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RESPOSTA AO CASO CONCRETO 5 HABEAS CORPUS

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Universidade Estácio de Sá – Campus Pres. Vargas 
CURSO DE DIREITO – 10º PERÍODO 2º SEMESTRE/2020 
PRÁTICA SIMULADA V (CÍVEL) - CCJ0151 DATA 14/09/2020 
Professor (a) LILIAN DIAS COELHO L M GUERRA 
 
Aplicação Prática Teórica 
CASO CONCRETO 5 – HABEAS CORPUS. 
 
Matilde, domiciliada na cidade do Rio de Janeiro, está sendo executada por seus filhos 
Jane e Gilson Pires, menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, 
Gildo, pelo rito do artigo 911 do CPC. Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo 
da 10ª Vara de Família da Capital, Matilde foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco 
mil reais), referente aos últimos cinco meses impagos dos alimentos fixados por sentença pelo 
juízo da mesma Vara de Família. 
Ocorre que Matilde está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em 
que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho 
e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. 
Diante da real impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, o magistrado 
decretou a prisão dela, pelo prazo de sessenta dias. 
A filha de Matilde, Jane, de treze anos de idade, telefonou para Josefina, sua avó 
materna, avisando-a da decisão judicial de decretação da prisão de sua mãe. 
Desesperada, Matilde procura você, advogado, e afirma que não deixou de pagar por 
negligência, mas sim por absoluta impossibilidade financeira, bem como por está tratando de 
uma depressão profunda. 
Promova a medida judicial necessária aos interesses de Matilde para resguardar o seu 
direito de locomoção. 
 
 
 
Peça Processual 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor 1º Vice Presidente do Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Advogado (qualificação completa) vem a presença de vossa excelência impetrar habeas 
corpus preventivo pelo rito especial em favor da paciente Matilde (qualificação completa) 
apontando como autoridade coatora o M.M. Juiz de direito da 10ª Vara de família da Comarca 
da Capital do RJ, pelas razões de fato e de direito que passa expor: 
 
 
Dos fatos: 
Universidade Estácio de Sá – Campus Pres. Vargas 
CURSO DE DIREITO – 10º PERÍODO 2º SEMESTRE/2020 
PRÁTICA SIMULADA V (CÍVEL) - CCJ0151 DATA 14/09/2020 
Professor (a) LILIAN DIAS COELHO L M GUERRA 
 
 
A paciente Matilde, domiciliada na cidade do Rio de Janeiro, é mãe de dois filhos Jane 
e Gilson Pires, menores, com treze e seis anos, respectivamente, em decorrência do seu poder 
familiar foi obrigada a pensioná-los com o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) mensais, sendo 
R$ 500,00 para cada um dos filhos. Porém a paciente a 5 (cinco) meses não cumpre com sua 
obrigação alimentar existindo um débito de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) referente aos últimos 
5 meses impagos. 
Em decorrência do não pagamento da pensão alimentícia foi ajuizada ação de execução 
de alimentos sendo a paciente devidamente citada, tendo apresentado em sua defesa justificativa 
que não pagou a pensão pois está desempregada há um ano, fruto da grave situação econômica 
em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de 
trabalho e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar, e afirma que não 
deixou de pagar por negligência, mas sim por absoluta impossibilidade financeira, bem como 
por está tratando de uma depressão profunda. 
Ocorre que o coator afastando os fundamentos da justificativa apresentada pela 
paciente, decretou a prisão dela que poderá ser efetivada a qualquer momento, pelo prazo 
de sessenta dias. 
 
 
Do pedido de liminar: 
 
Presentes os requisitos que autorizam a concessão da liminar. O fumus bonis iuris se 
caracteriza pela ilegalidade da prisão referente a 5(cinco) meses de alimentos em aberto 
violando a lei processual, bem como pelo fato que a paciente apresentou justificativa plausível 
ao inadimplemento. Já o periculum in mora está caracterizado pela possibilidade de prisão da 
paciente violando o seu direito de locomoção. 
 
 
Dos Fundamentos: 
 
A Constituição Federal de 1988, prevê em seu artigo 5º inciso LXVII que: “não haverá 
prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de 
obrigação alimentícia e a do depositário infiel” o que se aplica a paciente, não poderá ser presa, 
pois de forma nenhuma houve desídia em suas obrigações referente ao seu poder familiar, mas 
sim as dificuldades enfrentadas pela falta de emprego para cumprir com o seu dever, em razão 
da absoluta incapacidade financeira, por estar desempregada há um ano, o que implica em 
ilegalidade em sua prisão. 
Destacamos também o artigo 5º, inciso LXVIII: “conceder-se-á habeas corpus sempre 
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, o que se justifica a concessão de habeas corpus, 
confronto com a ilegalidade da decretação de prisão de uma mãe desempregada, que não pode 
cumprir suas obrigações não por desleixo mas por justificativa fundada no desemprego e em 
sua doença que se encontra em tratamento. 
Cabe ainda salientar que o Código do Processo Civil de 2015, em seu artigo 528, § 7º, 
dispõe: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até 
as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do 
Universidade Estácio de Sá – Campus Pres. Vargas 
CURSO DE DIREITO – 10º PERÍODO 2º SEMESTRE/2020 
PRÁTICA SIMULADA V (CÍVEL) - CCJ0151 DATA 14/09/2020 
Professor (a) LILIAN DIAS COELHO L M GUERRA 
 
processo.” O que comprova a ilegalidade do ato da autoridade coatora, que determinou a prisão 
da paciente, pois a dívida da pensão alimentícia da paciente refere-se a 5 (cinco) meses, 
ultrapassando os 3 (três) meses que permitem a decretação de prisão. 
Somando-se à legislação já citada, existe jurisprudência conforme o julgado a seguir: 
 
“CIVIL E PROCESSO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. DECISÃO QUE INDEFERE O 
PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO POR CONSTRIÇÃO PESSOAL. PROVIMENTO 
FUNDAMENTADO NA EXISTÊNCIA DE PRÉVIA PRISÃO POR DÉBITO ALIMENTAR DO 
EXECUTADO. DÉBITO ALIMENTAR VENCIDO NO CURSO DA EXECUÇÃO. 
PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO EXECUTIVO. IMPERATIVIDADE. POSSIBILIDADE 
DE ADOÇÃO DE NOVA MEDIDA PRISIONAL. LEGITIMIDADE. ART. 528, CAPUT E §3º, 
DO CPC E SÚMULA 309 DO STJ. PEDIDO DE PRISÃO EM SEDE RECURSAL. 
PRESSUPOSTOS NÃO ATENDIDOS. PRETENSÃO DE COMPETÊNCIA DA INSTÂNCIA A 
QUO, DEPOIS DE OBSERVADA AS FORMALIDADES PERTINENTES. AGRAVO DE 
INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃO REFORMADA. 1. Mesmo antes da 
edição do Novo Código de Processo Civil, estava assentado na jurisprudência pátria o 
entendimento de que a execução de alimentos autoriza a prisão do devedor, pelas últimas 3 
(três) prestações vencidas e pelas prestações que se vencerem no curso da execução (Súmula 
309 do STJ). 2. Esse entendimento restou adotado expressamente pelo novo Código de 
Processo Civil, que instituiu em seu art. 528 o rito da execução de alimentos, tanto autônoma 
quanto efetivada em cumprimento de sentença, permitindo a prisão do executado tanto pelas 3 
(três) últimas prestações vencidas quanto pelas prestações que se venceremno curso do 
processo. 3. Na hipótese, conquanto o agravado já tenha sido preso em razão de débito 
alimentar pretérito, é legitimo o prosseguimento da execução originária, pois visa a satisfação 
de prestações alimentícias vencidas no curso da execução e em momento posterior à 
segregação prisional do agravado. 4. Não compete decidir, nesta sede recursal, acerca da 
possibilidade de ser decretada a prisão civil por alimentos do agravado, já que essa 
providência exige a prévia intimação pessoal do executado para comprovar o pagamento da 
obrigação ou justificar sua desídia, como dispõe o art. 528, caput e §3º, do CPC vigente, 
competindo ao juízo da causa o processamento do pedido e a aferição dessas circunstâncias, 
sob o crivo do contraditório, já que esta questão não foi objeto de deliberação na decisão 
agravada. 5. Agravo de instrumento conhecido e parcialmente provido. (AGI 
2016.00.2.020859-4, Rel. Desembargador Alfeu Machado, 1ª Turma Cível, julgado em 
16/11/2016, DJe 07/12/2016. Negritado)” 
 
Desta forma a jurisprudência pátria é pacífica em afirmar que art. 528 § 7º e a Súmula 
309 do STJ, que somente autoriza a prisão pelas 3 (três) últimas prestações alimentícia não 
pagas que a paciente inadimpliu 5 (cinco) prestações o que impede legalmente a decisão objeto 
desta impetração. 
 
 
Do pedido: 
Pelo exposto requer: 
1. A concessão de liminar para sustar o decreto prisional determinando o imediato 
recolhimento do mandado de prisão já expedido ou caso já tenha sido cumprido para 
que a paciente seja colocada imediatamente em liberdade. 
2. A notificação do impetrado para prestar informações no prazo legal de 10(dez) dias; 
3. A intimação do procurador de justiça; e 
4. Seja concedida a ordem do Habeas Corpus para expedição do respectivo salvo 
conduto. 
 
 
 
Universidade Estácio de Sá – Campus Pres. Vargas 
CURSO DE DIREITO – 10º PERÍODO 2º SEMESTRE/2020 
PRÁTICA SIMULADA V (CÍVEL) - CCJ0151 DATA 14/09/2020 
Professor (a) LILIAN DIAS COELHO L M GUERRA 
 
Nestes termos, pede deferimento 
 
Local e data 
 
ADV/OAB 
 
 
Recibo(s) do 
trabalho 
Recibo de entrega 
 
Trabalho entregue com sucesso. 
 
Código do recibo: 13434336 
Trabalho entregue: Caso Concreto 5 
Trabalho entregue: 14/09/2020 21:53 
Observações: 
Arquivo enviado: RESPOSTA AO CASO CONCRETO 5 – HABEAS CORPUS.
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