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TEORIAS DE ENFERMAGEM FHE Profa.Enfa. Me. Regina Cardoso da Silva Teorias de Enfermagem • As observações e achados esparsos pouco contribuem para a formação de um corpo consistente de conhecimento. Os resultados obtidos de investigações devem ser reunidos e organizados em um todo coerente de modo a poder descrever, explicar estes fenômenos em estudo. Processo realizado pela teoria: criação que organiza nossa percepção do mundo. Os conhecimentos parciais são reunidos pela criação teórica. TEORIAS DE ENFERMAGEM A enfermagem, sempre se fundamentou em princípios, crenças, valores e normas tradicionalmente aceitos. A evolução da ciência, que possibilitou a compreensão sobre a necessidade de pesquisar para construir o saber, levou os profissionais enfermeiros a questionarem sobre suas bases tradicionais. Década de 50:questionamento aumentou, e foi acrescido de percepção da necessidade de desenvolver um corpo de conhecimento específico e da conclusão de que isto só poderia se concretizar pela elaboração de teorias próprias. > grande o interesse em aprender o que é teoria , seus componentes, e como construí-la. Aumentaram as indagações sobre a natureza da enfermagem e os fenômenos do seu campo; como nomeá-los e sobretudo como organizá-los. TEORIAS DE ENFERMAGEM >As reflexões e a observação da prática conduziram à conclusão de que o universo da enfermagem, os fenômenos, conceitos centrais, eram os seres humanos, o ambiente, a saúde, e a enfermagem- a ação profissional. • Década de 60 e 70 > Todos os modelos conceituais, ou teorias, foram construídos pelo relacionamento dos conceitos centrais, e em sua maior parte publicados neste período. • Denominaram-se teóricas as enfermeiras que se dedicaram ao estudo e à construção de modelos conceituais ou teorias. Realizaram seu trabalho com base na reflexão gerada não só por intermédio de sua observação mas também de sua formação intelectual, perspectiva e utilização do saber de outros campos do conhecimento. TEORIAS DE ENFERMAGEM A Enfermagem e a pessoa humana Por ser a pessoa humana o ponto central da Enfermagem ,há a necessidade de desenvolver conhecimento e compreensão dos indivíduos, famílias e grupos sociais. Os modelos teóricos de enfermagem têm por finalidade : explicitar a ontologia da pessoa, ou seja, a natureza, os valores e princípios morais, que lhe são inerentes; definir o ambiente em sua concepção quanto à dimensão e influências no ser humano; descrever o modo como concebem a enfermagem, em que esta consiste, como se faz necessária e como se manifesta em ações práticas e, explicar a maneira como são percebidos os estados de saúde e doença, seu significado e fatores condicionantes. AS TEORIAS E A PRÁTICA DA ENFERMAGEM • Os conceitos, em uma teoria, precisam ser claramente definidos e o relacionamento entre estes deve ser de natureza lógica sem conter contradições. • A utilidade da criação teórica , para seguir a ação , depende do seu nível de elaboração e de seu grau de desenvolvimento. • A teoria preenche funções , tem poder para descrever, explicar, predizer e controlar a prática. AS TEORIAS E A PRÁTICA DA ENFERMAGEM • Os modelos e teorias de enfermagem foram de início elaborados com relacionamentos conceituais, de modo abrangente e com proposições amplas, focalizando o campo da enfermagem de modo global. • Muitas teóricas de enfermagem continuaram e ainda continuam aperfeiçoando seus modelos conceituais construindo e derivando destas teorias. Conceitos significativos • Homem/Indivíduo • Sociedade/Ambiente • Saúde • Enfermagem AS TEORIAS E A PRÁTICA DA ENFERMAGEM • A aplicação na prática , ensino ,e pesquisa tem gerado resultados importantes. Estas reformulações mostram eficiência dos modelos e,mostram a característica peculiar das teorias, a de poderem ser sempre modificadas, pois a realidade que percebemos está sempre sujeita a transformações processuais. (CIANCIARULLO, et al - 2001) AS TEORIAS E A PRÁTICA DE ENFERMAGEM • 1965 American Nurses Association (ANA): “os componentes essenciais da prática de profissional enfermagem incluem o cuidado, a cura e a coordenação”. • 1980 ANA : “Enfermagem é o diagnóstico e tratamento das respostas humanas a problemas de saúde reais ou potenciais.” Foco das Intervenções de Enfermagem (ANA) • Limitações a autocuidado • Distúrbios do funcionamento em áreas tais como repouso, sono, ventilação, circulação, atividade, nutrição, eliminação, pele e sexualidade • Dor e desconforto • Relações familiares problemáticas • Problemas emocionais relacionados à doença e ao tratamento, situações de risco de vida, ou experiências cotidianas como a ansiedade, perda, solidão e luto. • Distorção das funções simbólicas, refletidas em processos interpessoais e intelectuais, como as alucinações Foco das Intervenções de Enfermagem (ANA) • Problemas emocionais relacionados à doença e ao tratamento, situações de risco de vida, ou experiências cotidianas como a ansiedade, perda, solidão e luto. • Distorção das funções simbólicas, refletidas em processos interpessoais e intelectuais, como as alucinações • Tensões relacionadas a processos vitais, tais como nascimento, crescimento e desenvolvimento e morte. Teorias de Enfermagem Teorias focadas no cliente: Faye Glenn Abdelah, Virgínia Henderson, Dorothea Orem; Teorias focadas no relacionamento entre o meio ambiente e o cliente: Lydia E. Hall, Florence Nightingale e Margaret Newman; Teoria focada na interação entre enfermeiro-cliente: Ida Jean Orlando, Josephine E. Paterson & Loretta T. Zderad, Hildegard E. Peplau, Joyce Travelbee, Ernestine Wildenback e Imogene M. King Teoria focada na terapêutica de enfermagem: Callista Roy, Martha E. Rogers, Myra Estrin Levine e Dorothy E. Jonhson; Teorias de Enfermagem Teoria focada na necessidade do cliente: Faye Glenn Abdellah, Virgínia Henderson, Dorothea Orem e Wanda de Aguiar Horta; Teoria focada no processo interação enfermeiro- paciente: Imogene M. King, Josephine E. Paterson & Loretta T. Zderad, Ida Jean Orlando, Joyce Travelbee, Ernestine Wiedenbach e Hildegard E. Peplau; Teoria focada nos resultados das ações de enfermagem: Martha E. Rogers, Dorothy E. Johnson, Callista Roy e Myra Estrin Levine. TEORISTAS DE ENFERMAGEM • Martha Rogers -Teoria do modelo conceitual do Homem Focaliza a integridade do organismo humano na pessoa que recebe o atendimento. Descrever, explicar e fazer predições sobre os seres humanos Modelo de Processos Vitais – Rogers 1970 • O homem é um todo unificado, possuindo sua própria integridade e manifestando características que são mais que a soma de suas partes e diferentes destas. • O homem e o ambiente estão continuamente trocando entre si matéria e energia. Teoristas de Enfermagem ... • O processo vital evolui irreversivelmente e unidirecionalmente no continuum tempo-espaço. • Padrão e organização identificam o homem e refletem sua integridade inovadora. • O homem se caracteriza pela capacidade de abstração e produção de imagens, linguagem e pensamento, e sensação e emoção. TEORISTAS DE ENFERMAGEM VIRGÍNIA HENDERSON (1955 / 1966 / 1978) > Conceito de Enfermagem: “ (...) é o auxílio ao indivíduo (enfermo ou em boas condições), na realização de atividades que favorecem a saúde, ou na sua recuperação (ou numa morte tranqüila) que ele faria sozinho, caso tivesse a força, vontade ou conhecimento necessários.” > Intervenções de Enfermagem: auxiliar a pessoa a tornar-se independente desse auxílio através de atividades essenciais que mantenham a saúde, recuperem-naou consigam uma morte calma. • Propôs 14 componentes de cuidados básicos de enfermagem: Respiração, alimentação, eliminação, movimentação, descanso, vestimenta, higiene, temperatura, segurança, comunicação, crença, trabalho, recreação, saúde mental; TEORISTAS DE ENFERMAGEM DOROTHEA E. OREM (1958 / 1971/1991) • Requisitos do autocuidado - ações voltadas para a provisão de autocuidado: - universais - desenvolvimentais - desvios de saúde • Déficit de autocuidado: delineia quando há a necessidade do cuidado de enfermagem • Métodos de ajuda: agir ou fazer para o outro, guiar, apoiar, proporcionar ambiente que promova desenvolvimento pessoal e ensinar o outro • Conceito de Enfermagem: sua principal preocupação é a necessidade de ações de autocuidado do indivíduo em busca da sustentação da vida e da saúde • Auto-cuidado: prática de atividades, iniciadas e executadas pelos indivíduos, em seu próprio benefício, para a manutenção da vida, da saúde e do bem-estar. • Intervenções de enfermagem: exigências terapêuticas de autocuidado (totalidade de ações de autocuidado a serem executadas para satisfazer requisitos de autocuidado) Teoristas de Enfermagem ...Orem 1991 • É objetivo da Enfermagem estimular e promover as ações de autocuidado, na tentativa de promover a vida e a saúde e de ajudá-la a recuperar-se da doença e lesão ou ajustar-se a seus efeitos. • A Enfermagem é responsável por ajudar a pessoa a superar aquelas circunstâncias que interferem no cuidado de si mesma, e que causam limitações e déficits deste cuidado. • Universais: necessários a todos os indivíduos para manterem um funcionamento humano integrado. • Desenvolvimento: ocorrem em decorrência de processos de desenvolvimento, ou de condições que podem afetar o desenvolvimento. • Desvios de saúde: ocorrem em consequência de doenças, lesões, desfigurações, incapacidade ou diagnósticos que determina mudança na rotina do autocuidado. Teoristas de Enfermagem ...Orem • Sistemas de atividade de Enfermagem: • Integralmente compensatório: pessoa incapaz de assumir papel ativo • Parcialmente compensatório: relação terapêutica compartilhada • Apoio educativo: paciente capaz de executar ou aprender as medidas TEORISTAS DE ENFERMAGEM LYDIA HALL (1966 / 1969) • Conceito de Enfermagem: consiste na participação em aspectos de cuidados. Prover cuidados é a função exclusiva dos enfermeiros; • Conceito de ser humano: abordagem de pessoa total ; • Intervenções de Enfermagem: enfermeira é a educadora ; • Cuidado do corpo: através do cuidado o indivíduo busca seu autocontrole. > Apresenta esquema representativo de seu referencial sob forma de três círculos entrelaçados: O Corpo, a doença e a pessoa ; TEORISTAS DE ENFERMAGEM MYRA ESTRIN LEVINE (1969 / 1973) •Conceito de Enfermagem: processo dinâmico e intencional, a essência é a interação humana. • Intervenções de Enfermagem: são baseadas no cuidado integral ao homem. Podem ser intervenções de apoio ou terapêuticas • Ações de enfermagem seguem 04 princípios de conservação: de energia, da integridade estrutural (manutenção da estrutura do corpo), integridade pessoal, integridade social; > Conservação: manter unidade ou equilíbrio adequado > Paciente é visto “como um todo” (Teoria Holística) TEORISTAS DE ENFERMAGEM IMOGENE KING (1971 / 1981) •Conceito Enfermagem: processo de interação enfermeiro/cliente, através do qual um percebe o outro; processo de ação, reação e interação; • Fundamenta-se na Teoria Geral dos Sistemas: . Sistema Pessoal . Sistema Interpessoal . Sistema Social • Essência: Objetivos são atingidos através da interação/ “transação” ; > Teoria do alcance dos objetivos. TEORISTAS DE ENFERMAGEM SYSTER CALLISTA ROY (1974) • Conceito de Enfermagem: promover a adaptação do homem em situações de saúde/doença. • Modelo Conceitual baseado na Teoria de Adaptação • Conceito de ser humano: ser bio-psicossocial em constante interação com mudanças ambientais. • Intervenções de enfermagem: são voltadas para a manipulação do ambiente, estão delineadas como as que promovem reações adaptativas em situações de saúde/doença. TEORISTAS DE ENFERMAGEM WANDA AGUIAR HORTA (1970) •Grande expoente da enfermagem brasileira. •Trabalhou junto à Escola de Enfermagem da USP e Ana Neri. Morreu em 1981. • Desenvolveu o referencial teórico por acreditar que a enfermagem deveria ter um corpo de conhecimentos próprio. O enfermeiro é “gente que cuida de gente”. •Conceito de Enfermagem: é uma ciência que visa descrever as necessidades humanas básicas, explicá-las, relacioná-las e predizê- las. “É a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas”. • Fundamenta-se na Teoria das Necessidades humanas básicas de Maslow e Mohana . > Necessidades humanas básicas: são estados de tensões, conscientes ou inconscientes, resultantes de desequilíbrios hemodinâmicos dos fenômenos vitais. WANDA DE AGUIAR HORTA (1926 a 1981) • Nasceu em 11 de agosto de 1926, natural de Belém do Pará. Graduada pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em 1948. Licenciada em história natural pela Faculdade de Filosofia, Ciências e letras da Universidade do Paraná, Curitiba em 1953. • Pós-graduada em pedagogia e didática aplicada à Enfermagem na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em 1962. • Doutora em Enfermagem, na Escola de Enfermagem Ana Néri da Universidade Federal do Rio de Janeiro com a tese intitulada "A observação sistematizada na identificação dos problemas de enfermagem em seus aspectos físicos", apresentada à cadeira de Fundamentos de Enfermagem, Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1968. • Professora livre-docente, Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em 1970. Professora Adjunta, Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, concurso realizado em 2 de abril de 1974. • Atuou como Professor Livre Docente no período de 1970 a 1974, como Professor Titular das disciplinas Introdução à Enfermagem e Fundamentos de Enfermagem, no período de 1968 a 1974, como Professor adjunto de 1974 a 1977. • Em 1981, ano do seu falecimento, foi proclamada Professor Emérito pela Egrégia Congregação da Escola de Enfermagem da USP. Obrigada!!! Referencia Bibliográfica • CIANCIARULLO, T. I. Sistema de assistência de enfermagem: evolução e tendências. 4.ed. São Paulo: Ícone, 2008. • De Oliveira VL, Schubert Backes VM, Coelho MI, De Cezar MR. Evolução do conhecimento científico na enfermagem: do cuidado popular à construção de teorías. Invest Educ Enferm. 2007; 25(2): 108-115 • Leopardi MT. Teorias em enfermagem: instrumentos para a prática. Florianópolis: Papa-Livros; 1999. 228 p.
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