Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO FINANCEIRO ÍNDICE Direito financeiro. Conceito e objeto. O Direito financeiro na Constituição Federal de 1988. Normas gerais e orçamento...... 01 Despesa pública. Conceito e classificação de despesa pública. Disciplina constitucional dos precatórios................... 03 Receita pública. Conceito. Ingresso e receitas. Classificação das receitas públicas................................................................. 05 Dívida pública: conceito; evolução; classificação; disciplina jurídica e processamento.......................................................... 06 Orçamento público. Conceito, espécies e natureza jurídica. Princípios orçamentários......................................................... 09 Fiscalização e controle orçamentário......................................................................................................................................................... 15 Normas gerais de Direito Financeiro.......................................................................................................................................................... 18 Lei nº 4.320/1964 e suas alterações........................................................................................................................................................... 19 Lei Complementar nº 101/2000 e suas alterações (Lei de Responsabilidade Fiscal).............................................................. 20 Direito previdenciário: Seguridade social. Conceito, origem e evolução legislativa no Brasil............................................. 24 Organização e princípios. Custeio da seguridade social..................................................................................................................... 26 Receitas, contribuições sociais, saláriode-contribuição....................................................................................................................... 27 Regime geral de previdência social. Segurados e dependentes. Filiação – e inscrição. Carência. Espécies de benefícios e prestações, disposições gerais e específicas. Saláriode–benefício. Renda mensal inicial. Reajustamento e revisão. Prescrição e decadência. Acumulação de benefícios. Justificação. Ações judiciais em matéria previdenciária. Acidente de trabalho........................................................................................................................................................................................ 30 Regime próprio de previdência dos servidores públicos................................................................................................................... 35 Contagem recíproca de tempo de contribuição e compensação financeira.............................................................................. 35 Previdência complementar............................................................................................................................................................................. 38 Leis Complementares Distritais nº 769/2008 e nº 932/2017............................................................................................................ 38 1 D IR EI TO F IN AN CE IR O DIREITO FINANCEIRO; CONCEITO E OBJETO; O DIREITO FINANCEIRO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988; NORMAS GERAIS E ORÇAMENTO O ramo de direito financeiro acaba sendo pouco lem- brado nos cursos de graduação para bacharel em Direito. Todavia, são diversos os concursos públicos que exigem tal matéria em seu edital, seja aspectos doutrinários, ou até mesmo algo mais pontual, como a fiscalização or- çamentária dos entes públicos. É imprescindível para qualquer concursando ter, pelo menos, uma noção geral dessa matéria. DIREITO FINANCEIRO: CONCEITO E OBJETO Doutrinariamente costuma-se definir o Direito Finan- ceiro como o ramo do Direito Público que estuda o or- denamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira e que se estabeleceram entre o Estado e o particular. Importante destacar que ele está contido no ramo de Direito Público, uma vez que seu objetivo principal é atender às necessi- dades públicas do Estado de captar recursos e sua con- sequente divisão isonômica entre os entres Federados e Particulares como um todo. Apesar de serem muito parecidos, o direito financeiro não se confunde com o direito tri- butário. O foco do direito financeiro é atender às necessidades públicas do Estado mediante um gasto inteligente de recursos, enquanto o direito tributário cuida apenas da execução/ arrecadação desses recursos. Pode-se afirmar que o direito financeiro é o corpo do Estado, enquanto o direito tributário são as mãos do mesmo. #FicaDica Como já foi exposto, o objeto do direito financeiro são as relações jurídicas de distribuição de receitas e ver- bas públicas, por parte do Estado, para diversos setores da sociedade. Mais especificamente, o direito financeiro comporta o estudo da atividade financeira do Estado, que compreende os seguintes institutos: a) a fiscalização contábil; b) as receitas e despesas públicas; c) os créditos e dívidas públicas; e d) o orçamento público. Veremos cada um desses institutos mais detalhadamente. Em relação as suas fontes, nós podemos verificar nor- mas de direito financeiro tanto em âmbito constitucional como infraconstitucional. 1. Direito Financeiro na Constituição Federal de 1988 A Constituição Federal (CF) de 1988, também conhe- cida como “Constituição cidadã”, é um marco da rede- mocratização do País, contendo dispositivos com ideo- logias diversas e bastante eclética. É importante ressaltar que, mais do que uma simples “carta política”, a Consti- tuição Federal é um instrumento normativo que origina e fundamenta todo o ordenamento jurídico brasileiro. Sobre a matéria de direito financeiro, a CF é conside- rada fonte primária, vez que ela inova no ordenamento jurídico ao regulamentar o orçamento público do Estado brasileiro. Os artigos 70 a 75 da CF/1988 dispõem sobre a fis- calização contábil, financeira e orçamentária de todos os entes públicos, incluindo a União, Estados, Municípios, Distrito Federal, e os entes descentralizados da adminis- tração pública indireta. Essa fiscalização é exercida pri- mordialmente pelo Congresso Nacional (Poder Legisla- tivo). Já os artigos 163 a 169 da CF/1988 regulamentam o orçamento público, estabelecendo um procedimento complexo e cíclico, que envolve desde a elaboração de um planejamento por um período em torno de um man- dato eletivo (4 anos aproximadamente), até a elaboração anual de uma lei orçamentária, determinando o que o Es- tado deve arrecadar e gastar com cada setor relevante da sociedade, bem como o quanto deve gastar e arrecadar. No âmbito infraconstitucional, o direito financeiro também encontra-se presente, sobretudo na legislação. Primeiramente, cumpre ressaltar que a competência para legislar sobre direito financeiro é concorrente entre a União, Estados, Municípios e Distrito Federal, conforme o artigo 24, incisos I e II, da CF/1988. A Lei nº 4.320/1964, também conhecida como a Lei Orçamentária, estatui normas gerais de Direito Financei- ro para elaboração e controle dos orçamentos e balan- ços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal do Estado. A seu devido tempo, passaremos a analisar toda essa normas jurídicas. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 2 D IR EI TO F IN AN CE IR O EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (PGE-PE – ASSISTENTE DE PROCURADORIA – CES- PE – 2019) Para limitar os gastos do governo, um dos mecanismos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orçamentária e financeira bem como o cronograma mensal de desembolso.Acer- ca desse assunto, julgue o item subsequente. O ato pelo qual determinada unidade orçamentária ou administrati- va transfere a outras unidades orçamentárias ou adminis- trativas o poder de utilizar créditos que lhes tenham sido dotados caracteriza o que se denomina descentralização de créditos. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Certo. A descentralização é uma transfe- rência orçamentária entre órgãos e/ou entidades inte- grantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse recíproco ou somente da unidade orçamentária descentraliza- dora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática. 2. (TCE-PE – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – CES- PE – 2017) Com referência ao direito financeiro, julgue o item seguinte. Além de disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, o di- reito financeiro regulamenta a atividade financeira do Estado no que diz respeito a orçamento público, receita pública, despesa pública, crédito público, responsabilida- de fiscal e controle da execução orçamentária. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Errado. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é estudado pelo direito econômico, compreen- dido como o conjunto de normas e regras que regu- lam a produção e a circulação de produtos e serviços, com vista ao desenvolvimento econômico do país jurisdicionado, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno, a luta e disputa lá esta- belecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos para explorarem o mercado. O direito financeiro, ao contrário, ocupa-se com a atividade fi- nanceira do Estado que, apesar de terem nomes pare- cidos, não corresponde ao SFN. 2. Normas gerais de direito financeiro e orçamen- to No âmbito infraconstitucional, o direito financeiro também encontra-se presente, sobretudo na legislação. Primeiramente, cumpre ressaltar que a competência para legislar sobre direito financeiro é concorrente entre a União, Estados, Municípios e Distrito Federal, conforme o artigo 24, incisos I e II, da CF/1988. A Lei nº 4.320/1964, também conhecida como a Lei Orçamentária, estatui normas gerais de Direito Financei- ro para elaboração e controle dos orçamentos e balan- ços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal do Estado. A seu devido tempo, passaremos a analisar toda essa normas jurídicas. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (PGE-PE – ASSISTENTE DE PROCURADORIA – CES- PE – 2019) Para limitar os gastos do governo, um dos mecanismos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orçamentária e financeira bem como o cronograma mensal de desembolso. Acer- ca desse assunto, julgue o item subsequente. O ato pelo qual determinada unidade orçamentária ou administrati- va transfere a outras unidades orçamentárias ou adminis- trativas o poder de utilizar créditos que lhes tenham sido dotados caracteriza o que se denomina descentralização de créditos. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Certo. A descentralização é uma transfe- rência orçamentária entre órgãos e/ou entidades inte- grantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse recíproco ou somente da unidade orçamentária descentraliza- dora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática. 2. (TCE-PE – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – CES- PE – 2017) Com referência ao direito financeiro, julgue o item seguinte. Além de disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, o di- reito financeiro regulamenta a atividade financeira do Estado no que diz respeito a orçamento público, receita pública, despesa pública, crédito público, responsabilida- de fiscal e controle da execução orçamentária. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Errado. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é estudado pelo direito econômico, compreen- dido como o conjunto de normas e regras que regu- lam a produção e a circulação de produtos e serviços, com vista ao desenvolvimento econômico do país jurisdicionado, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno, a luta e disputa lá esta- belecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos para explorarem o mercado. O direito financeiro, ao contrário, ocupa-se com a atividade fi- nanceira do Estado que, apesar de terem nomes pare- cidos, não corresponde ao SFN. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 3 D IR EI TO F IN AN CE IR O DESPESA PÚBLICA; CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE DESPESA PÚBLICA; DISCIPLINA CONSTITUCIONAL DOS PRECATÓRIOS A importância da Despesa Pública no processo orça- mentário, está no controle da execução que possibilita atingir metas governamentais, garantindo o cumprimen- to dos limites legais de certas despesas. Isso quer dizer que o Estado não pode gastar sua re- ceita como bem entender, mas deve respaldá-la nas leis que assim as define para que o gasto seja (re)direcionado para sua real finalidade satisfazendo, assim, as necessi- dades públicas e a sua manutenção. O dinheiro que o Estado possui não é tecnicamente dele, e sim do povo brasileiro. Por isso, surge essa necessidade de exercer um controle sobre aquilo com o que os governos devem gastar. Conceito de Despesa Pública Despesas Públicas representam o conjunto de dispên- dios do Estado, ou de outra pessoa de Direito Público, com a finalidade de funcionamento dos serviços públi- cos e de atendimento às necessidades coletivas aplican- do certa quantia dentro de uma autorização legislativa, buscando a manutenção das atividades do ente estatal ou para a conservação ou construção de bens públicos. Essa estrutura de despesas varia com o tempo e re- flete o próprio estágio de desenvolvimento econômico do País. Em países mais pobres predominam as despesas correntes, pois o setor público tem uma base menor para aplicar tributos, sobrando menos recursos para os gas- tos de capital. O setor público brasileiro, por conta dos ajustamentos fiscais com vistas a controlar o processo inflacionário das últimas décadas, ficou com margem es- treita para os gastos de capital em décadas recentes. Por isso, a venda de várias empresas estatais, especialmen- te no período entre 1994 e 2002, e o recurso à Parceria Público-Privadas (PPP), ainda mantido, para aumentar a capacidade de investimento em infraestrutura. A escolha do procedimento das despesas públicas a ser adotada dependerá das motivações e dos objetivos do governante, desde que este não perca o foco de me- lhor satisfação social, sempre em benefício da coletivi- dade. As regras de despesas públicas encontram-se em âmbito constitucional e infraconstitucional. No âmbi- to constitucional, temos algumas vedações em relação as despesas previstas na lei orçamentária. Segundo o § 3º do artigo 166, as emendas ao projeto de lei do orça- mento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso indiquem os recursos neces- sários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, não podendo recair sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; e c) trans- ferências tributárias constitucionais para Estados, Muni- cípios e Distrito Federal. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suple- mentares, com prévia e específica autorização legislativa (art. 166, § 8º). Mas os aspectos mais relevantes das despesas pú- blicas encontram-se na legislação. Para sua execução a despesa deve percorrer os estágios, dispostos na Lei nº 4.320, de 1964: A) Empenho (artigo 58): o empenho de despesa é o ato emanadode autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. B) Liquidação (artigo 63): a liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. C) Pagamento (artigo 65): o pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regular- mente instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento. Para executar o pagamento, a ordem é o despacho exarado por autoridade com- petente, determinando que a despesa seja paga. Há um sistema de classificação das despesas públicas em função do modo como afetam o patrimônio público, verificando se houve a diminuição patrimonial ou se o que ocorreu foi apenas uma mudança nos elementos pa- trimoniais quando da realização dessa despesa orçamen- tária. Como as despesas orçamentárias representam to- dos os gastos públicos, é imprescindível que se observe na contabilidade estatal como o patrimônio foi afetado. Sendo assim, as despesas legais são aquelas respal- dadas pela Lei Federal 4.320/64, sendo classificadas em despesas correntes e despesas de capital. I) Despesas correntes: São aquelas que, no momen- to da sua realização, ocasionam uma redução do patrimônio do ente, constituindo fatos contábeis modificativos diminutivos, pois não contribuem de forma direta para a formação ou aquisição de um bem, destinadas à manutenção e ao funcionamento dos serviços públicos. Estão previstas no artigo 12 e seguintes a Lei nº 4.320/1964, podendo subdividir- -se em: a) despesas de custeio, e b) transferências correntes. II)Despesas de capital: são aquelas que, no momen- to da sua realização, não ocasionam uma redução do patrimônio do ente, pois constituem fatos con- tábeis permutativos que se conectam ao conceito de investimento do setor público, pois esses gas- tos irão ser utilizados para aquisição ou constitui- ção de bens de capital, criando, assim, a produção de novos bens e serviços. Também previstas no artigo 20 e seguintes da Lei nº 4.320/1064, essas despesas são divididas em investimentos, inver- sões financeiras e transferência de capital. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 4 D IR EI TO F IN AN CE IR O III) Despesas obrigatórias de caráter continuado: tal classificação encontra-se na Lei de Responsabi- lidade Fiscal, em seu artigo 17. As despesas obriga- tórias de caráter continuado é a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato admi- nistrativo normativo, executadas por um período superior a dois exercícios. Os atos que criarem ou aumentarem tais despesas deverão ser instruídos com a estimativa de impacto orçamentário-finan- ceiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, além de demonstrar a ori- gem dos recursos para seu custeio. IV) Despesas com pessoal: previstas no artigo 18 da LRF, correspondem ao somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros do Poder, com quaisquer espécies re- muneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposen- tadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. DISCIPLINA DOS PRECATÓRIOS Precatório judicial é a carta de sentença remetida pelo juiz da comarca ao presidente do Tribunal de Justiça, para que este requisite pagamento de quantia certa, exe- cutando condenação da administração direta, autarquias e fundações regidas pelo direito público. Esta dívida judicial é regulada no art. 100 da Cons- tituição, norma que, entre vários comandos, prescreve a estrita ordem temporal dos desembolsos; proíbe a designação, no crédito de orçamento, de situações ou pessoas; estabelece a inclusão orçamentária dos preca- tórios comparecidos até 1º de julho, devendo o paga- mento acontecer até, no máximo, o término do exercício seguinte (31 de dezembro). Para evitar favorecimento de tal ou qual credor, a se- quência temporal (o texto constitucional fala em ordem cronológica) é requisito essencial no exame da despe- sa com sentenças judiciárias, nisso também considera- do que preterições acarretam sequestro de dinheiros do município infrator. Todavia, essa regra da ordem cronológica apresenta exceções previstas na própria Constituição: é o caso dos precatórios de origem alimentícia, e os requisitórios de pequeno valor. Precatórios alimentares são os que provêm de re- clamações trabalhistas (salários, pensões, vantagens fun- cionais) e indenizações fundadas na responsabilidade civil da Administração Pública (morte ou invalidez). Di- ferente, os não-alimentares relacionam-se, sobretudo, à desapropriação de imóveis. Requisitórios de baixo valor da União são as quan- tias inferiores a 30 (trinta) salários mínimos, nos termos da EC nº 37, de 2002. Atualmente (2019), é o equivalente a R$ 29.940,00. No Estado, é o equivalente a quarenta salários mínimos (R$ 39.920,00). Tais valores, por serem considerados ínfimos e de baixo vulto, essas pendências dispensam a formalização do precatório, devendo, con- tudo, estarem quitadas em sessenta dias, sob pena de sequestro das disponibilidades de caixa (artigo 17, Lei nº 10.259/2001). EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (MPC-PA – ASSISTENTE MINISTERIAL DE CONTRO- LE EXTERNO – CESPE – 2019) A União poderá efetuar transferência voluntária de recursos para determinado município que esteja inadimplente com o pagamento de empréstimos anteriormente realizados, se: a) A transferência for destinada ao financiamento de ações de educação, saúde e assistência social. b) O município cumprir com os limites das dívidas conso- lidada e mobiliária. c) houver dotação orçamentária própria na lei orçamen- tária anual da União. d) A transferência se destinar ao pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista. e) Os recursos forem utilizados em finalidade diversa da pactuada na transferência. Resposta: Letra A. O artigo 25 da Lei de Responsabi- lidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) dispõe sobre as transferência voluntária de recursos. Trata-se de um procedimento que pode ser suspenso se o ente federado estiver inadimplente com os empréstimos anteriormente realizados. Todavia, o § 3º do mesmo artigo 25 dispõe que Para fins da aplicação das san- ções de suspensão de transferências voluntárias cons- tantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência so- cial, dado o importante caráter nobre desses setores. 2. (MPC-PA – ASSISTENTE MINISTERIAL DE CONTRO- LE EXTERNO – CESPE – 2019) Cumpridas todas as exi- gências da etapa de planejamento de determinada des- pesa, o próximo estágio a ser cumprido para a execução dessa despesa denomina-se a) fixação. b) liquidação. c) empenho. d) pagamento. e) controle. Resposta: Letra C. A questão exigia que o candida- to tivesse conhecimento de todo o procedimento de execução, que ocorre depois do planejamento da des- pesa. São, ao todo, três etapas: empenho, liquidação e pagamento. O empenho é o ato emanado de auto- ridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 5 D IR EI TO F IN AN CE IR O RECEITA PÚBLICA; CONCEITO; INGRESSO E RECEITAS; CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS Conceito, ingresso e receitas Entende-se por receitas públicas todo montante de valoresou bens que entram nos cofres públicos em defi- nitivo, destinados a suprir as despesas públicas. De modo geral, pode-se afirmar que as receitas são tudo que “en- tra” nos cofres públicos, enquanto que as despesas são tudo que “saem” do mesmo. A existência das receitas públicas deriva da necessi- dade de arrecadação dos entes federativos para movi- mento da máquina estatal. Assim como ocorre com as despesas, as receitas pú- blicas também passam por etapas até o seu devido in- gresso nos cofres públicos. Podemos dividir as etapas das receitas em duas grandes fases também: a fase de planejamento, e a fase de execução. A fase de planejamento compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observadas as dispo- sições constantes da Lei de Responsabilidade Fiscal. A previsão de receita antecede à fixação do montante de despesas que irão constar nas leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financia- mento do governo. A fase de execução, por sua vez, divide-se em três etapas: A) Lançamento: o lançamento, segundo o art. 53 da Lei nº 4.320/1964, é o ato da repartição compe- tente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. B) Arrecadação: Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou deve- dores, por meio de agentes arrecadadores ou ins- tituições financeiras autorizadas pelo ente. Confor- me o art. 35 da Lei nº 4.320/1964, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de caixa para o ingresso das receitas públicas C) Recolhimento: É a transferência dos valores arre- cadados à conta específica do Tesouro, responsá- vel pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei nº 4.320/1964. 1. Classificação das receitas A Lei Orçamentária (Lei nº 4.320/1964) dispõe, em seu artigo 11, costumar classificar as receitas públicas baseado em diversos critérios: I) Quanto ao aspecto contábil: a) Receitas correntes: são as receitas que se esgo- tam dentro do período anual, como os casos das receitas e impostos que se extinguem no decurso da execução orçamentária. Sua finalidade é a de cobrir os gastos das despesas correntes. b) Receitas de capital: são aquelas receitas públicas que alteram o patrimônio duradouro do Estado, como os produtos de empréstimo contraídos pelo Estado a longo prazo. É o caso das receitas que advém da cobrança de dívidas, a conversão em es- pécie de bens e direitos, etc. II) Quanto à periodicidade: a) Receitas ordinárias: são as receitas públicas rece- bidas com regularidade no movimento normal das atividades do ente federativo, como a arrecadação de tributos. b) Receitas extraordinárias: são receitas não-per- manentes, que ocorrem em apenas alguns casos excepcionais. É o caso de recebimento de valores em período de guerra, ou alguma doação. III) Quanto à origem: a) Receitas originárias: são as receitas que decorrem da exploração da própria atividade econômica do ente federativo. Podem também Decorrer dos pró- prios bem do ente federativo (alienação de bens, locação de imóvel, etc). O Estado pode explorar atividade econômi- ca por conta própria, ou mediante alguns membros da administração indireta. É o caso das empresas públicas e das sociedades de economia mista, são pessoas jurídicas de direito privado que tem como principais atividades a prestação de serviços públicos, bem como a exploração de atividade econô- mica, por sua conta, possuindo responsabi- lidade objetiva pela prática de atos danosos de seus agentes. #FicaDica b) Receitas derivadas: são as receitas que decorrem do patrimônio do particular ou do pagamento por este feito em contraprestação de serviços públicos prestados. Sendo compulsórias quando o compor- tamento previsto em lei assim estabelecer, como nos casos de tributos e multas tributárias. c) Receitas transferidas obrigatórias: são aquelas receitas públicas que foram arrecadas por um ente federativo, em razão de a este ter sido dada a com- petência tributária, mas que, por determinação le- gal, devem ser repassadas a outro ente federativo na totalidade ou em parte. É o caso do estado que, ao arrecadar o imposto sobre a propriedade de veículo automotor (IPVA) deve passar 50% das re- ceitas aos municípios, por expressa previsão cons- titucional (art. 158, III, CF/1988). user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 6 D IR EI TO F IN AN CE IR O EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (PREFEITURA DE BOA VISTA-RR – PROCURADOR MUNICIPAL – CESPE – 2019) De acordo com a Consti- tuição Federal de 1988, julgue o seguinte item, acerca de direito financeiro e princípios orçamentários. É viável incluir na lei orçamentária municipal autorização para a contratação, pelo município, de operação de cré- dito por antecipação de receita. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Certo. Por previsão constitucional, a pró- pria Lei Orçamentária Anual poderá conter autoriza- ção para contratação de operações de crédito por antecipação de receita. Segundo o artigo 165, § 8º, da CF/1988, A lei orçamentária anual não pode con- ter dispositivo estranho à previsão da receita e à fixa- ção da despesa, não se incluindo na proibição a au- torização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Trata-se de exceção ao princípio da exclusividade. 2. (SLU-DF – ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓ- LIDOS – CESPE – 2019) A respeito de receitas e dívida ativa, julgue o item subsequente. Embora todas as receitas públicas passem obrigatoria- mente pelo estágio de arrecadação, nem todas elas pas- sam pelo estágio de lançamento. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Certo. A questão exigia que o candidato tivesse conhecimento das etapas da fase de execução das receitas públicas. São ao todo três: lançamento, arrecadação e recolhimento. Lançamento é ato da re- partição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscre- ve o débito desta, sendo muito utilizado pelos Fiscais da Receita, na arrecadação de tributos. Já a arrecada- ção corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente. A frase está correta, pois existem créditos de natureza não tributária (recei- tas de serviços, empréstimos creditícios, etc) que são considerados receitas públicas, mas que é dispensável o ato de lançamento, passando diretamente para o es- tágio de arrecadação. DÍVIDA PÚBLICA: CONCEITO; EVOLUÇÃO; CLASSIFICAÇÃO; DISCIPLINA JURÍDICA E PROCESSAMENTO Se o Estado possui competência para realizar gastos (despesas) e arrecadar valores (receitas), bem como ad- mitir influxo de crédito, pela lógica, ele também deve ter competência para exigir seu crédito diante do particular. É sobre isso que trata a dívida pública. A dívida pública (ou déficit público) corresponde a uma gama de encargos e obrigações cometidas pelo Po- der Público para com terceiros. 1. financiamento do déficit; sustentabilidade da política fiscal Mas na legislação brasileira, temos um maior desta- que para a dívida ativa, que não se confunde com a dívi- da pública. Trata-se de uma espécie de crédito público, sendo sua gestão econômica, orçamentária e financeira resultante de uma conjugação de critérios estabelecidos em diversos outros textos legais. O que diferencia essas dívidas dos demais créditos públicos é o fato de que a sua exigibilidade é adquirida com o transcorrerdo prazo para seu pagamento. É o que prevê o artigo 39 da Lei nº 4.320/1964: Os créditos da Fazenda Pública, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da le- gislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva re- ceita será escriturada a esse título. Assim, entende-se como dívida ativa os créditos da Fazenda Pública de natureza tributária ou não tributária, exigíveis em virtude do transcurso do prazo para paga- mento. A Dívida Ativa Tributária, nos termos do artigo 39, § 2º, da referida Lei, é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tribu- tos e respectivos adicionais e multas. A Dívida Ativa não tributária, no mesmo dispositivo, são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribui- ções estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de ser- viços prestados por estabelecimentos públicos, indeniza- ções, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decor- rentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-ro- gação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de con- tratos em geral ou de outras obrigações legais. A execução da dívida ativa da União, Estados, Municí- pios e Distrito Federal, obedece ao procedimento da Lei nº 6.830/1980. Dá-se início a dívida ativa pelo Termo de Inscrição da Dívida Ativa, que deverá conter as seguintes informações (artigo 2º, § 5º): I - o nome do devedor, dos corresponsá- veis e, sempre que conhecido, o domicílio ou residência user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 7 D IR EI TO F IN AN CE IR O de um e de outros; II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato; III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida; IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo; V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver apurado o valor da dívida. A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presun- ção de certeza e liquidez da dívida, não havendo necessi- dade de ser conhecida em juízo. Tal presunção é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do exe- cutado ou de terceiro, a quem aproveite. A dívida ativa da União será devidamente apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. A dívida ativa dos Estados, Municípios e Distrito Federal serão apuradas e inscritas nas respectivas Procuradorias Regio- nais. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1.(CÂMARA DE ALTINÓPOLIS-SP – PROCURADOR JURÍDICO – VUNESP – 2017) Nos termos da Lei n° 4.320/1964, as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processa- das das não processadas, consideram-se a) empréstimos públicos. b) créditos suplementares. c) transferências voluntárias. d) subvenções sociais. e) restos a pagar. Resposta: Letra E. Os restos a pagar está previsto no artigo 36 da Lei nº 4320/1964, são as despesas em- penhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurianual, que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito. 2.(PGE-PE – ASSISTENTE DE PROCURADORIA – CES- PE – 2019) Em sentido amplo, receita pública consiste no recolhimento de bens aos cofres públicos. No que se refere à receita pública, julgue o item subsecutivo. Os débitos oriundos de imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA), exigíveis pelo transcurso do prazo regular para pagamento, serão inscritos pela fa- zenda pública estadual como dívida ativa não tributária. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Errado. O enunciado, na verdade, descreve uma hipótese de dívida ativa tributária. Nos termos do artigo 39, § 2º, da Lei nº 4.320/1964, Dívida Ativa Tri- butária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas. O IPVA é um tributo, na espécie imposto, de competência estadual, que re- cai sobre as pessoas que adquirem a propriedade de veículo automotor. Critérios de equidade: capacidade contributiva, critério do benefício A ordem tributária brasileira encontra-se regida pelas normas constitucionais dispostas na Carta Magna no Tí- tulo IV Capítulo I. Como bem observa o tributarista de escol Sacha Cal- mon, no Brasil, a Constituição apresenta de forma deta- lhada os princípios e regras relativas ao Direito Tributário, discorrendo de forma minuciosa as normas aplicáveis. Tais princípios existem para proteger o cidadão con- tra os abusos do poder do Estado. Dentre estes, encon- tra-se o Princípio da Capacidade Contributiva, ditame moral, preceito orientador do Direito Tributário Brasileiro moderno, que surgiu na Constituição de 1824, e perma- neceu dada a sua importância para alcançar a igualdade entre os contribuintes. Neste sentido, vale citar a obser- vação do tradicional doutrinador Ruy Barbosa Nogueira: O princípio da capacidade contributiva é um conceito econômico e de justiça social, verdadeiro pressuposto da lei tributária. Trata-se de um desdobramento do Princípio da Igual- dade, aplicado no âmbito da ordem jurídica tributária, na busca de uma sociedade mais igualitária, menos injusta, impondo uma tributação mais pesada sobre aqueles que têm mais riqueza. Não obstante, existem ainda alguns impostos que, devido a técnica de arrecadação utilizada, dificultam a aplicação deste princípio. Os chamados pela melhor doutrina de impostos reais, que abrangem os impos- tos indiretos, constitucionalmente conceituados como aqueles tributos que comportam a transferência do ônus tributário, e acabam por tributar o consumidor final do produto, sem nenhuma observância à capacidade con- tributiva do mesmo. Em consequência, o contribuinte de jure não é aquele que efetivamente arca com o encargo do tributo, mas esse é assumido pelo chamado contri- buinte de fato. Na tentativa diminuir as consequências desta transferência e, de certa forma, aplicar o Princípio da Capacidade Contributiva, o legislador criou o Princí- pio da Seletividade, que, em proporções bem menores, rege a instituição dos impostos indiretos impondo uma mínima observância à capacidade contributiva daqueles que, ao final, pagam o tributo embutido no preço dos produtos adquiridos. Daí a necessidade de confrontar o Princípio da Ca- pacidade Contributiva com o Princípio da Seletividade, demonstrando o âmbito de atuação de cada um. O presente trabalho tem como escopo demonstrar a importância da atividade legislativa ao tipificar os fatos tributáveis conjugando o referido princípio na criação dos tributos, o que muitas vezes não vai satisfazer o ape- tite fiscal do Estado, mas pode ensejar a inconstituciona- lidade de uma norma jurídica. Cumpre frisar também a importância da atividade jurisdicional que, quando pro- vocada, poderá afastar a incidência de leis que não estão compatíveis com os ditames da ordem tributária brasi- user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 8 D IR EI TO F IN AN CE IR O leira. Pretende demonstrar ainda como este Princípio se concretiza, através da progressividade de alíquotas, e da conjugação com Princípios como o da Pessoalidade e Se- letividade. Porque constitui receita ordinária, o tributo deve serum ônus suportável, um encargo que o contribuinte deva pagar sem sacrifício do desfrute normal dos bens da vida. Enfim, trata-se de um estudo que pretende analisar o aspecto social da arrecadação dos impostos no Brasil, diante de um sistema que excede a capacidade tributá- ria dos contribuintes, fato este reconhecido pelo ilustre Hugo de Brito Machado, verbis: É importante, porém, que a carga tributária não se torne pesada ao ponto de desestimular a iniciativa priva- da. No Brasil, infelizmente, isto vem acontecendo. Nossos tributos, além de serem muitos, são calculados mediante alíquotas elevadas. Por outro lado, o Estado é perdulário. Gasta muito, e ao fazê-lo privilegia uns poucos, em detrimento da maio- ria, pois não investe nos serviços públicos essenciais dos quais esta carece, tais como educação, segurança e saú- de. Assim, mesmo sem qualquer comparação com a car- ga tributária de outros países, é possível afirmar-se que a nossa é exageradamente elevada, posto que o Estado praticamente nada nos oferece em termos de serviços públicos.” Conceito A Carta Magna Federal prevê no texto do art. 145, §1º, o Princípio da Capacidade Contributiva, assim dis- correndo: Sempre que possível, os impostos terão caráter pes- soal e serão graduados segundo a capacidade econômi- ca do contribuinte, facultando à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos ter- mos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. O Princípio da Capacidade Contributiva é o princípio jurídico que orienta a instituição de tributos impondo a observância da capacidade do contribuinte de recolher aos cofres públicos. Neste sentido, vale transcrever os ensinamentos de Ruy Barbosa: Griziotti propôs como conceito da capacidade de pagar imposto a soma da riqueza disponível, depois de satisfeitas as necessidades elementares de existência que pode ser absorvida pelo Estado, sem reduzir o padrão de vida do contribuinte e sem prejudicar as suas atividades econômicas. Bernardo Ribeiro de Moraes assim conceitua o refe- rido princípio: O princípio da capacidade contributiva, pelo qual cada pessoa deve contribuir para as despesas da coletividade de acordo com a sua aptidão econômica, ou capacidade contributiva, origina-se do ideal de justiça distributiva. Com a aplicação deste princípio haverá tratamento justo, se o legislador considerar as diferenças dos cida- dãos, tratando de forma desigual os desiguais impondo o recolhimento de impostos considerando a capacidade contributiva de cada cidadão em separado. O tributo é justo desde que adequado à capacidade econômica da pessoa que deve suportá-lo. Não basta que o imposto seja legal, mister se faz que o mesmo seja legítimo. O eminente doutrinador Sacha Calmon teceu as seguintes considerações: Por que deve o legislador considerar as disparida- des? Para nós, a juridicidade da capacidade contributi- va resulta, como vimos, do lado positivo do princípio da igualdade: o dever imposto ao legislador de distinguir disparidades. A capacidade contributiva a ser aferida é a capacidade subjetiva do contribuinte, a real aptidão de determinada pessoa para recolher ao Fisco. Assim, observa o ilustre mestre Aliomar Baleeiro, na sua obra clássica Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar, verbis: Do ponto de vista subjetivo, a capacidade econômica somente se inicia após a dedução das despesas neces- sárias para a manutenção de uma existência digna para o contribuinte e sua família. Tais gastos pessoais obri- gatórios ( com alimentação, vestuário, moradia, saúde, dependentes, tendo em vista as relações familiares e pessoais do contribuinte, etc.) devem ser cobertos com rendimentos em sentido econômico – mesmo no caso dos tributos incidentes sobre o patrimônio e heranças e doações – que não estão disponíveis para o pagamento de impostos. A capacidade econômica subjetiva corres- ponde a um conceito de renda ou patrimônio líquido pessoal, livremente disponível para o consumo, e assim, também para o pagamento de tributo. Desta forma, se realizam os princípios constitucionalmente exigidos da pessoalidade do imposto, proibição do confisco e igual- dade, conforme dispõem os arts. 145, §1º, 150, II e IV, da Constituição. Toda pessoa que possui capacidade contributiva pos- sui capacidade para ser sujeito passivo tributário. O tri- buto é um dever e tem como finalidade captar recursos para os cofres públicos, tem natureza econômica, pa- trimonial. Os cidadãos devem contribuir para a manu- tenção do Estado, para que este possa atingir os seus fins, devendo esta contribuição operar-se na medida do possível, na proporção de suas respectivas capacidades. A observância deste princípio resulta na equidade da tri- butação, ensinamentos já relevantes no final do século XVIII, tendo sua primeira manifestação sido percebida na Declaration des droits, a declaração francesa de direitos, de 1989, e profundamente difundido por Adam Smith. Trata-se de uma verdadeira limitação ao poder do Es- tado de instituir tributos, já que é de aplicação imperativa a referida norma constitucional. Assim, sempre que for possível, os impostos deverão ser graduados de forma progressiva em nome da justiça e da igualdade, sob pena de ser instituído imposto juridicamente inválido. Confi- gura-se, enfim, como uma proteção ao contribuinte. Misabel Abreu Machado Derzi, brilhante atualizadora da clássica obra de Aliomar Baleeiro, Limitações Consti- tucionais ao Poder de Tributar, teceu a seguinte consi- deração: É que a capacidade contributiva é princípio que serve de critério ou de instrumento à concretização dos direi- tos fundamentais individuais, quais sejam, a igualdade e o direito de propriedade ou vedação do confisco. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 9 D IR EI TO F IN AN CE IR O Conclui-se, portanto, a grosso modo, que quem tem maior riqueza deve, em termos proporcionais, pagar mais impostos do que quem tem menor riqueza, ou seja, deve contribuir mais para a manutenção da coisa pública. Vale de transcrever um trecho da obra de Luciano Amaro, que importante colaboração deu à este estudo: O princípio da capacidade contributiva inspira-se na ordem natural das coisas: onde não houver riqueza é inú- til instituir imposto, do mesmo modo que em terra seca não adianta abrir poço à busca de água. A capacidade contributiva é, de fato, a espinha dor- sal da justiça tributária. É um critério de comparação que inspira o princípio constitucional da igualdade. Capacidade contributiva x capacidade econômica muitos autores fazem a distinção do conceito de ca- pacidade contributiva e do conceito de capacidade eco- nômica. As referidas expressões, muitas vezes, são usa- das de forma geral como sendo equivalentes, todavia as mesmas não se confundem. O texto constitucional do art. 145, §2º se utiliza da expressão “capacidade econômica”, e para Yves Gandra, o constituinte incorreu em um equívoco: À luz de tal distinção, percebe-se que o constituinte pretendeu, ao mencionar a capacidade do contribuinte, referir-se à sua capacidade contributiva e não à sua ca- pacidade econômica, nada obstante o núcleo comum de ambas, que implica densidade econômica capaz de su- portar a imposição. A diferença entre as duas expressões, para muitos, deve ser enfatizada. Embora ambas constituam a dimen- são da capacidade de pagar tributos do contribuinte, as mesmas não se confundem. A capacidade contributiva, conforme já analisada no item anterior deste estudo, é a capacidade do contribuin- te relacionada com a imposição do ônus tributário. É a dimensão econômica particular da vinculação do contri- buinte ao poder tributante, ao Estado, de forma geral. Pressupõe, portanto, uma relação jurídica entre o contribuinte o Fisco, em que este impõe ao primeiro o deverde arrecadar aos cofres públicos, nas medidas de suas possibilidades, ou seja, no limite de sua capacidade contributiva. Existe uma obrigação jurídica de prestação de natureza tributária. Por sua vez, a capacidade econômica é a exteriori- zação da potencialidade econômica de uma pessoa em razão de seus rendimentos, independente de sua vincu- lação ao referido poder. É a aptidão dos indivíduos em obter riquezas, sendo que estas se expressarão através de sua renda, do consumo ou do seu patrimônio. Por- tanto, tem capacidade econômica todo aquele indivíduo que disponha de alguma riqueza ou de aptidão para ob- tê-la, de uma forma geral. Desta feita, entende-se que a capacidade contributiva constitui uma capacidade econômica específica, referin- do-se apenas a aptidão do contribuinte de arcar com de- terminada imposição tributária. Assim, admite-se a pos- sibilidade de uma pessoa tenha capacidade econômica, não ter condições de contribuir com o Fisco. Um bom exemplo, para elucidar esta distinção, seria daquele cidadão que aufere renda inferior ao mínimo tri- butável pelo Imposto de Renda, que tem condições de participar da economia, como consumidor, e, portanto, tem capacidade econômica, mas, para fins da tributação sobre a sua renda, especificamente, o mesmo não tem capacidade contributiva, não incidindo o ônus sobre os seus rendimentos. Somente terá capacidade contributiva aquele indiví- duo que tem legitimidade para figurar no pólo passivo da relação tributária firmada em decorrência da exigên- cia de determinado tributo. A Constituição, entretanto, não reconhece tal distin- ção, tendo o constituinte, no art. 145, §1º, utilizado a ex- pressão capacidade econômica como sinônimo de capa- cidade contributiva. ORÇAMENTO PÚBLICO; CONCEITO, ESPÉCIES E NATUREZA JURÍDICA; PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS Finanças Públicas é a terminologia que tem sido tra- dicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da política econômica que envolve o uso de medidas de tri- butação e de dispêndios públicos. Esta expressão não é muito adequada, já que os problemas básicos não são financeiros, mas tratam do uso dos recursos econômicos, da distribuição da renda e do nível de emprego. Ainda que a política orçamentária seja uma parcela importante deste tema tão amplo, dificilmente ela pode- ria reivindicar uma participação exclusiva. Há muito tempo, economistas e filósofos sociais preocupavam-se com a equidade fiscal. Seus pensamen- tos geraram duas teorias básicas: • dos “benefícios recebidos”; e • da “capacidade de pagamento”. A teoria dos benefícios foi a primeira a ser desenvol- vida e utilizada extensivamente. Com o advento do mar- ginalismo – utilidade marginal aplicada na determinação do valor e preço – o princípio da capacidade de paga- mento evoluiu considera¬velmente. Boa parcela do nexo desses princípios é devida ao próprio Adam Smith que, em “A Riqueza das Nações” (1776), estabeleceu que “os cidadãos de qualquer Esta- do devem contribuir para o suporte do Governo, tanto quanto possível, na proporção de sua capacidade, ou seja, da renda que usufruem sob a proteção do Estado”. Smith reconheceu o princípio da progres¬sividade na tributação. Na mesma obra, estipula que “não é irrazoá- vel que os ricos devam contribuir para a despesa pública, não apenas na proporção de suas rendas, mas em algo mais do que essa proporção”. Esses três princípios – be- nefício, capacidade e progressividade – fornecem as ba- ses para as discussões correntes da equidade fiscal. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 10 D IR EI TO F IN AN CE IR O Orçamento público. A compreensão que durante muito tempo foi acei- ta para orçamento público, de que esse era apenas uma peça que continha previsão de receitas e fixação de des- pesas para um período determinado, ou seja, meramente peça contábil, hoje não tem mais espaço na compreen- são atual. Isso porque é impossível imaginar um orçamento público que não esteja alinhado aos planos de governo, sendo assim, a compreensão atual que temos para orça- mento é que este é um instrumento de planejamento da ação governamental, possuindo um aspecto dinâmico, ao contrário do orçamento tradicional já superado, que possuía caráter eminentemente estático. Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público “é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislati- vo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços pú- blicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”. Através desse instrumento é possível a sociedade acompanhar o fluxo de recursos do Estado, fluxo esse que é traduzido em lei orçamentária, que é elaborada pelo Executivo e aprovada pelo Legislativo, sendo assim, é saudável uma relação harmoniosa entre os dois pode- res, para que ambos trabalhem juntos para que a saúde financeira do Estado seja promovida em paralelo aos in- vestimentos em projetos necessários à sociedade, sendo esses, limitados ao previsto e fixado no orçamento. Como dissemos, esse é um instrumento que permite que a sociedade possa acompanhar o fluxo de recursos do Estado, porém, não se trata de um instrumento tão facilmente compreendido devido a algumas complexi- dades envolvidas, porém, através da técnica chamada análise vertical, agrupando as receitas e despesas em conjuntos (atividade, grupo, função), destacando-se in- dividualmente aqueles que tenham participação signifi- cativa, essa compreensão se torna facilitada, através de uma apresentação da participação percentual dos va- lores destinados a cada item no total das despesas ou receitas, por exemplo, o governo aplicará 15% de seus recursos em saneamento básico, ou seja, o cidadão fica sabendo do montante disponível, qual o percentual para cada área ou projeto está previsto no orçamento. Temos também a análise horizontal do orçamento, que retrata uma comparação entre os valores do orça- mento atual com os valores correspondentes nos orça- mentos anteriores (expressos em valores reais, atualiza- dos monetariamente, ou em moeda forte). Essas técnicas e princípios de simplificação devem ser aplicados na apresentação dos resultados da execução orçamentária (ou seja, do cumprimento do orçamento), confrontando o previsto com o realizado em cada pe- ríodo e para cada rubrica. Deve-se apresentar, também, qual a porcentagem já recebida das receitas e a porcen- tagem já realizada das despesas. É fundamental que a peça orçamentária seja converti- da em valores constantes, permitindo avaliar o montante real de recursos envolvidos. Como sabemos a realidade não é estática, portanto, vezes se torna necessária alguma alteração na progra- mação existente, exigindo assim alteração dos recursos e finalidades de seu uso, para isso, existe as margens de suplementação, que permitirão essa flexibilidade na exe- cução do orçamento quando as prioridades estabeleci- das exigirem alguma modificação. Com a indexação orçamentária mensal à inflação real, consegue-se o grau necessário de flexibilidade na exe- cução orçamentária, sem permitir burlar o orçamento através de elevadas margens de suplementação. Pode-se restringir a margem a um máximo de 3%. Não basta dizer quanto será arrecadado e gasto. É preciso apresentar as condições que permitiram os níveis previstos de entrada e dispêndio de recursos. No caso da receita, é importante destacar o nível de evolução econômica, as melhorias realizadas no sistema arrecadador, o nível de inadimplência, as alterações rea- lizadas na legislação, os mecanismos de cobrança ado- tados. No caso da despesa, é importante destacar os princi- pais custos unitários de serviços e obras, as taxas de juros e demais encargos financeiros, a evolução do quadro de pessoal, a política salarial e a política de pagamento de empréstimos e de atrasados. Os resultados quea simplificação do orçamento ge- ram são, fundamentalmente, de natureza política. Ela permite transformar um processo nebuloso e de difícil compreensão em um conjunto de atividades caracteriza- das pela transparência. Como o orçamento passa a ser apresentado de for- ma mais simples e acessível, mais gente pode entender seu significado. A sociedade passa a ter mais condições de fiscalizar a execução orçamentária e, por extensão, as próprias ações do governo municipal. Se, juntamen- te com esta simplificação, forem adotados instrumentos efetivos de intervenção da população na sua elaboração e controle, a participação popular terá maior eficácia. Outra importante mudança ocorrida no cenário do orçamento público foi a redefinição das funções dos ato- res envolvidos na gestão pública financeira, onde o Le- gislativo passou a ter mais prerrogativas na condução do processo decisório no tocante à priorização do gasto e à alocação da despesa, ficando ainda mais claro isso com a unificação dos orçamentos do Governo Federal, com a criação da Secretaria do Tesouro Nacional, que redefiniu as funções do Banco do Brasil, do Banco Central e do Tesouro Nacional. Com essas redefinições todas o planejamento orça- mentário consolidou-se no formato de um Plano Pluria- nual (PPA) e, a cada ano, uma Lei de Diretrizes Orçamen- tárias (LDO) que por sua vez deve preceder a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal, reconhecendo-se que os resultados fiscais e, por con- sequência, os níveis de endividamento do Estado, não podem ficar ao sabor do acaso, mas devem decorrer de atividade planejada, consubstanciada na fixação de me- tas fiscais. Os processos orçamentário e de planejamen- to, seguindo a tendência mundial, evoluíram das bases user Realce user Realce user Realce 11 D IR EI TO F IN AN CE IR O do orçamento-programa para a incorporação do concei- to de resultados finalísticos, em que os recursos arreca- dados devem retornar à sociedade na forma de bens e serviços que transformem positivamente sua realidade. E o principal a ser destacado nesse processo evoluti- vo todo que envolve o orçamento publico, é o nível de transparência que se alcançou com todas essas medidas e que foi potencializada com o uso de recursos tecnoló- gicos que permitem confiança nos registros contábeis e controle, o uso de sistemas com finalidades específicas como vimos em tópico anterior e outros demais instru- mentos de ferramentas de gestão. Técnicas orçamentárias Quando falamos em orçamento público, ao pontuar- mos que ele é decorrente da necessidade de regular a discricionariedade dos governos na destinação dos re- cursos públicos, automaticamente nosso pensamento é levado à ideia de controle. Embora alguns aspectos do orçamento público te- nham evoluído, percebe-se muito daquele modelo tradi- cional nas técnicas atuais. E são essas que vamos agora analisar. Orçamento Clássico ou Tradicional No Brasil a prática orçamentária federal – anteceden- te à Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964 –, baseava-se na técnica tradicional de orçamento. Essa técnica clássica produz um orçamento que se restringe à previsão da re- ceita e à autorização de despesas. Sua principal característica é a ênfase no controle contábil do gasto em si, isto é, nos valores que serão gas- tos. Esse tipo de orçamento deixa de lado a preocupação com os objetivos econômicos ou sociais que o governo busca com tais despesas. Não se verifica uma preocupação primária com o atendimento das necessidades bem formuladas da cole- tividade ou da própria Administração Púbica. Orçamento de Desempenho ou de Realizações A evolução do orçamento clássico trouxe um novo enfoque na elaboração da peça orçamentária. Passa a considerar não somente os valores das des- pesas do governo, mas sim suas ações, o que ele faz com tais verbas, além de avaliar a relação entre o que se pre- tendia fazer e o que realmente foi feito. Evidenciar as “coisas que o governo compra” passa a ser menos importante em relação as “coisas que o go- verno faz O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orça- mento-programa, visto que lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamen- to. Orçamento-Programa Surge da recente e crescente preocupação em for- talecer a vinculação existente entre planejamento e or- çamento. Trata-se do mais moderno tipo de Orçamento, que além de focar nas ações e realizações do governo, é uma ferramenta que permite operacionalizar tudo isso por meio do planejamento. Ao contrário do que ocorria em períodos de altos índices inflacionários, hoje é possível planejar (pelo me- nos a curto e médio prazo) ações voltadas à realização eficiente de políticas públicas de bem-estar. É a progra- mação orçamentária voltada não só para o controle de gastos, mas também para a avaliação de resultados. Essa técnica apresenta elementos bem definidos, como vemos a seguir: a) Objetivos e propósitos perseguidos pelo ente pú- blico, e para cuja execução são empregados os re- cursos orçamentários; b) Programas - instrumentos de integração dos esfor- ços governamentais no sentido da concretização dos objetivos pretendidos; c) Custos dos programas, quantificados através da identificação dos meios ou insumos (pessoal, ma- terial de consumo, equipamentos, serviços de ter- ceiros, etc) essenciais para a obtenção dos resulta- dos; d) Medidas de desempenho com a finalidade de per- mitir a avaliação das realizações (produto final ob- tido) e os esforços despendidos na execução dos diversos programas de governo; e) A integração com o planejamento das atividades, na medida em que o orçamento deixa de ser ape- nas um controle contábil e passa a funcionar tam- bém como instrumento de gestão. Destaca-se que, essa técnica tem como principal cri- tério classificatório o funcional e o programático FIQUE ATENTO! Com certa frequência percebemos que as diferenças entre as técnicas Tradicional e Orçamento-Programa são cobradas em concursos, então segue abaixo um quadro ilustrativo dessas diferenças. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 12 D IR EI TO F IN AN CE IR O Orçamento Base Zero Tende assegurar a sobrevivência das organizações em períodos críticos e criar uma diretriz de investimento se- guro e eficiente. Sua ideia é a de que todas as despesas devem ser jus- tificadas a cada vez que se inicia um novo ciclo orçamen- tário, ou seja, tudo tem que começar do zero novamente, de forma que sua realização contempla planejamento de curto prazo. Usado como ferramenta de estratégia, ele visa ajustar os orçamentos, conhecer os custos envolvidos no negó- cio e reduzi-los, definindo prioridades e elaborando pla- nos de ação. Orçamento Participativo Falar de processos participativos é falar da participa- ção da sociedade nos processos de tomada de decisão, estimulando o exercício da cidadania. A legislação através da CF assegura várias formas desses processos participativos ocorrerem, tais como, conselhos de politicas publicas, conferencias, audiências, consultas publicas, entre outros. IMPORTANTE: Sua aplicação se restringe ao âmbito municipal. O Conselho Gestor é uma dessas formas da socieda- de participar da gestão publica, desempenhando seu pa- pel regulamentando as ações dos órgãos aos quais estão vinculados, onde ali deliberam ou não as reivindicações feitas pela sociedade, com caráter deliberativo e co-ges- tor, funcionando como um canal de comunicação entre a sociedade civil e o poder publico. Conforme afirmado pela CGU, “os conselhos são ins- tâncias de exercício da cidadania, que abrem espaço para a participação popular na gestão pública. Nesse sentido, os conselhos podem ser classificados conforme as fun- ções que exercem. Assim, os conselhos podem desem- penhar conforme o caso, funções de fiscalização, de mo- bilização, de deliberaçãoou de consultoria.” Como função fiscalizadora, o conselho realiza o con- trole e acompanha ações do governo. Como função mobilizadora, o conselho estimula a so- ciedade à participar, demonstrando a importância desse envolvimento. Como função deliberativa, o conselho participa efeti- vamente na tomada de decisões sobre as estratégias que a administração publica fará uso. Como função consultiva, o conselho participa com sugestões e opiniões sobre politicas publicas junto aos gestores. O orçamento participativo, segundo Boaventura de Souza Santos, é uma estrutura e um processo de parti- cipação da comunidade, onde um conjunto de institui- ções funciona como canal para garantir a participação no processo decisório do governo, tem como base três princípios, como vemos abaixo. I- Abertura a todos os cidadãos II- Combinar democracia direta e representativa III- Combinar critérios gerais e técnicos para alocar recursos destinados a investimentos Como vimos acima, são várias as técnicas orçamentá- rias existentes, mas, não podemos nos esquecer que, de acordo com o regime político adotado em cada país o orçamento também poderá ser classificado em: Orçamento Legislativo: a elaboração, a votação e o controle do orçamento são competências do Poder Le- gislativo. Ao Executivo cabe apenas a execução. Orçamento Executivo: a elaboração, a votação, o con- trole e a execução são competências do Poder Executivo. Orçamento Misto: a elaboração e a execução são de competência do Executivo, cabendo ao Legislativo a vo- tação e o controle. No Brasil, adota-se o Orçamento Misto, haja visto que a competência para elaboração das propostas e envio ao Legislativo é privativa do Poder Executivo, competindo ao Poder Legislativo a sua aprovação e controle. 1.1. Princípios orçamentários. O orçamento público está embasado em princípios regidos pela CF/88 e pela Lei 4.320/64, que apresenta normas para a elaboração, execução e controle desse or- çamento. Na concepção de CELSO BASTOS: “Os princípios constituem ideias gerais e abstratas, que expressam em menor ou maior escala todas as nor- mas que compõem a seara do direito. Poderíamos mes- mo dizer que cada área do direito não é senão a concre- tização de certo número de princípios, que constituem o seu núcleo central. Eles possuem uma força que permeia todo o campo sob seu alcance.” Os princípios e as regras constituem a base, o ali- cerce de um sistema jurídico, são consideradas normas jurídicas. São verdadeiras proposições lógicas que fun- damentam e sustentam um sistema., porém, diferente- mente das normas, os princípios possuem um papel mais generalizado que as regras, estas, possuem claramente a função de regular as relações jurídicas, enquanto os princípios, representa um limite de atuação do jurista, ou seja, estabelecem balizamentos dentro dos quais o juris- ta exercitará sua criatividade, seu senso do razoável e sua capacidade de fazer a justiça do caso concreto. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 13 D IR EI TO F IN AN CE IR O De acordo com Silva (2002, p. 45), para que possam assegurar os fins a que se destinam, podem ser sintetiza- dos em dois aspectos: gerais e específicos. Os aspectos gerais (receitas e despesas) subdividem-se em: a) subs- tanciais: anualidade; unidade; universalidade; equilíbrio; e, exclusividade; b) formais ou de apresentação: especi- ficação; publicidade; clareza; uniformidade; precedência. Nos aspectos específicos (só das receitas): não-afetação; e, legalidade da tributação. A seguir os principais princípios orçamentários: Princípio da Universalidade Segundo esse principio, o orçamento deverá conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. A lei 4320/64 dispõe no mesmo sentido: Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a políti- ca econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, univer- salidade e anualidade. Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autori- zadas em lei. Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da admi- nistração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2°. § 5° A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração di- reta e indireta, inclusive fundações instituídas e man- tidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da ad- ministração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Princípio da Unidade De acordo com o principio da unidade, o orçamento deve ser uno, ou seja, somente deve existir um único or- çamento para cada ente da Federação em cada exercício financeiro. Segundo a doutrina especializada, o objetivo princi- pal desse princípio é evitar a existência de orçamentos paralelos e está amparado pelo disposto na Lei 4320/64: Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a políti- ca econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, univer- salidade e anualidade. Princípio da Totalidade O principio da totalidade nasceu da necessidade de se possibilitar a coexistência de diversos orçamentos, que, entretanto, devem ser consolidados. Surgiu após uma remodelação pela doutrina do princípio da unidade, de forma que abrangesse as no- vas situações. A CF/88 determinou um modelo que se- gue o princípio da totalidade, já que a composição do orçamento anual deve ser: orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de investimentos das estatais. Na visão de José Afonso da Silva, o princípio da uni- dade orçamentária, na concepção de orçamento-progra- ma, não se preocupa com a unidade documental; ao con- trário, desdenhando-a, postula que tais documentos se subordinem a uma unidade de orientação política, numa hierarquização dos objetivos a serem atingidos e na uni- formidade de estrutura do sistema integrado. Princípio Periodicidade ou da Anualidade De acordo com esse principio, o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um período de um ano. É o que dispõe a CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe- lecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. Segundo a Lei 4320/64, o orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro, que coincide com o ano civil. Parte da doutrina especializada entende que a há ex- ceções ao principio da anualidade. Caso haja abertura de créditos especiais ou extraor- dinários nos últimos 4 meses do ano, tais valores serão incorporados ao orçamento do ano seguinte Princípio da Unidade de Tesouraria (ou de Caixa): A Lei 4320/64 consagra o principio da unidade de te- souraria: Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de te- souraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais. Assim, todas as receitas devem ser recolhidas em uma conta única com o objetivo de confrontar os totais e apu- rar o resultado deficitário, superavitário ou nulo. Também, a CF/88 determina qual o destino deva ser dado as disponibilidades: § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão de- positadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal,dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Comple- mentar 101, de 04 de maio de 2000, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a gestão fiscal. Em seu texto, mais especificamente no artigo 43, estabelece que as disponibilidades de caixa relativas à Previdência Social deverão ser separadas das demais disponibilidades do ente público: user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 14 D IR EI TO F IN AN CE IR O § 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de pre- vidência social, geral e próprio dos servidores públi- cos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em conta separada das demais disponi- bilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira. Princípio do Orçamento Bruto Para o Ente Publico, existem despesas que, ao serem realizadas, geram receitas. De outro lado, há receitas que, quando de sua arrecadação, geram despesas. Exemplo prático é o pagamento de salários. Quando ocorre o pa- gamento, o Estado realiza despesas. Porem, a partir de um determinado valor, há a incidência do imposto de renda sobre a remuneração paga. Esse valor de imposto de renda torna-se uma receita para o Ente Publico. Pelo principio do orçamento publico, é vedado que as despesas ou receitas sejam incluídas no orçamento nos seus montantes líquidos. É nesse sentido a previsão da Lei 4320/64: Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. § 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber. Princípio do Equilíbrio Orçamentário Tem como objetivo principal assegurar que as des- pesas autorizadas não serão superiores à previsão das receitas. A própria Lei de Responsabilidade Fiscal determi- na que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) trate do equilibrio entre receitas e despesas, nos seguintes ter- mos: Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: I - disporá também sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas. A CF/88 prevê possibilidade de ocorrência de déficit orçamentário, caso em que as receitas são inferiores às despesas. Assim, contabilmente, o orçamento esta- rá sempre em equilíbrio pois o déficit aparece normal- mente nas operações de crédito que, pelo art. 3º da Lei 4320/64, também devem constar do orçamento. Princípio da Exclusividade O principio da exclusividade tem como objetivo prin- cipal evitar que o orçamento seja utilizado para aprova- ção de materiais que não tenham qualquer pertinência com o conteúdo orçamentário. Tal preocupação deve-se ao fato da maior celeridade do processo orçamentário. Assim, a lei orçamentária não deve conter matéria por exemplo, de direito penal. A vedação encontra-se insculpida na CF/88: art. 165 (...) § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despe- sa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Assim, a lei orçamentária deve, em regra, conter ape- nas a previsão de receitas e a fixação de despesas. As exceções são as autorizações para aberturas de cré- ditos suplementares e contratações de operações de crédi- to, as quais também podem constar no orçamento. Princípio da Publicidade O princípio da Publicidade consta do artigo 37 da CF/88, como principio geral que deve ser seguido pela Administração Pública, juntamente com os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade e Eficiência. De acordo com esse principio que também é orçamen- tário, garante-se o acesso a qualquer interessados às in- formações necessárias ao exercício da fiscalização sobre a utilização dos recursos públicos. Também, determina que é condição de eficácia do ato sua divulgação em veículos oficiais de comunicação. Princípio da não-vinculação ou não-afetação das receitas De acordo com esse principio nenhuma receita de im- postos poderá ser ou comprometida para atender a certos e determinados gastos conforme disposto na CF/88: Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fun- do ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desen- volvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado res- pectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo. O objetivo principal é inibir que as vinculações redu- zam a liberdade do planejamento por parte do adminis- trador publico. Existem algumas exceções a este princípio. Primeira- mente, somente as receitas provenientes de impostos é que não podem ser vinculadas, ou seja, aquelas provenien- tes de taxas e contribuições de melhoria podem. Além disso, tal regra não abrange os fundos consti- tucionais em geral (fundos de manutenção e desenvolvi- mento do ensino, fundos de participação dos Estados, etc). Princípio da Legalidade O principio da legalidade impõe ao Poder Publico, em matéria orçamentária, subordinação às prescrições legais. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 15 D IR EI TO F IN AN CE IR O Dessa forma, as leis orçamentárias, LOA, LDO e PPA assim como os créditos adicionais serão encaminhados pelo Poder Executivo para discussão e aprovação pelo Congresso Nacional. Portanto, a aprovação do orçamento deve observar o processo legislativo, conforme preceitua a CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe- lecerão: I – o plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais. Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano pluria- nual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (CESPE/2018 – ABIN – Oficial Técnico de Inteligen- cia) Acerca do orçamento público, julgue o item a seguir. São reservadas à lei de diretrizes orçamentárias disposi- ções sobre exercício financeiro, vigência, prazos, elabora- ção e organização do plano plurianual. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Letra A. Compete à lei complementar faze as disposições constantes na afirmativa e não ao LDO. 2. (CESPE/2018 – TCM/BA- Auditor Estadual de Con- trole Externo) A sistemática de elaboração orçamen- tária que exige a justificativa de cada recurso solicitado, sem fixar de antemão um valor orçamentário inicial e sem considerar os valores previstos no orçamento ante- rior, denomina-se a) orçamento base zero. b) orçamento participativo. c) orçamento-programa. d) orçamento tradicional. e) orçamento de desempenho. Resposta: Letra A. A única técnica orçamentária que não considera um valor orçamentário inicial é o orça- mento base zero, onde as despesas devem ser justifica- das a cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentá- rio, ou seja, tudo tem que começar do zero novamente. 3. (CESPE/2017
Compartilhar