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HANSENIASE

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HANSENÍASE
DOENÇAS
INFECTO-CONTAGIOSAS 
NO BRASIL 
Transição epidemiológica
� Fatores que influenciam a redução da mortalidade por
doenças infecciosas no Brasil:
- Industrialização com a melhoria da infra-estrutura;
- Ampliação do acesso à saúde e saneamento;
- Política Nacional de Imunização;
- Medidas para controle de vetores
Caso clínico 1
• Paciente Fernanda da Luz, 54 anos, veio à consulta a pedido da sua Agente
Comunitária de Saúde (ACS) Joana. Apresenta uma mancha na pele há 3
anos, em região lombar. Já realizados inúmeros tratamentos tópicos e orais,
para micoses e dermatites, sem melhora. Queixa-se de câimbras nas mãos,
o que prejudica seu trabalho. Nega outras comorbidades.
• Trabalha como costureira. Mora com seus 3 filhos (6, 12 e 18 anos) e com o
marido de 52 anos.
• Questões:
• 1- Por que a ACS teve a preocupação em solicitar uma consulta a essa 
paciente?
• 2- O que mais você perguntaria?
• 3- O que deve ser priorizado no exame físico?
Caso clínico 1
Exame físico
• Pele: 3 lesões hipocrômicas, em placas (dorso/lombar: 10x3cm;
cotovelo direito: 5x7cm; coxa esquerda: 6x8cm) e uma mancha
hiperemiada em nádega esquerda (2x2cm). Todas com diminuição de
sensibilidade (hipoestesia) ao teste com monofilamentos. Sem
infiltrações ou nódulos. Sem descamação. Sem bordas nítidas. Sem
escoriações.
• Questões:
• 4- Quais os diagnósticos mais prováveis?
• 5- O que mais investigar no exame físico?
• Neurológico: não há sinais de neurite (espessamento neural). Força
muscular preservada. Sensibilidade mantida em mãos, pés e olhos.
• Olhos: movimento palpebral sem alterações.
• Mucosas: nasal e oral sem alterações.
• Questões:
• 6- Como organizar o Plano terapêutico?
Exame físico
Hanseníase
• Cerca de 30 mil casos 
de hanseníase em 
tratamento em Dez/12
• Coeficiente de 
prevalência de 
1,5/10.000 habitantes 
(em 1988, era de 18).
• Taxas são mais 
elevadas em municípios 
localizados na 
Amazônia e algumas 
regiões metropolitanas.
Hanseníase
Coeficiente de Prevalência de Hanseníase por município (Brasil – 2012)
DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!
Hanseníase: Quando Pensar?
• Manchas hipocrômicas, acastanhadas ou avermelhadas, com alteração de
sensibilidade: formigamentos, choques e câimbras que evoluem com
dormência.
• Pápulas, infiltrações e/ou nódulos: normalmente sem sintomas.
• Diminuição de pelos: localizada (sobrancelhas) ou difusa.
• Falta ou ausência de sudorese no local - pele seca.
• Espessamento neural, especialmente em áreas endêmicas.
Hanseníase: Como investigar?
O diagnóstico é essencialmente clínico!!!
• Testar sensibilidade térmica: com tubo de água quente e fria ou éter. 
(Primeira a ser alterada)
• Testar sensibilidade tátil: com chumaço de algodão.
• Testar sensibilidade à dor: com cabeça de alfinete
Materiais
Teste de sensibilidade térmica
Teste de sensibilidade dolorosa
Teste de sensibilidade tátil
Hanseníase: Examinar é preciso!!!
Hanseníase: ATENÇÃO
Hanseníase: Exame físico
• Avaliar a função neural e o grau de incapacidade física:
- no momento do diagnóstico
- na alta por cura
- no monitoramento de doentes que já tenham alguma incapacidade física
• Avaliar perda de sensibilidade protetora e deformidade visível.
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• Avaliação do grau de incapacidade física:
teste da sensibilidade dos olhos, mãos e pés.
• Avaliar mão e pés com monofilamentos ou estesiomêtro.
• Avaliar olhos com fio dental (sem sabor).
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Hanseníase: Exame físico
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Hanseníase: Avaliação sensitiva
Hanseníase: 
Avaliação dos membros superiores
Mão em garra móvel:
- Atrofia de interósseos
Mão em garra rígida:
- Atrofia do 1° interósseo
- Úlceras tróficas
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Hanseníase: Avaliação da força
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Hanseníase: Graduação da força dos 
membros superiores
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Hanseníase: 
Avaliação membros inferiores
Hanseníase: 
Avaliação dos pés
Pé caído Mal perfurante 
plantar
Artelhos em garra
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Hanseníase: 
Avaliação neurológica simplificada
SERVE PARA:
• Monitorar o resultado do 
tratamento de neurites
• Contribuir na decisão de 
conduta
• Identificar incapacidades 
físicas
Hanseníase: 
Avaliação do nariz
Hanseníase: 
Avaliação dos olhos
Hanseníase: 
Avaliação dos olhos
• Sensibilidade da córnea (nervo trigêmeo)
Resposta: piscar
• A classificação define o esquema teraupêutico
• É baseada no número de lesões cutâneas:
• PAUCIBACILAR (PB) - casos com até cinco
lesões de pele
• MULTIBACILAR (MB) - casos com mais de
cinco lesões de pele
Hanseníase: Classificação
Fonte: Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública : manual técnico-operacional [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2016.
• A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico): é o exame 
complementar para a classificação dos casos
• O resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de 
hanseníase. 
• A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, 
independentemente do número de lesões.
• Quando diagnosticada lesão neural, o paciente já será diagnosticado 
como MULTIBACILAR (MB).
Hanseníase: Classificação
MULTIBACILAR (MB)
• Mais de 5 lesões de pele
• Baciloscopia positiva 
• Lesão neural (espessamento ou alteração de força 
muscular)
Baciloscopia de pele nem sempre é disponível. Nestes casos, o 
diagnóstico será clínico (número de lesões).
Hanseníase: Classificação
Definição de caso
• Considera-se caso de hanseníase a pessoa que apresenta um ou mais dos 
seguintes sinais cardinais, necessitando tratamento com poliquimioterapia (PQT):
• a) lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou 
dolorosa e/ou tátil; ou
• b) espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou 
motoras e/ou autonômicas; ou
• c) presença de bacilos M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço 
intradérmico ou na biopsia de pele.
Fonte: Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública : manual técnico-operacional [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2016.
Hanseníase: Diagnósticos diferenciais
• Pitiríase versicolor/ alba/ rósea
• Hipocromias residuais
• Vitiligo
• Esclerodermia em placa
• Farmacodermia
• Sífilis
• Linfomas
• Leishmaniose
• Neurofibromatose
• Neuropatia diabética
Hanseníase: TRATAMENTO
POLIQUIMIOTERAPIA - PQT/OMS
• Rifampicina, dapsona e clofazimina
• PAUCIBACILAR Adulto e Infantil:
6 meses com rifampicina e dapsona. 
• MULTIBACILAR Adulto e Infantil: 
12 meses com rifampicina, dapsona e clofazimina.
Esquemas de Poliquimioterapia
� Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina
• 100 mg de dapsona
� Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona
� TRATAMENTO COMPLETO:
• 6 cartelas (6 meses)
• Doses supervisionadas:
28/28 dias ou 4/4 semanas
ESQUEMA PADRÃO PAUCIBACILAR (PB)
Esquemas de Poliquimioterapia
� Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina
• 3X 100 mg de clofazimina
• 100 mg de dapsona
� Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona
• 50 mg de clofazimina
� TRATAMENTO COMPLETO:
• 12 cartelas (12 meses)
• Doses supervisionadas:
28/28 dias ou 4/4 semanas
ESQUEMA PADRÃO MULTIBACILAR (MB)
Hanseníase na APS
Hanseníase: Reações hansênicas
Hanseníase: Reações Hansênicas
• Pode ocorrer até 5 anos após o tratamento.
• Cuidado para não reiniciar tratamento 
indevidamente.
• Deve ser tratado com AINE ou Corticóide e deve 
encaminhar ao especialista.
Hanseníase: Vigilância de contatos
• CONTATO INTRADOMICILIAR:
- Toda e qualquer pessoa que resida ou tenha
residido com o doente de hanseníase nos
últimos 5 (cinco) anos.
Contato
• Contatos familiares recentes ou antigos de pacientes MB e PB devem
ser examinados, independente do tempo de convívio.
• Sugere-seavaliar anualmente, durante cinco anos, todos os contatos
não doentes, quer sejam familiares ou sociais. Após esse período os
contatos devem ser liberados da vigilância, devendo, entretanto,
serem esclarecidos quanto à possibilidade de aparecimento, no
futuro, de sinais e sintomas sugestivos da hanseníase.
Fonte: Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública : manual técnico-operacional [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2016.
A investigação epidemiológica de contatos consiste em:
• • Anamnese dirigida aos sinais e sintomas da hanseníase.
• • Exame dermatoneurológico de todos os contatos dos casos novos,
• independente da classificação operacional.
• • Vacinação BCG para os contatos sem presença de sinais e sintomas de
• hanseníase no momento da avaliação, não importando se são contatos
• de casos PB ou MB.
• OBS.: Todo contato de hanseníase deve ser informado que a vacina BCG não é
• específica para hanseníase.
Fonte: Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública : manual técnico-operacional [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2016.
Vacina BCG-ID
• BCG-ID deve ser aplicada nos contatos examinados sem presença de
sinais e sintomas de hanseníase no momento da investigação.
• A aplicação da vacina BCG depende da história vacinal e/ou da
presença de cicatriz vacinal
Fonte: Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública : manual técnico-operacional [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2016.
Fonte: Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública : manual técnico-operacional [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2016.
Hanseníase: Vigilância epidemiológica
DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO 
COMPULSÓRIA!
ATENÇÃO:
Hanseníase: Revisão
• Avaliar lesões de pele, fazer diagnostico clinico
• Orientações sobre doença, cuidados e contatos
• Iniciar PQT de acordo ao diagnostico inicial (PB ou MB)
• Solicitar baciloscopia para reavaliação do diagnostico clinico e PQT
• Avaliação neurológica (identificação de neurites, avaliar força
muscular sensibilidade, deformidades).
• Grau de incapacidade física (teste sensibilidade e força
muscular olhos mãos e pés).
• Exame de mucosas oral e nasal
• Avaliar olhos : Movimento ocular e palpebral, teste com fio
dental, aspecto da conjuntiva e da córnea. Sobrancelha e
cílios.
Hanseníase: Revisão
Não fique no meio do caminho... Tem um 
montão de gente esperando sua chegada!
Obrigado (a)!
Nome:
E-mail:
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