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Habeas Corpus Relaxamento de Prisão

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EXCENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Xxxxxxxxxx, advogada, inscrita na OAB/SP sob nº xx.xxx, com escritório profissional na Avenida xxxxx, sala xxx, onde recebe intimações, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelencia, com fulcro mo art. 5º, incisos, LIV, LVII, LXI, LXVI, LXVIII, da Constituição Federal, e nos arts. 312, 647 4 648, inciso I, do Código de Processo Penal, impetrar a presente ordem de:
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
Em favor de José Percival da Silva, brasileiro, casado, Presidente da Câmera dos vereadores, natural de Conceição do Agreste/CE, portador da célula de identidade nº xxxxx, e inscrito no CPF nº xxxx, residente e domiciliado na rua xxxx, contra ato de constrangimento ilegal praticado pelo MM. Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de xxxxx, pelos seguintes fatos e fundamento:
DOS FATOS
Zé da Farmácia, é um político muito famoso, do município de Conceição do Agreste/CE, possuindo grande influência em todo o estado do Ceará, e que, atualmente, ocupa o cargo de Presidente da Câmara dos Vereadores daquele município. Por ser muito conhecido, Zé da Farmácia sempre atraiu os “holofotes” da imprensa local, bem como os olhares atentos das autoridades policiais.
Tanto que todo esse “sucesso” acabou lhe custando muito caro. Isso porque, no dia 03 de fevereiro de 2018, o Delegado de Polícia do Município, Dr. João Rajão, recebeu em seu gabinete o Sr. Paulo Matos, empresário, sócio de uma empresa interessada em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara de Vereadores. Imediatamente, o Sr. Paulo relatou ao Delegado que, naquela data, o Vereador João Santos, o João do Açougue, que exerce atualmente a função de Presidente da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara de Vereadores do Municio de Conceição do Agreste/CE, junto aos Vereadores Fernando Caetano e Maria do Rosário, membros da mesma comissão, haviam exigido de Paulo o pagamento de R$100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar do referido procedimento licitatório o qual estava agendado para o próximo dia.
A vítima estava bastante nervosa e apreensiva om tal exigência, uma vez que sua empresa preenchia todos os requisitos legais para participar da referida concorrência, que era fundamental, inclusive, para a manutenção de seu negócio. Deste modo, não hesitou em procurar a polícia e relatar todo o ocorrido.
Após ouvir atentamente a narrativa de Paulo, o delegado João, visando prender todos os envolvidos em flagrante delito, orientou Paulo a sacar o dinheiro e combinar com os vereadores a entrega da quantia na própria sessão de realização da licitação, oportunidade em que uma equipe de policiais disfarçados estaria presente para efetuar a prisão dos envolvidos.
Assim, no dia seguinte, no horário e local designados para a realização da concorrência pública, os policiais, que esperavam o ato, realizaram a prisão em flagrante dos vereadores João do Açougue, Fernando 
Caetano e Maria do Rosário, no momento em que estes conferiam o valor entreguem por Paulo. Ocorre que por ironia do destino, seu cliente, Zé da Farmácia, na qualidade de Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE, resolveu naquele exato dia, assistir à Sessão de Comissão de Finanças e Contratos da Câmara para verificar se ele estava realizando seu trabalho de maneira correta e eficaz.
Desta forma, mesmo sem ter ciência de nenhum dos fatos aqui narrados, estava presente no plenário da Câmara no momento da operação policial e acabou também preso em flagrante, acusado de participar do esquema criminoso.
Apresentados ao delegado João Rajão, este livrou o respectivo auto de prisão em flagrante delito da forma estabelecida na legislação pátria (pela prática de delito de corrupção passiva, previsto no artigo 317, do Código Penal) e encaminhou ao juiz competente no prazo devido. Comunicada a Autoridade Judiciária, este determinou à apresentação dos presos, em audiência de custódia, a ser realizada no dia seguinte à prisão.
Na data e no horário designados, os réus foram apresentados pelo procurador da Câmara de Vereadores, que requereu a liberdade deles, com a decretação de medidas cautelares diversas da prisão.
PROVA ILICITA – ILEGALIDADE DO RECONHECIMENTO PESSOAL DO PACIENTE
Excelência! Partindo-se do fato de que da “São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação às normas constitucionais ou legais.” (art. 157, do CPP), conseguimos evidentemente certificar de que uma análise de inquérito policial e dos autos constantes no processo nº xxxx, não fora respeitados os procedimentos previstos no art. 226, II, do CPP, no que diz respeito ao reconhecimento pessoal do paciente, pois providência alguma fora tomada para que de fato houvesse a certeza de que o paciente fosse cumplice para a prática do delito, sendo tudo realizado e apoiado em um “achismo”.
DO DIREITO A LIBERDADE PROVISÓRIA DO PACIENTE
Ante tudo que fora exposto, e tendo em vista o cumprimento do art. 321, do CPP, que brevê “Ausentes dos requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for necessário, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste código, e observados os critérios constantes do art. 282 deste código”, assim, não o que se questionar sobre o direito do paciente em responder ao processo em liberdade, tendo vista que foi comprovado anteriormente que o paciente apresenta bons antecedentes, residência fixa, idoneidade moral, não retardou, nem pretende atrasar o processo, assim como não possui intenção alguma de fuga ou de dificultar a aplicação da lei penal.
Analisando o que fora exposto, este constrangimento ilegal causa danos de difícil reparação moral e física (em razão da situação que se encontra os presídios brasileiros atualmente), causam também uma reprovação social, haja vista outros apenados, ainda que em situação de vitimas de injustiças. Assim sendo, não há duvidas perante o acolhimento do presente remédio constitucional, pois vós, Excelentíssimo doutor, cure o presente Paciente desta injustiça que lhe tira seu direito constitucional a liberdade de locomoção.
DO PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR
A liminar pleiteada tem base em diversas regras do texto constitucional, quando revela, sobretudo, que ação penal deverá atingir sua pretensão dentro do prazo da razoabilidade, não influenciando mais a dignidade do ser humano. 
A ilegalidade da prisão se manifesta pelo não preenchimento dos requisitos legais para que se decrete a medida cautelar ora atacada, quando o Paciente, nem de longe, promoveu qualquer providência de sorte a atrasar o andamento processual ou apresentou qualquer indicio de que frustraria a aplicação da lei penal, bem como não apresentou qualquer indicio de que atrapalharia a aplicação da lei penal, bem como não apresenta periculosidade alguma para a sociedade.
O endereço do paciente é certo e conhecido, mencionado no caput desta impetração, não havendo nada a se desviar da devida aplicação da lei penal.
Por tais fundamentos, requer a Vossa Excelência, em razão do alegado no corpo deste petitório, presentes a fumaça do bom direito e o perigo na demora, seja LIMINARMENTE garantido ao Paciente a sua liberdade de locomoção, haja vista a inexistência de elementos a justificar a manutenção da prisão preventiva.
DA PRIMEIRA COAÇÃO ILEGAL: DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO – Ausência de situação de flagrante – Art. 302, do CPP - Pedido de Relaxamento de Prisão – Art. 5º, LXV, da CF/88 e art. 310, I, do CPP.
DA SEGUNDA COAÇÃO ILEGAL: DO FLAGRANTE PREPARADO – Prisão ilegal –Flagrante Preparado – Orientações do Delegado- Sumula 145, do STJ – Pedido de Relaxamento de Prisão - Art. 5º, LXV, da CF/88 e art. 310, I, do CPP
Medida Liminar - demonstrar “fumus boni juris e periculum in mora”.
DOS PEDIDOS
a) Concessão da medida Liminar.
b) Concessão da presente pedido de Habeas Corpus.
c) Relaxamentoda Prisão em Flagrante.
d) Expedição imediata de alvará de soltura.
e) O regular prosseguimento do feito, oficiando-se a autoridade coatora para prestar as informações de praxe, com posterior remessa aos autos à Procuradoria-Geral de Justiça. Após, que sejam os autos conclusos para julgamento, nos termos do Regime Interno deste Tribunal.
f) No mérito, a concessão definitiva do presente writ.
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
Local e data.
Assinatura da Advogada
OAB

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