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RECURSOS CÍVEIS

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TEORIA GERAL DOS RECURSOS CÍVEIS 
INTRODUÇÃO 
Durante o processo de conhecimento o juiz pode proferir diversas decisões, de diferentes espécies. É comum que contra elas os litigantes, o MP ou terceiros interessados possam se insurgir, manifestando o seu inconformismo.
Os recursos surgem no cenário processual como insatisfação com as decisões judiciais, assim, às partes é permitida a busca por outro pronunciamento do Poder Judiciário a respeito das questões a ele submetidas.
O nosso sistema jurídico permite, em regra, que as decisões judiciais sejam reapreciadas. Normalmente isso é feito por um órgão diferente daquele que proferiu a decisão, embora haja exceções.
2) CONCEITO 
Recursos são remédios processuais de que as partes podem se valer para submeter uma decisão judicial a uma nova apreciação, em regra, por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar uma decisão. 
3) CARACTERÍSTICAS DOS RECURSOS
A) INTERPOSIÇÃO NA MESMA RELAÇÃO PROCESSUAL 
Os recursos não têm natureza jurídica de ação, nem criam um novo processo, eles são interpostos na mesma relação processual e têm o condão de prolongá-la. Isso distingue os recursos de outros remédios como habeas corpus, mandado de segurança ou ação rescisória.
B) APTIDÃO PARA IMPEDIR OU RETARDAR A COISA JULGADA 
Enquanto houver recurso pendente a decisão impugnada não se tornará definitiva, ou seja, as decisões judiciais não se tornam definitivas enquanto houver a possibilidade de interposição de recursos, ou enquanto os recursos pendentes não tiverem sido examinados.
Insto não significa que a decisão judicial não possam desde logo produzir os seus efeitos, pois os recursos podem não serem recebidos em seu efeito suspensivo. Não havendo efeito suspensivo, a decisão produzirá efeitos desde logo, mas eles não serão definitivos, porque ainda pode ser modificada.
C) CORREÇÃO DE ERROS DE FORMA E DE CONTEÚDOS 
Ao fundamentar o recurso o postulante poderá postular a anulação ou a substituição da decisão por outra, devendo expor as suas razões que pode ser de fundo ou de forma, tendo como objeto vícios de conteúdo ou processuais. 
As partes deverão alegar, em tese, duas fundamentações:
‘’ERRORES IN PROCEDENDO’’ que são vícios processuais, decorrentes do descompasso entre a decisão judicial a as regras de processo civil, a respeito do processo ou do procedimento. O reconhecimento do ‘’errores in procedendo’’ enseja a anulação ou a declaração de nulidade da decisão, com restituição dos autos ao juízo de origem para que outra decisão seja proferida.
‘’ERRORES IN JUDICANDO’’ são vícios de conteúdo, de fundo, em que se alega a injustiça da decisão, o descompasso com a norma de direito material. O reconhecimento do ‘’errores in judicando’’ leva a reforma da decisão, quando o órgão ad quem profere outra, que substitui a originária.
D) IMPOSSIBILIDADE, EM REGRA, DE INOVAÇÃO.
REGRA: não se pode invocar em recurso matérias que não tenham sido arguidas e discutidas anteriormente no processo de conhecimento.
EXCEÇÕES:
CPC, Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. (fato superveniente) 
CPC, Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
Atenção: é possível, ainda, alegar questões de ordem pública, que podem ser conhecidas a qualquer tempo. Exemplo: prescrição, falta de condições da ação ou pressupostos processuais, como exceção dos recursos extraordinário e especial (Resp e RE).
E) O SISTEMA DE INTERPOSIÇÃO 
Os recursos, como regra, são interpostos perante o juízo a quo (juízo de piso, de 1° Grau) e não perante o juízo ad quem (juízo de 2° Grau). A exceção é o agravo de instrumento.
No CPC atual, salvo o Resp e o RE, não cabe ao órgão a quo realizar o juízo de admissibilidade dos recursos, que será feito exclusivamente pelo órgão ad quem.
A função do órgão a quo agora é só de receber, processar e enviar o recurso ao órgão ad quem, quem fará tanto o juízo de admissibilidade quanto ao juízo de mérito.
ATENÇÃO: antes de examinar a pretensão recursal, o órgão ad quem fará o juízo de admissibilidade, verificando se o recurso está ou não em condições de ser julgado:
Em caso negativo, o recurso NÃO SERÁ CONHECIDO 
Em afirmativo, o recurso SERÁ CONHECIDO, podendo ou não ser PROVIDO.
F) A DECISÃO DO ÓRGÃO AD QUEM, EM REGRA, SUBSTITUI A DO A QUO 
Ao analisar o recurso o juízo ad quem pode tomar várias atitudes:
1.Não conhecer do recurso: situação na qual não foi cumprido algum requisito de admissibilidade. Neste caso, a decisão do juízo a quo prevalece e não será substituída por uma nova.
2.Pode conhecer do recurso apenas para decretar a nulidade da decisão anterior, determinando o retorno dos autos ao juízo a quo para que seja proferida nova decisão.
3.Pode conhecer do recurso, negando lhe provimento, hipótese em que será mantida a decisão do juízo a quo.
4. Pode conhecer do recurso, dando-lhe provimento, situação na qual a decisão judicial é reformada/modificada, no todo ou em parte, substituindo a decisão anterior.
4) PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS SUJEITOS A RECURSO 
Só cabe recurso de pronunciamento do juiz, nunca do MP ou de serventuários da justiça;
Para que caiba recurso é preciso que o ato tenha conteúdo decisório, portanto, não cabe recurso de meros despachos de andamento do processo.
Os recursos são cabíveis contra:
1.As sentenças= pronunciamento do juiz por meio do qual ele põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, com base nos arts. 485 ou 487 do CPC, bem como extingue a execução. Contra ela caberá APELAÇÃO ou EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
2.As decisões interlocutórias= pronunciamento do juiz de conteúdo decisório, que se prestam a resolver questões incidentais, sem pôr fim ao processo ou a fase condenatória. Contra as decisões interlocutórias previstas no rol do art. 1.015 do CPC cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO, já as decisões interlocutórias não previstas no rol do art.1.015, devem ser arguidas em sede de PRELIMINAR DE APELAÇÃO OU CONTRARRAZÕES. Contra decisões interlocutórias, agraváveis ou não, cabe EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
3. As decisões monocráticas proferidas pelo relator= o relator pode tomar uma série de decisões elencadas no art.932. Pode até mesmo, em algumas situações, julgar monocraticamente o recurso, dando –lhe ou negando-lhe provimento. Da decisão do relator cabe AGRAVO INTERNO.
4.Os acórdãos= são decisões colegiadas dos Tribunais (art.204). Contra elas cabem: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, RECURSO ESPECIAL, RECURSO EXTRAORDINÁRIO OU RECURSOS ORDINÁRIOS.
REQUSITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS (intrínsecos e extrínsecos)
INTRODUÇÃO: 
Da mesma forma que o juiz, ao receber a petição inicial, analisa se estão preenchidos os seus requisitos de admissibilidade, como os requisitos da inicial previsto nos art. 319 e 320 do CPC, antes de se examinar a pretensão recursal, deve-se analisar os requisitos de admissibilidade dos recursos. 
O exame é feito pelo órgão ad quem e, exclusivamente nos casos de RE e Resp , também pelo órgão a quo.
Os requisitos de admissibilidade constituem matéria de ordem pública e, por isso, devem ser examinados de ofício. 
Consistem nos pressupostos processuais para que os recursos sejam conhecidos. 
O não preenchimento leva a que a pretensão recursal nem sequer seja examinada. 
2) REQUISITOS INTRÍNSECOS
Dizem respeito à relação entre a natureza e o conteúdo da decisão recorrida e o recurso interposto; São as condições para que os recursos sejam analisados no seu mérito; Se assemelham as condições da ação, embora os recursos não tenham natureza de ação.
A) CABIMENTO ART.994 DO CPC
Os recursos são apenas aqueles criados em lei. O art. 994 apresenta rol taxativo dos recursos cíveis. Sendo assim, não se pode criar uma modalidade derecurso que não esteja previamente estabelecida em lei. Há, porém, leis especiais que prevê outras modalidades de recursos como o recurso inominado nos sistemas do juizado.
B) LEGITIMIDADE RECURSAL : o art.996 do CPC indica quem são os legítimos para recorrer. São eles:
As partes (autor e réu) são os legitimados por excelência;
Aqueles que tenham sido admitidos no processo por força da intervenção de terceiros;
O Ministério Público quando atuar com parte no processo, com prazo em dobro nos termos do art.180 do CPC; 
Terceiro prejudicado, que é aquele que tem interesse jurídico de que a sentença seja favorável a uma das partes, porque tem com ela uma relação jurídica, e poderá ser atingido pelos efeitos reflexos da sentença. 
Art.996, Parágrafo único- Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
ATENÇÃO: Não tem legitimidade recursal: o próprio juiz, os funcionários da justiça, os auxiliares da justiça como o perito.
C) INTERESSE RECURSAL 
Para que haja interesse recursal é preciso que, por meio do recurso, se possa conseguir uma situação mais favorável do que a obtida na decisão ou na sentença. Não existirá interesse recursal se a parte tiver obtido o melhor resultado possível, ou seja, recebeu tudo que pleiteou, de sorte que nada haja para melhorar.
ATENÇÃO: Só terá interesse em recorrer quem tiver sofrido sucumbência, que existirá quando a parte não tiver obtido o melhor resultado possível no processo. É preciso ressaltar que nos embargos de declaração o interesse não é propriamente por que houve sucumbência, mas tem o condão de aclarar, sanar contradição, corrigir erro material. 
Questões:
Pode o advogado recorrer em nome próprio?
Em regra como o advogado não postula em juízo direito próprio, não tem legitimidade para recorrer em nome próprio, mas tão somente no da parte. Mas, há uma parte da sentença que interessa o advogado, é a parte dos honorários advocatícios de sucumbência, nessa situação, havendo interesse recursal, o advogado poderá recorrer, podendo a parte também fazê-lo por intermédio do advogado. 
É possível recorrer de sentença apenas para sanar algum vício sem que haja sucumbência?
Sim. Às vezes a sentença é favorável, mas contém algum vício que pode comprometer no futuro, por exemplo, a sentença é ultra petita, ou seja, o juiz concedeu na sentença mais do que o autor postulou, então, pode o autor recorrer para sanar este vício, a fim de evitar a nulidade desta sentença no futuro.
 É possível recorrer de sentença de extinção sem resolução do mérito?
Para o autor não há dúvidas sobre essa possibilidade de recorrer, mas para o réu? A resposta é que sim, visto que o mesmo pode ter interesse de que, ao invés da extinção sem resolução do mérito o que permitiria o ajuizamento de nova ação, seja proferida uma decisão de improcedência, que é de mérito e estará sujeita a coisa julgada.
É possível recorrer para manter o resultado, mas alterar a fundamentação da sentença?
Aquele que obteve a vitória no processo não tem interesse de recorrer postulando que a decisão seja mantida, mas poderá recorrer para solicitar a alteração da fundamentação, quando a fundamentação puder comprometer a decisão do dispositivo. Por exemplo, quando a fundamentação não for compatível com a conclusão que o juiz chegou. 
Há interesse recursal em se recorrer de sentença homologatória de acordo ou extinção do processo por desistência da ação?
Em principio não, visto que o juiz se limitou a homologar a manifestação da vontade das partes, porém se a homologação ir além do que foi acordado a parte prejudicada poderá recorrer.
Há interesse de recorrer quando o juiz acolhe um dos pedidos alternativos e subsidiários? 
No caso do pedido alternativo não, vez que a parte optou pelo acolhimento de qualquer um dos pedidos, já se há pedidos subsidiário e principal e o juiz concede o primeiro ao invés do segundo, haverá para a parte interesse recursal.
3) REQUISITOS EXTRÍNSECOS:
Levam em conta fatores que dizem respeito não à decisão impugnada, mas fatores externos que não guardam relação direta com a decisão.
A)TEMPESTIVIDADE 
Todo o recurso deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em Lei. Será intempestivo, e, portanto, inadmissível, o recurso que for apresentado fora do prazo.
Quanto à contagem do prazo, devem ser obedecidas as regras do artigo 1003 do CPC (data da intimação da decisão).
Todos os recursos no CPC, salvos os embargos de declaração, devem ser interpostos no prazo de 15 dias. O prazo dos embargos de declaração são de 5 dias.
A interposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para a apresentação de qualquer recurso. (art.1026 do CPC)
Os órgãos da administração pública gozam de prazo em dobro, bem como litisconsortes com procuradores distintos, desde que o processo não seja eletrônico.
B) PREPARO 
Aquele que recorrer deve pagar as despesas com o processamento dos recursos o que constitui o preparo, salvo os beneficiários da justiça gratuita.
ATENÇÃO 01: Cabe as Leis estaduais tratar da cobrança ou não do preparo dos recursos, salvo os embargos de declaração que não exigirão preparo. 
ATENÇÃO 02: Há recorrentes que, dada a sua condição, ficam isentos de pagamento das custas recursais (art.1.007,§1°). São eles: MP, fazenda Pública, Defensoria Pública, beneficiários da justiça gratuita
 Qual ocasião é a oportuna para comprovar o recolhimento?
Deve ser comprovado no ato de interposição do recurso, ocasião que deve ser comprovado também o porte de remessa e retorno dos autos, se o processo for físico.
O que ocorre se o preparo for insuficiente?
Art.1007, § 2º- A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
C) REGULARIDADE FORMAL
Não serão admitidos recursos que venham desacompanhado das razões, que devem ser apresentadas, em sua totalidade, no ato da interposição, pois não se admite aditamento do recurso, com a ressalva dos embargos de declaração acolhidos que modificam a decisão.
3) PRESSUPOSTO NEGATIVOS DE ADMISSIBILIDADE 
São aqueles que não podem estar presentes para que o recurso seja admitido.
A) FATO EXTINTIVO: RENÚNCIA E AQUIESCÊNCIA 
A renúncia (art.999 do CPC) e a manifestação unilateral da vontade pela qual o titular do direito de recorrer declara, expressamente ou tacitamente, a sua intenção de não fazer. A finalidade, em regra, é para antecipar a coisa julgada. Caracteriza-se por ser irrevogável, prévia e unilateral. Dispensa a manifestação da parte contrária. 
A aquiescência (art.1000 do CPC) é a manifestação, expressa ou tácita, de concordância realizada pelo titular do direito de recorrer. Impede que haja recurso, por força da preclusão lógica. Pode ser expressa, quando o interessado comunica ao juízo a sua concordância com o que ficou decidido; e tácita, quando pratica algum ato incompatível com o desejo de recorrer. Por exemplo, cumprindo aquilo que foi determinado na decisão ou na sentença.
É sempre prévia a interposição dos recursos, ao contrário da desistência, que pressupõe que o recurso já tenha sido apresentado.
Realizada a renúncia ou a aquiescência, nenhum recurso que a parte venha apresentar posteriormente poderá ser admitido.
B) DESISTÊNCIA DO RECURSO 
O recorrente, após interpor o recurso, tem sempre o direito de desistir, independentemente de qualquer anuência, ainda que o adversário já tenha oferecido as contrarrazões.
A desistência pode ser expressa quando o recorrente manifesta o desejo, através de petição simples, de que o recurso não seja admitido, ou tácita quando o recorrente pratica ato incompatível com o desejo de recorrer. Por exemplo, cumpre a sentença mesmo depois de ter recorrido.
4) O RECURSO PRINCIPAL E O RECURSO ADESIVO 
O recurso adesivo não é uma espécie de recurso, mas uma forma de interposição de alguns recursos.É cabível em Apelação, RE e REsp.
Caberá o recorrente, quando possível, optar pela forma de recurso principal ou adesiva.
Caberá recurso na forma adesiva apenas nas seguintes hipóteses:
1-Quando ocorrer sucumbência recíproca, ou seja, nenhum dos litigantes ter obtido no processo o melhor resultado possível.
2-Que tenha havido recurso da parte adversária. 
O que é o recurso adesivo? (Art.997 do CPC)
Pode ser que em um processo mesmo que haja sucumbência recíproca uma das partes deixe de recorrer, se contente com a sentença, e permita que o prazo de interposição do recurso passe in albis. No entanto, logo após, a parte descobre que o seu adversário recorreu. Assim, a Lei faculta a parte que não recorreu de apresentar um recurso adesivo, além das contrarrazões no prazo de 15 dias.
PROCESSAMENTO DO RECURSO ADESIVO 
Publicada a sentença ou acórdão fluirá o prazo para as partes apresentarem recurso principal;
Havendo sucumbência recíproca, se só uma das partes recorrer, a outra será intimada para apresentar contrarrazões;
Nesse prazo a aparte que não apresentou o recurso poderá apresentar o recurso adesivo, dento do prazo de contrarrazões, mas em peças distintas;
Recebido o recurso adesivo a parte contrária será intimada para oferecer contrarrazões; 
Os requisitos de admissibilidade são os mesmo do recurso principal;
O recurso adesivo é subordinado ao principal, se este não for admitido, aquele ficará prejudicado;
Aquele que apelou sob a forma principal, não pode, posteriormente, recorrer de forma adesiva. 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO RECURSAL
A) DUPLO GRAU DE JURSIDIÇÃO 
Ainda que a Constituição Federal não imponha regra explícita quanto a esse princípio, ela prevê o direito de recorrer, simplesmente pelo fato de criar/organizar órgãos cuja a função é a de reexaminar as decisões judiciais.
B) TAXATIVIDADE 
O rol de recurso é taxativo. Não é dado as partes o direito de formular meios de impugnação das decisões judiciais que não já esteja previsto em Lei. O art.994 do CPC enumera os tipos de recursos, que pode estar previstos também em Leis especiais, por exemplo, o Recurso Inominado, previsto na Lei n°9.099/95.
É necessário destingir recurso de:
1- Remessa Necessária: Consiste na necessidade, imposta pela Lei, de que a sentença, para se tornar eficaz, seja reexaminada pelo tribunal, ainda que não tenha havido nenhum recurso das partes. Os casos de remessa necessária estão expressos no art. 496 e seguintes do CPC.
2- Pedido de Reconsideração ou Sucedâneos Recursais: Este pedido não possui natureza de recurso, por não existir previsão legal , no entanto, são frequentes os pedidos de reconsideração e o juiz poderá fazê-lo, desde que haja possibilidade de fazer a retratação, por exemplo, nos casos de agravo de instrumento ou de apelação por extinção do processo sem resolução do mérito ou improcedência liminar.
C) UNIRRECORRIBILIDADE ou SINGULARIDADE 
Estabelece que, para cada ato judicial, cabe um único tipo de recurso adequado. Da sentença cabe apelação, das decisões monocráticas do relator cabe agravo interno, contra os acórdãos a depender da situação cabe RE ou REsp, já o recurso ordinário será adequado apenas em certas circunstâncias.
No entanto, esse princípio comporta exceções:
As decisões interlocutórias não suscetíveis de agravo de instrumento, ou seja, as que não estejam no rol do art.1015 do CPC, deverão ser alegadas em sede de apelação como preliminar, apesar de o STJ considerar que o rol do art.1015 não é taxativo.
A interposição de embargos de declaração contra decisões interlocutórias, sentenças e acórdãos não fere o princípio singularidade, uma vez que os embargos de declaração não têm o condão de reformar ou invalidar a decisão, mas apenas de aclarar ou integrar.
 Interposição simultânea de RE e REsp não fere o princípio da singularidade vez que cada um servirá para impugnar matéria diferente, o primeiro o descumprimento de Lei Federal o segundo o desrespeito da norma constitucional.
D) FUNGIBILIDADE 
Há determinados pronunciamentos judiciais que causam confusão de qual recurso será cabível contra eles, havendo dúvida objetiva, o juiz poderá aplicar a fungibilidade, por exemplo, se apresenta apelação, mas o recurso correto é agravo de instrumento, basta que o juiz desentranhe e der prazo para o recorrente instruí-lo, logo após enviar o processo ao juízo ad quem, se houver o contrário bastará que se faça a autuação de forma a corrigir o erro material e encaminhar o recurso ao órgão ad quem.
E) PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS 
Aquele que recorre só o faz para melhorar a situação, por isso, só impugna àquela parte da sentença que lhe foi desfavorável 
Como o efeito devolutivo, devolve- se ao Tribunal apenas aquilo que foi impugnado no recurso, o Tribunal estará adstrito a julgar o que foi colocado ,e, na pior das hipóteses, poderá negar provimento ao recurso, mas nunca reduzir a condenação, por isso é vedado o reformatio in pejus.
EXCEÇÃO: as questões de ordem pública podem ser conhecidas pelos Tribunais, mesmo que não tenha sido suscitadas pelas partes em sede de recurso, nestes casos o Tribunal poderá tomar a decisão mesmo se a questão não tiver sido ventilada no processo.
EFEITOS DOS RECURSOS
1) EFEITO DEVOLUTIVO 
A) CONCEITO: Consiste na aptidão que todo recurso tem de devolver ao conhecimento do órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. Todo recurso é dotado de efeito devolutivo. O órgão ad quem deverá observar os limites do recurso, conhecendo apenas aquilo que foi impugnado pelas partes, não podendo ir além daquilo que foi impugnado pelo recorrente.
B) EXTENSÃO DO EFEITO DEVOLUTIVO: (art. 1.013, caput do CPC) Os recorrentes em seus recursos indicarão a extensão das matérias que pretendem que sejam reexaminadas pelo Tribunal, se todas as pretensões em que sucumbiu ou se em apenas algumas.
C) PROFUNDIDADE DO EFEITO DEVOLUTIVO: ( art.1.013 §1° e 2°) por força da profundidade do efeito devolutivo será dado ao Tribunal, dentro dos limites do julgamento, a possibilidade de reexaminar todos os fundamentos invocados no processo de piso, ainda que não tenham sido apreciados na sentença. É como se, em relação aos fundamentos os órgão ad quem se colocasse na posição do órgão a quo, devendo examinar todos aqueles fundamentos que forma suscitados pela parte recorrente.
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485 ;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
2) EFEITO SUSPENSIVO
 A) CONCEITO: É a qualidade que, principalmente a apelação, tem de impedir que a sentença proferida se torne eficaz até que ela seja examinada. Nesse caso, se o efeito suspensivo for deferido o comando contido na sentença não será cumprido, até a decisão do recurso.
ATENÇÃO: A apelação em regra é o único recurso dotado efeito suspensivo ‘’automático’’, conforme o art. 1.012, salvo as exceções previstas no art. 1.012 e em Leis especiais. O A.I, E.D, RE, RESP e recurso ordinário, em regra, não têm efeito suspensivo,mas é possível que o recorrente o requeira.
B) EXTENSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO 
1°) O efeito suspensivo do recurso impede a execução integral da decisão judicial ou apenas da parte impugnada? Se houver apelação parcial, a respeito de um dos capítulos da sentença, sem que haja impugnação dos demais, aqueles que forem estanques, independentes, transitarão em julgado e poderão ser executados desde logo.
2°) Suspensa a eficácia da sentença em razão do efeito suspensivo, prevalecem as liminares concedidas anteriormente? A resposta é negativa, pois o efeito suspensivo impede a execução provisória da sentença, mas não afasta a revogação das medidas anteriores com ela incompatíveis.
ATENÇÃO 01:O relator do processo tem o poder de atribuir efeito suspensivo, nos casos em que ele não o já tenham por natureza, sempre que houver risco de lesão grave ou de difícil reparação.
ATENÇÃO 02: Chama-se efeito suspensivo ativo a decisão que antecipa a pretensão recursal , concedendo liminarmente a medida que for negada pela primeira instância. 
3) EFEITO TRANSLATIVO 
A) CONCEITO: É e aptidão que os recursos em gral têm de permitir que o órgão ad quem examine de ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as ainda que não integrem o recurso.
EXEMPLOS: prescrição, decadência, falta de condições da ação ou pressupostos processuais, poderão ser examinados pelo juízo ad quem ainda que não suscitadas.
ATENÇÃO: Todos os recursos possuem efeito translativo à exceção do Resp e do RE, visto que nestes casos o STJ e o STF se limitarão a examinar aquilo que tenha sido prequestionado e, portanto, aventado nas instâncias inferiores, sem conhecer de ofício matérias que não tenham sido suscitadas. No entanto, STJ e vem admitindo o efeito translativo em REsp, ainda que se entenda que o julgamento desses recursos só pode ser realizado sob causas já decididas, onde houve o prequestionamento. Precedente (Edcl no AgRg no Ag 1.185.325/RJ)
4) EFEITO EXPANSIVO 
A) CONCEITO: Possibilita que o resultado do recurso se estenda a litigantes que não tenham recorrido; ou de pretensões que não o integrem.
B) EXPANSIVO SUBJETIVO: havendo litisconsórcio, o recurso interposto por um dos litisconsorte pode, dependendo da circunstância, beneficiar aqueles que não recorreram. Isso ocorrerá se a matéria alegada pelo recorrente for comum aos demais. 
Exemplo: Em ação de indenização ajuizada por vítima de acidente de trânsito em face daquele que dirigia o veículo e do seu proprietário houver a condenação de ambos, se acolhido o recurso interposto somente pelo proprietário, para alegar a inexistência do dano ou culpa concorrente, o motorista será beneficiado com a decisão ainda que não tenha recorrido, uma vez que a matéria alegada é comum.
C) EXPANSIVO OBJETIVO: há situações em que os pedidos guardam prejudicialidade entre si, então, se um pedido que foi deferido em primeiro grau é indeferido em sede de recurso, esse pedido indeferido pode prejudicar outros pedidos com os quais ele esteja relacionado. 
Exemplo: Na ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos, se a paternidade e a condenação em alimentos é reconhecida em sentença é depois, em sede de recurso, a paternidade é afastada, a condenação em alimentos, fixada na sentença, ficará prejudicada. 
5) EFEITO REGRESSIVO 
A) CONCEITO: é a aptidão que alguns recursos tem de permitir que o órgão a quo reconsidere a decisão por ele próprio proferida, situação no qual ele exercerá o juízo de retratação.
B) RECURSO DOTADOS DESSE EFEITO: agravo de instrumento e agravo interno são dotados de efeito regressivo, pois sempre permitem a o prolator da decisão reconsiderá-la. Cabe retratação, também, da sentença de extinção sem resolução de mérito no prazo de 5 dias (art. 485 do CPC) e de improcedência liminar do pedido também em 5 dias (art.332,§3° do CPC).

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