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Unidade II DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO Prof. Euclides Pedrozo Fundamentos teóricos do crescimento econômico As teorias sobre o crescimento econômico podem ser divididas em: (i) teorias históricas; (ii) teorias formais sobre produção e crescimento. Adam Smith e os fundamentos A teoria clássica do valor é o conceito fundamental da Economia Política: Ela designa o atributo que dá aos bens materiais sua qualidade de bens econômicos. Conceito de valor-trabalho: a quantidade de trabalho dispendida na produção de um bem seria a medida do valor das mercadorias – ou preço real –, distinguindo-se do preço nominal delas. O crescimento do produto em Adam Smith O crescimento da produção depende dos seguintes fatores: Da taxa de crescimento populacional: endógena, pois depende dos meios de sustento disponíveis para alimentar a força de trabalho em expansão (subsistência da classe trabalhadora). Da taxa de crescimento do capital ou investimento: endógena, pois depende da taxa de lucro dos capitalistas (limitação de fundos). Da taxa de crescimento dos recursos naturais: exógena, pois depende da conquista de novas terras em outros países (condições político-institucionais). Retornos crescentes de escala o tamanho do mercado limita a extensão da divisão do trabalho e o aumento da produtividade. Ricardo e a Lei dos Rendimentos Decrescentes A fundamentação da teoria proposta por Ricardo passa pelas seguintes premissas: existência de rendimentos decrescentes dos fatores de produção; a força de trabalho é dependente das condições de vida; há concorrência entre proprietários de fatores de produção; o capitalista é maximizador de lucros. Fonte: o autor Implicações do modelo ricardiano de crescimento Pela lei dos rendimentos decrescentes: O rendimento de capitalistas e trabalhadores alcançaria um estado estacionário resultante do crescimento populacional e do cultivo em terras cada vez menos férteis. Ao chegar ao limite determinado pelo estado estacionário, a taxa de lucros seria tão baixa que a acumulação de capital simplesmente cessaria, prejudicando o desenvolvimento econômico. O crescimento econômico dependeria: da incorporação de maiores quantidades de fatores fixos de produção, no caso, a terra ou a aplicação de um programa econômico liberal vantagens comparativas do comércio internacional. Malthus e a dinâmica demográfica Premissas fundamentais: Fertilidade: dependia das condições históricas, definidas pelos hábitos dos trabalhadores. Mortalidade: dependia do padrão de vida, proporcionado pelos salários pagos aos trabalhadores. Fonte: o autor Interatividade Uma das proposições centrais da Teoria do Desenvolvimento de Adam Smith, no seu livro “A Riqueza das Nações”, é que: a) Em uma economia com n mercados, se n 1 mercados estão em equilíbrio, o enésimo mercado estará obrigatoriamente em equilíbrio. b) Em uma economia com n mercados, se o enésimo mercado estiver em desequilíbrio, não há convergência para o crescimento equilibrado. c) Em uma economia mercantil, o gasto determina a renda, independente do número de mercados. d) O tamanho do mercado é limitado pela extensão da liquidez. e) O tamanho do mercado limita a extensão da divisão social do trabalho na economia. Resposta Uma das proposições centrais da Teoria do Desenvolvimento de Adam Smith, no seu livro “A Riqueza das Nações”, é que: a) Em uma economia com n mercados, se n 1 mercados estão em equilíbrio, o enésimo mercado estará obrigatoriamente em equilíbrio. b) Em uma economia com n mercados, se o enésimo mercado estiver em desequilíbrio, não há convergência para o crescimento equilibrado. c) Em uma economia mercantil, o gasto determina a renda, independente do número de mercados. d) O tamanho do mercado é limitado pela extensão da liquidez. e) O tamanho do mercado limita a extensão da divisão social do trabalho na economia. Teorias sobre crescimento econômico do século XX Destacam-se cinco abordagens que dominaram o pensamento econômico durante o século XX: o modelo das mudanças estruturais; o enfoque da dependência internacional; o modelo dos estágios de crescimento; a abordagem neoclássica ou a Nova Teoria do Crescimento; a teoria de desenvolvimento econômico de Schumpeter. O modelo das mudanças estruturais O modelo estruturalista se concentra nos mecanismos pelos quais economias subdesenvolvidas transformam suas estruturas econômicas tradicionais (não capitalistas ou agrárias) em economias dinâmicas (industrializadas). Premissas: Centro: composto de países industrializados. Periferia: composta de países agrário-exportadores. Crescimento no centro acarreta em dois hiatos na periferia: Externo: desequilíbrio do balanço de pagamento em função dos problemas de difusão dos ganhos provenientes das inovações tecnológicas. Interno: problemas com fatores estruturais que acarretam em poupança insuficiente e baixa produtividade. O enfoque da dependência internacional Hipótese marxista: Tendência para a economia capitalista industrial funcionar em ciclos econômicos. Segundo o modelo de dependência internacional há dualidade no desenvolvimento dos países: Por um lado, existem os países exploradores dos países subdesenvolvidos. Por outro, a estrutura internacional de poder torna a independência econômica dos subdesenvolvidos difícil ou até mesmo impossível. Conclusão: o sistema de relações econômicas, financeiras, políticas e culturais mantém as economias subdesenvolvidas subordinadas aos grandes centros. O modelo dos estágios de crescimento Qualquer país, para atingir o desenvolvimento, deve passar por etapas que lhe proporcionem uma escalada a esse objetivo: I. Sociedade tradicional. II. Pré-condição para o arranco. III. O arranco (take-off). IV. A marcha para a maturidade. V. A era do consumo de massa. A abordagem neoclássica ou a Nova Teoria do Crescimento A análise econômica neoclássica caracteriza-se por ser microeconômica baseada no comportamento dos indivíduos e nas condições de existência de um equilíbrio: Negação da teoria do valor-trabalho da Escola Clássica e substituição por um fator subjetivo: a utilidade de cada bem e sua capacidade de satisfazer as necessidades humanas. Mecanismo da concorrência (interação entre oferta e demanda), explicado pela maximização do lucro pelos produtores e pela maximização do bem-estar pelos consumidores força reguladora da atividade econômica. O desenvolvimento deve ser analisado sob a ótica do livre mercado e do crescimento econômico de longo prazo baseado na expansão da riqueza e conhecimento. A teoria do desenvolvimento econômico de Schumpeter Schumpeter partiu da crítica à escola neoclássica da época, encabeçada pela teoria do equilíbrio geral competitivo, e analisou o papel da inovação tecnológica no crescimento econômico das nações e os próprios determinantes do progresso técnico: introdução de um novo bem no mercado; introdução de um novo método de produção, uma nova tecnologia; abertura de um novo mercado às empresas estabelecidas; conquista de uma nova fonte de matéria-prima; estabelecimento de uma nova organização produtiva. Interatividade O ponto de partida da Teoria do Subdesenvolvimento Estruturalista parte da hipótese da deterioração das relações de troca entre países centrais e periféricos, desde as primeiras etapas da industrialização capitalista. Essa tese se opõe diretamente à teoria: a) Do desenvolvimento desequilibrado, elaborada por Albert Hirschman. b) Da proteção às indústrias nascentes, elaborada por Hamilton e List. c) Da concorrência imperfeita, elaborada por Joan Robinson. d) Da demanda efetiva, elaborada por Keynes. e) Das vantagens comparativas, elaborada por Ricardo. RespostaO ponto de partida da Teoria do Subdesenvolvimento Estruturalista parte da hipótese da deterioração das relações de troca entre países centrais e periféricos, desde as primeiras etapas da industrialização capitalista. Essa tese se opõe diretamente à teoria: a) Do desenvolvimento desequilibrado, elaborada por Albert Hirschman. b) Da proteção às indústrias nascentes, elaborada por Hamilton e List. c) Da concorrência imperfeita, elaborada por Joan Robinson. d) Da demanda efetiva, elaborada por Keynes. e) Das vantagens comparativas, elaborada por Ricardo. Teorias formais sobre produção e crescimento Premissa neoclássica no longo prazo, o crescimento econômico é impulsionado pelas seguintes condições: acumulação do capital via poupança doméstica ou externa; inovações tecnológicas; elevação da eficiência do trabalho. Os principais modelos formais do crescimento – também conhecidos como modelos pós-keynesianos – são: O modelo Harrod-Domar; O modelo de Solow-Swan. Modelo Harrod-Domar O modelo Harrod-Domar destaca três variáveis básicas para o crescimento da capacidade produtiva dos países: a taxa de investimento; a taxa de poupança; a relação incremental capital-produto (K/Y). Premissas dois efeitos econômicos em função de uma variação no nível de investimentos: Variação da demanda: após um aumento nos níveis de investimento decorre uma elevação na demanda pelo produto. Variação na capacidade produtiva: o investimento é capaz de aumentar a capacidade da economia em elaborar produtos. Crescimento equilibrado de longo prazo Considerando-se os efeitos demanda e capacidade, pode-se incorrer no seguinte problema: Se a cada período ocorrem investimentos, no período seguinte observa-se um aumento da capacidade produtiva. Tal efeito pode resultar em um aumento da capacidade ociosa. Para que isso não ocorra, é necessário que tenhamos um crescimento equilibrado, ou seja, produto potencial e produto efetivo devem ser iguais no longo prazo. Crescimento do produto potencial de longo prazo Equação de crescimento do produto potencial: 𝑌 = 𝜎𝑠 𝑌: taxa de crescimento do produto no tempo. 𝜎 = 1 𝑘 : produtividade média social potencial do capital, em que k é a relação entre capital (K) e produto (Y). s: taxa de poupança. Crescimento do produto potencial de longo prazo: efeitos Podemos descrever os seguintes efeitos a partir da equação de crescimento do produto potencial de longo prazo: Caso ocorra um aumento na taxa de poupança (↑ 𝑠), teremos um aumento na taxa de crescimento do produto (↑ 𝑌). Caso ocorra uma redução na relação capital-produto (↓ 𝑘), que equivale a um aumento na produtividade (↑ 𝜎), teremos um aumento na taxa de crescimento do produto (↑ 𝑌). Interatividade O modelo de crescimento de Harrod-Domar considera que o desenvolvimento econômico é um processo gradual e equilibrado. Embora apresente uma visão excessivamente mecânica, ele destaca a importância de três variáveis básicas para o crescimento: a taxa de investimento, a taxa de poupança e a relação capital-produto. Por esse aspecto, supondo uma taxa de poupança (propensão a poupar) de 20% e uma relação capital-produto igual a 3, a taxa de crescimento do produto será: a) 60%. b) 16,67%. c) 6,67%. d) 6%. e) 0,67%. Resposta O modelo de crescimento de Harrod-Domar considera que o desenvolvimento econômico é um processo gradual e equilibrado. Embora apresente uma visão excessivamente mecânica, ele destaca a importância de três variáveis básicas para o crescimento: a taxa de investimento, a taxa de poupança e a relação capital-produto. Por esse aspecto, supondo uma taxa de poupança (propensão a poupar) de 20% e uma relação capital-produto igual a 3, a taxa de crescimento do produto será: a) 60%. b) 16,67%. c) 6,67%. d) 6%. e) 0,67%. Contabilidade do crescimento econômico Modelo Harrod-Domar: o produto per capita ou produto por trabalhador de um país depende do estoque de capital por trabalhador e da taxa de poupança. Contabilidade do crescimento: Modelo de Solow: o nível de conhecimento acumulado pela sociedade também interfere na trajetória de crescimento econômico de longo prazo. A variação ao longo do tempo do produto por trabalhador, ou seja, o crescimento econômico, depende das mudanças que ocorrem na dotação relativa capital-trabalho e no conhecimento (o fator que determina a produtividade do trabalho e/ou do capital). A função de produção agregada A produção agregada, Y = f(A,K,L), é uma função do capital (K), do trabalho (L) e do conhecimento (A). Hipóteses em relação à função de produção: retornos constantes de escala; ausência de produção livre; retornos decrescentes de fatores produtivos. Fonte: o autor Fronteiras de possibilidade de produção (FPP) e eficiência produtiva Eficiência de escala: entre todos os níveis de produção possíveis, as empresas devem escolher o que maximiza os benefícios. Eficiência alocativa: entre todas as combinações de fatores possíveis para se atingir a eficiência de escala, as empresas selecionam a combinação que minimiza os seus custos. Eficiência técnica: quando as empresas obtêm o máximo de produto possível para a combinação de fatores escolhida. Fonte: o autor Decomposição da taxa de crescimento O ponto de partida da contabilidade de crescimento é uma função de produção agregada: 𝑌 = 𝑓(𝐴,𝐾, 𝐿) Crescimento do produto de longo prazo: é igual à média ponderada do crescimento do capital e do trabalho, mais a taxa de inovação tecnológica: 𝑌 𝑌 = 𝛾𝐴 𝐴 𝐴 + 𝛾𝐾 𝐾 𝐾 + 𝛾𝐿 𝐿 𝐿 Inovação tecnológica O termo 𝐴 𝐴 na equação que mede a taxa de crescimento do produto costuma ser chamado de crescimento da produtividade total de fatores (PTF). Assim, com base na última expressão, podemos concluir que a taxa de crescimento do produto agregado 𝑌 𝑌 é uma composição: Da taxa de progresso tecnológico 𝐴 𝐴, ou aumento da PTF, ponderada pela participação da tecnologia na produção. Da taxa de crescimento do capital 𝐾 𝐾, ponderada pela participação do capital na produção. Da força de trabalho 𝐿 𝐿, ponderada pela participação da mão de obra na produção. Interatividade A tecnologia exerce papel fundamental na Economia de Mercado, pois ela é determinante: a) Para a geração de excedentes produtivos no que se refere à quantidade produzida. b) Para a geração de déficits produtivos no que se refere à variedade produzida. c) Para a ampliação do bem-estar imaterial. d) Para extinção da extrema pobreza. e) Para aprimorar as relações internacionais no que se refere à geração de superávits comerciais. Resposta A tecnologia exerce papel fundamental na Economia de Mercado, pois ela é determinante: a) Para a geração de excedentes produtivos no que se refere à quantidade produzida. b) Para a geração de déficits produtivos no que se refere à variedade produzida. c) Para a ampliação do bem-estar imaterial. d) Para extinção da extrema pobreza. e) Para aprimorar as relações internacionais no que se refere à geração de superávits comerciais. ATÉ A PRÓXIMA!
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