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Aluna: DALVA REGINA SILVA FARIA
Curso: EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA
Disciplina: ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - TURMA IBF 2020 
PRÁTICAS INCLUSIVAS E MÉTODOS DE INCLUSÃO NAS ESCOLAS
O engajamento da comunidade surda na longa trajetória pelo reconhecimento e oficialização da sua língua – Libras – foi reconhecido em 24 de abril de 2002 pela Lei 10436; respeitando o artigo 208 da Constituição Brasileira de 1988 que dispôe sobre o “atendimento educacional especializado aos portadores de defiência, preferencialmente na rede regular de ensino”; regulamentada pelo Decreto 5626 (2005) que regularizou esse atendimento nos diversos âmbitos de equipamentos públicos ou privados, no ensino e interpetação da Libras para uma comunicação efetiva onde é importante entender, saber interpretar a mensagem e expressar os pensamentos, independente se faz o uso da fala ou de sinais pois o desenvolvimento cognitivo, afetivo, sociocultural, e acadêmico não depende da audição e sim do respeito ao desenvolvimento espontâneo de cada ser humano e de sua linguagem. O Estatuto da Pessoa com Deficiência traz, em seu art. 4º §1º: 
Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades 
com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. 
Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de dis-
tinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propó-
sito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o 
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com defi-
ciência, incluindo recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de
 tecnologia assistiva (BRASIL, 2015, p. 12). 
 
A língua de sinais possibilitou ao surdo o reconhecimento de sua identidade enquanto sujeito, e percebe-se que a visão da sociedade em relação ao surdo tem tomado novo rumo, visto estudos atuais sobre os direitos em diversas instituições de ensino referindo uma pessoa surda como mais segura e consciente. Toda mudança tem um processo lento, mas que uma educação de qualidade onde todos tenham pleno acesso, a conscientização por parte dessa instituições de ensino, formadoras de educadores, amarra interesse por pesquisas envolvendo maior parte do sistema educacional.
Com base nos argumentos de busca de direitos e no estudos da legislação referente à educação e no atendimento ao alunos com necessidades especiais, surdos ou com deficiência auditiva, considera-se que o aprendizado da lingua própria e a aquisção de uma segunda lingua (Lingua Portuguesa) por eles, apresenta complexidades herdadas historicamente no entendimento da apropriação da lingua natural, sua importância perante a comunidade surda e o empoderamento dos direitos da pessoa com deficiência nos diversos espaços frequentados. Entende-se que a utilização da linguagem gestual se estende a todos os grupos humanos e o sistema linguistico na comunicação a configura como lingua, sendo assim, o ensino da lingua de sinais é tão somente uma extensão dos direitos reconhecidos e que devem ser executados mediante a orientações e ressalvas da legislação vigente. É indiscutivel que a maioria dos educadores devem empregar como modalidade o ensino da lingua natural dos surdos e que as situações de interação devem ser mediadas por agente conhecedores das linguas e que tem a competência para intermediar essa comunicação perfazendo-a com excelência. Esses educadores são o ponto de partida para a implementação de propostas pedagógicas que exigem constante reflexão sobre os conteúdos do currrículo inclusivo onde transpõe os desafios impostos para a educação linguistica diferenciada e que reconheça e incorpore tanto os direitos de utilização de sua lingua quanto o direito fundamental à educação expressa em nossa Contituição federal. 
No tempo do Brasil colônia, o imperador Dom Pedro II recebeu o conde francês Ernest Huet (surdo) que trouxe o manual de lingua de sinais para o Brasil que originalizou a Lingua Barsileira de Sinais. O primeiro órgão a desenvolver o trabalho em 1857 foi o Instituto Nacional de Surdos (INES) e a iconografia dos sinais, foi criada pelo surdo Flausino José da Gama. Em Milão, 1880, no Congresso Mundial de Surdos foi decidido que a Lingua de sinais seria abolida e no Brasil a ação foi implementada em 1881. Os surdos ficaram à merce da lingua falada não sendo permitida a utlização de sinais para a comunicação. Em 1987 foi fundada a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS) e a Libras voltou a vigorar a partir de 10 de janeiro de 1991, no estado de Minas Gerais, pela lei 10.379. Em 2002 foi criada a Lei 10.436 que reconhece a Libras como Lingua Oficial em todo territorio Nacional e em 2005 o decreto 5626 regulamentou a Lei possibilitando avanços nos direitos cidadãos dos surdos brasileiros.
Reconhecimento Oficial
A Constituição Federal de 1988, no artigo 208 dispõe sobre o “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (Brasil, 1988), dessa forma, a comunidade surda enfrentou uma loga trajetória pelo reconhecimento e oficialização da sua lingua.
Reconhecida pela Lei 10.436 (24 de abril de 2002), a Libras se tornou oficial tal como a lingua falada , e pelo decreto 5626 (22 de dezembro de 2005) compreendendo por Libras a …
[…] forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguistico de natureza visual-
motora, com estrutura e gramática própria, constituem um sistema linguístico de
 transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. 
(BRASIL, Lei 10.436,2002) 
Em 2008, os surdos incansáveis, buscando amparo nos termos legais nos lugares que permitam sua convivência e nos ambientes como cidadãos e senhores de seus caminhos, conquistaram a lei 11.796 que instituiu o Dia Nacional dos Surdos (26 de setembro de cada ano):
[…] Fica instituído o dia 26 de setembro de cada ano como o
 Dia Nacional dos surdos.(BRASIL,2008) 
 
As formas institucionalizadas de apoio para o uso e a difusão como meio de comunicação nas comunidades surdas, são garantidas pelo poder público.
A comunicação em Libras é realizada por gestos, mas não é baseada nos gestos e nas mimicas e não é igual para todos os surdos, é icônica (representativa). É uma lingua natural, com léxico e gramática próprios. Cada povo desenvolveu sua lingua de sinais como desenvolveu sua lingua oral durante muito tempo. A Libras não é uma lingua de gestos representando a lingua portuguesa mas uma lingua autêntica do Brasil com sinais naturais da região onde ocorre (autóctones) e da lingua gestual francesa.
Como a lingua oral é composta por fonema, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica; também existem itens lexicais, os sinais. Sendo considerada uma autêntica lingua, pois as “palavras” (item lexical) são os sinais que combinados com sua gramática concluem a frase e estabelece a comunicação. O que difere a lingua de sinais das demais linguas é a modalidade visual-espacial.
E assim, existem várias linguas de sinais pelo mundo como: LGP (língua Gestual Portuguesa); SLN (Sign Language of Netherlands); ASL (American Sign Language); LSA (Lengua de Señas Argentina); BSL (British Sign Language); LSCH (Lengua de Señas Chilena); LSF (Langue des Signes Française); LIBRAS (Lingua Brasileira de Sinais) e muitas outras.
 A aprendizagem na inclusão
No campo da educação, a Lei de Diretrizes e Base (LDB) provoca mudanças desde sua aprovação, visto que orienta as práticas da inclusão e envolve um processo de reforma e reestruturação das escolas como um todo. Tal inclusão escolar deve ter um sentido amplo, não incluindo apenas por incluir um aluno com necessidades educativas especiais na sala de aula, mas sobretudo possibilitar o ensino com diversas tecnicas, equipamentos materiais e formação continuada para profissionais que despertem o interesse em atuar com alunos com necessidades especiais. A atuação do profissional na área da surdez e da deficiência auditiva desenvolveu práticas e competênciasde habilidades ética e pedagógicas capazes de auxiliar o aluno no processo educativo contribuindo para seus avanços determinados por lei.
A valorização dos educadores, a presença dos intérpretes em vários segmentos e a oficialização da Libras foram conquistas dos surdos diante dos problemas educacionais enfrentados e ignorados antes das determinações legais para a execução dos direitos de educação de todos. 
Nesse processo educativo que privilegiava certa parte da sociedade, os surdos passaram a ter as garantias de uso da sua lingua e concomitante a aprendizagem através de símbolos e sinais que os incluiam e transpassavam as barreiras existentes favorecendo sua circulação nos diversos meios e espaços públicos ou privados. Um processo que precisou ser modificado e está se modificando com as garantias dos direitos e reconhecimento da inclusão como práticas pedagógicas e sociais motivacionais pois o aprendizado de Lingua Portuguesa pelos surdos é comparado a uma lingua estrangeira pois exige sistematização por meio de metodologias próprias de ensino e as sensações vivenciadas no processo de aquisição da lingua estrangeira pois a presença da limitação auditiva os impede de se apropriarem da Lingua Portuguesa. 
A utilização da Libras na escola propicia o aprendizado por imersão já que sua língua o permite conhecer espontaneamente os sinais; diferentemente da língua oral que necessita ser sistematizada; e acompanhar a metodologia aplicada nessa modalidade sendo o direito de a criança surda ter no processo educacional o acesso pleno a língua de sinais, em respeitar a autonomia das linguas e estruturar um plano educacional que não afete a experiência psicossocial e linguistica.
 
Conclusão
A língua de sinais possibilitou ao surdo o reconhecimento de sua identidade enquanto sujeito, e percebe-se que a visão da sociedade em relação ao surdo tem tomado novo rumo, visto estudos atuais sobre os direitos em diversas instituições de ensino referindo uma pessoa surda como mais segura e consciente. Toda mudança tem um processo lento, mas que uma educação de qualidade onde todos tenham pleno acesso, a conscientização por parte dessa instituições de ensino, formadoras de educadores, amarra interesse por pesquisas envolvendo maior parte do sistema educacional.
Com base nos argumentos de busca de direitos e no estudos da legislação referente à educação e no atendimento ao alunos com necessidades especiais, surdos ou com deficiência auditiva, considera-se que o aprendizado da lingua própria e a aquisção de uma segunda lingua (Lingua Portuguesa) por eles, apresenta complexidades herdadas historicamente no entendimento da apropriação da lingua natural, sua importância perante a comunidade surda e o empoderamento dos direitos da pessoa com deficiência nos diversos espaços frequentados. Entende-se que a utilização da linguagem gestual se estende a todos os grupos humanos e o sistema linguistico na comunicação a configura como lingua, sendo assim, o ensino da lingua de sinais é tão somente uma extensão dos direitos reconhecidos e que devem ser executados mediante a orientações e ressalvas da legislação vigente. 
É indiscutivel que a maioria dos educadores devem empregar como modalidade o ensino da lingua natural dos surdos e que as situações de interação devem ser mediadas por agente conhecedores das linguas e que tem a competência para intermediar essa comunicação perfazendo-a com excelência. Esses educadores são o ponto de partida para a implementação de propostas pedagógicas que exigem constante reflexão sobre os conteúdos do currrículo inclusivo onde transpõe os desafios impostos para a educação linguistica diferenciada e que reconheça e incorpore tanto os direitos de utilização de sua lingua quanto o direito fundamental à educação expressa em nossa Contituição federal. 
Referencias Bibliograficas
BRASIL, LEI 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Lingua Brasileira deSinais – Libras e dá outras providencias. Disponivel em: http://wwwplanalto,gov,br/ccivil_03/leis/2002/l10436,htm> Acesso em: 03 jun 2020
BRASIL, Ministério da Justiça, Secretaria dos Direitos Humanos. Declaração de Salamanca e linha de ação. 2 ed. Brasília: CORDE, 1994. acesso 26 maio 2020.
BRASIL, Estatuto da pessoa com deficiência ww. Planalto. Gov.br/ccivil_03/leis/2002/10436.htm.
– Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2015. 65 p. Conteúdo: Lei nº 13.146/2015. Acesso 13 JUN 2020.
FENEIS. Documento de acessibilidade e direitos humanos dos surdos, Porto Alegre, 2005. Acesso em 03 jun 2020.
OLIVEIRA, Helleni Priscille de Souza Ferreira, A lingua brasileirade sinais e sua influência na educação de surdosna escola regular, Edição Nº 22 / Setembro de 2017 – acesso 13 jun 2020.
QUADROS, R. M. Educação de surdos a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. Acesso 13 jun 2020.

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