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Apostila Historia da Eduação

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0 
 
 
 
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 
1 
 
ANA ROSA PEREIRA DE SOUSA 
 
 
 
 
História da Educação 
 Fonte: http://md.intaead.com.br/geral/historiaeducacao/#/capa 
 
 
 
 
 
 
ÁGUA BRANCA-PI 
2017 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diretor Geral 
Eloan Coimbra Lima 
 
Diretora Acadêmica 
Eloane Coimbra Lima 
 
Secretária Acadêmica 
Ginoã das Graças Coimbra Lima 
 
Coordenação do Curso 
Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira 
 
Coordenação do Nead 
Tiago Soares da Silva 
 
SOUSA, Ana Rosa Pereira de. 
 História da Educação. 1ª ed. Água Branca; ISEPRO – Cursos de Graduação. 76p. 
 
Bibliografia 
 
1. Pedagogia 2. Educação 3. Título. 
 
Ficha Catalográfica 
 
Todos os direitos em relação ao design deste material são reservados à ISEPRO. 
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material são reservados ao autor. 
Todos os direitos de Copyright deste material didático são à ISEPRO. 
 
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A concretização de um curso superior em Pedagogia na modalidade à 
distância tem como meta o atendimento às necessidades de toda comunidade 
quanto ao acesso e atendimento ao um ensino superior de qualidade. Desse modo, 
propõe-se a importância para o curso de Pedagogia numa perspectiva histórico-
cultural, tendo como eixo articulador a interdisciplinaridade e a busca da construção 
de um currículo integrador. 
As disciplinas pedagógicas que formulam o currículo foram moldadas para 
uma sociedade cujo princípio da qualidade torna-se prioridade a partir da relação 
teoria-prática de um trabalho docente de qualidade que procure satisfazer as 
necessidades de aprendizagem, enriquecendo as experiências do educando no 
processo educativo. 
É dentro desta ideia que o curso de Pedagogia do ISEPRO na modalidade à 
distância constitui-se de uma base comum formada pelos conhecimentos de 
ciências humanas aliadas a tecnologia, de uma parte diversificada com uma 
ampliação dos fundamentos na leitura do fazer pedagógico dentro da escola e da 
sociedade e uma parte complementar com o objetivo de trabalhar os problemas 
educativos da realidade educacional em vista a qualificação do professor com novas 
formas de intervenções como aplicações de ferramentas metodológicas. 
O ISEPRO tem como recurso didático-educacional o uso de materiais como 
apostilas/livros, plataformas virtuais, internet, vídeos e principalmente um excelente 
sistema de acompanhamento à distância através de tutores e monitores. É válido 
salutar que este curso otimiza sempre seus resultados pelas experiências existentes 
e atendem a ampla procura de profissionais da área educacional. 
Os profissionais da área da educação serão orientados a sempre desenvolver 
a capacidade de intervenção científica e técnica assegurando a reflexão critica 
permanente sobre sua prática e realidade educacional historicamente 
contextualizada. O que espera deste docente é sua capacidade de (re) construir seu 
projeto pessoal e profissional a partir da compreensão da realidade histórica e 
profissional diante das políticas que direcionam as práticas educativas na sociedade. 
 
6 
 
 
Por que estudar história da Educação em pedagogia 
 
A partir de 1930 a História da Educação começa a fazer parte dos currículos 
dos cursos de magistério com as reformas estabelecidas neste ano, apesar de não 
conseguir destaque nas décadas seguintes. Essa disciplina teve muitas dificuldades 
no seu percurso assim como a própria história, apesar de sua grande importância 
para as pessoas que aspiram entrar na área da educação. 
Maria Lúcia Aranha faz um comentário sobre a História e a Educação que 
deixa bem claro a importância desse dueto. Segundo ela “A história é a 
interpretação da ação transformadora do homem no tempo. A pedagogia é a teoria 
crítica da Educação, isto é, da ação do homem quando transmite ou modifica a 
herança cultura”. (ARANHA 1996 p. 24) 
É a História que permite o homem refletir sobre seus erros, o que ficou a 
desejar em momentos passados, fazendo dessa forma compreender o por que dos 
acontecimentos presentes e promover uma reflexão mais consciente de onde se 
pode mudar ou que lição se pode obter do que já passou. Se a pedagogia é a teoria 
crítica da Educação, isto é, da ação do homem quando transmite ou modifica a 
herança cultural, de acordo com Lúcia Aranha, então o casamento entre História e a 
História da Educação é perfeito. 
 
[...] o fenômeno educacional se desenrola no tempo e faz igualmente parte 
da História. Portanto, não se trata apenas de uma disciplina escolar 
chamada história da educação, MS igualmente da abordagem cientifica de 
um importante recorte da realidade. (ARANHA 2013 p. 24). 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Objetivos 
 
Geral 
 
Analisar os vários processos que a educação passou desde a Grécia e Roma, até 
chegar aos nossos dias, observando as rupturas e permanências ao longo dos 
séculos. 
 
 
Específicos 
 
 Analisar as contribuições das civilizações clássicas para a formação do 
sistema educacional Ocidental. 
 Refletir sobre as várias etapas que passou a educação na Idade Média. 
 Discutir o papel da Igreja no processo de ensino aprendizagem e sua 
importância para a preservação da cultura erudita na Idade Média. 
 Comparar as filosofias que nortearam a educação ao longo dos tempos. 
 Compreender a importância das ideias de Rousseau e Gramsci para a 
educação. 
 Discorrer sobre os desafios que a educação pós-moderna enfrenta. 
 
8 
 
 
UNIDADE 01 
A Educação dos Povos 
Ágrafos aos Fenícios 
 
Fonte: http://www.ufologiaobjetiva.com.br/possiveis-vestigios-de-neandertais-com-apenas-33-
mil-anos/ 
 
9 
 
História da Educação 
1. Os povos Ágrafos 
 
O homem como ser social está sempre aprendendo algo, seja com seu 
semelhante, seja com o meio em que é inserido. Existem duas formas de se 
aprender natural (com outros seres humanos) e formal (de forma esquematizada 
como na escola). É considerada aprendizagem natural, aquela que se aprende 
imitando os outros, se adequando ao grupo aprendendo suas regras e se inserido na 
rotina da comunidade. 
A aprendizagem formal se adquire ao ser inserido na escola onde se aprende 
as regras do grupo maior, cumprem-se tarefas exigidas e passa-se a ser guiado por 
regras. Nesse momento ocorre a passagem da educação natural para a educação 
formal. Liliane Ferreira (2002 p. 14) citando Mario Osório Marques estabelece três 
estágios de articulação da linguagem: Oralidade: onde a sabedoria é a tradução 
cultural e os mais velhos detêm os saberes. Escrita: onde ocorreu um 
distanciamento dos interlocutores no temo e no espaço e a escola faz a mediação 
entre os lugares e o tempo. Processo e intercâmbio de informações: a máquina 
tornou-se o suporte, a linguagem é mutável e os meios tecnológicos produzem mais 
programas do que conhecimento. E neste contexto a escola passa a ter o papel de 
tornar significativas as aprendizagens cotidianas e o professor torna-se o mediador 
de aprendizagens e aprendizagem. 
 
1.1 O processo de aprendizagem 
 
 Pré-história - nesse período ocorreu apenas a transmissão de 
conhecimentos necessário à sobrevivência no interior das próprias famílias. 
Os mais velhos ensinavam os mais jovens. Os velhos eram as “bibliotecas” 
ambulantes. Para Luzuriaga citada por Ferreira (2002 p. 17) na pré-história a 
educação do homem se deu em duas etapas no período onde ele era caçador 
e coletor, nômade e indisciplinadoe do homem agricultor disciplinado, 
preocupado em ensinar o cultivo da terra, os jovens precisavam aprender 
sobre a meteorologia. Nesse período também ocorreu a tendência para a 
guerra. 
10 
 
História da Educação 
 Inicio da civilização - Nesse período começa a preocupação e se 
organizarem politicamente, as classes sociais começam a se delinearem para 
além dos laços familiares ou laços de sangue. A escrita surgiu da 
necessidade do registro da história não havia necessidade de um recomeço a 
cada geração; da facilidade de comunicação, mas também se tornou 
aquisição de poucos. Surgiu o Estado, a distinção das classes e a divisão do 
trabalho. 
O surgimento da escrita não foi apenas um divisor de águas na história da 
humanidade, pois, entre outras funções ela passou a diferenciar as pessoas, os 
povos, os saberes e matem essa diferenciação até hoje. Ainda criou-se e aprimorou-
se o novo perfil de aprendizagem e de conhecimento. 
 
1.2 As mais antigas sociedades do Oriente e a Educação 
 
Os hindus eram divididos rigidamente em castas. A educação para eles não 
servia de ascensão social e sim para o autoconhecimento, desenvolvimento da 
personalidade. Seu maior objetivo era libertar a alma individual e purificá-la. O 
conhecimento era apenas repassado. Procuravam a transcendência. 
Os chineses formavam uma civilização conservadora e tradicional. 
Preocupavam-se com a realidade natural e social. Sua educação fundamenta-se na 
imitação dos mais velhos. Aspiravam aprender o alfabeto que possuía milhares de 
caracteres. Usavam disciplina rigorosa e até mesmo castigos corporais. Através de 
aprovação de exames podiam alcançar o nível superior e tronar-se mandarim. 
Os hebreus a educação dos hebreus era de caráter religioso, Deus era tudo 
na prática educativa. Possuíam aprendizagem mecânica. Os escribas, fariseus e 
sacerdotes detinham o conhecimento escrito. 
Os egípcios, sociedade teocrática cultuavam vários deuses e a imortalidade. 
Os sacerdotes representavam o poder intelectual. O templo era local de 
aprendizagem. Sua educação não era para todos e servia para perpetuar os 
interesses da elite. 
Os fenícios hábeis comerciantes elaboraram o alfabeto fonético para facilitar 
a comunicação. A educação para eles se dava em vários lugares na família, no 
santuário ou nas oficinas de artesanatos. 
11 
 
História da Educação 
 
1.3 A educação grega 
Fonte: http://ladsescuelasfilosoficas.blogspot.com.br/2016/10/escuelas-filosoficas-periodo.html 
 
1.3.1 Compreendendo a formação dos gregos 
 
A Hélade (Grécia) foi formada pela fusão de vários povos, os aqueus, os 
dórios os eólios e os jônios foram os principais. A invasão dos dórios teria provocada 
a primeira diáspora grega, nesse contexto a Grécia mergulhou em um atraso cultural 
e intelectual muito grande. Sua história foi dividida em cinco grandes períodos o 
micênico (pré-homérico), Homérico, Arcaico, Clássico e Helênico. Cada período 
desenvolveu uma educação peculiar de acordo com as necessidades ou momento 
histórico por eles vivido. 
Na antiguidade a Grécia estava dividida em cidades-Estado e não possuía 
uma unidade política. A religiosidade grega era bastante exacerbada o destino do 
homem era traçado pelos deuses até o período homérico. O homem não era senhor 
do seu destino ele estava a merecer da vontade dos deuses que tinham sentimentos 
iguais aos dos homens inclusive com seus sentimentos negativos como raiva, 
vingança, entre outros. 
 
 
 
 
12 
 
História da Educação 
1.3.2 Civilização Micênica 
 
Nesse período os gregos formavam comunidade primitiva aristocráticas, a 
principal figura era a do guerreiro. A civilização micênica surgiu da fusão dos 
cretenses, que formavam uma civilização já bem desenvolvida para seu tempo, com 
os aqueus. No início do século XII a. C eles deram início a chamada Guerra de 
Tróia onde se destacam os heróis Aquiles e Ulisses. 
Na área da educação destaca-se a bravura do herói enfrentando os perigos 
sem temor. O herói é o exemplo a ser seguido suas histórias de bravuras, sua 
façanhas são contadas para a posteridade. A família nesse contexto é a peça chave 
na educação das crianças. 
 
Período Homérico (dos séculos XII ao VIII a. C) 
 
Pouca informação se tem sobre este período, tudo que se sabe provêm dos 
poemas atribuídos a Homero Ilíada (narra a Guerra de Tróia) e a Odisséia (que 
narra a volta do herói Ulisses ou Odisseu após a guerra de Tróia) Ulisses é o 
exemplo de heroi vitorioso que desafia os deuses por que quer ser senhor de seu 
destino. Nesse contexto começa a se formar uma aristocracia agrária e um sistema 
escravista. 
 
Período Arcaico (do século VIII ao VI a. C) 
 
Surgiram as cidades-estados e uma sociedade dividida em classes baseada 
na escravidão. Principais inovações: nascimento e expansão do comércio, 
provocando a segunda diáspora grega; escrita autônoma e laica; invenção da 
moeda. 
O período foi também marcado por crises sociais e políticas envolvendo a 
aristocracia agrária e os comerciantes. Para tentar resolver os impasses 
provocadores das crises surgiram os legisladores. Destacam-se os legisladores 
Sólon, suas leis favorecem aos comerciantes dando lhes oportunidades políticas, e 
Clístenes cujas reformas promovem o nascimento da democracia. É desse período 
também o surgimento dos primeiros filósofos. 
13 
 
História da Educação 
Período clássico (século V e IV a. C) 
Período áureo da civilização onde se delineia a herança cultural do Ocidente. 
Artes, literatura e filosofia alcançam sua magnitude, sob o governo de Péricles 
Atenas consegue seu apogeu. A democracia também alcança seu auge com 
Péricles embora estrangeiros, escravos (a maioria) e mulheres estivessem 
totalmente excluídos dessa democracia. Todo o trabalho fica a cargo dos escravos o 
cidadão buscava o “ócio”, dedicavam-se a filosofia, a política e ao lazer. O trabalho 
manual era visto com desprezo pelo aristocrata que buscava cada vez mais tempo 
livre para discutir na ágora (praça) sobre política e o destino da polis. 
 
Período helenístico (século III e II a. C) 
 
Culminou com a decadência política iniciada ainda no período Clássico devido 
a Guerra do Peloponeso (guerra civil entre as cidades- estado, Atenas liderando a 
Liga de Delos e Esparta liderando a Liga do Peloponeso) e as invasões 
estrangeiras. Neste contexto houve a invasão dos macedônios com Filipe II e depois 
Alexandre, o Grande, aproveitando a fragilidade das cidades-estados devido o longo 
período de guerra civil. Alexandre que teve como preceptor o grande filósofo 
Aristóteles pôde realizar seu sonho, o de construir uma grande cultura que 
sobrepujasse as culturas existentes até então. 
 Da fusão da cultura Grega, Macedônia e outras conquistadas por ele surgiu a 
cultura helenística. Algumas cidades fundadas pelo grande conquistador tornaram-
se pondo irradiador dessa cultura. O maior exemplo foi Alexandria fundada com sua 
imponente biblioteca e organizadores de documentos e copiadores. Muitas escolas 
filosóficas foram fundadas nesse período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
História da Educação 
1.3.3 A pedagogia grega 
Fonte: http://www.erroreshistoricos.com/curiosidades-historicas/ejercito-y-batallas/609-la-banda-
sagrada-de-tebas.html 
 
A educação oriental era muito ligada a religião com uma sociedade teocrática 
Mesopotâmicos, persas, fenícios entre outros davam tanta ênfase a região que o 
conhecimento dos valores passados nessa sociedade eram detidos por sacerdotes e 
magos. Quanto aos gregos, no período clássico seu pensamento reflexivo trocou a 
explicação mítica pela razão independente. O homem agora era capaz de fazer sua 
própria história, traçar suas próprias leis e não mais depender das leis divinas. 
Neste contexto, o homem, deixa de ser simples depositário do conhecimento 
ancestral e passa ele mesmo a ser o elaborador da cultura da cidade. Antes os 
deusescomandavam o destino dos homens, com as mudanças ocorridas no período 
clássico, ele consegue enfocar seu pensamento no futuro e a prisão ao passado que 
antes existia, por que o futuro dependia dos deuses, foi suplantada pela visão fixa no 
futuro. 
 
A Paidéia 
 
Na antiguidade a educação era muito ligada à religião, a civilização grega 
como a maioria das civilizações da época, era teocrática, por tanto, era uma 
educação tradicional rígida e estática transmissora do saber do passado. Já no 
período clássico esse quadro se reveste o uso da razão autônoma, a inteligência 
crítica passa a substitui a explicação mítica, o homem agora é capaz de criar leis 
15 
 
História da Educação 
humanas, surge o cidadão no lugar do herói que aceita seu destino. O homem agora 
passa a elaborar a cultura da cidade. 
 
 
A ênfase no passado é deslocada para o futuro: o homem não está preso a 
um destino traçado, mas é capaz de projeto, de utopia. (ARANHA 1996). A Paidéia 
criada no século V de nossa era, a principio significava criação dos meninos depois, 
seu conceito tornou-se muito amplo onde só se pode compreender sua dimensão 
usando juntas as palavras civilização, cultura, tradição, literatura ou educação, pois, 
nenhuma dessas palavras separadas consegue formular o conceito do que 
significava para os gregos essa palavra, mas todas expressavam de certa forma 
esse conceito. É por estas e outras que se pode considerar a Grécia Clássica como 
sendo o berço da pedagogia. A palavra pedagogia vem do vocábulo grego 
paidagogos que significa aquele que conduz a criança. [...] no caso o escravo que 
conduz a criança à escola. (ARANHA1996). 
Fonte: http://liboriocosta.blogspot.com.br/2011/11/roma-antiga-educacao-para-rapazes-e.html 
 
16 
 
História da Educação 
Maria arruda diz ainda que: [...] são os gregos, ao discutir os fins da Paidéia, 
que esboçam as primeiras linhas conscientes da ação pedagógica e assim 
influenciam por século a cultura ocidental. (ARANHA 1996 41). Até o século VI a. C 
os gregos eram muito influenciados pelos deuses e pela mitologia em geral. Aedos e 
rapsodos, poetas ambulantes, falavam das proezas dos deuses em seus versos que 
eles cantavam em praça pública. Os principais aedos e rapsodos foram Homero e 
Hesíodo que já falava em suas obras da busca da própria individualidade. 
Os poemas Ilíada e Odisséia, atribuídos a Homero, ainda trazem o homem 
como um ser que está a mercê do destino traçado pelos deuses; o herói é aquele 
que é escolhido por um ou mais deuses a serem guiados por eles, a noção de livre-
arbítrio não era concebido ainda, mas, não o diminuía diante dos homens comuns. 
Essas epopéias eram recitadas pelos jovens e crianças. 
 O surgimento da polis, da moeda, da escrita e da lei como já foi mencionado, 
tornou possível uma nova forma de pensar, nasceu a filosofia com sua razão 
questionadora, a filosofia desafiará os mitos e concebe o homem agora como um ser 
dotado de razão capaz de reconhecer o livre-arbítrio, traçar seu destino e refletir 
sobre o cosmos, a moral a ética, assuntos ligados a política entre outros. 
A filosofia Ocidental nasceu na Grécia e se expandiu para o mundo todo. Seu 
principal representante foi Sócrates. Sócrates não deixou nada escrito tudo que se 
sabe de seu pensamento se deve a seu discípulo Platão, filho de pessoas humildes, 
sua mãe, era parteira, ao acompanhá-la observava a dor das mulheres ao dar a luz 
e mais tarde criou seu método filosófico a maiêutica (parir). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://ricardorose.blogspot.com.br/2010/06/ 
17 
 
História da Educação 
Sócrates adorava interpelar os transeuntes e questioná-los até que os 
mesmos chegassem a conclusão de que não sabiam tudo, ou até mesmo não 
saberem de nada gostava de questionar especialmente os sofistas que julgavam-se 
detentores de grandes conhecimentos. Suas máximas mais famosas foram Só sei 
que nada sei e Conhece-te a ti mesmo. Embora, não tenha sido o primeiro filosofo 
a surgir dado a sua importância, os períodos da filosofia grega foram divididos em 
três usando como referência o surgimento de sua filosofia. 
 
1.3.4 Períodos da filosofia grega 
 
 Pré-socrático ou Cosmológico (século VII e VI a C.) 
 
O filósofo estava voltado para a natureza e procura explicar racionalmente a 
origem, ordem e transformações da natureza. Procura explicar a natureza humana. 
Para eles os seres foram gerados e não surgido do nada, e estão em constante 
transformação. Dizem que todos os seres têm um ponto primal. Os filósofos desse 
período procuravam ainda qual era o elemento que constituía todos os seres. 
Tales de Mileto importante filosofo deste período afirmava que o ponto primal 
de todos os seres, ou seja, o elemento formal era a água, já Anaximenes via no ar 
esse ponto primal. Demócrito dizia que era o átomo; para Empédocles não havia só 
um elemento mais quatro – a terra, a água, o ar, e o fogo. Todos esses debates 
filosóficos faziam com que o pensamento racional cada vez mais se estruturasse 
 
 Período socrático ou antropológico (século V e IV a. C.) 
 
 Atenas já não era mais o centro da vida social, política e cultural de toda a 
Grécia. Foi um período de embate entre Sócrates e os Sofistas que segundo ele não 
eram filósofos, pois, vendiam seus conhecimentos a preços altos. Sócrates, Platão 
os sofistas entre outros fizeram parte deste período. 
 
 
 
 
18 
 
História da Educação 
 Período sistemático (pós-socrático) 
 
Principal representante Aristóteles discípulo de Platão. Surgiu também outras 
corrente filosóficas. 
 
 Período Helênico (do século III e II a. C.) 
 
A polis deixou de ser referência dos filósofos por causa de sua decadência. 
Eles se sentiram agora cidadãos do cosmos (mundo), por isso essa filosofia é 
também conhecida por filosofia cosmopolita. Surgiram correntes como o epicurismo 
e o estoicismo. O filosofo se preocupa muito com a ética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
História da Educação 
 
 
1. Quais são os períodos que compõem a história dos gregos? Quais os fatos que 
se destacam em cada um? 
2. Explique o que era a Paidéia e qual a sua importância para a educação grega. 
3. Que fatores tornaram possível o surgimento da filosofia? 
4. Qual a importância da filosofia para o conhecimento científico? 
5. Estabeleça a principal diferença entre o pensamento filosófico do período pré-
socrático e o socrático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Discuta como aconteceu o desenvolvimento da aprendizagem 
ao longo da história humana. 
20 
 
História da Educação 
 
UNIDADE 02 
Uma Análise Filosófica 
 
Fonte: https://ejafilosofando.blogspot.com.br/2016/04/para-que-filosofia.html 
21 
 
História da Educação 
2. A filosofia dos sofistas 
 
Os sofistas eram sábios que davam aulas por dinheiro e que se concentraram 
em Atenas no período Clássico. Sua ação de cobrarem e caro por suas aulas 
rederam a eles críticas de Sócrates e Patão. Suas reflexões se concentraram nas 
questões morais e políticas. 
 Como o cidadão da polis mudou a estrutura de antes, do guerreiro da 
coragem, para os discursos na ágora o que interessava agora era a eloquência no 
falar e os sofistas ensinavam a arte da boa retórica, da persuasão. São eles os 
criadores da educação intelectual foram responsáveis também pela ampliação da 
Paidéia, [...] de simples educação da criança passa a ter significado mais 
abrangente estendendo-se à contínua educação do adulto, capaz então de repensar 
por si mesmo a cultura de seu tempo. (ARANHA 1996 p.43). 
Deve-se também aos sofistas a criação de um currículo que ficou conhecido 
por as sete artes liberais composto pela gramática, retórica e dialética, aritmética, 
geometria, astronomia e música. As sete artes liberais, esse currículo recebeuesse 
nome por ser destinado aos homens livres, foi mais bem organizado no período 
helênico. Com o tempo os discursos dos sofistas tornaram-se vazios pelo exagero 
da eloquência. No século seguinte ocorreram as discussões entre a filosofia e a 
retórica. 
 
2.1 A filosofia de Sócrates 
 
Homem humilde foi considerado pelo oráculo de Delfos como “o homem mais 
sábio”. Discutia filosoficamente com os jovens, sábios, anciãos e todos quantos 
quisessem ou estivessem aberto para a reflexão filosófica, para ele a sabedoria 
começa no reconhecer a própria ignorância isso o levava a interpelar as pessoas 
que passavam a cerca de várias coisas até, que eles reconhecessem sua 
ignorância. 
 
 
 
22 
 
História da Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O homem, segundo Sócrates, deve se desprender de conceitos 
preconcebidos. Seu método se dividiu em duas partes a ironia e a maiêutica. Na 
ironia que era desenvolvido com perguntas fingindo ignorar, se chegava a 
desconstrução dos conceitos, aquele que achava que sabia algo deveria refletir se 
realmente possuía o verdadeiro conhecimento daí a necessidade do 
desprendimento desses conceitos preconcebidos. Na maiêutica passava-se a 
construção dos conceitos, parir, dar a luz a novas ideias. Seus diálogos giravam em 
torno de questões morais como virtude, coragem, piedade, amizade e o amor. Para 
ele o que importa é conhecer a essência das virtudes e não sua descrição. 
Como diz Maria Arruda Aranha [...] O que Sócrates pretende, usando a 
máxima “conhece-te a ti mesmo”, é o reto conhecimento das virtudes humanas, a fim 
de se poder levar uma vida igualmente reta. (ARANHA 1996p. 44). Para Sócrates 
ninguém é mau por querer. Sócrates tinha uma doutrina que o sábio é a 
identificação com o homem virtuoso, (intelectualismo ético). 
Consequências para a educação do intelectualismo ético 
 
[...] o conhecimento tem por fim tornar possível a vida moral; o processo 
para adquirir o saber é o diálogo; nenhum conhecimento pode ser dado 
dogmaticamente, mas, como condição para desenvolver a capacidade de 
pensar; toda educação é essencialmente ativa e, por ser auto-educação 
leva ao conhecimento de si mesmo [...] (ARANHA 1996 p. 44) 
Fonte: http://www.tudo10.org/filosofo-platao-celebre-grego/ 
23 
 
História da Educação 
Os pensamentos de 
Sócrates levaram-no a 
condenação e morte foi 
envenenado por uma planta 
conhecida por cicuta. Acusado de 
corromper a juventude negou-se a 
fugir quando estava prezo 
esperando sua execução. 
 
 
2.2 A filosofia de Platão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://desmotivaciones.es/u/emerrap/carteles-observados/3 
 
Platão era um filósofo apaixonado por política era filho de uma família 
aristocrática ateniense. Ensinou por quarenta anos na Academia de Atenas, ginásio 
de ensino superior, foi vendido como escravo na Sicília, mesmo sendo de família 
aristocrática, reconhecido por um velho amigo foi libertado por ele. Para entender 
suas ideias é necessário entender o Mito da Caverna criado pelo mesmo onde ele 
fala do homem comum e do filosofo a forma como os dois veem o mundo e como a 
filosofia é capaz de libertar. O trecho a seguir é uma parte do Mito: 
 
[...] homens se encontram acorrentados em uma caverna desde a infância, 
de tal forma que, não podendo se voltar para a entrada, apenas enxergam o 
fundo da caverna. Aí são projetadas as sombras das coisas que passam às 
suas costas, onde há uma fogueira. Se um desses homens conseguisse se 
Fonte: https://eticaysuhistoria.weebly.com/historia-de-la-
etica.html 
 
24 
 
História da Educação 
soltar das correntes para contemplar, à luz do dia, os verdadeiros objetos, 
quando regressasse para contar o que vira, não mereceria o crédito de seus 
antigos companheiros, que o tomariam por louco. (PLATÃO no livro VII de a 
República in ARANHA 1996 p.45) 
 
Os acorrentados são os homens comuns guiados pelos sentimentos, e 
paixões não conseguem ver nitidamente, o que se liberta é o filósofo que alcança o 
verdadeiro conhecimento a episteme, ciência, por que sua razão abstrai-se do 
mundo sensível atingindo o mundo das ideias, onde as coisas são imutáveis. Sua 
filosofia é caracterizada pela existência de dois mundos o mundo das ideias, o real 
e, o mundo sensível que é a cópia do mundo das ideias que é o que nós vivemos. 
Por exemplo, se você consegue reconhecer uma borboleta é por que ela existe no 
mundo das ideias onde você já viveu antes de nascer, então, todas as borboletas 
mesmo de vários tamanhos, cor ou formato lhe é cognoscível, portanto para Platão 
aprender é lembrar, pois, ao nascer você esqueceu-se do que você contemplou no 
mundo das ideias o papel da aprendizagem é fazer você lembrar o que você 
contemplou neste mundo que ele dizia ser o mundo real. 
. Platão é idealista, ou seja, para ele a idéia das coisas são mais reais do que 
as próprias coisas. Em sua pedagogia ele faz uma divisão dos estágios da educação 
Maria Lúcia de Arruda Aranha menciona esses estágios que são até os 20 anos ela 
deve ser para todos e o aprendiz chega ao estágio de alma de bronze, ao terminar 
essa fase ele está qualificado para agricultura, o artesanato e o comércio. Com mais 
20 anos ele alcança a alma de prata tornando-se soldados guardiões das cidades. 
Os que continuam estudando chegam a alma de ouro esses são os intelectuais. 
Somente aos 50 anos depois de passar por todas as etapas é que estaria apto a 
magistratura. 
Isócrates (436-338 a. C.) também foi discípulo de Sócrates como Platão 
embora, discordasse ou se opusesse a seu colega, tiveram o mesmo mestre. 
Voltado para o ensino superior, foi o responsável pela fundação de uma escola 
neste nível em Atenas. Era eloquente na retórica, escolheu vários discursos para as 
aulas de dedicatória. 
A retórica principalmente em Atenas possuía grande importância no período 
da democracia, era conhecida com sendo a “arte do bem dizer” era apreciada e 
muito valorizada. Ao contrario de Platão que relegava a retórica a segundo plano, 
Isócrates valorizava a “arte do bem dizer” desde que não fosse com exagero de 
25 
 
História da Educação 
palavras vazias. Criticava Platão que para ele era muito intelectualista e totalmente 
voltado para a elite. 
Isócrates teve sua importância diferenciada dos demais filósofos de sua 
época no que diz respeito a sua atenção especial à linguagem, descobriu 
habilidades para facilitar o aprender o discurso. Suas técnicas de acordo com Maria 
Arruda consistiam em valorizar a repetição, desenvolver técnicas de desdobrar o 
discurso, fazer pesquisas, distinguir as partes que compõe a oratória, fazer 
formulações de “regras para orientar as maneiras de apresentação de teses, as 
sentenças, a ironia”. Isócrates defendia uma eloqüência associada a “formação 
moral, cívica e patriótica”. (Arruda 2013 p. 74). Cícero grande filosofo e orador 
romano admirou e elogiou Isócrates dizendo que ele “ensinou a Grécia a falar”. 
 
2.3 A filosofia de Aristóteles (pedagogia) 
 
Aristóteles foi discípulo 
de Platão, mas discordou em 
tudo da filosofia do mestre 
principalmente do mundo das 
ideias. 
 
 
 
 
Reflexão sobre sua filosofia 
 Criticou o idealismo de seu mestre Platão; desenvolveu uma teoria realista em 
contraposição ao idealismo platônico; 
 As coisas não são imutáveis a imutabilidade dos conceitos e o movimento das 
coisas são explicadas a partir das coisas mesmas. 
 Para ele a matéria e a forma explicam o ser. 
 A matéria é passiva e contêm as virtudes da forma em potência. Para explicar 
a matéria e a forma pode se usar o exemplo de uma estátua, a matéria é o 
material (pedra sabão, argila, madeira) e a forma é o que se faz com o 
material. 
Fonte: https://br.pinterest.com/explore/filosofia-de-aristoteles/ 
 
26 
 
História da Educação 
 A forma faz do ser o que ele é, pois é o princípiointeligível, a essência 
comum aos indivíduos. 
 O devir faz o ser atualizar a forma que tem em si como potência, o ser tenta 
alcançar a perfeição que lhe é própria e o fim a que se destina. 
 
 
 
 
Sua pedagogia 
 
Para Aristóteles a educação deve levar em conta o constante devir do 
homem; o objetivo da educação deve ser ajudá-lo a alcançar a plenitude e a 
realização do seu ser, deve atualizar as forças que tem em potência. Nesses termos 
ela passa para o campo da ética que leva o homem ao alcance da felicidade e 
promove sua realização quando este desenvolve suas faculdades físicas, morais e 
intelectuais. 
Segundo Aristóteles o homem se diferencia dos animais pela capacidade de 
pensar por isso ele alcança a perfeição exercitando essa capacidade. A razão é que 
disciplina os sentimentos e os instintos do homem. A repetição da vontade torna-se 
um hábito então o homem só é virtuoso quando ele tem o hábito da virtude. 
Portanto, a imitação para ele é um instrumento por excelência na aprendizagem, a 
criança é educada repetindo os atos dos adultos e adquire uma “segunda natureza” 
escolhendo entre o justo meio entre dois vícios. Por conseguinte, o estudo deve se 
ocupar com a formação da cidadania. O método criado por Aristóteles de 
organização do pensamento deu origem a lógica formal. A compreensão precisa 
dos processos de análise e síntese, indução e dedução e analogia que ajuda a 
desenvolver o método lógico de ensinar. 
 
2.4 A filosofia pós-socrática 
 
Durante a invasão macedônia a Grécia viveu a continuação de uma crise, um 
constante momento de guerra que acaba por tirar a autonomia das cidades-estados. 
DEVIR: movimento que gera mudança. 
27 
 
História da Educação 
Nesse contexto de insegurança a filosofia muda sua roupagem, após a guerra do 
Peloponeso as cidades-estados gregas viveram momentos de extrema fragilidade 
até caírem nas mãos dos macedônios na segunda metade do século V a. C. a 
realidade agora era outra por algum tempo a guerra era uma contínua. 
 O contato com o Oriente devido o expansionismo do Império de Alexandre 
com a crise vivida pelos gregos fez os pensamentos filosóficos mudarem o foco para 
outras formas de reflexão e temas, o tema que antes era metafísico ou político 
passou a ser enfocado na ética. Neste novo contexto da história dos gregos, as 
escolas filosóficas que mais se destacaram foram o estoicismo e o epicurismo. As 
duas escolas apresentavam divergências entre si. O estoicismo principalmente por 
sofrer influência de outros pensamentos de vários lugares. 
 
2.5 Características do epicurismo e do estoicismo 
 
Epicurismo (filosofia fundada por Epicuro -341-270 a. C) ao contrario do 
estoicismo para os epicuristas o prazer é o principal aliado da felicidade, ambas as 
escolas concordam no que diz respeito à ataraxia só que para eles o ser humano 
deve evitar o temor, a dor e o sofrimento e se aproximar de tudo que lhe dá 
satisfação estando no âmbito físico ou espiritual. Uma das satisfações que eles 
acentuam é a amizade. 
A busca dos prazeres para seu fundador Epicuro deve ser feita de forma 
racional, pois, se realizada de forma irracional, as consequências podem não ser tão 
agradáveis podendo causar sofrimento no futuro. “atender às verdadeiras 
necessidades humanas significa buscar o prazer duradouro, sereno, espiritual” 
(Maria Arruda 2013 p. 76) 
Estoicismo (fundada por Zenão). Para os historicistas o homem deve fugir do 
prazer ao buscar a felicidade, pois, ele é responsável por muitas dores. Destaca 
como ideal para o sábio a “ataraxia (imperturbabilidade), a apatia (ausência de 
paixões) e a aponia (ausência de dor)”. (Maria Arruda 2013 p 76), portanto, o 
estoicismo acreditava que a felicidade estava associada a essas três posições dos 
indivíduos diante dos acontecimentos de sua vida. O prazer é, portanto o principal 
vilão da felicidade. 
28 
 
História da Educação 
 
 
1. Explique os pontos principais da filosofia de Sócrates e de Platão. 
2. Quais foram os métodos filosóficos desenvolvidos por Sócrates e como 
funciona cada um? 
3. Embora Aristóteles tenha sido discípulo de Platão ele desenvolveu uma 
filosofia totalmente diferenciada da do mestre. Apresente informações sobre as 
duas de forma que explique essa afirmação. 
4. Para Aristóteles a educação tem um grande papel no desenvolvimento do ser. 
Qual era esse papel? 
5. Quais foram os fatores que mudaram a forma de reflexão da filosofia grega? 
6. Apresente a diferença entre a filosofia epicurista e a historicista. 
 
Neste contexto a educação física tão valorizada pelos gregos no período 
clássico dá lugar à razão que torna-se primordial no “controle dos sentidos e das 
paixões.” (Maria Arruda 2013 p. 76). As duas escolas influenciaram o pensamento 
de intelectuais romanos como Cícero grande orador, Sêneca filósofo irreverente, 
Epicteto e Marco Aurélio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Discuta sobre os princípios que Aristóteles trouxe e ainda traz 
para a educação. 
 
29 
 
História da Educação 
 
UNIDADE 03 
A Educação Grega 
 
Fonte: https://www.flickr.com/photos/48292515@N05/7401283160 
 
30 
 
História da Educação 
3.1 A educação grega 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://jarvioi8.wordpress.com/tag/historia/ 
 
A formação dos gregos era integral, ou seja, envolvia o físico (atletismo, 
hipismo, atividades físicas diversas) e o espírito (desenvolvimento intelectual). Até o 
período clássico a parte física era colocada como prioritária na educação da criança 
e do jovem. Atualmente podemos perceber que a educação moderna está também 
desenvolvendo uma educação integral. A educação grega já se encontrava 
estabelecida no período Clássico principalmente em Atenas. 
 
3.1 As principais cidades-estados gregas e a Educação 
 
Esparta - cidade-estado grega fundada pelos dórios na região do 
Peloponeso, ao contrário de Atenas possuía solo fértil e seus cidadãos eram 
voltados para a guerra. Considerada por muitos pesquisadores a cidade-estado 
menos desenvolvida sua sociedade não era tão bem definida quanto a de Atenas. 
Ao contrario de Atenas não usavam o escravo-mercadoria e nem abraçou a 
democracia preferindo continuar aristocrática. 
Enquanto Atenas conseguiu seu apogeu no período Clássico, Esparta ainda 
era considerada “atrasada” nesse período, no entanto, a rivalidade entre essas duas 
cidades levou-as a conflitos não só ideológico mais bélico também. Embora a 
divisão social não fosse tão bem definida como defende alguns pesquisadores, mas 
31 
 
História da Educação 
se podem elencar três grupos sociais “[...] os homoioi (as partes, iguais), os periecos 
e os hilotas”. Maria Florenzano 1990 p. 50. 
Como em toda a sociedade antiga existia um grupo social que comandava a 
política, a economia e a sociedade, em Esparta esse grupo era os homoiois 
considerados cidadãos por excelência, se diziam descendentes dos fundadores da 
cidade por isso tinham todos os direitos sobre os demais grupos, detinham as 
atividades políticas e militares. A educação dos homoiois era muito rígida desde 
pequenos. 
Exemplo de nacionalismo exacerbado seus filhos eram treinados para 
defender sua pátria com a própria vida era um orgulho para os espartanos morrer 
em combate por isso, só os cidadãos perfeitos fortes e corajosos poderiam viver 
para defender sua terra. Os principais órgãos políticos almejados pelos cidadãos 
eram uma assembléia, cujos membros só podiam alcançá-la com mais de 30 anos, a 
Ápela, seus membros eram os eleitores dos que iam compor a Gerúsia órgão com 
atribuições legislativas e judiciárias composta por 28 espartanos que só estavam 
aptos a exercerem o cargo ao saírem do exército aos 60 anos. E o órgão de função 
executiva composto por cinco pessoas, o éforos. 
 
3.1.1 Educação espartana, principais pontosFonte: https://www.oversodoinverso.com.br/como-era-a-infancia-em-esparta/ 
 
 As atividades guerreiras eram valorizadas e a educação era bastante severa 
voltada para a formação desse guerreiro. 
 No século IX a. C. Licurgo organizou o Estado e a educação em Esparta. 
32 
 
História da Educação 
 As atividades esportivas e a música era destaque no inicio da formação 
educacional, a partir do século IV ela se torna rigorosa como nas casernas 
(espécie de quartel). 
 Eles davam muita ênfase a perfeição física para alguns pesquisadores 
chegavam a praticar a eugenia (defendiam que os deficientes tinham de ser 
exterminados porque não podiam defender a pátria. Embora não se possa 
provar essa prática mas, há indícios de que ela existia) e suas mulheres eram 
obrigadas a praticarem halterofilismo para terem filhos perfeitos para servir o 
Estado. 
 Aos sete anos as crianças eram separadas da mãe e o Estado se 
encarregava de sua educação que era pública e obrigatória, eram separados 
em grupos por idade sob a supervisão de um monitor; no inicio estudavam 
música, dança coletiva e canto, aos doze anos as atividades eram lúdicas, 
nas próximas etapas os treinos se tornam rigorosos como treinos militares. 
 A educação também era moral nessa parte eles aprendiam a serem 
obedientes, aceitar castigos e obedecer aos mais velhos. E privilegiar a vida 
comunitária. Diferentes dos atenienses desprezavam o refino intelectual, a 
arte para eles era a guerra. 
 
 
 
 
Atenas - cidade-estado grega localizada na região da Ática ficou conhecida 
pelo seu destaque intelectual, seus filósofos e imperialismo, historiadores e 
intelectuais de forma geral eram atraídos por essa cidade. Geograficamente era bem 
diferente de Esparta, pois não possuía um solo muito fértil precisando dessa forma 
manter um comércio com outras localidades e uma conquista expansionista para 
assegurar a sobrevivência. 
Dentre as cidades-estados sem dúvidas foi a que mais se destacou a 
sociedade nesta polis estava dividida em três grupos bem distintos os cidadãos, os 
estrangeiros, também conhecidos por “metecos” e os escravos. Para ser cidadão em 
Atenas era necessário ser filho de pai e mãe ateniense e possuir riquezas advindas 
da terra. Os gregos não só os atenienses valorizavam muito a posse de terras. 
Dica de filme: Trezentos de Esparta 
 
33 
 
História da Educação 
 No período de Clístenes ele fundou e ampliou os fundamentos da 
democracia quando derrubou o último tirano através de uma rebelião, no século V, 
desta forma promoveu a ampliação do direito de cidadania, também criou um 
mecanismo de proteção à democracia, o ostracismo (esse mecanismo funcionava 
desta forma, todos que fossem considerados ameaças para a democracia eram 
exilados por um período de dez anos, entretanto, suas propriedades não eram 
confiscadas, ao término dos dez anos na sua volta ele podia revê-la). A cidadania 
agora não era privilegio apenas dos que possuíam terras, mas também de outros 
homens livres e atenienses genuínos. 
Mesmo com a cidadania ampliada, os que tinham posses fundiárias 
logicamente continuavam a dominar a cena política e intelectual. Segundo Maria 
Florenzano: 
 
A literatura documenta bem a existência de uma elite intelectual e política 
cuja riqueza material provinha fundamentalmente da posse de bens 
fundiários e que na verdade conservou durante todo o século V os mais 
elevados cargos públicos. Essas famílias, ricas [...] viviam na cidade 
dedicando-se à política, à filosofia, à ginástica. (Florenzano 1990p. 39) 
 
Os atenienses aristocráticos desprezavam todo e qualquer trabalho manual e 
por isso buscavam cada vez mais o ócio que para o cidadão era fundamental para 
que tivesse muito tempo para filosofar ou discutir política na Ágora (praça central). 
Desta feita todo o trabalho manual como na lavoura, artesanato, comércio entre 
outros era feito pelos grupos sociais menos favorecidos, os metecos, e pelos 
escravos; um cidadão que se prestava a fazer trabalhos manuais era malvisto pela 
sociedade. 
Os principais órgãos políticos de Atenas eram o conselho dos quatrocentos 
que era composto por representantes de todas as regiões de Atenas, a Bulé; a 
assembleia que aprovava as leis criadas pela Bulé, a Eclésia; e o tribunal de justiça 
que todos os cidadãos podiam participar o Helieu. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
História da Educação 
3.1.2 A educação ateniense, principais pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.debatesculturais.com.br/a-educacao-de-alguns-povos/ 
 
 Em Atenas a educação era física e intelectual, a prioridade era formar 
cidadãos e não guerreiros como os espartanos. 
 Uma nova educação foi exigida com o surgimento de novas classes sociais. 
No século VI a. C às escolas já começam a surgir elas não eram públicas, 
pois, o Estado não se interessava por esse tipo de atividade. 
 Como os espartanos a educação se iniciava aos sete anos, as mulheres 
ficavam no gineceu que era a parte da casa onde se aprendia os afazeres 
domésticos e o menino era acompanhado a palestra por um escravo 
(pedagogo), para praticar exercícios físicos como corrida, salto, lançamento 
de discos, de dardos e lutas (pentatlo). 
 Na educação física o garoto promovia o conhecimento de si próprio porque as 
aulas também eram acompanhadas de moral e estética depois, o pedagogo o 
acompanha as aulas de cítara. Eles aprendiam ainda poemas, cantos coral e 
dança, o ler e escrever era relegado o segundo plano. 
 O mestre não tinha destaque social quase sempre era humilde mal pago e 
menos prestigiado do que os instrutores físicos. 
 Depois a educação elementar é dividida em dois níveis o secundário e o 
superior. Não há necessidade de escolas as aulas são ministradas em 
qualquer lugar e o método é o da silabação, repetição, memorização e 
declamação. 
35 
 
História da Educação 
Alexandre, o grande e o helenismo 
 
As cidades-estados foram aos poucos criando germes internos que 
corroeram-nas de forma a promoverem o declínio das mesmas, problemas 
econômicos internos luta pelo poder principalmente entre Atenas e Esparta 
fragilizam a estrutura política. Com Péricles Atenas chega ao apogeu de 
desenvolvimento econômico e político as ligas formadas para enfrentarem um 
inimigo comum como a Pérsia nas famosas guerras médicas que preparam o 
cenário para a Guerra do Peloponeso que foi vencida por Esparta em 403. Com o 
fim da Guerra e a derrota de para Esparta o imperialismo ateniense é desfeito. 
Pequenos camponeses perderam suas terras ou migram para as cidades 
onde se sentem mais seguros, muitos escravos aproveitam-se da situação para fugir 
levando a agricultura a uma grande crise, não só a agricultura mais toda a Grécia. 
Dezessete anos de guerra entre a liga de Delos e a Liga do Peloponeso, levam a 
fragilidade política, econômica e bélica. Foi nesse contexto que a Macedônia se 
levantou e dominou a Hélade, instruído por Aristóteles, Alexandre acalentava o 
sonho de construir uma grande cultura que ele conseguiu fazendo a fusão da cultura 
helênica com outras culturas promovendo assim o nascimento de uma cultura 
diferenciada o helenismo e que Alexandre tratou de difundir. 
 
3.2 Educação no período helenístico 
 
 A antiga Paidéia tornou-se enciclopédia, ou seja, educação geral, que 
consiste na ampla gama de conhecimentos exigidos para a formação do 
homem culto. (ARANHA 1996 p. 53) 
 A teoria aumenta e os exercícios físicos diminuem; 
 Os temas éticos ganham ampla importância em substituição às questões 
metafísicas e políticas; 
 No nível secundário aumenta a importância da retórica. 
 As sete artes liberais cada vez mais alcançam destaque e passam a 
caracterizar o ensino; 
36 
 
História da Educação 
 
 
 
1. Faça a comparação entre a educação ateniense e a educação espartana. Logo em 
seguida conclua se ainda podemos encontrar na educação de hoje algumapermanência de uma ou de outra. 
2. Elenque os fatores que fazia de Atenas a cidade-estado considerada mais 
desenvolvida da Grécia. 
3. Quais são as principais mudanças que se pode perceber no período da educação 
helenística? 
 
 Com a expansão das escolas filosóficas e da junção de algumas delas surge 
a Universidade de Atenas que manterá sua influencia até mesmo com a 
dominação romana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Discorra sobre os pontos positivos e negativos que o 
comportamento Ateniense e Espartano nos trouxe em aspectos 
educacionais para a atualidade. 
 
37 
 
História da Educação 
 
UNIDADE 04 
Antiguidade Romana 
 
Fonte: https://bykovvg-1952.livejournal.com/856981.html 
 
38 
 
História da Educação 
Introdução 
 
Roma se formou a partir da junção de povos como italiotas, latinos sabinos e 
etruscos. Os latinos viviam na região do Lácio e fundaram comunidades simples 
onde não havia propriedade privada da terra. O paterfamilias era a autoridade 
máxima, eles cultuavam os antepassados. Com o tempo os outros povos foram 
sendo agregados a eles fundando assim a cidade de Roma de onde surgiria o 
império. Em sua origem lendária que a cada dia a arqueologia procura vestígios para 
comprovar, Roma foi fundada por um dos gêmeos filhos de Réia Silvia com o deus 
Marte, Rômulo que Havia matado seu irmão Remo após uma discussão fútil, em 
meados do século VIII e tornou-se o primeiro rei. 
Rômulo também teria criado o Senado que se tornou o órgão máximo no 
período da República. Assim como na Grécia, em Roma o proprietário de terras era 
o que comandava também a política. Em todos os períodos históricos, a política foi 
dominada pela aristocracia e o poder era centralizado, não houve a divisão em 
cidades-estados como na Grécia. Em comum Grécia e Roma entre outras coisas 
tinham o desprezo pelo trabalho manual. 
A escravidão que aumentou assustadoramente durante o período 
expansionista tornou-se condição indispensável para a existência do império romano 
A religiosidade de Roma era tão forte quanto a da Grécia. Politeístas desde a origem 
assimilaram o panteão de deuses gregos que eles rebatizavam com outros nomes 
como, por exemplo, Posseidom na Grécia transformou-se em Netuno em Roma, 
Dionísio na Grécia tornou-se Baco em Roma, e assim por diante 
A história de Roma foi dividida em três grandes períodos a Realeza (de 753- 
509 a. C), que teve seu inicio com a fundação da cidade de Roma e a queda do 
último rei dos etruscos; República (509-27 a. C.), nesse período o que prevaleceu 
foi a luta entre os grupos sociais patrícios e plebeus e o processo de expansão 
militar onde os generais partem para conquistar vários povos; e, finalmente o 
Império (27 a. C a 476 d. C) que vai da inauguração do império por Otávio Augusto 
até a queda do mesmo. 
 
 
 
39 
 
História da Educação 
4. Etapa da história de Roma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/historiag/roma-periodo-monarquico.htm 
 
1. Realeza - desenvolve-se o cultivo de cereais e o comércio que fez com que 
Roma se transformasse em cidade (urbs). É nesse período que a propriedade 
privada e a divisão de classes ficaram bem definida pode-se classificá-la em: 
 
Os patrícios formavam a gens, pois se diziam descendentes dos fundadores 
e formavam comunidades. Reuniam-se em torno de um ancestral comum eram os 
possuidores das melhores terras, constituíam a aristocracia e detentores de todo 
poder político, em uma sociedade patriarcal cada gens tinha um pater famílias que 
detinha o poder soberano em sua gens; toda gens possuíam números determinados 
de clientes, o pai detinha todo poder sobre seus filhos e “todos que vivessem sobre 
seu teto”, inclusive poder de vida e de morte. Nessas comunidades os mais velhos 
subjugavam os mais novos. 
Os plebeus, homens e mulheres livres, comerciantes, artesãos, agricultores, 
ficavam à margem da cidadania não pertenciam as gens e nem tinham direitos 
políticos nesse período, no entanto, com a dinamização do comercio muitos se 
tornaram ricos, esses plebeus ricos lideraram essa classe na luta por direitos. 
Os clientes, plebeus sem propriedades que se ligava a um patrício e 
mantinham laços de dependência. O patrício garantia ao cliente proteção e em troca 
esse cliente se mostrava obediente, auxiliava-o militarmente, politicamente, 
judicialmente e em alguns casos ajuda financeira. 
 
40 
 
História da Educação 
Os escravos tornavam-se escravos por dívidas ou no período expansionista 
eram capturados nas guerras. Com o tempo o número de escravos cresceu tanto 
que Roma não sobreviveria sem suas mãos para gerar sua riqueza ou sustento. A 
escassez de escravos foi uma das causas da queda do império Romano do 
Ocidente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/5642040/ 
 
2. República - a república romana defendia os interesses dos patrícios. Dois 
cônsules representavam o executivo e o senado era o principal órgão. Nesse 
período muitos plebeus conseguiram enriquecer e passaram a reclamar 
direitos políticos, houve grandes conflitos entre patrícios e plebeus. Ao 
tomarem consciência de sua importância como classe social indispensável 
para a manutenção de Roma os plebeus resolveram deixar a cidade e 
passaram a habitar o monte Sagrado exigindo participação política. 
 
Conquistas dos plebeus, com o enriquecimento de uma boa parcela dos 
plebeus a consciência de sua importância para a manutenção da sociedade e da 
economia romana foi crescendo, não tardaram para virem as revoltas e rebeliões 
que lhes garantiram algumas conquistas e espaço dentro da sociedade aristocrática 
e fechada dos patrícios. Alguns direitos alcançados por esse grupo social que 
podem ser elencados nesse contexto foram criação do cargo de tribuno da plebe, 
permissão de casamento com os patrícios (Lei Canuleia), publicação da Lei das 
Doze Tábuas (primeiro código de leis escrita dos romanos), e as Leis Licínias que 
41 
 
História da Educação 
estabelecia que um dos cônsules sempre seria plebeu. A aristocracia adquiriu uma 
nova roupagem agora era formada pela riqueza e não mais por nascimento. 
Esse período é marcado também pela expansão territorial eles conseguem 
toda a península itálica, depois das três Guerras Púnicas contra os cartagineses nos 
séculos III e II a. C. e no século I todo o Mediterrâneo já estava sob sua influência. O 
comércio se expande mais ainda enriquecendo a muitos e a escravidão se 
intensifica tornando mão-de-obra fundamental, nesse contexto ocorre muitas 
revoltas dos escravos por causa de situações brutais a que eles são submetidos 
tratos. A escravidão por dívidas continua. A Grécia também é anexada e está sob o 
período helênico. 
3. O Império - Otávio Augusto fundou o império, no seu governo, Roma 
passou por um grande desenvolvimento cultural e urbano, houve o incentivo 
as artes sobre influência helênica, o comércio se desenvolveu mais ainda e a 
escravidão continuou sendo a base do processo econômico. Para administrar 
o império surgiu uma vasta burocracia e a instituição do Direito Romano. 
 
Um fator fundamental para a história do império foi o nascimento de Cristo no 
período de Tibério, no início os cristãos foram perseguidos e mortos, mas depois o 
cristianismo se tornou religião oficial do império através do Édito de Tessalônica 
instituído pelo imperador Teodósio (378-395), a expansão do cristianismo foi uma 
das causas de sua queda juntamente com a escassez de mão de obra escrava e as 
invasões bárbaras. Em 395 o império foi dividido em dois, Impérios Romano do 
Ocidente e Império Romano do oriente com sede em Constantinopla. 
 
4.1 A pedagogia Romana 
 
 Característica - o trabalho intelectual era legado a aristocracia a razão era 
o foco do ensino dos educadores. A eloquência no discurso também era 
buscada como osgregos, ambos tinham a pedagogia semelhante com 
algumas diferenças apenas; a grega estava dividida em duas vertentes uma 
filosófica e outra voltada para a retórica já em Roma a reflexão filosófica não 
tinha tanto destaque como na Grécia quando usada em Roma por Quintiliano 
a filosofia fica mais no âmbito da ética e da moral. 
42 
 
História da Educação 
Os romanos eram mais pragmáticos do que os gregos, eram mais voltados 
para a política e o cotidiano por isso, a retórica era mais importante do que a 
filosofia. Maria Lúcia fazendo uma análise do período do declínio do império conclui 
que, 
 
De fato, com o tempo, há um descuido da formação científica e artística, 
prevalecendo uma cultura de letrados, cuja atenção maior está nas 
minúcias das regras gramaticais, nas questões filosóficas e nos artifícios 
que permitem o brilho nas conversações. (ARANHA 1996 p.62). 
 
A humanista 
Fonte: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/6-motivos-que-te-farao-agradecer-por-nao-ter-
nascido-na-roma-antiga/ 
 
A forma com que Roma tratava o povo que eles venciam era bastante 
peculiar, costumava-se até mesmo dar a cidadania para eles em troca de 
pagamentos de impostos, as culturas também eram assimiladas pelos mesmos. 
Dos gregos os romanos assimilaram muitas coisas até mesmo seu idioma; da 
assimilação dessas culturas surgiu a humanitas, cultura universalizada dos romanos, 
ou em educação cultura do espírito, semelhante à Paidéia grega. Com o tempo a 
humanitas torna-se apenas o estudo das letras, afastando-se da ciência. 
A educação romana era mais voltada para a prática, seus principais 
representantes foram Catão que não aceitava a influência helênica, ele era defensor 
da tradição; Cícero, famoso pela eloquência da oratória, maior representante da 
humanitas, principal modelo dos pedagogos renascentistas; Sêneca (espanhol) 
43 
 
História da Educação 
preceptor de Nero, defendia a filosofia que para ele era capaz de levar o homem a 
uma boa vida pra ele a tranquilidade da alma era a verdadeira felicidade, a 
educação devia ser prática e vivificada pelo exemplo ela deve ajudar o homem a 
fugir doa apetites pessoais nesse particular ele valorizava mais a moral do que a 
retórica; 
 Plutarco (grego) valorizava a música a beleza e a formação do caráter; 
Quintiliano (espanhol) um dos pedagogos romanos mais respeitados, ele 
acreditava que o cuidado com a criança começava desde a escolha de sua alma, 
para iniciar o ensino das letras, defendia que devia ser feito o ensino da leitura e da 
escrita simultaneamente, a aprendizagem deveria ser duas etapas com trabalhos e 
com o lúdico pra ser mais proveitosa e menos árdua; o trabalho em grupo também 
era sugerido por ele; defendia ainda que o homem alcançasse através da 
aprendizagem uma segunda natureza através da instrução geral e dos exercícios. 
Varrão que passou a aceitar a cultura grega. Foi o primeiro a receber pagamento do 
governo seu destaque era mais para a oratória. 
 
4.1.1 A educação romana, principais característica 
 
Como já vimos a história de Roma passou por alguns períodos bem distintos, 
para entendermos sua educação necessário se faz a analise desta educação no 
contexto de cada período. 
No período da realeza – período dos heróis, a educação era voltada para 
perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar os ancestrais. Lembrando que 
a família romana era bastante extensa envolvendo filhos casados, escravos e todos 
os agregados que estavam sob o domínio do paterfamilias. Somente após os sete 
anos é que a educação começava, as meninas aprendiam com a mãe, ou outra 
mulher responsável por sua educação, os afazeres domésticos e os meninos 
aprendiam com o pai acompanhando-o para todos os lugares as festas e aos 
acontecimentos mais importantes, ele aprende a história dos heróis e a Lei das Doze 
Tábuas para adquirir uma consciência histórica e patriotismo. 
Outras habilidades também são desenvolvidas no seu aprendizado com diz 
Maria Lucia Aranha: 
 
44 
 
História da Educação 
Por viver em uma sociedade agrícola, o menino aprende a cuidar da terra, 
trabalho que de início coloca lado a lado o senhor e o escravo. Aprende 
também a ler, escrever e contar tornando-se hábil no manejo das armas, na 
natação, na luta e na equitação. Os exercícios físicos visão à preparação do 
guerreio mias do que propriamente ao esporte desinteressado. (Aranha 
1996 p. 64-65) 
 
Dessa forma se percebe a formação de fato do herói do aristocrata. Aos 15 
anos sempre na companhia do pai, de um aparente ou até mesmo de um escravo 
ele aprendia o civismo na praça central onde ocorre o comércio e onde se discute 
política e a vida privada. Aos 16 anos ele ingressa nos estudos militares para uma 
formação moral e onde ele aprende sobre o cotidiano e a imitação do pai ou de 
algum antepassado que se destacou. 
 
4.1.2 A educação na República, a vida nas cidades 
 
Nesse período a clientela aumenta e a educação se modifica, a vida nas 
cidades é incrementada pelo desenvolvimento do comércio e outras atividades, 
nesse período são criadas as escolas elementares particulares onde as crianças 
aprendia a ler escrever e contar dos 7 aos 12 anos, o método desenvolvido era o da 
decoração e as crianças podiam passar por castigos físicos. Com a assimilação da 
educação grega do período helênico as crianças aprendiam dos 12 aos 15 anos na 
escola dos gramáticos aprendiam também sobre os clássicos gregos ampliando 
assim sua literatura. 
Além de literatura outras disciplinas compunham seus currículos escolares a 
geografia, aritmética, geometria e astronomia. Com o aprimoramento da retórica 
surgiu a escola do retor (professor de retórica) e que fez surgir também as escolas 
superiores onde se estudava direito política e filosofia. As artes marciais também 
eram utilizadas nesse período. 
 
 
 
 
 
45 
 
História da Educação 
4.2 Educação no império Romano 
 . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://www.iclik.com.br/historia-da-infancia-na-idade-media/ 
 
Roma se torna um império burocrático e o Estado precisa de funcionários 
habilitados para as funções por isso o Estado passa a interferir na educação e 
passou a assumir o controle total nessa área passou inclusive a subvencionar a 
criação de escolas nos municípios. O Direito passou a ser estudado em quatro ou 
cinco anos e foram fundadas inúmeras bibliotecas e houve apropriação de 
manuscrito de várias regiões conquistadas. 
Os cursos de taquigrafia (os tabeliões de hoje) aumentaram de importância de 
simples secretários esses taquígrafos foram aumentando de importância. Outros 
grupos e a níveis superiores que foram surgindo foi o de filosofia, e retórica e mais 
tarde as cátedras de medicina, matemática e mecânica. 
 
4.2.1 O império Romano do Oriente e a Educação 
 
O imperador Teodósio dividiu o Império Romano em dois no século IV Império 
Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente também conhecido por Império 
Bizantino. Na Idade Média os dois Impérios passaram por uma história bastante 
diferente, enquanto o Ocidental mergulhou no sistema feudal o Oriental alcançou um 
desenvolvimento cultural considerável até o século XV quando finalmente os Turcos 
Otomanos conquistaram Constantinopla, sua capital. 
46 
 
História da Educação 
Constantinopla foi erigida sobre a antiga colônia grega de Bizâncio por isso, 
com o tempo a cultura grega sobressaiu-se à cultura romana, o latim foi substituído 
pelo grego. Com o Cisma do Oriente ocorrido no século XI, a partir de então 
surgiram duas igrejas cristã, a ortodoxa Grega cuja autoridade situava-se na pessoa 
do imperador e a católica apostólica romana que tinha por autoridade máxima o 
papa. Com a autoridade centrada no imperador tem inicio o cesaropapismo. 
O mais famoso imperador foi Justiniano que no afã de manter alguns 
costumes romanos sistematiza o Direito Romano. Em suas escolas eram estudadosos clássicos sem restrições, objetivavam também a formação de funcionários para 
trabalharem na administração do Estado. Famosa pelos seus sábios foram os 
mesmos que ajudaram a reconstruir a cultua ocidental. 
 
A Idade Média 
 
A Idade Média europeia foi marcada pelo feudalismo, com a desagregação do 
Império Romano do ocidente, a Europa mergulhou em um período de incertezas 
política e econômica onde o poder foi distribuído entre a nobreza. Esse período 
também imprimiu características bastante peculiar intensa ruralização, ausência de 
moedas, comércio in natura, poder político fragmentado, e forte religiosidade, a 
igreja passou a dominar o imaginário social dessa época. 
Esse período foi dividido em dois grandes períodos a Alta Idade Média (do 
século V – X) onde o feudalismo alcançou seu apogeu e a Baixa Idade Média (do 
século XI-XV) onde uma série de acontecimentos fez renascer as cidades, o 
comércio e centralização política nas mãos dos reis. A sociedade feudal era 
fortemente aristocrática e rigidamente dividida entre senhores e servos, não havia 
possibilidade de ascensão social, pois, era a terra que ditava a condição social e ela 
estava nas mãos dos nobres. 
A Igreja no contexto do feudalismo ditava as normas sociais e se tornou a 
maior senhora feudal da época. Além de normatizar a sociedade era a única 
instituição organizada e forte, detentora do conhecimento intelectual, seus mosteiros 
guardavam verdadeiras relíquias literárias deste os filósofos clássicos até outras 
obras igualmente importantes para a construção da história da humanidade. Os 
monges copistas passavam horas traduzindo essas obras e ilustrando-as. 
47 
 
História da Educação 
 
 
 
A Igreja na Idade Média 
 
Do grego Eclésia, quer dizer, “comunidade de cidadãos” já no que se refere 
ao cristianismo quer dizer “comunidade dos fieis” e engloba toda a comunidade 
eclesiástica e os fieis. O grupo clerical dominou a cultura escrita até o século XII e 
essa cultura era transmitida nas escolas catedráticas, monástica e nas 
universidades. Quanto a cultura vulgar ela não desapareceu nos primeiros 
momentos da idade média, era transmitida oralmente e de certa forma influenciou 
até mesmo algumas liturgias eclesiástica, embora a própria igreja taxasse essa 
cultura de superstições. 
Havia desta forma dois pólos culturais na Idade Média, a laica ou vulgar e, a 
eclesiástica em um primeiro momento da Alta Idade Média, vez por outra elas se 
influenciavam em certos aspectos. Nesse contexto, a igreja também passou a 
dominar o idioma o latim que acabou se tornando de uso exclusivo da Igreja depois 
da desagregação do Império Romano do Ocidente. A cultura vulgar prevaleceu com 
seus muitos ritos e acabou influenciando a Igreja. Hilário Franco Júnior escrevendo 
sobre essa temática diz que: 
 
A cultura vulgar, por sua vez pressionou ao longo da Idade Média para que 
certos ritos fossem criados ou modificados. Um exemplo do primeiro caso é 
o reconhecimento clerical do culto aos mortos, com a inclusão no calendário 
litúrgico festa de Todos os Santos no século IX e, em principio do século 
X, da festa de Finados, 2 de novembro. (Franco Jr. 2001 p. 104) 
 
Durante toda a primeira fase da Idade Média parece que a cultura vulgar tem 
uma ação mais forte sobre a cultura clerical que incorporou muito do paganismo nas 
liturgias dos cultos. Na segunda metade da Alta Idade Média as mudanças política, 
que culminaram com o Renascimento carolíngio a situação passou a se reverter. A 
cultura vulgar foi abafada e a cultura clerical tornou-se oficial. “Segundo o próprio 
Carlos Magno, seu objetivo era fazer com que „a sabedoria necessária à 
compreensão das Sagradas Escrituras não seja muito inferior à que deveria ser‟.” 
(Franco Jr. 2001 p. 107). A partir desse momento a Igreja tornar-se-ia a guardiã de 
Dica de filme: O nome da Rosa 
48 
 
História da Educação 
muitas obras clássicas que ela entesourou em seus mosteiros. “Quase toda igreja de 
importância média tinha de 200 ou 300 livros. [...]”. ( Franco Jr. 2001 p. 108). Os 
monges copistas se proliferaram para fornecer cópias dessas obras para essas 
igrejas. 
 
4.2.2 A Influência da Igreja medieval no Ensino 
 
Todos os acontecimentos que iam se sucedendo desde a desagregação do 
império Romano do Ocidente confluíram para que a igreja se apossasse da cultura 
letrada consequentemente o ensino tornou-se monopólio da mesma. Ainda no 
século XI começou a surgir às escolas nas cidades, essas escolas aos poucos 
evoluíram e tornaram-se universidades no século XIII. O sistema feudal acabou 
gerando fatores que o desagregaram ainda no período medieval. O sistema 
capitalista foi gerado nesse bojo de mudanças que acabaram levando-o a substituir 
o chamado modo de produção feudal. O desenvolvimento da vida em cidades, da 
economia e o aumento demográfico tornou o conhecimento intelectual indispensável 
neste contexto. 
Quando os leigos tentaram abrir suas escolas tinham no clero seus maiores 
opositores e críticos, até mesmo quando ela foi levada a reconhecer que a 
necessidade de se fundarem escolas particulares leigas ela tratou de “formalizar” o 
inevitável e assim continuar com seu monopólio: 
 
[...] Reconhecia-se que as escolas clericais não eram suficientes e aceitava-
se a existência de escolas privadas. Por outro lado, é claro, a igreja 
reafirmava assim que o monopólio do ensino era seu: se concedia a licentia 
docendi era porque ela lhe permitia. (Franco Jr. 2001 p. 117) 
 
Nem mesmo as universidades nasceram desprovidas da influencia da Igreja 
que quando não lhes administrava fornecia parte de seus clérigos para exercerem a 
função de professores, até mesmo os métodos utilizados eram criados pela igreja e 
seus doutores. Na Baixa Idade Média tanto a cultura clerical quanto a vulgar se 
mostraram fragilizadas diante das crises enfrentadas na sociedade, na política e na 
economia. 
As mudanças foram sentidas, nas formas de reflexão, na arquitetura, na 
literatura e nos mais altos centros formadores da cultura letrada, as universidades. 
49 
 
História da Educação 
As universidades no meio dessa ebulição de crises e mudanças mudaram seus 
objetivos primários que eram centros de criação intelectual para tornarem-se centros 
conservadores de reprodução cultural, elitizaram-se e tornaram-se pilares para a 
ascensão social e os desprovidos de posses não puderam mais usufruir de seus 
conhecimentos. 
 
4.3 A pedagogia na Idade Média 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://es.slideshare.net/quinicarrera/literatura-edad-media-7148221 
 
Como era a Igreja a detentora de todo conhecimento intelectual nesse 
período havia um embate entre a ideologia pregada pela igreja e o que os livros em 
grande maioria traziam que, era o pensar dos filósofos gregos e suas obras que 
viam Deus diferente de como a Igreja passava para os fieis e outros assuntos 
considerados não adequados para os cristãos. Como diz Maria Lúcia Aranha 
 
Por ser os únicos letrados, os clérigos se apropriavam do tesouro cultural 
Greco-latino. A produção intelectual da Antiguidade, no entanto, apresenta 
diferenças profundas no pensar cristão. De maneira geral, ao 
intelectualismo e ao naturalismo grego se contrapõe o espiritualismo cristão. 
(Aranha 1996 p. 71) 
 
Dessa forma os doutores da igreja tinham a função de adequar esses 
pensamentos entre a fé e a razão pregada pelo intelectualismo formal, refutando 
certos pensamentos que prejudicavam a fé e modificando outros que podia ser 
adequado à mesma. 
50 
 
História da Educação 
É desse período também a criação da filosofia cristã uma série de 
pensamentos religiosos mesclados com os conhecimentos produzidos 
principalmente pelos gregos. A Igreja viveu dois grandes momentos da dominação 
do pensamento dessa filosofia cristã a Patrística que prevaleceu do final do período 
clássico até o século V, quando houve o processo dequeda do Império Romano e o 
início da Idade Média, a Escolástica que prevaleceu na Baixa Idade Média dos 
séculos IX até o XIV. 
A patrística (filosofia dos pares da igreja): precedeu a Idade Média, nasceu 
no início da queda do Império Romano no século II, mas foi fundamental para o 
período, pode ser considerada como a primeira tentativa de conciliar o pensamento 
grego ao pensamento cristão com a finalidade de converter o pagão. Teve como 
principal representante Santo Agostinho (340-430). Bispo de Hipona, foi adepto do 
maniqueísmo (os maniqueístas acreditam em dois princípios divinos o do bem e do 
mal) depois aceitou o cristianismo, era muito pessimista por viver em um mundo 
envolvido pelas guerras, incertezas e insegurança, inspirou-se na filosofia de Platão 
sobre o mundo das ideias, (que ele chama de mundo de Deus e que para alcançar 
esse mundo se deve aderir à fé); e o mundo sensível. 
A alma do homem para santo Agostinho é responsável por levá-lo para a 
prática do bem porque é a parte superior, a salvação é alcançada pela fé e não 
pelas boas obras. Ele pregava a predestinação pelo qual todos já nascem 
predestinados ao céu ou ao inferno. O homem é o oposto de Deus, portanto, 
depende a benevolência de Deus para ser salvo. Desenvolveu a teoria da 
Iluminação através da qual o homem adquiria o conhecimento das verdades 
eternas conhecimento este dado pelo próprio Deus. 
A Escolástica (homens de escola) baseia-se na filosofia de Aristóteles, a 
preocupação nesse período como no período da Patrística ainda era com a salvação 
da alma, pensava o homem como criatura divina, instruía que quando se tivesse 
dúvidas a cerca da fé e da razão deveria se consultar as pessoas determinadas pela 
igreja para tirar essas dúvidas para evitar divergências de pensamentos e se manter 
a unificação de pensamentos da igreja. Com certa autonomia de pensamento 
gerada a partir da Baixa idade Média, manter a unidade de pensamento religioso se 
torna cada vez mais difícil, surgiram muitas heresias. Com o florescimento das 
universidades, o intelectual se volta ainda mais para a razão. 
51 
 
História da Educação 
Metodologia usada pela escolástica 
 
Estruturação do pensamento de defesa da fé para combater as heresias, a 
filosofia passa a ser requisito básico e obrigatório no estudo da teologia contanto 
que seja bem usada sem ferir os princípios de crenças da igreja. Passa se usar o 
silogismo aristotélico, (forma acabada do pensamento dedutivo), para construir o 
embasamento do argumentativo contra as heresias. O método escolástico estava 
dividido em várias etapas leitura, comentários, questões e discussão, os textos 
usados em sua maioria eram bíblicos ou dos padres da igreja essas discussões 
eram fortemente controladas pela igreja. 
O principal representante da escolástica foi Tomás de Áquino, de linhagem 
nobre seu pai era um conde ingressou na ordem dos dominicanos, teve por mestre 
Alberto Magno também dominicano, viajou por vários locais acompanhando seu 
mestre. Baseava-se na filosofia aristotélica. Para ele as pessoas já nascem com 
potencial deste modo, a educação é uma atualização das potencialidades das 
crianças baseava-se na teoria de Aristóteles (matéria e a forma) para fazer tal 
afirmação. A educação seria o meio de se alcançar o ideal da verdade e do bem, 
uma forma de superação do pecado. 
Defendia o princípio de que Deus é o ordenador do mundo. Pregava ainda o 
livre arbítrio, pois, o homem como ser racional é capaz de discernir entre o bem e o 
mal e, deve reconhecer o Bem Supremo, o pecado induz ao erro, que ele chama de 
bem menor, representado, por exemplo, pelo prazer sensual. Deus é a felicidade 
perfeita e a razão é o que conduz o homem a Deus. Aquino tem publicações na área 
de física e metafísica, da ética e da política. Suas pregações sobre esperança e 
caridade eram recorrentes. 
 
4.4 Educação na Idade Média 
 
Durante quase toda a Idade Média a igreja tornou-se a única detentora do 
conhecimento intelectual. A cultura laica foi fortemente marcada ou substituída pela 
cultura eclesiástica, muitas ordens religiosas foram criadas e se proliferaram. Com a 
desagregação do Império romano do ocidente as escolas não desapareceram 
imediatamente elas continuaram a existir embora, funcionando de forma precária. 
52 
 
História da Educação 
 Aos poucos os funcionários do Estado passaram a ser substituído pelos 
clérigos. Os mosteiros se disseminaram muito mais desenvolvendo o chamado 
monarquismo, que influenciou a cultura medieval. Os monges viviam isolados em 
seus mosteiros comendo pouco e fugindo das paixões carnais e dedicando-se a 
orações e a trabalhos manuais. Os mosteiros seriam em teoria o refugio daqueles 
que queriam viver uma vida distante dos prazeres sensuais, da vida de luxuria. Seria 
a busca de uma vida de devoção a Deus, geralmente os monges eram pessoas que 
haviam se desencantado com alguma coisa do mundo. 
 A pedagogia é utilizada para instruir os novos monges. Nesse ambiente, 
também foram estruturadas atividades pedagógicas à medida que surgiu a 
necessidade de se instruir os novos irmãos que ingressariam nas ordens. As 
chamadas escolas monacais possuíam um currículo não muito extenso. Segundo 
Arruda aprendiam o latim e as humanidades, os que se destacavam podiam ainda 
estudar filosofia e teologia. Os monges copistas traduziam horas a fios as obras 
clássicas do grego para o latim, faziam ilustrações, as iluminuras muito famosas 
nessas obras traduzidas e muitas vezes eles também davam nova interpretação à 
luz do pensamento cristão. 
O Império foi invadido por uma série de bárbaros que acabaram por 
fragmentá-lo em vários reinos. O reino mais duradouro foi o reino dos francos que 
teve por principal governante Carlos Magno. Analfabeto de pai e mãe conscientizou-
se que deveria se cercar de intelectuais e instruir o povo. Acabou promovendo um 
florescimento cultural que ficou conhecido por Renascimento Carolíngio. 
A partir do século VIII ocorre o Renascimento Carolíngio. Com a 
desagregação do Império Romano e a intensa ruralização da população européia ler 
e escrever a muito tempo deixou de ser prioridade das pessoas. Neste contexto 
Carlos Magno, fundador do império Carolíngio, deu início a um renascimento cultural 
trazendo intelectuais e fundando escolas até mesmo ao lado do palácio (escolas 
Palatinas), das catedrais (escolas monacais) e as escolas paroquiais de nível 
elementar. 
As sete artes liberais (gramática, retórica, dialética, aritmética, geometria, 
astronomia e música), fazem parte do currículo escolar divididas no trivium 
(gramática, retórica e dialética conjunto para o ensino médio) e, o Quadrivium 
(geometria, aritmética, astronomia e música, conjunto para o ensino superior, 
formando as artes reais). 
53 
 
História da Educação 
4.4.1 A influência dos árabes na educação medieval 
 
Os árabes foram grandes influenciadores da cultura europeia na Idade Média. 
Unificados pela religião islâmica fundada por Maomé no século VII, após sua morte 
deram inicio a uma expansão extremamente agressiva. Juntamente com sua religião 
sua cultura também alcançou distancias grandiosas a partir do século VIII. Seus 
domínios levaram-nos a formarem um grande império. 
A cultura árabe tornou-se uma mescla de culturas que foram sendo 
assimiladas a partir de suas conquistas expansionistas. Segundo Maria Arruda, 
ainda no século X essa civilização já se voltava para a criação de escolas primárias 
onde eles ensinavam a leitura, a escrita e ensinavam também o livro sagrado de sua 
religião, o Alcorão. 
Amantes da cultura erudita organizaram bibliotecas, traduziam obras 
clássicas e se voltaram para o ensino superior, davam grande importância à filosofia, 
as ciências naturais e a matemática. Embora possuíssem uma religiosidade 
exacerbada, não impunham limitações cientificas como a igreja católica fazia. Eles

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