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Censura e vida breve Nascido na 
Bielorrússia, Vygotsky viveu seus 
anos mais produtivos sob a ditadura 
de Stalin, na antiga União Soviética. 
Teve seus livros proibidos e 
morreu cedo, aos 37 anos
Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/1972/vygotsky-e-o-
conceito-de-zona-de-desenvolvimento-proximal
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 242, 01 de Maio | 2011
Pensadores da Educação
Vygotsky e o conceito de
zona de desenvolvimento
proximal
Para Vygotsky, o segredo é tirar vantagem das diferenças
e apostar no potencial de cada aluno
Ivan Paganotti
Todo professor pode escolher: olhar para trás,
avaliando as deficiências do aluno e o que já
foi aprendido por ele, ou olhar para a frente,
tentando estimar seu potencial. Qual das
opções é a melhor? Para a pesquisadora
Cláudia Davis, professora de psicologia da
Educação da Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP), sem a segunda fica
difícil colocar o estudante no caminho do
melhor aprendizado possível. "Esse conceito é
promissor porque sinaliza novas estratégias
em sala de aula", diz Cláudia. O que interessa,
na opinião da especialista, não é avaliar as
dificuldades das crianças, mas suas diferenças.
"Elas são ricas, muito mais importantes para o
aprendizado do que as semelhanças."
Não há um estudante igual a outro. As habilidades individuais são distintas, o
que significa também que cada criança avança em seu próprio ritmo. À
primeira vista, ter como missão lidar com tantas individualidades pode
parecer um pesadelo. Mas a pesquisadora garante: o que realmente existe aí,
ao alcance de qualquer professor, é uma excelente oportunidade de
promover a troca de experiências.
Essa ode à interação e à valorização das diferenças é antiga. Nas primeiras
https://novaescola.org.br/conteudo/1972/vygotsky-e-o-conceito-de-zona-de-desenvolvimento-proximal
décadas do século 20, o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) já
defendia o convívio em sala de aula de crianças mais adiantadas com aquelas
que ainda precisam de apoio para dar seus primeiros passos. Autor de mais
de 200 trabalhos sobre Psicologia, Educação e Ciências Sociais, ele propõe a
existência de dois níveis de desenvolvimento infantil. O primeiro é chamado
de real e engloba as funções mentais que já estão completamente
desenvolvidas (resultado de habilidades e conhecimentos adquiridos pela
criança). Geralmente, esse nível é estimado pelo que uma criança realiza
sozinha. Essa avaliação, entretanto, não leva em conta o que ela conseguiria
fazer ou alcançar com a ajuda de um colega ou do próprio professor. É
justamente aí - na distância entre o que já se sabe e o que se pode saber com
alguma assistência - que reside o segundo nível de desenvolvimento
apregoado por Vygotsky e batizado por ele de proximal (leia um resumo do
conceito na última página).
Nas palavras do próprio psicólogo, "a zona proximal de hoje será o nível de
desenvolvimento real amanhã". Ou seja: aquilo que nesse momento uma
criança só consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante ela
certamente conseguirá fazer sozinha (leia um trecho de livro na terceira
página). Depois que Vygotsky elaborou o conceito, há mais de 80 anos, a
integração de crianças em diferentes níveis de desenvolvimento passou a ser
encarada como um fator determinante no processo de aprendizado.
Trocas positivas numa via de mão dupla
Com a troca de experiências proposta por Vygotsky, o professor
naturalmente deixa de ser encarado como a única fonte de saber na sala de
aula. Mas nem por isso tem seu papel diminuído. Ele continua sendo um
mediador decisivo, por exemplo, na hora de formar equipes mistas - com
alunos em diferentes níveis de conhecimento - para uma atividade em grupo.
A principal vantagem de promover essa mescla, na concepção vygotskiana, é
que todos saem ganhando. Por um lado, o aluno menos experiente se sente
desafiado pelo que sabe mais e, com a sua assistência, consegue realizar
tarefas que não conseguiria sozinho. Por outro, o mais experiente ganha
discernimento e aperfeiçoa suas habilidades ao ajudar o colega.
"Em algumas atividades, formar grupos onde exista alguém que faça a vez do
professor permite que o docente trabalhe mais diretamente com quem não
conseguiria aprender de outra forma", afirma Cláudia. "Deve-se adotar uma
estratégia diferente com cada tipo de aluno: o que apresenta
desenvolvimento dentro da média, o mais adiantado e o que avança mais
lentamente." Não se deve, porém, escolher sempre as mesmas crianças como
"ajudantes", deixando as demais sempre em aparente condição de
inferioridade. "É importante variar e montar os grupos de acordo com os
diferentes saberes que os alunos precisam dominar", complementa a
psicóloga Maria Suzana de Stefano Menin, professora da Universidade
Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).
O educador também não pode se esquecer de outro ponto crucial na teoria
de Vygotsky: a zona de desenvolvimento proximal tem limite, além do qual a
criança não consegue realizar tarefa alguma, nem com ajuda ou supervisão
de quem quer que seja. É papel do professor determinar o que os alunos
podem fazer sozinhos ou o que devem trabalhar em grupos, avaliar quais
atividades precisam de acompanhamento e decidir quais exercícios ainda são
inviáveis mesmo com assistência (por exigir saberes prévios que ainda não
estão consolidados ou acessíveis).
Desafios impossíveis e outros erros
Dar de ombros ao conceito das zonas de desenvolvimento pode significar
alguns problemas. Por exemplo: ao ignorar o limite proximal, muitas
propostas em sala de aula acabam colocando os alunos diante de desafios
quase impossíveis (leia a questão de concurso na próxima página). Corre-se o
risco também de formar grupos homogêneos ou permitir que a garotada se
organize somente de acordo com suas afinidades. "Nas atividades de lazer,
não há a necessidade de restringir esse tipo de organização", afirma a
psicóloga Maria Suzana. "Mas é importante aproximar alunos com diferentes
níveis de ensino nas atividades em que o domínio dos saberes seja um
diferencial."
Quando equívocos como os citados antes ocorrem, geralmente são resultado
do desconhecimento da obra de Vygotsky. No Brasil, ainda são poucos os que
dominam teorias como a da zona proximal. "Os professores até sabem que o
conceito existe, mas não conseguem colocá-lo em prática", diz Cláudia Davis.
Se estivesse vivo, o conselho do psicólogo bielorrusso para esses educadores
talvez fosse óbvio: interação e troca de experiências com aqueles que sabem
mais, exatamente como se deve fazer com as crianças.
Trecho de livro
"O nível de desenvolvimento real caracteriza o desenvolvimento mental
retrospectivamente, enquanto a zona de desenvolvimento proximal
caracteriza o desenvolvimento mental prospectivamente." 
Lev Vygotsky no livro A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos
Processos Psicológicos Superiores 
Comentário 
Nesse trecho, Vygotsky defende que há uma diferença entre o que o aluno já
sabe (as habilidades que ele domina sozinho) e o que ainda não sabe, mas
está próximo de saber (porque já consegue realizar com a ajuda de alguém).
Percebe-se aindauma crítica às avaliações que investigam o passado da
aprendizagem (ao retratar, de forma retrospectiva, os níveis já atingidos). É
muito mais importante determinar o que a criança pode aprender no futuro e
que deve ser o foco da atuação do professor, com exercícios em grupo e
compartilhamento de dúvidas e experiências.
Questão de concurso
Prefeitura Municipal de Teresópolis, RJ, 2005 
Concurso para Professor de Língua Portuguesa 
"Vygotsky afirma que o bom ensino é aquele que se adianta ao
desenvolvimento, ou seja, que se dirige às funções psicológicas que estão em
vias de se completarem." (Rego, 2001) 
Isso significa dizer que, na abordagem sociointeracionista, a qualidade do
trabalho pedagógico está associada à: 
a) Capacidade de promoção de avanços no desenvolvimento do aluno com
base naquilo que potencialmente ele poderá vir a saber. 
b) Possibilidade de promover situaçõesem que o aluno demonstre aquilo
que já sabe e aprendeu fora da escola. 
c) Criação de zonas de atuação pedagógica baseada em conhecimentos mais
adiantados nas séries escolares. 
d) Proposição de pré-requisitos para a aprendizagem que demonstrem a
prontidão dos alunos. 
e) Introdução de conceitos difíceis que levem os alunos a estudar além
daquilo que está nos livros didáticos. 
Resposta correta: A 
Comentário 
Tanto a citação do enunciado como a alternativa correta fazem referência à zona
de desenvolvimento proximal: a ideia é que a aprendizagem deve priorizar o que
o aluno pode aprender a fazer sozinho no futuro, com base no que já consegue
fazer com ajuda no presente. O conceito busca, portanto, ir além do que o aluno
já sabe ou aprendeu, como defendido incorretamente nas alternativas "b" e "d".
Mas também não adianta trabalhar com questões impossíveis ou inacessíveis,
que os alunos não consigam resolver com ou sem ajuda, como proposto nas
alternativas "c" e "e".
Resumo do conceito
Zona de desenvolvimento proximal
Elaborador: Lev Vygotsky (1896-1934) 
É a distância entre as práticas que uma criança já domina e as atividades nas
quais ela ainda depende de ajuda. Para Vygotsky, é no caminho entre esses
dois pontos que ela pode se desenvolver mentalmente por meio da interação
e da troca de experiências. Não basta, portanto, determinar o que um aluno
já aprendeu para avaliar seu desempenho.
Quer saber mais?
CONTATOS 
Cláudia Davis 
Maria Suzana de Stefano Menin 
BIBLIOGRAFIA 
A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores, Lev Vygotsky, 182
págs., Ed. Martins, tel. (11) 3116- 0000, 37,20 reais 
O Construtivismo na Sala de Aula , César Coll, Elena Martín, Teresa Mauri, Mariana Miras, Javier Onrubia,
Isabel Solé e Antoni Zabala, 222 págs., Ed. Ática, tel. 0800-11-5152, 40,90 reais 
Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão, Yves de La Taille, Marta Kohl de Oliveira e
Heloysa Dantas, 120 págs., Ed. Summus, tel. (11) 3862-3530, 32,90 reais
Vygotsky: Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação , Teresa Cristina Rego, 138 págs., Ed. Vozes,
tel. (24) 2233-9000, 21 reais
mailto:claudiadavis@pucsp.br
mailto:menin@fct.unesp.br

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