressão pública no intuito de serem reeleitos. O que pode ser racional em um sentido econômico, também pode ser politicamente insensato. Os líderes políticos aprenderam que o governo muitas vezes funciona apenas quando se forma um consenso para lidar com uma crise pressentida. As soluções podem não se ajustar a nenhum plano e as ações governamentais podem ser tomadas sem que se considerem prioridades racionais. 53 No entanto, a consideração mais importante a ser feita é que as ações são aceitáveis para os vários grupos de eleitores que podem afetar a decisão. O exemplo anterior ajuda a explicar a situação. Voltemos às ruas alagadas. Sabe-se que, reativamente, houve um serviço de desobstrução das mesmas. Entretanto, o melhor seria prevenir futuros alagamentos. Nesse sentido, o correto seria incluir o aprofundamento do leito dos rios e obras que beneficiam a população no orçamento. No entanto, a alocação de recursos para essas obras pode não prosperar porque o dinheiro público tem de ser destinado para fins eleitorais. O mesmo se aplica à construção de escolas e hospitais, capacitação de funcionários, enfermeiros, professores e médicos, além do pagamento de salários dignos. Como isso ocorre regularmente em todos os níveis de governos, causa frustração em administradores que desejam que o governo funcione de maneira ordenada. O governo não segue procedimentos ordenados porque nas tomadas de decisão há muitas pessoas envolvidas, com uma gama muito variada de perspectivas. Além de estarem sujeitas a visibilidade pública, as decisões administrativas também são cuidadosamente examinadas por órgãos de fiscalização, sejam legislativos (Tribunal de Contas da União – TCU), os órgãos judiciais (Ministério Público), a mídia e os grupos executivos (Controladoria Geral da União – CGU). Assim, embora os administradores das organizações públicas possam estar despreocupados com a concorrência estrangeira ou a falência, o ambiente em que operam é bastante complexo. Esses administradores devem atender a clientes que podem não ser as fontes de custeio da organização. As restrições dos grupos de interesse nas organizações públicas são: expectativas da sociedade, braços legislativo, judiciário e executivo do governo, 54 clientes, órgãos de fiscalização voluntária, grupos de pressão pública, entre outros. Missão, Objetivos Gerais e Específicos As entidades públicas precisam de Missão, Objetivos Gerais e Específicos claramente definidos. Isso também vale para organizações empresariais privadas. O pesquisador e consultor Peter Drucker4 aponta que as melhores organizações sem fins lucrativos pensam muito antes de definir sua Missão. Objetivos Gerais e Específicos As empresas podem facilmente mensurar suas vendas, participação de mercado, lucros, resultado operacional líquido, EBITDA5 , retorno sobre o investimento (ROI ou RSI) e assim por diante, mas as organizações públicas, usualmente, não têm objetivos gerais tão bem definidos. Um dos motivos para essa falta de definição é que muitos dos objetivos gerais implicam juízos de valor. O objetivo geral de um hospital púbico é garantir atendimento de boa qualidade a alguns poucos clientes em consultas médicas com prontidão ou atender a massa de pessoas carentes, o que já não permite marcação de novas consultas com prontidão requerida. Um objetivo privilegia a qualidade, enquanto o outro, a quantidade. Temos como exemplo, a situação da remarcação de consultas em hospitais públicos, contabilizadas como atendimentos (quantidade), mas, sem qualidade. Uma cirurgia de pequeno porte na Urologia pode ser remarcada por meses ou 4 Peter Drucker Considerado por muitos o pai da administração moderna, dedicou vários anos de sua longa vida a ser consultor para organizações eclesiais (igrejas, por exemplo). 5 EBITDA É a sigla, em inglês, para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. Em português, a sigla é LAJIDA – Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. 55 atéanos, e cada remarcação terá sido contabilizada como um atendimento, mesmo que o objetivo (a cirurgia) não tenha sido alcançado. Nesse sentido, podemos resumir que as consultas são o cumprimento de objetivo quantitativo e a “não solução” é o objetivo qualitativo não alcançado. Os objetivos gerais podem ser deliberadamente vagos, amplos e genéricos. Dessa forma, têm mais probabilidade de garantir apoio de vários grupos de interesse e fornecer inspiração aos membros da organização. Além disso, objetivos gerais vagos têm menos chance de atrair debates e investigações rigorosas do que os mais definidos e, assim, podem evitar o afastamento de pessoas que apoiariam a organização. Os objetivos gerais nas organizações públicas são geralmente vagos porque a liderança nesses lugares está sujeita a uma rotatividade frequente. Mudanças de direção podem ocorrer em um Estado em que o governador de um partido sucede a um de outro. Quatro anos mais tarde, os resultados das eleições podem alterar a orientação do Estado mais uma vez. Objetivos gerais vagos têm, portanto, mais probabilidade de permanecer e emprestar uma aura de estabilidade que não poderia ser proporcionada por objetivos mais definidos. Planejamento Estratégico está ligado a objetivos e estes às metas quantitativas, nesse caso difíceis de obter. Os objetivos gerais podem, algumas vezes, não refletir as necessidades dos “clientes” da organização da mesma forma que refletem os desejos de seus patrocinadores financeiros. A questão, sem dúvida, é determinar se essas razões para o estabelecimento de objetivos gerais são válidas. Em várias situações não se acredita que o sejam. Embora as formulações de objetivos gerais e específicos sejam mais difíceis para organizações públicas do que para empresas privadas, uma clareza de orientação é útil para que as organizações operem com eficácia. 56 Tanto as organizações privadas quanto públicas devem reunir seus vários grupos de interesse para formular um conjunto de objetivos definidos e mensuráveis. Sem esse processo, essas organizações podem se tornar incapazes de avaliar seu desempenho. As organizações públicas precisam ouvir a comunidade, cujos representantes devem fazer parte de um grupo gestor de Planejamento Estratégico. As empresas privadas não podem abrir mão de ouvidoria e precisam dar voz aos seus clientes, atendendo-lhes as necessidades. A determinação do alcance dos objetivos pode ser feita por meio de fixação de parâmetros e, além disso, podem ser definidos quocientes de desempenho – como, por exemplo, gastos diários com clientes. Normalmente, essas organizações não atendem de início a todos que precisam, logo, quanto mais controlados forem seus custos, mais clientes poderão atender com eficácia. Mensurações amplas de custos mensais ou anuais não ajudam a controlar custos de forma tão eficaz quanto rateios específicos. Esses parâmetros atuam como uma mensuração de desempenho alternativa, quando valores relativos ao lucro não forem aplicáveis. Formulação de Estratégias, Implementação e Controle Os processos de formulação de estratégias, implementação e controle são muitas vezes mais complicados nas organizações públicas do que nas empresas. Em geral, pode-se dizer que a maioria das organizações públicas tenta satisfazer necessidades sociais específicas. 57 Muitas vezes, o que diferencia as organizações públicas das empresas privadas é a presença de maiores restrições políticas sobre as escolhas estratégicas das primeiras. Muitas estratégias funcionais também são altamente restringidas pelas regras que governam departamentos como de Compras e o de Pessoal. Mesmo que a estratégia pudesse ser formulada e não ficasse sujeita a considerações políticas, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, sua implementação poderia representar um problema. Os administradores da rede pública têm menos autoridade sobre seus subordinados do que os de empresas com fins lucrativos. Decisões referentes a salários, promoções, rescisões contratuais e ações disciplinares estão, muitas vezes, sujeitas a regras predeterminadas e não ao julgamento do administrador. Os funcionários que implementam uma estratégia com entusiasmo podem receber as mesmas compensações daqueles que ignoram a estratégia a fim de buscar seus próprios objetivos. Como o sistema político é destinado a garantir uma rotatividade frequente, por meio de eleições programadas regularmente e de limitações dos mandatos, os líderes governamentais são encorajados a fazer uma abordagem de curto prazo da administração estratégica. Os eleitores tendem a reeleger políticos que os beneficiaram nos últimos meses em detrimento daqueles que têm um excelente plano de longo prazo, mas não demonstram muito em termos de resultados imediatos. As organizações públicas têm uma tendência de apresentar decisões estratégicas mais centralizadas que as organizações privadas. Seguindo o sistema de serviços públicos, que recompensa mais o tempo de serviço do que o mérito, poucos funcionários são capazes de perceber uma ligação entre seu desempenho e sua compensação. 58 Como os incentivos não são utilizados para canalizar seus esforços para as áreas adequadas de implementação estratégica, seu comportamento é, em vez disso, controlado por uma extensa rede de regras e procedimentos, o que resulta em uma configuração burocrática a qual a autoridade decisória é descentralizada. Outra dificuldade da implementação estratégica em algumas organizações públicas é que essas instituições têm profissionais que se sentem mais comprometidos com sua profissão do que com a organização em que trabalham em determinado momento. Portanto, os administradores estratégicos precisam persuadir essas pessoas a enfatizar suas responsabilidades, tanto em suas profissões quanto na organização. Análise Ambiental nas Consultorias Ao analisar as consultorias, o propósito foi o de conhecer algumas estratégias que se ajustam melhor a esse processo específico de administração mais adhocrática que burocrática. Diagnóstico É uma fase que não pode ser transposta ou apressada, mesmo que o consultor seja pressionado a fazê-lo: dela depende o melhor ou pior da consultoria. Foco O foco talvez seja o ponto mais importante a ser considerado na consultoria. Há pessoas que perdem seu foco ao ampliar suas atividades nas empresas. Como é difícil ser proficiente em mais de uma ou duas coisas, isto é percebido ao longo do tempo pelo contratante, gerando desconfiança sobre a consultoria. Parcerias Por causa do foco, parcerias entre profissionais de consultoria de áreas diferentes são desejáveis todo o tempo, pois permitem que a empresa seja 59 atendida nos diversos pontos de reorganização ou implementação de melhorias. As parcerias, de natureza estratégica, sempre merecem um destaque. Preço O cálculo deve levar em conta a possibilidade de pagamento da empresa. Não é viável apresentar proposta que não permita à empresa continuar sobrevivendo dignamente dentro do ambiente de negócios. A parte variável da remuneração do consultor deve ser proporcional ao ganho adicional que a empresa obteve, como resultado da ação do mesmo, na operação. Divulgação O esforço de marketing deve ser proporcional à capacidade de alavancar negócios; um percentual de esforço sobre receitas, analisado historicamente, indicará o ponto considerado como satisfatório, acima do qual o dispêndio de marketing não mais dará retorno.
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