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CompetÃncia I

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AULA PROCESSO PENAL I 
COMPETÊNCIA 
Para determinar a competência e chegar à conclusão da autoridade competente, é 
fundamental o estudo de diversas espécies de competência. Assim temos: 
1.Competência Material – leva em conta as características da questão criminal, e deve ser 
analisada sobre três aspectos principais: 
1.1. Ratione Materie - art. 69,II,CPP - objetiva identificar qual a justiça competente levando em 
conta a natureza da infração, entre a justiça estadual, Justiça federal, ou justiça 
especializada abrangendo a justiça Militar ou Justiça Eleitoral. 
1.2. Ratione Loci - art. 69, I e II; art. 70 CPP; saber qual o juízo competente; local da 
consumação do delito; não conhecendo o local de consumação, competente é o local do 
domicílio ou residência do réu (art. 72); prevenção: quando incerto o limite territorial; atos 
executórios e consumação no território Nacional ou fora dele. 
1.3. Ratione Personae- art. 69, VII do CPP. (em razão da pessoa) : foro privilegiado ou por 
prerrogativas de função. Estabelecida na Constituição Federal ou Estadual. 
2. Competência Funcional: é estabelecida por distribuição de tarefas dentro de determinada 
persecução penal. Leva-se em conta o elemento de distribuição os atos processuais praticados, 
e deve ser vista como três aspectos (fases do processo, objeto do juízo e grau de jurisdição). 
 Ex: juiz responsável pelo processo e julgamento (princípio da identidade física do 
Juiz) e ou juiz competente para fase de execução. 
 Ex: Tribunal do Júri: jurados competentes para julgar e juiz competente para 
proferir a sentença. 
 Ex: pelo grau de jurisdição. É a verticalização da competência. Por interposição de 
recursos, ou de ações que podem tramitar originariamente nos tribunais (habeas 
corpus, mandado de segurança e revisão criminal). 
 Ex: competência da Justiça Federal (art. 108/109 da CF/88). 
 
1.2. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR (LOCI) ART. 70 CPP 
Art. Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
Aqui nesse dispositivo temos a aplicação de teorias: 
 Teoria do Resultado 1ª parte do “caput” do art. 70. (lugar em se consumar a infração); 
Obs: STJ – crime de furto mediante fraude através de saques indevidos em conta corrente 
por meio da internet, o juízo competente será aquele onde se situa a conta fraudada. 
Obs: crimes permanentes, havendo foro competente, razão pela qual havendo pluralidade 
de juízos competentes será utilizada o critério da prevenção. 
 Obs: crimes em continuidade delitiva – prevenção para determinar o juízo competente. 
 Teoria da Atividade 2ª parte do “caput” do art. 70. (local da ação ou omissa) aqui é 
definida a competência pelo local da ação ou omissão e não pelo local do resultado. 
Obs. para crimes tentados e crimes de competência dos juizados especiais criminais da lei 
9.099/95); E para crimes de homicídios, segundo o STJ. 
 Teoria da Ubiquidade: temos art.70, parágrafo 1º e 2º do art. 70. 
1.2.1. Domicílio ou residência do Réu, art. 72 “caput” do CPP. 
Quando não for conhecido o local da consumação do crime, competente será o lugar de 
domicílio ou residência do réu. 
1.2.2 Critérios subsidiários 
*Desconhecido o local da consumação e o local do domicílio ou residência do réu? Será 
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento da infração penal. (art. 72, parágrafo 2º, 
CPP). 
Obs. Utiliza-se também a prevenção quando o réu possuir mais de uma residência (art. 70, p. 
1º ) 
Obs. Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais comarcas, ou quando a infração 
consumada ou tentada na divisa entre elas, diante da incerteza, a competência é fixada pela 
prevenção. 
1.2.3. Crimes praticados a borde de navios ou aeronaves 
A competência como regra é da Justiça Federal. 
A) Viagens Nacionais: se o navio ou aeronave iniciar a viagem e a encerrar em território 
Nacional, o juiz competente é o do local em que primeiro a aeronave pousar ou o 
navio atracar depois da ocorrência da infração penal. 
B) Viagens Internacionais: se o navio/aeronave vem do Estrangeiro, competente será o 
local de chegada aqui no Brasil. Se parte do Brasil para o estrangeiro, competente será 
o local da saída, desde que o crime ocorra em território nacional. 
1.2.4 Crimes praticados no exterior 
O código penal possui a extraterritorialidade, sendo este aplicado as infrações consumadas no 
estrangeiro (art. 7º CP). 
Obs. Precisamos saber qual o juízo competente aqui no Brasil. 
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo 
da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no 
Brasil, será competente o juízo da Capital da República. 
1.2.5. Competência pela natureza da infração 
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização 
judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.. 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 
2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. 
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da 
competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição 
do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. 
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz 
singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio 
Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o). 
observações: 
1) Os crimes dolosos contra vida irão a Júri, por determinação da Constituição Federal, 
art. 5º, inc. XXXVIII,d,CF. é uma competência pela natureza da infração. 
2) (parágrafo 2º, do art. 70),ocorrera a prorrogação da competência quando mais 
graduada for a competência do primeiro, e quando estivermos diante de competência 
em ratione materiae. 
3) (paragrafo 3º, art. 70): desclassificação no Júri: 
1º situação: desclassificação na primeira fase do procedimento do Júri para crime na 
doloso contra a vida, deve o magistrado promover a remessa do processo para o juízo 
competente. 
2ª situação: hevendo desclassificação no plenário do júri, feita pelos jurados, 
competira ao juiz presidente do júri proferir a decisão, por critério de economia 
processual, aplicando a lei ao caso concreto (art. 492, p. 2º) 
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: [...] 
§ 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz 
singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, 
aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei 
como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes 
da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. 
§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida 
será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o 
disposto no § 1o deste artigo.

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