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Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação, Licenciatura e
Pós-Graduação
LIBRAS E A INCLUSÃO ESCOLAR
MARISA EXPOSTO
FRANCO DA ROCHA
2021
Introdução
LIBRAS (Língua brasileira de Sinais) é a língua oficial do povo surdo
brasileiro, seu principal meio de comunicação entre Surdos e ouvintes. Está
presente na educação especial a partir do decreto nº 5.626, de 22 de dezembro
de 2005, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e obriga as Instituições
de Ensino Público e Privado, ONG’s e Entidades Filantrópicas, no âmbito
municipal, estadual e federal a inserir em seus currículos a disciplina de Libras.
Assim também a Lei de Diretrizes e Bases da educação LDB, que trata da
Educação Especial no capítulo 9, nos artigos 58, 59 e 60, quanto aos direitos
educacionais do aluno Portador de Necessidades Especiais - PNEE. Definindo
a Educação Especial como modalidade de educação escolar,
preferencialmente no ensino regular, desde a Educação Infantil, com serviços
de apoio especializado, de acordo com a especificidade de cada atendimento
na respectiva rede de ensino.
O reconhecimento da Libras como língua oficial oportunizou a construção
de uma nova história pela comunidade surda, mas é uma conquista que ainda
enfrenta seus desafios diante das dificuldades estruturais e educacionais.
Ainda que o processo de inclusão seja considerado nas leis, na prática
das unidades educacionais, os profissionais da educação e seus alunos ainda
enfrentam muitos entraves como trataremos no texto a seguir.
Língua Brasileira de Sinais e a legislação vigente no Brasil
A língua de sinais é uma língua não universal utilizada como forma de
comunicação com os surdos, forma de comunicação esta que se baseia em
movimentos gestuais e visuais.
No Brasil, já existiam surdos no período compreendido de 1500 a 1855.
Entre 1930 e 1992, a comunidade surda se fortaleceu, reivindicando seus
direitos. Mas é em 2002, com a Lei nº 10.436 e com o Decreto nº 5.626/05, que
a Libras é reconhecida como a segunda língua oficial do país.
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão
a Língua Brasileira de Sinais - Líbras e outros recursos de expressão
a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais -
Líbras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema
lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical
própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e
fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e
empresas concessionárias de serviços públicos, formas
institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de
Sinais - Líbras como meio de comunicação objetiva e de utilização
corrente das comunidades surdas do Brasil. Art. 3o As instituições
públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de
assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento
adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as
normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais
estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão
nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e
de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua
Brasileira de Sinais - Líbras, como parte integrante dos Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. Ver
tópico (106 documentos)
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Líbras não poderá
substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.(BRASIL, 2005)
Essas mudanças na legislação proporcionaram a inclusão de surdos e
criaram grande demanda por profissionais com formação em Libras.
Anteriormente aos movimentos de reivindicação dos direitos da
comunidade surda, era comum famílias ouvintes que buscavam esconder os
filhos surdos com receio dos olhares da sociedade. Com esse afastamento
social e mesmo na convivência em famílias é que a comunicação dos pais com
os filhos surdos era muito complexa, esses pais não conheciam a Língua de
Sinais e não a aceitavam.
Esse contexto, dificultou o desenvolvimento da Língua de Sinais e
decorreu na comunidade surda problemas sociais, emocionais e intelectuais na
aquisição da linguagem.
Sobre isso, as leis são grande conquista da comunidade surda, que nesse
processo de mudanças, tiveram oportunidade de aprender Libras e se
comunicar com seus familiares e além, se inserem na sociedade, podendo
trabalhar e seguir com uma vida cotidiana sem grandes dificuldades.
Entretanto, ainda há um processo lento em relação as políticas
educacionais da sociedade brasileira. Até poucos anos atrás a Língua
Brasileira de Sinais era apenas considerada como “linguagem” e não língua
(Monteiro, 2006, p. 279).
De acordo como o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005,
considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e
interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua
cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais.
O decreto de 2005, que veio regularizar a Lei nº 10.436/02, consolidou a
difusão e o uso da Libras nos sistemas educacionais federal, estadual,
municipal e privado, possibilitando o desenvolvimento de políticas de inclusão
de pessoas surdas.
Assim, os sistemas educacionais, sejam eles, federal, estadual, municipal
e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de
Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio
e superior de ensino, a Língua Brasileira de Sinais, como parte integrante dos
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, conforme legislação vigente (Brasil,
2002).
O reconhecimento da Libras como língua oficial proporcionou a
comunidade surda maior oportunidade de comunicação e desenvolvimento –
intelectual e profissional, entre outros. E com essa importante conquista, o
ensino de Libras se tornou obrigatório nos cursos de formação de professores.
O capítulo IV do decreto de 2005, faz abordagem do uso e difusão da
Libras e língua portuguesa para o acesso das pessoas Surdas à educação:
Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir,
obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à
informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e
nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas
e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior.
(BRASIL, Decreto nº 5.626, 22/12/2005, Art. 14)
Desse modo as instituições devem garantir o acesso e buscar
possibilidades de permanência desses alunos no âmbito educacional,
utilizando as duas línguas, Libras e Português na comunicação, auxiliando o
desenvolvimento social dos alunos, professores capacitados para trabalhar
com esse alunado, recursos necessários para o ensino/aprendizado dos
mesmos.
O capítulo VI, do mesmo decreto, traz as preliminares de garantia do
direito à educação das pessoas Surdas ou com deficiência auditiva, no Art 22:
As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica
devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência
auditiva, por meio da organização de:
I - escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e
ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos anos
iniciais do ensino fundamental;
II - escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino,
abertas a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino
fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes
das diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade
lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de
tradutores e intérpretes de Libras - Língua Portuguesa. (BRASIL,
Decreto nº 5.626, 22/12/2005, Art. 22, Inciso I e II)
Assim, inicia-se no país um processo de inclusão dos alunos surdos em
salas regulares de ensino.
Libras e o processo de inclusão nas escolas
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB - Lei nº
9.394/96) a inclusão de uma pessoa com necessidade especial deve ser feita
em turmas regulares, a depender da necessidade, seu processo de
aprendizagem pode não ser comprometido, havendo, claro, condições
favoráveis, que vão de recursos didáticos a profissionais capacitados.
Embora haja a projeção de uma sala regular atendendo pessoa com
necessidades especiais, a realidade das instituições brasileiras é a falta de
formação dos profissionais para realizar e desenvolver atividades junto com os
alunos a serem incluídos na Educação Básica. Ainda que a Libras seja
obrigatória nos cursos superiores de licenciatura, não são suficientes para que
os professores consigam se comunicar efetivamente com esses alunos. O
correto é que nessas unidades tenha O profissional interprete de Libras e que
esse, trabalhe em conjunto com o professor.
Esse modo de organização no sistema regular de ensino para o
atendimento as pessoas com necessidades educacionais especiais oferece
primeiramente a igualdade de direitos, possibilitando o ensino/aprendizagem e
desenvolvimento sociocultural desses educandos.
Avanço que só foi possível com as políticas públicas que buscam
assegurar uma melhor educação para as pessoas Surdas, onde as mesmas
têm a oportunidade de participar ativamente do seu processo educacional.
Segundo Fernandes (2012), esse processo possibilitou entre outras
coisas:
A difusão da língua de sinais na sociedade e sua utilização no espaço
escolar; A disseminação de pesquisas e trabalhos acadêmicos que
problematizam os postulados teóricos e metodológicos vigentes nos
últimos anos e viabilizam caminhos para a concretização da
educação bilíngue; A formação de profissionais bilíngues, como
professores especializados e intérpretes de língua de sinais; O
desenvolvimento de propostas de educação bilíngue, incorporando a
língua de sinais como primeira língua, seguida da aprendizagem da
língua portuguesa como segunda língua no currículo escolar; A
potencialização do aspecto pedagógico em detrimento do aspecto
clínico no processo educacional; O resgate dos educadores surdos
como mediadores fundamentais em propostas de educação bilíngue
para surdos.(FERNANDES, 2012)
Para Sassaki (2002, apud SAMPAIO 2012, p.36), a inclusão escolar se dá
“como um processo de adaptação da escola para que todos os alunos,
independente de raça, etnia, gênero, situação econômica, deficiências etc,
possam receber uma educação de qualidade.”
Diferente da integração escolar que pressupõe o ajustamento da pessoa
com deficiência para sua participação no processo educativo desenvolvido nas
escolas comuns, a inclusão se dá na reestruturação do sistema educacional,
transformando a escola em um espaço democrático e competente para
trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe, gênero, ou
características pessoais, baseando-se no princípio de que a diversidade deve
não só ser aceita como desejada.
No processo de inclusão escolar a unidade tem que estar disposta a se
aperfeiçoar em favor de todos os aluno, segundo Januzzi (2006):
A escola tem papel importante e, mesmo com as condições adversas
do contexto econômico-político-ideológico, tem função específica,
que, exercida de forma competente, deve possibilitar a apropriação
do saber por todos os cidadãos. (JANUZZI, 2006, p.188-189)
A escola inclusiva não vai apenas ampliar o acesso à comunidade surda,
oferecer vagas e matricular esses alunos, mas sim, visualizar todos os alunos
como capazes de obter conhecimento e ter uma formação, além de oportunizar
todos os cuidados necessários à eles.
Não há uma fórmula mágica para a educação de alunos surdos e ser
educador para esses alunos requer atenção redobrada no momento de
preparação das aulas, onde o mesmo deverá buscar estratégias para aplicação
do conteúdo de maneira que esse aluno seja capaz de entender o que está
sendo transmitido.
O ideal é que haja um profissional intérprete auxiliando o professor a todo
momento. Sobre isso, Lacerda e Santos (2013) afirmam: [...] Para favorecer a
aprendizagem do aluno surdo, não basta apenas apresentar os conteúdos em
libras, é preciso explicar os conteúdos de sala de aula utilizando toda a sua
potencialidade visual que essa língua tem.
As autoras ressaltam que facilita no momento da aprendizagem utilizar
recursos como uma maquete, um desenho, um mapa, um gráfico, uma
fotografia, um vídeo, um pequeno trecho de filme.
Conceição (2011) corrobora com as autoras anteriores:
Dentre as infinitas metodologias que o professor pode utilizar para
tornar a prática do ensino para os surdos mais prazerosa e eficaz
pode-se destacar a prática de palestras e/ou oficinas ministradas por
professores surdos, pois isso irá ajudá-los a desenvolver melhor suas
potencialidades. Isso ocorre porque eles se deparam com um
exemplo de sucesso vivenciado por alguém do seu mundo.
Assim, é necessário uma mudança na estrutura da escola, os professores
e interpretes de Libras podem trabalhar em parceria para que o aprendizado
dos alunos surdos seja mais qualitativo, além de diferentes abordagens e
metodologias, como citado anteriormente.
Abordagens e metodologias educacionais
As abordagens mais utilizadas no ensino-aprendizagem da educação de
Surdos são: o oralismo, a comunicação total, o bilinguismo ou Pedagogia da
diferença.
O oralismo é uma metodologia que busca desenvolver a fala dos Surdos,
consiste em fazer com que a criança receba a linguagem oral através da leitura
orofacial e amplificação sonora, enquanto se expressa através da fala. Gestos,
Língua de Sinais e alfabeto digital são expressamente proibidos.
De acordo com Skliar, (1998 apud KALATAI E STREIECHEN [s/d], p.6):
Foram mais de cem anos de práticas enceguecidas pela tentativa de
correção, normalização e pela violência institucional; instituições
especiais que foram reguladas tanto pela caridade e pela
beneficência, quanto pela cultura social vigente que requeria uma
capacidade para controlar, separar e negar a existência da
comunidade surda, da língua de sinais, das identidades surdas e das
experiências visuais, que determinam o conjunto de diferenças dos
surdos em relação a qualquer outro grupo de sujeitos. (SKLIAR
apud KALATAI E STREIECHEN [s/d], p.6):
Embora tenha sido um método muito utilizado, negava a identidade do
indivíduo surdo, sua cultura e a sua língua.
Segundo Ciccone (1990) muitas crianças que aprenderam
sistematicamente à modalidade oral de uma língua, antes dos três anos de
idade, pouco desenvolveram seu aspecto cognitivo, social e emocional.
A comunicação total, diferente da abordagem oral, defende a utilização de
qualquer recurso linguístico, seja a língua de sinais, a linguagem oral ou
códigos manuais, para propiciar a comunicação com as pessoas com surdez.
Para Ciccone (1990), a comunicação total valoriza as abordagens
alternativas, que possam permitir ao surdo exercer seus direitos e deveres de
maneira mais justa, de modo que possa ele, por si mesmo lutar em busca de
espaços sociais a que tem direito como todo e qualquer cidadão.
Nessa abordagem, que chegou no Brasil na década de setenta, usa-se
simultaneamente diferentes códigos como: a Língua de Sinais, a datilologia, o
português sinalizado, etc. Todos esses códigos manuais são usados
obedecendo à estrutura gramatical da língua oral, não se respeitando a
estrutura própria da Língua de Sinais.
O bilinguismo é ainda uma proposta recente no Brasil, nessa abordagem
o surdo deve adquirir como sua primeira língua, a língua de sinais com a
comunidade surda. Contrapõe-se às propostas da Comunicação Total uma vez
que não privilegia a estrutura da língua oral sobre a Língua de Sinais.
De acordo com Brito (1993), essa abordagem “propicia não apenas a
comunicação surdo – surdo, além de desempenhar a importante função de
suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e
social”.
A Pedagogia da diferença é uma proposta que pensa o aprendizado
como parte de um processo integral,que valoriza o espaço plural da escola
com um currículo pensado para desmistificar e romper barreiras sociais,
políticas e econômicas, que visualiza todos os seus alunos, incluindo os
surdos, como sujeitos de direitos e produtores de cultura.
Kalatai e Estreiechen enfatizam que:
A Pedagogia Surda requer, portanto, a presença do professor surdo
em salas regulares de ensino assim como nas escolas especiais e
Centros de Atendimento Especializado para surdos – CAES, em
tempo integral. São os professores surdos que ensinam os surdos.
KALATAI E STREIECHEN [s/d] p. 11)
Esse diálogo estabelecido pelo professor e aluno Surdo tornam as aulas
mais interativas, onde ambos podem fazer a troca de experiências, segundo
Rangel e Stumpf (2010), os alunos surdos, às vezes percebem o professor
ouvinte como um sujeito que não os reconhecem em sua completude. O
mesmo, acontece na relação com quase todos os ouvintes com quem o surdo
convive.
Considerações finais
Ainda que tenhamos uma legislação que considera os direitos da
comunidade surda, infelizmente, muitas vezes a sociedade não enxerga o
surdo como um cidadão que possui direitos e deveres, com uma língua e uma
cultura próprias.
A conquista estabelecida pelos marcos legais, que reconheceu a Libras
como língua oficial e obrigou seu ensino nos cursos de licenciatura é ainda
suplantada por desafios trabalhistas, com poucos intérpretes em Libras e ou
pouca contratação desses profissionais pelas redes públicas de educação, o
que torna um grande desafio aos alunos surdos e seus professores inseridos
nesses contextos.
Ainda há muitos caminhos a percorrermos para oferecer uma educação
realmente inclusiva, porém hoje temos as leis, muitos estudos sobre esse
assunto e novas abordagens pedagógicas que propiciam uma melhora na
perspectiva de vida e qualidade no ensino à toda a comunidade surda.
Assim como esse trabalho, espero que outros estudos possam contribuir
para a divulgação e ampliação do ensino inclusivo no nosso país.
Referências
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e bases da educação nacional (LDBEN). Brasília, 1996. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>. Acesso
em 10 Mai. 2021.
______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua
Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Brasília, 2002.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>.
Acesso em: 09 Mai. 2021.
______. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no
10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
Libras, e o Art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília,
2005. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>.
Acesso em: 9 Mai. 2021.
BRITO, L.F. Integração social e educação de surdos. Rio de Janeiro :
BABEL
Editora, 1993
CICCONE, M. Comunicação Total. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1990.
JANUZZI, Gilberta de Martino. A educação do deficiente no Brasil: dos
primórdios ao início do século XXI. 2 edição. São Pulo: Autores Associados,
2006.
KALATAI, P; STREIECHEN. E, M. As principais metodologias utilizadas na
educação dos Surdos no Brasil. [s.d]. Disponível em:
<http://anais.unicentro.br/seped/pdf/iiiv3n1/120.pdf> Acesso em 10 de Mai. de
2021. 15 p.
MONTEIRO, M. S. História dos movimentos dos surdos e o
reconhecimento da Libras no Brasil. EDT - Educação Temática Digital, v. 7,
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CONCEIÇÂO. D, F. Práticas Pedagógicas aplicadas aos alunos do CAS,
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<http://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/1482/Conceicao_Deuzelina_Fran
cisco_da.pdf?sequence=1> Acesso em 05 Mai. de 2021. 24p.
FERNANDES. Sueli. Educação de surdos. 1ª ed. Curitiba: Intersaberes, 2012.
141 p.
LACERDA, C. B. F; SANTOS, L.F. Tenho um aluno surdo. E agora?
Introdução `à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFScar, 2013. 254
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RANGEL, G. M. M; STUMPF, M. R. A pedagogia da diferença para o surdo.
In: LODI, A. C. B; MÉLO, A. D. B; FERNANDES, E. (Org)s. Letramento,
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SAMPAIO, M. J. A. Um olhar sobre a efetivação das políticas públicas na
educação de surdos: foco na produção textual. 2012. 165 p. Tese (Doutorado
em linguística) Centro de ciências humanas, letras e artes, Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012. Disponível em:
<https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/6428?locale=pt_BR> Acesso em
04 de Mai. de 2021.

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