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Liberdade Provisória

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EXCELENTíSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4 VARA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO __________.
Procedimento n° :
 Alberto, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade de número ______, inscrito no cadastro de pessoas físicas sob o número _______, custodiado nas dependências __________, vem, atráves de seu advogado abaixo assinado, perante Vossa Excelência, na forma dos artigos, 5°, LCVI da Constituição Federal / 88 e 310, III do Código de Processo Penal, apresentar pedido de 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
Com base nos fatos e argumentos abaixo narrados 
I)DOS FATOS
O indiciado foi preso em flagrante, pela suposta prática do crime de furto, conforme artigo 155 do Código Penal. O requerente foi preso em flagrante por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno, a princípio, furtado. O veículo quando da subtração, encontrava-se estacionada regularmente em via pública da Capital. Ademais, o Delegado negou a fiança para o requerente com base nos argumentos do artigo 155, IV do CPP. 
II) DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS 
II.1) DO CABIMENTO DE FIANÇA 
Fiança- Fernando da Costa Taurinho Filho conceitua : “ Fiança para o legislados processual penal, é a garantia real ou calção. É uma contracautela com o objetivo de deixar o indicado ou réu em liberdade, mediante uma calção que consiste em depósito em dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos de dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou até mesmo em hipoteca escrita em primeiro lugar. Prestada a calção o réu obterá a sua liberdade provisória até o pronunciamento final da causa, em decisão passada em julgado “ .
O suposto agente do crime, foi preso em flagrante pelo crime conforme artigo 155, parágrafo 4° do CPP e conforme leitura dos artigos 323 e 324 do CPP, este crime permite a concessão de fiança.
Ademais o suposto crime praticado não se enquadra em nenhum inciso apartados nos artigos acima, cabendo assim, fiança no caso. 
II.2) AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA PRISÃO PREVENTIVA 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Não há que se fala em garantia da ordem pública, pois o requerente é primário, tem bons antecedentes, não trás riscos a ordem pública, logo ele pode responder em liberdade. 
O crime pelo qual o mesmo foi preso, não é um crime financeiro, não afetando a ordem econômica. 
Não existindo também, conviniência da instrução criminal, pois não há provas, e nada nos autos dizendo que o requerente esta interferindo na produção de provas. 
O requerente reside na capital, e é trabalhador, sendo assim, não contem risco de fuga, não cabendo prisão, conforme o requisito da aplicação da lei penal. 
II.3) PRINCIPIO DA HOMOGENEIDADE
Numa remota hipótese remota de condenação o requerente devera ser condenado a pena mínima, de 2 anos, pois de acordo com o artigo 59 do CP, a dosimetria da pena, conforme os bons antecedentes, sendo réu primário e trabalhador, o juiz poderá aplicar a pena mínima. 
Ademais, sendo aplicada a pena mínima o requerente terá direito a substituição da pena privativa por restritiva de direitos, sendo assim não há necessidade de mantê-lo preso agora, logo a prisão é desnecessária. 
III) DOS PEDIDOS
A) Requer a Vossa Excelência o arbitramento da fiança, na forma do artigo 310 VII do CPP, com base nos argumentos já apresentados.
B) Comprovado o recebimento da fiança, requer a Vossa Excelência a concessão da liberdade provisória, com base no artigo 5, LXVI, CF/88.
Nos termos
Pede Deferimento 
Capital, DATA 
ADVOGADO
OAB/UF
JURISPRUDÊNCIA 
HABEAS CORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE. FURTO. LIBERDADE PROVISÓRIA. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDA CAUTELAR DIVERSA. AUSÊNCIA DE PERICULOSIDADE. PRIMARIEDADE. MORADOR DE RUA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA 1. Possível a concessão da ordem, com a substituição da prisão cautelar pelas medidas previstas no artigo 319, inciso I e III do CPP, considerando que os pacientes são primários e o suposto delito imputado foi praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa, sendo as cautelares substitutivas razoáveis e suficientes para garantir a instrução criminal e evitar a prática de novas infrações. 2. O fato de os pacientes serem moradores de rua não é suficiente para justificar a necessidade da prisão preventiva, pois não se pode concluir que os réus, nessa condição, possam oferecer risco à ordem pública e a aplicação da lei penal. 3. Ordem parcialmente concedida.(TJ-DF - HBC: 20150020188522, Relator: SANDOVAL OLIVEIRA, Data de Julgamento: 06/08/2015, 3ª Turma Criminal, Data de Publicação: Publicado no DJE : 14/08/2015 . Pág.: 108)
DOUTRINA
 A liberdade provisória, ensina Julio Mirabete (Processo Penal, 16ª ed. Revista e atualizada por Renato Fabbrini, Atlas, 2004. p. 435 e sgtes.), é o instituto “substitui a custódia provisória, atual ou iminente, com ou sem fiança, nas hipóteses de flagrante (arts. 301 e 310), em decorrência de pronúncia (art. 408, § 1º) e da sentença condenatória recorrível (art. 594).”. Adiante o consagrado mestre leciona: “É, pois, um estado de liberdade que pode ser gravado nas condições e reservas que tornam precário e limitado seu gozo.”. Para Fernando Tourinho Filho (Manual de Processo Penal, 4ª ed., Saraiva, 2002, p. 549 e sgts.) a “liberdade provisória é medida intermediária entre a prisão provisória e a liberdade completa, vale dizer, antes de ser definitivamente julgado, aquele que infração penal não fica preso nem tampouco desfruta de inteira liberdade.”. Anota no seu fundamento que : “Todos sabemos que a prisão provisória é, sem dúvida, a medida precautória da mais eloqüente positividade ou eficiência, uma vez manifesto o comparecimento do réu aos atos da instrução e a sua sujeição a eventual sanção penal se asseguram muitíssimo melhor estando ele preso do que utilizados outros sucedâneos ou providências de segurança. Mas não deixa de ser medida que acarreta prejuízos materiais e morais a um homem não definitivamente condenando”.

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