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Yasmin Cabral de Oliveira Franco yasmiincabral@gmail.com Graduanda em Licenciatura em Artes Visuais – UNESPAR – FAP GOLÇALVES, M. A.; HOLLANDA, H. B. Cultura e Participação nos anos 60. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1982. Yasmin Cabral de Oliveira Franco Graduada em letras pela PUC/RJ, Heloisa Buarque de Hollanda atua hoje como professora Emérita de Teoria Crítica da Cultura da Escola de Comunicação e Coordenadora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea vinculado ao Programa de Pós Graduação Ciência da Literatura, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além de pesquisadora, já assumiu a posição de criadora e coordenadora do Seminário de Documentação Literária da Faculdade de Letras da UFRJ. Um ano depois, escreve, dirige e apresenta o programa sobre literatura, cinema e música Café com Letra, na rádio MEC. Sua pesquisa passa pela poesia marginal (26 Poetas Hoje, de 1976) e atualmente se encontra na área da relação de gênero sendo uma das referências publicadas ao movimento feminista (Explosão feminista: Arte, cultura, política e universidade, 2018). Escreve o livro junto com Marcos Augusto Gonçalves, formado em literatura pela PUC/RJ e mestre em Comunicação pela UFRJ, foi editor e ilustrador do caderno Mais! Na Folha de SP, onde trabalha até os dias atuais como escritor e editor. Cultura e participação nos anos 60 visa trazer um recorte histórico e político da época. Nas primeiras páginas os autores dão ênfase a essa contextualização destes anos. Trazendo o movimento engajado, assim como a importância dos métodos de Paulo Freire e como estes eram usados para uma alfabetização política. Salientando a condição industrial crescente no Brasil e como esta mudança gerou consequências sociais e econômicas profundas no país “A dinâmica desse novo modelo de desenvolvimento resulta em uma profunda exclusão social” (p.18). Neste contexto em que a arte, além de abrigar o movimento social, tinha como a sua maior expressividade a sua opinião. As artes visuais também se encontravam nesse contexto, em que havia uma postura provocativa em relação ao público. Um movimento de questionamentos não apenas sobre a questão política, mas sobre a mobilização das pessoas em relação ao contexto. Assim, pode-se dizer que dois movimentos aparecem como influenciadores para a cultura dos anos 60: o Cinema Novo e o Tropicalismo. O primeiro com uma influência de relfexão política e estética e o segundo com um movimento de renovação da canção popular, abrindo novas possibilidades. O cinema apresentava-se enquanto linguagem e forma de conhecimento da realidade brasileira sem deixar passar a discussão sobre a dificuldade para consolidar uma produção cinematográfica nacional. A estética cinemanovista passa a influenciar a estética tropicalista, o corte, a justaposição passam a ganhar um olhar mais atento de uma juventude angajada. A ideia de uma cultura moderna estava atrelada a revisão do nascionalismo e da idealização populista, assim como “capaz de elaborar criticamente a diversidade Yasmin Cabral de Oliveira Franco yasmiincabral@gmail.com Graduanda em Licenciatura em Artes Visuais – UNESPAR – FAP de infomações – inclusive de ordem internacional – atualizadas pela nova dinâmica da dependência.” (p.52) A música assumia um caráter provocativo e renovador ao usar do ponto de encontro entre a musicalidade brasileira e a modernidade musical. Atentos a correntes urbano-industriais dos países centrais ficavam mais preparados para as críticas no circuito de produção e consumo cultural que se estruturava no Brasil, além da presente participação do movimento estudantil que envolviam apresentações em locais de calorosas participações, em que se tornar adepto daquela ou da outra música significava muitas vezes ares de opinião pública. No âmbito teatral, o bom comportamento fora substituído pela indagação agressiva, a “arte suja” domina os corpos teatrais interessados pelas investigações de novas formas. Assim a participação cultural saía da mera relação com o posicionamento político e passa para um espaço aberto de invenções e provocações com um redimensionamento da relação com o público. Os movimentos chegam no fim dos anos 60 com novas questões, com a cultura do consumo em crescente o Tropicalismo se vê diante dois polos: exigência política e solicitação da indústria. De forma genial o movimente opta pelas duas, ou seja, desloca-se do eixo da revolução social para o eixo de rebeldia. Surgindo aos poucos um Nova Esquerda em que as problemáticas pessoais, junto com minorias ganhavam espaços de reinvindicação. O movimento estudantil passa por um processo de desassociação devido à forte repressão, em 65 a Lei Suplicy passa a colocar na ilegalidade a UNE, que mesmo extinta mantinha encontros em situações um tanto precárias e por fim descoberto pela polícia. São nas últimas páginas que se lê as palavras em depoimentos de manifestantes, artistas, estudantes que viveram e sentiram os anos 60. Depoimentos como estes que vão além de simples palavras. Acredito que é neste ponto em que a pesquisa se conecta com o livro em sua maior necessidade: expor o que ainda não está totalmente explícito. Pesquisar artistas que produziam naquela época não é apenas sobre uma leitura de uma ou outra obra, entra-se no contexto pela forma mais expressiva: pela arte. Faz-se junto a análise de um histórico artístico, uma análise social, uma análise histórica. E são nesses depoimentos finais em que se tem o mais profundo “legado dos anos 60”. Yasmin Cabral de Oliveira Franco yasmiincabral@gmail.com Graduanda em Licenciatura em Artes Visuais – UNESPAR – FAP Referências GOLÇALVES, M. A.; HOLLANDA, H. B. Cultura e Participação nos anos 60. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1982. HELOISA Buarque de Hollanda. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa7605/heloisa-buarque-de- hollanda>. Acesso em: 11 de Set. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 HELOISA Buarque de Hollanda. In: Institutos de Ensinos Avançados da Universidade de São Paulo. São Paulo: Universidade de São Paulo., 2018. Disponível em: <http://www.iea.usp.br/pessoas/pasta-pessoah/heloisa-buarque- de-hollanda >. Acesso em: 11 de Set. 2020. MARCOS Augusto Gonçalves In: Companhia das Letras. Disponível em: < https://www.companhiadasletras.com.br/autor.php?codigo=03102#:~:text=Marc os%20Augusto%20Gon%C3%A7alves%20%2D%20Grupo%20Companhia%20 das%20Letras&text=Nasceu%20em%201956.,diversos%20ve%C3%ADculos% 20da%20imprensa%20brasileira.> Acesso em: 14 de Set. 2020.
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