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Direito de Famílias 
e Sucessões B
Prof. Dr. Alexandre Luna da Cunha
Aula 2
Família
Matrimonial ou legal
Família convivencional ou informal
Família monoparental 
FAMÍLIA HOMOAFETIVA
Família anaparental
Família mosaico ou reconstituída
FAMÍLIA PARALELA OU 
SIMULTÂNEAS
FAMÍLIA POLIAFETIVA
❑ FAMÍLIA HOMOAFETIVA: FORMADA POR PESSOAS DO
MESMO SEXO, SEJA PELA UNIÃO ESTÁVEL OU PELO
CASAMENTO. (STF – ADIn 4277/11 e ADPF 132/11;
INFORMATIVO 625 DO STF – * Informativo 486 DO STJ )
❑ FAMÍLIA PARALELA OU SIMULTÂNEA: COEXISTÊNCIA DE
DUAS FAMÍLIAS. É QUESTIONADA EM RAZÃO DO
PRINCÍPIO DA MONOGAMIA. (O STF E O STJ NÃO
RECONHECEM)
❑ FAMÍLIA POLIAFETIVA: DECORRENTE DA DECLARAÇÃO
DO AFETO ENTRE MAIS DE DUAS PESSOAS (CNJ proíbe
cartórios do registro de escritura de famílias poliafetivas).
FAMÍLIAS HOMOAFETIVAS
STF – ADIn 4277/11 e ADPF
132/11; INFORMATIVO 625 DO
STF – * Informativo 486 DO STJ )
FAMÍLIAS PARALELAS
• DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE
UNIÃO ESTÁVEL. RELAÇÃO CONCOMITANTE. DEVER DE FIDELIDADE. INTENÇÃO DE
CONSTITUIR FAMÍLIA. AUSÊNCIA. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 1º e 2º da Lei 9.278/96.
• 1. Ação de reconhecimento de união estável, ajuizada em 20.03.2009. Recurso especial concluso ao
Gabinete em 25.04.2012.
• 2. Discussão relativa ao reconhecimento de união estável quando não observado o dever de
fidelidade pelo de cujus, que mantinha outro relacionamento estável com terceira.
• 3. Embora não seja expressamente referida na legislação pertinente, como requisito para
configuração da união estável, a fidelidade está ínsita ao próprio dever de respeito e lealdade entre os
companheiros.
• 4. A análise dos requisitos para configuração da união estável deve centrar-se na conjunção de fatores
presente em cada hipótese, como a affectio societatis familiar, a participação de esforços, a posse do
estado de casado, a continuidade da união, e também a fidelidade.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.348.458 - MG (2012/0070910-1
FAMÍLIAS POLIAFETIVAS
CNJ – DECISÃO DE 26/06/2018
Pedido de Providências (PP 0001459-
08.2016.2.00.0000
FAMÍLIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do
Estado.
§ 1º O CASAMENTO é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a UNIÃO
ESTÁVEL ENTRE O HOMEM E A MULHER como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, TAMBÉM, como entidade familiar a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes.
FAMÍLIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
❑ INTERPRETAÇÃO DO ART. 226 CF
▪ O ROL DO ARTIGO 226 DA CF É EXEMPLIFICATIVO
PORQUE A PALAVRA TAMBÉM, PRESENTE NO § 4º, DÁ A
IDEIA DE IGUALMENTE, O QUE PRESSUPÕE, ALÉM DA
FAMÍLIA MONOPARENTAL, OUTRAS MODALIDADES.
▪ A DESPROTEÇÃO DE OUTRAS ENTIDADES FAMILIARES
REFLETIRIA NAS PESSOAS QUE POR OPÇÃO AS
INTEGRAM, COMPROMETENDO A REALIZAÇÃO DO
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
Aula 3
Filiação
FILIAÇÃO: IGUALDADE E DIGNIDADE
CF/88: Art. 227, § 6º:
ECA/Lei nº 8.069 (13 de julho de 1990): Art. 20:
CC/02: Art. 1.596:
Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.
Conceito
“É a RELAÇÃO DE PARENTESCO estabelecida entre pessoas que estão 
no primeiro grau, em linha reta entre uma pessoa e aqueles que a 
GERARAM ou que a ACOLHERAM e CRIARAM, com base no afeto e na 
solidariedade, almejando o desenvolvimento da personalidade e a 
realização pessoal.”
(Cristiano Chaves de Farias, Felipe Braga Netto, Nelson Rosenvald, 
2019, p. 1.852) 
Conceito
“É A RELAÇÃO JURÍDICA DECORRENTE DO 
PARENTESCO POR CONSANGUINIDADE OU OUTRA 
ORIGEM, ESTABELECIDA PARTICULARMENTE 
ENTRE OS ASCENDENTES E DESCENDENTES DE 
PRIMEIRO GRAU.”
(FLAVIO TARTUCE. 2017, P. 417)
Conceito
• A FILIAÇÃO PODE SER DEFINIDA, PORTANTO,
COMO O LIAME JURÍDICO EXISTENTE ENTRE PAI
OU MÃE E SEU FILHO.
• É relação de parentesco entre PARENTES CONSANGUÍNEOS
ou CIVIS (ADOÇÃO ou SOCIOAFETIVIDADE)
• UTILIZA-SE O TERMO PATERNIDADE DE FORMA
GENÉRICA ABARCANDO PAI E MÃE.
Princípios
• Princípio da dignidade da pessoa humana
• Princípio da afetividade
• Princípio da pluradalidade das entidades familiares
• Princípio da igualdade entre os filhos (art. 227, parágrafo 6o, CF; 20, ECA; 1.596, CC)
• Princípio do melhor interesse da criança
• Princípio do planejamento familiar e da responsabilidade parental (art. 226, parágrafo 7o, CF)
Desbiologização da parentalidade
Novos conceitos de família
Afeto como elemento central da família
Ampliação do conceito de parentalidade
“Desbiologização da paternidade” (João Batista Villela)
Parentalidade = fenômeno sociológico
“qualificação jurídica da relação de parentesco entre pai e filho que estabelece um complexo de 
direitos e deveres reciprocamente considerados, em decorrência da lei ou da convivência 
familiar” (TJRS, AC n. 70021308515)
“Espécies” de filiação
• Matrimonial
• Extramatrimonial
• Adotiva
• Socioafetiva
• Multiparentalidade 
• STF, RExt n. 898.060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 21.09.2016: A paternidade
socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do
vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos
jurídicos próprios.
• Provimento n. 63, CNJ – reconhecimento irrevogável em cartório
• Fertilização Artificial - Reprodução assistida
• Homóloga
• Heteróloga
Técnicas de fertilização artificial:
FERTILIZAÇÃO ARTIFICIAL HOMÓLOGA: AQUELA NA QUAL É USADO SOMENTE O
MATERIAL BIOLÓGICO DOS PAIS - PACIENTES DAS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA.
FERTILIZAÇÃO ARTIFICIAL HETERÓLOGA: AQUELA EM QUE HÁ A DOAÇÃO POR TERCEIRO
(ANÔNIMO) DE MATERIAL BIOLÓGICO (ESPERMATOZOIDE, ÓVULO OU EMBRIÃO).
FERTILIZAÇÃO ARTIFICIAL – QUESTÕES POLÊMICAS:
“DESCARTE” DE EMBRIÕES EXCEDENTÁRIOS – LEI 11.105 DE 2005 – ADIN 3510/STF -
PESQUISA
FECUNDAÇÃO APÓS A MORTE DO MARIDO
QUESTÕES SUCESSÓRIAS
Filiação X Casamento
• A CF/88 EQUIPAROU OS FILHOS, PROIBINDO
DISCRIMINAÇÕES;
• NO ENTANTO, OS FILHOS HAVIDOS FORA DO
CASAMENTO NÃO GOZAM DA PRESUNÇÃO DE
PATERNIDADE OUTORGADA AOS FILHOS DE PAIS
CASADOS ENTRE SI;
• OS FILHOS HAVIDOS FORA DO CASAMENTO
NECESSITAM DE RECONHECIMENTO, QUE PODE
RESULTAR DE ATO DE VONTADE DOS PAIS
(VOLUNTÁRIO) OU ATO COATIVO (INVOLUNTÁRIO
- DECISÃO JUDICIAL);
Filiação X Casamento
• O CC/16 NÃO PERMITIA QUE SE INVESTIGASSE A PATERNIDADE DE
HOMEM CASADO, MAS ESSE CRITÉRIO PASSOU A SER ATENUADO EM
VIRTUDE DA NECESSIDADE DE SE ESCLARECER A VERDADE
BIOLÓGICA;
• O RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE É MAIS QUE UM DEVER DO PAI,
UM DIREITO DO PRÓPRIO FILHO, GARANTIDO, INCLUSIVE, PELO ECA.
Presunção de Paternidade
ART. 1597 DO CC/2002:
“PRESUMEM-SE CONCEBIDOS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO OS
FILHOS:”
I- NASCIDOS 180 DIAS APÓS INÍCIO DA SOCIEDADE CONJUGAL;
II- NASCIDOS 300 DIAS APÓS EXTINÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL;
III- HAVIDOS POR FECUNDAÇÃO ARTIFICIAL HOMÓLOGA, MESMO APÓS
O FALECIMENTO DO MARIDO;
IV- HAVIDOS A QUALQUER TEMPO, DE EMBRIÕES EXCEDENTÁRIOS EM
CONCEPÇÃO ARTIFICIAL HOMÓLOGA;
V- HAVIDOS POR INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL HETERÓLOGA, DESDE QUE
COM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO MARIDO.
Presunção da paternidade:
• A PRESUNÇÃO DA PATERNIDADE É SEMPRE RELATIVA;
• AFASTAMENTO DA PRESUNÇÃO: ARTS. 1599 A 1602 C.C.;
•(impotência, adultério, etc)
• NÃO É QUALQUER PROVA QUE AUTORIZA O AFASTAMENTO DA
PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE;
Presunção da paternidade: 
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a
presunção da paternidade.
Impotência generandi (infertilidade) X impotência couendi (para o ato sexual)
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção
legal da paternidade.
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua
mulher, sendo talação imprescritível.
Provas de filiação
Certidão do registro civil – art. 1.603, CC
• “Presunção quase absoluta” → erro ou falsidade
• Irrevogável
Outras provas – falta da certidão de nascimento – art. 1.605, CC
Documentos escritos e outras presunções
Perícias e exames
Oitiva de testemunhas
Aula 4
Filiação
FILIAÇÃO: IGUALDADE ABSOLUTA
CF/88: Art. 227, § 6º:
ECA/Lei nº 8.069 (13 de julho de 1990): Art.20:
CC/02: Art. 1.596:
Os FILHOS, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, TERÃO
OS MESMOS DIREITOS e QUALIFICAÇÕES, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
FILIAÇÃO
FILIAÇÃO CIVIL = SOCIOAFETIVA
É TODA MODALIDADE DE PARENTESCO NÃO FUNDADA NA 
REPRODUÇÃO BIOLÓGICA OU NA RELAÇÃO DE AFINIDADE.
▪ O RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA JÁ É UMA
REALIDADE, POSSIBILIDADE QUE DECORRE DA ABERTURA DEIXADA
PELO LEGISLADOR NO ARTIGO 1.593 CC. (Provimento 63/2017 CNJ)
ENUNCIADO 519 CJF – “Art. 1.593: O reconhecimento judicial do
vínculo de parentesco em virtude de socioafetividade deve ocorrer a
partir da relação entre pai(s) e filho(s), com base na posse do estado
de filho, para que produza efeitos pessoais e patrimoniais.”
FILIAÇÃO
+
❑MULTIPARENTALIDADE
▪MULTIPARENTALIDADE OU DUPLA PARENTALIDADE: 
PATERNIDADE/MATERNIDADE SOCIOAFETIVA 
BIOLÓGICA
▪ É O RECONHECIMENTO PELO DIREITO, DA EXISTÊNCIA
DE DOIS PAIS OU DUAS MÃES.
▪ DEBATE ACERCA DOS EFEITOS PATRIMONIAIS.
PARENTESCO
❑MULTIPARENTALIDADE
ENUNCIADO 632 CJF (VII JORNADA DIREITO CIVIL)
“Nos casos de reconhecimento de multiparentalidade paterna ou
materna, o filho terá direito à participação na herança de todos os
ascendentes reconhecidos.”
Veja também:
Resp 1674849/ RS; 3ª Turma; Relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, julgamento 17.04.2018.
Reconhecimento de filhos – art. 1.607 a 
1.617, CC
1) Reconhecimento voluntário - PERFILHAÇÃO
• Ato personalíssimo, unilateral e formal, mas admite procurador, livre, irrevogável
(art. 1.610, CC), irretratável, não está sujeito a termo, condição ou encargo(art.
1.613, CC).
• Ato jurídico stricto sensu  efeitos jurídicos decorrentes da lei
• Antigamente, só era possível se o filho não tivesse genitor registral. Hoje o
Provimento n. 63 do CNJ permite reconhecimento em cartório para casos de
multiparentalidade
• Formas – art. 1.609, CC:
• Registro
• Escritura pública ou particular
• Testamento
• Manifestação em juízo
• Filho maior: consentimento do descendente – art. 1.614, CC
• Filho menor: consentimento da genitora – art. 7o, Provimento 016/12CNJ
• Prazo decadencial de 04 anos (art. 1.614, CC)?
• Averiguação oficiosa de paternidade
Reconhecimento de filhos – art. 1.607 a 
1.617, CC
2) Reconhecimento forçado
• Investigação de paternidade e de maternidade
• Não está sujeita a prazo: art. 27, ECA + Súmula 149, STF
• Legitimidade ativa: suposto filho (direito personalíssimo), inclusive nascituro e netos
• Legitimidade passiva: suposto pai/mãe; se falecido, herdeiros ou, na ausência, o ente
público que receber a herança.
• Prova: DNA e outras (STJ  conhecimento da verdade biológica é direito fundamental)
• Contestação: art. 1.615, CC  qualquer pessoa que tenha justo interesse, de ordem
econômica ou moral (cônjuge/companheiro, herdeiros)
Reconhecimento de filhos – art. 1.607 a 
1.617, CC
• Alimentos: podem ser fixados liminarmente, se houver prova; se não o forem, são
devidos a partir da citação (Súmula 277, STJ).
• Parentalidade socioafetiva: RExt 898.060/SC
• Obrigatoriedade do DNA: impossibilidade de condução coercitiva (STF, HC 71.373/RS 
intimidade prevalece em relação ao direito à verdade biológica), mas autoriza a
presunção iuris tantum de paternidade (Súmula 301, STJ).
• Relativização da coisa julgada: STJ, REsp 226.436/PR + Enunciuado 109, I JDC: “A restrição
da coisa julgada oriunda de demandas reputadas improcedentes por insuficiência de
prova não deve prevalecer para inibir a busca de identidade genética pelo investigando”.
Provas de filiação
IRREVOGABILIDADE DO RECONHECIMENTO
• Certidão do registro civil – art. 1.603, CC
• “Presunção quase absoluta”  erro ou falsidade
• Irrevogável
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do 
registro.
▪ Documentos escritos e outras presunções (art. 1.605,CC)
▪ Perícias e exames
▪ Oitiva de testemunhas
Prova da Filiação / Condição de Filho
A) Pela certidão de nascimento (art. 1603 CC e 590 LRP)
Atenção: Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta desse registro, é
presunção de filiação, SALVO e unicamente se provar-se que houve ERRO ou
FALSIDADE (art. 1604 CC).
*Trata-se dos casos em que alguém (namorado, por ex.) registra criança da namorada
como se filha fosse. Neste caso , NÃO poderá aquele que registrou requerer negatória
de paternidade biológica, pois NÃO adveio de ERRO ou Falsidade.
*Se há caso de erro ou falsidade qualquer pessoa contestar paternidade (irmãos do "falso irmão") mediante ação de
impugnação de paternidade !
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
⚫B) Por testamento , Escritura Pública e Por termo nos autos. (art. 1.603, II e III)
⚫C) por qualquer modo admitido em Direito: investigação de paternidade,
testamento, escrituras públicas ou documentos particulares, nos autos de qualquer
processo, até carta familiares, declarações, diários (da família, hospitalar) que
registram o casamento, outros ( art.1605 CC)
⚫D) Posse de estado de filho (arts.1593 e 1605, II CC): Filiação pode ser por “outras
origens” e resulta de fatos certos, presentes : nomen: traz nome paterno, tractatus:
tratado como filho e fama: constantemente reconhecido externamente como
presumidamente pais e filho.
⚫*Comumente tratada como Adoção à Brasileira = Paternidade ou maternidade
socioafetiva = independente de registro civil ou ainda,
⚫* Haverá tida como Paternidade Socioafetiva quando realiza o registro civil SEM
ERRO OU FALSIDADE e por fim,
⚫* Paternidade Socioafetiva pode requerida a investigação judicial de pai/mãe
socioafetiva ou extrajudicialmente pode ser Reconhecida, em Cartório, o filho
socioafetivo.
Aul
a 4
Açõ
es
⚫Ações de Prova de Filiação
a) investigação de parentalidade avoenga (avós, irmãos) status familiae. Busca-se o
estado de filiação junto aos avós, imprescritível. Pretende o reconhecimento
filiatório (biológico ou afetivo) e, consequentemente efeitos pessoais (estado de
neto, irmão) e patrimoniais (direito sucessório).Enunciado 521 (CJF) - Art. 1.606. Qualquer descendente
possui legitimidade, por direito próprio, para propor o reconhecimento do vínculo de parentesco em face dos avós ou de qualquer
ascendente de grau superior, ainda que o pai não tenha iniciado a ação de prova da filiação em vida.
b) investigação genética fundamenta-se nos direitos da personalidade, ou seja, neste
caso a pessoa já possui estado de filiação paterno/materno, porém pretende
buscar sua origem ancestral de ascendência (origem biológica da adoção ou do doador de
gametas). Não surtirá nenhum efeito pessoal e de filiação ou patrimonial para o investigado.
Ação de Filiação
• CABE AO FILHO, QUALQUER QUE SEJA A SITUAÇÃO DA FILIAÇÃO
(OBS: HÁ QUEM ENTENDA QUE O MP TAMBÉM TEM LEGITIMIDADE);
• SE A AÇÃO FOR INICIADA PELO FILHO, OS HERDEIROS PODEM
CONTINUÁ-LA SOBREVINDO A SUA MORTE: ART. 1.606 C.C
• ESSA AÇÃO NÃO É PERMITIDA EM CASOS DE INSEMINAÇÃO
HETERÓLOGA AUTORIZADA PELO INTERESSADO (PONTO POLÊMICO);
• LEGITIMIDADE DO FILHO – AÇÃO DE ESTADO – PERSONALÍSSIMA;
• POR SER AÇÃO DE ESTADO É IMPRESCRITÍVEL;
• RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA: A SENTENÇA QUE ESTABELECE
UMA FILIAÇÃO PODERÁ SER SEMPRE REVISTA EM PROL DA VERDADE
REAL;
Investigação de Paternidade e/ou Maternidade
• DE ACORDO COM O ART. 27 DO ECA, O
• RECONHECIMENTO DO ESTADO DE FILIAÇÃO PODE 
SER EXERCITADO SEM RESTRIÇÕES.
• “ART. 27. O RECONHECIMENTO DO ESTADO DE FILIAÇÃO É
• DIREITO PERSONALÍSSIMO, INDISPONÍVELE
• IMPRESCRITÍVEL, PODENDO SER EXERCITADO CONTRA OS
• PAIS OU SEUS HERDEIROS SEM QUALQUER RESTRIÇÃO,
• OBSERVADO O SEGREDO DE JUSTIÇA”.
• O ALUDIDO DISPOSITIVO APLICA-SE TANTO À 
PATERNIDADE QUANTO À MATERNIDADE.
Ação Negatória de Paternidade
• VISA IMPUGNAR A PATERNIDADE (ART. 1.601 C.C.)
EX: adultério (prova por DNA)
não havia possibilidade de inseminação, pois não doou gametas 
Esterilidade, vasectomia, doença grave que impede de ter 
relações sexuais:
impotência coeundi (prática ato sexual) ou
generandi (gerar filhos) 
reprodução heteróloga SEM autorização
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade 
dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
Ação Negatória de Maternidade
• VISA IMPUGNAR A MATERNIDADE (ART. 1.608 C.C.)
EX: TROCA DE BEBÊS EM MATERNIDADE, FALSIDADE DO 
REGISTRO, ETC.
• Art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá
contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.
IMPORTANTE: O êxito na ação de negatória de paternidade depende de
demonstração, a um só tempo, da inexistência da origem biológica e também de que
não tenha sido constituído o estado de filiação socioafetivo edificado na convivência
familiar, afetividade. A tese de que o pai não é biológico não é suficiente, pois se
pode acolher a prova da socioafetividade no caso concreto, reciprocidade de pai e
filho.
Caso ocorra a hipótese acima, incidirá a chamada Multiparentalidade: possibilidade
de duplicidade de registro civil no nascimento e essa foi a tese repercussão geral
emitida pelo STF em 2016 no REx 898.060-SC:“A paternidade socioafetiva, declarada ou não em
registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem
biológica, com os efeitos jurídicos próprios”.
Art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação
produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar
que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele
que lhe contestou essa qualidade.
Adoção
Adoção
“A adoção é um ato jurídico em sentido estrito, cuja eficácia está
condicionada à chancela judicial. Cria um vínculo fictício de 
paternidade-maternidade-filiação entre pessoas estranhas, análogo ao
que resulta da filiação biológica” (MARIA BERENICE DIAS, 2009, p. 434)
FORMAL, de NATUREZA COMPLEXA (vontade + sentença judicial)
inscrita no registro civil (art. 47, ECA)
Conceito e características
MEDIDA EXCEPCIONAL (art. 39, parágrafo 1o, ECA)
o Família natural
o Família extensa
oCrítica: Lei 12.010/2009 (Lei Nacional da Adoção) burocratizou a adoção
IRREVOGÁVEL
o Exceção: TJMG, 1.0056.06.132269-1/001: Tutela
Finalidade
Assegurar efetivo benefício ao adotado, integrando-o do modo 
mais completo e saudável à nova família, a fim de permitir o 
pleno desenvolvimento da sua personalidade.
→ Princípio do Melhor Interesse do Adotando:
ECA - Art. 43 + 100, IV
Requisitos
Representar reais vantagens para o adotando e embasada em motivos
legítimos (art. 43 + 100, IV ECA)
Consentimento dos pais ou dos representantes legais do adotando (art.
45, ECA)
oPais desconhecidos ou destituídos: Art. 45, § 1º. ECA: dispensado
Concordância do adotando maior de 12 anos (art. 45, § 2º. ECA)
Requisitos: capacidade para 
adotar – ECA: Art. 42 e segs
Pessoa maior de 18 anos
Civilmente capaz
Independente do estado civil
Adotante 16 anos mais velho do que o adotando
o E casal? (Divergência doutrinária)
o Pode ser afastado judicialmente? (TJRJ, AC 2002.001.21143: Sim, esposa do pai biológico)
Tutor/curador pode adotar pupilo/tutelado/curatelado, desde que aprovadas
contas e inexistente débito (art. 44, ECA)
Vedações
▪ Adoção por procuração (art. 39, parágrafo 2o, ECA)
oCaráter personalíssimo
▪ Adoção por ascendentes ou irmãos (art. 42, parágrafo 1o, ECA)
o Evitar fins patrimoniais ou assistenciais, bem como a confusão mental a partir
do fato de os avós se tornarem pais
o Exceção: STJ, Resp 1.448.969/SC, Rel. Min. Moura Ribeiro, j. em 21.out.2014.
Tipos
▪ ADOÇÃO UNILATERAL: ECA – Art 41, § 1º. 
o STJ, REsp 1.545.959/SC, Terceira Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
Rel. p/ acórdão Min. Nancy Andrighi, j. 06.jun.2017)
▪ ADOÇÃO CONJUNTA – ECA - art. 42, § 2º. - adotantes devem ser 
casados ou manter união estável.
oOs divorciados, os separados judicialmente e os ex-companheiros podem
adotar conjuntamente – ECA - Art. 42, § 4o
• Iniciado o período de convivência na vigência do relacionamento
• Acordo sobre a guarda e regime de convivência
Tipos
▪ ADOÇÃO HOMOAFETIVA:
o Redação original do art. 42, parágrafo segundo, ECA – adoção por “marido e mulher” ou
que viverem em união estável. Ausência de restrição para adoção unilateral
o STF, RExt 846.102/PR, Rel. Min. Carmen Lúcia, j. em 05.mar.2015
o Art. 43, ECA
o CFP: “inexiste fundamento teórico, científico ou psicológio condicionando a orientação
sexual como fator determinante para o exercício da parentalidade
▪ ADOÇÃO À BRASILEIRA:
o Falsa e consciente declaração de paternidade/maternidade – art. 242, CP
o A adoção à brasileira garante, com o tempo, a posse do estado de filho
o ANDERSON SCHREIBER: “a adoção à brasileira tem sido vista como subproduto de um
caráter excessivamente burocrático e lento no procedimento de adoção no país”
o Só se pode impugnar registro mediante erro ou falsidade. Na adoção à brasileira, há
vontade de quem registrou→ venire contra factum proprium
Tipos
▪ ADOÇÃO PÓSTUMA:
o Caráter expecional
o Retroage à data do óbito→ eficácia ex tunc
o Necessidade de exterioriozação da vontade do adotante
o Procedimento judicial de adoção em andamento
▪ Exceção: STJ, REsp 457.635/PR
▪ ECA – Art. 42
▪ § 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de
vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
Procedimento
▪ Competência
Adoção de menor: Juizado da Infância e da Juventude
Adoção de maior: Vara da Família
▪ Prazo máximo do processo: 120 dias, prorrogáveis uma única vez por igual período (art.
47, parágrafo 10, ECA)
▪ Estágio de convivência (art. 46, ECA):
o Prazo máximo de 90 dias, prorrogável por igual período
o Pode ser dispensado, se a criança já estiver sob a guarda/tutela do adotante por tempo suficiente
para se avaliar a conveniência da constituição do vínculo
o Adotantes residentes fora do Brasil: mínimo de 30 e máximo de 45 dias
o Acompanhado por equipe interdisciplinar
▪ Se houver pais, é preciso cumular o pedido com destituição do poder familiar
Efeitos
▪ Equiparação entre os filhos
▪ Rompimento do vínculo com a família originária (art. 41, ECA)
o Exceções: a) impedimentos matrimoniais (art. 1.521, CC); b) adoção por um dos
cônjuges do filho do outro
o E OS EFEITOS DA DECISÃO DO STF A RESPEITO DA MULTIPARENTALIDADE?
▪ Adotante assume o poder familiar em relação ao adotado
▪ Utilização do sobrenome do adotante e possibilidade de alteração do prenome (art. 47,
parágrafo 5o, ECA)
o Se a alteração de prenome for solicitada pelo adotante, o adotado maior de 12
anos deve ser ouvido (art. 47, parágrafo 6o, ECA)→ direito de personalidade
▪ Efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença (art. 47, parágrafo 7o, ECA) – eficácia
constitutiva
▪ Direito ao conhecimento da origem biológica
Adoção internacional
▪ Realizada por pessoa ou casal residente e domiciliado fora do Brasil
(art. 2o da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993):
▪ Somente será deferida quando tiverem sido “esgotadas todas as
possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família
adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil
compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros”
Poder familiar
Poder familiar
É a situação jurídica complexa que autoriza a interferência dos pais na 
esfera jurídica dos filhos, sempre no interesse destes. Trata-se deautoridade temporária exercida até a maioridade ou emancipação dos 
filhos. (ANDERSON SCHREIBER, 2018, P. 863)
▪ Antigo pátrio poder→ noção de igualdade entre gêneros
▪ Melhor interesse da criança e do adolescente
Finalidade
▪ Atuação dos pais voltada à realização dos direitos protegidos
constitucionalmente, com o escorpo de garantir o mais pleno
desenvolvimento da personalidade da criança e do adolescente
▪ Exercício de uma função/munus orientado à satisfação do interesse
alheio e associado, na medida do possível, à participação do próprio
interessado
▪ Promover as potencialidades criativas dos filhos
Conteúdo
▪ Art. 227, CF – “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.”
▪ Art. 229, CF – “Os pais têm o deverde assistir, criar e educar os filhos 
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais 
na velhice, carência ou enfermidade”.
Conteúdo
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do
poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
I - dirigir-lhes a criação e a educação;
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro
Município;
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver,
ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1584
Conteúdo
▪ Art. 22, ECA – “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes,
a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.”
→ Crítica: a legislação infraconstitucional dá ênfase ao aspecto
patológico ou puramente patrimonial (ANDERSON SCHREIBER, 2018, p.
864)
Titularidade
▪ Poder familiar é exercido em igualdade de condições pelos pais
▪ Art. 1.631, CC – “Durante o casamento e a união estável, o poder
familiar compete aos pais, [...]”
o E se os pais não mantiverem união estável ou forem casados?
oArt. 1.632, CC – “a separação judicial, o divórcio e a dissolução da união
estável não alteram as relações entre pais e filhos, senão quando ao direito,
que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos”
oArt. 1.636, CC – “o pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece
união estável, não perde, quanto aos filhos do casamento anterior, os direitos
ao poder familiar”.
• Parágrafo único. Isso se aplica aos pais solteiros que casarem ou estabelecerem união
estável
Extinção
▪ Art. 1.635, CC
▪ Interrupção definitiva
▪ Ocorre automaticamente
▪ Rol taxativo
oMaioridade do filho
o Emancipação
oAdoção
oMorte
Suspensão
▪ Temporária
▪ Decorrem de uma conduta antijurídica
▪ Suspensão parcial, com a adoção de medidas restritivas, para 
proteger o menor 
▪ Rol não é taxativo
▪ Hipóteses mais comuns:
oAbuso de autoridade parental
oDescumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental
oCriação de risco à segurança do menor ou de seus bens
oCondenação do genitor por sentença irrecorrível pela prática de crime cuja 
pena exceda a 2 anos de prisão
Perda
▪ Tratamento dispensado a condutas extremamente graves
▪ Não é uma sanção aos pais, mas medida adotada para privilegiar o 
melhor interesse das crianças
▪ Hipóteses legais:
oDeixar o filho em abandono
oPraticar atos contrário à moral e aos bons costumes
o Castigar imoderadamente o filho
oAbandono de menor
oPrática reiteda de condutas que podem ensejar a suspensão do poder familiar
oCrime doloso, sujeito à reclusão, praticado contra o filho
oAbandono afetivo
oAlienação parental
Guarda
União Estável
UNIÃO ESTÁVEL
arts. 1.723 e seguintes C.C.
❖ EVOLUÇÃO LEGISLATIVA
1.) DECRETO-LEI N. 7.036/44: RECONHECIMENTO DA COMPANHEIRA COMO
BENEFICIÁRIA DA INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRABALHO;
2.) RECONHECIMENTO DE DIREITOS AOS CONCUBINOS PELA
JURISPRUDÊNCIA;
3.) CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988: RECONHECEU A UNIÃO ESTÁVEL COMO
FAMÍLIA (ART. 226, §3º)
4.) LEI N. 8.971/94: ESTABELECIA PRAZO PARA CONFIGURAÇÃO DA UNIÃO
ESTÁVEL; RECONHECIA DIREITO A ALIMENTOS; CONCEDEU DIREITOS
SUCESSÓRIOS E DIREITO À MEAÇÃO.
5.) LEI 9.278/96: DEFINIU A UNIÃO ESTÁVEL; ESTABELECEU DIREITOS E
DEVERES AOS CONVIVENTES; DIREITO A ALIMENTOS; DIREITOS
SUCESSÓRIOS; COMPETÊNCIA DAS VARAS DE FAMÍLIA.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ CONCEITO
❖ “É A RELAÇÃO AFETIVA DE CONVIVÊNCIA PÚBLICA E
DURADOURA ENTRE DUAS PESSOAS, DO MESMO SEXO OU NÃO,
COM O OBJETIVO IMEDIATO DE CONSTITUIÇÃO DE FAMÍLIA”
(PABLO STOLZE, P. 424).
❖ ART. 1.723 C.C.: “É RECONHECIDA COMO ENTIDADE FAMILIAR A
UNIÃO ESTÁVEL ENTRE O HOMEM E A MULHER, CONFIGURADA
NA CONVIVÊNCIA PÚBLICA, CONTÍNUA E DURADOURA E
ESTABELECIDA COM O OBJETIVO DE CONSTITUIÇÃO DE FAMÍLIA”
Conceito
Entidade familiar a partir de um vínculo conjugal, mantida por
duas pessoas, desimpedidas de casar, que vivem como se
casadas fossem, mantendo uma convivência pública, contínua
e duradoura, com o objetivo de constituir família.
Homem e mulher?
E o separado de fato?
Quanto tempo?
❑FAMÍLIA HOMOAFETIVA:
FORMADA POR PESSOAS DO MESMO SEXO, SEJA
PELA UNIÃO ESTÁVEL OU PELO CASAMENTO
STF – ADIn 4277 e ADPF 132
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
FAMÍLIAS PARALELAS
• DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE
UNIÃO ESTÁVEL. RELAÇÃO CONCOMITANTE. DEVER DE FIDELIDADE. INTENÇÃO DE
CONSTITUIR FAMÍLIA. AUSÊNCIA. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 1º e 2º da Lei 9.278/96.
• 1. Ação de reconhecimento de união estável, ajuizada em 20.03.2009. Recurso especial concluso ao
Gabinete em 25.04.2012.
• 2. Discussão relativa ao reconhecimento de união estável quando não observado o dever de
fidelidade pelo de cujus, que mantinha outro relacionamento estável com terceira.
• 3. Embora não seja expressamente referida na legislação pertinente, como requisito para
configuração da união estável, a fidelidade está ínsita ao próprio dever de respeito e lealdade entre os
companheiros.
• 4. A análise dos requisitos para configuração da união estável deve centrar-se na conjunção de fatores
presente em cada hipótese, como a affectio societatis familiar, a participação de esforços, a posse do
estado de casado, a continuidade da união, e também a fidelidade.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.348.458 - MG (2012/0070910-1
Espécies de relações de fato
4) Relações paralelas (ambos os núcleos sabiam do paralelismo?)
• 1ª corrente: nenhum direito é reconhecido à concubina. Maria Helena Diniz
• 2ª corrente: relacionamento mais antigo é união estável, outros 
relacionamentos são uniões estáveis putativas, se houver boa-fé objetiva. Rolf 
Madaleno, José Fernando Simão, Flávio Tartuce.
• 3ª corrente: todos os relacionamentos são união estável. Maria Berenice Dias.
FAMÍLIAS POLIAFETIVAS
CNJ – DECISÃO DE 26/06/2018
Pedido de Providências (PP 0001459-
08.2016.2.00.0000
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA UNIÃO ESTÁVEL
❖ PUBLICIDADE: A UNIÃO DEVE SER NOTÓRIA, ISTO É, NÃO PODE
SER CLANDESTINA; DEVE TER O RECONHECIMENTO SOCIAL
COMO FAMÍLIA.
❖ CONTINUIDADE: DEVE HAVER UM CARÁTER DE PERMANÊNCIA E
DEFINITIVIDADE;
❖ ESTABILIDADE: A CONVIVÊNCIA DEVE SERDURADOURA
❖ OBJETIVO DE CONSTITUIÇÃO DE FAMÍLIA: É A ESSÊNCIA DO
INSTITUTO, DIFERENCIANDO A UNIÃO ESTÁVEL DE UMA
RELAÇÃO MERAMENTE OBRIGACIONAL, SEGUNDO STOLZE.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ ELEMENTOS CARACTERIZADORES ACIDENTAIS
SEGUNDO PABLO STOLZE, SÃO OS ELEMENTOS QUE, EMBORA
NÃO SEJAM ESSENCIAIS PARA CARACTERIZAR A UNIÃO ESTÁVEL,
FACILITAM A SUA DEMONSTRAÇÃO EM JUÍZO. SÃO ELES:
❖ TEMPO: O CÓDIGO CIVIL NÃO EXIGE TEMPO MÍNIMO PARA A
CONFIGURAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL.
❖ PROLE: A EXISTÊNCIA DE FILHOS NÃO É IMPRESCINDÍVEL PARA A
EXISTÊNCIA DE UNIÃO ESTÁVEL.
❖ COABITAÇÃO: A CONVIVÊNCIA SOB O MESMO TETO TAMBEM NÃO
É REQUISITO INDISPENSÁVEL (SÚMULA 382 STF).
Requisitos
1) Intuitu familiae: também chamado de affectio maritalis
à é a comunhão de vidas, a intenção de viver como se casado fosse
à afetividade
à ausente no namoro qualificado, no noivado
2) Diversidade de gêneros: art. 226, § 3º, CF
à STF: interpretação conforme a Constituição Federal
àSTF, ADIn 4.277/DF, Pleno, Rel. Min. Carlos Ayres Britto, j. em 05.mai.2011
Requisitos
3) Estabilidade: relação estável, não momentânea
à Ausência de lapso temporal mínimo
4) Continuidade: deve ser lida à luz da estabilidade
à A convivência não pode ser rompida
àÉ admitida a ruptura breve, seguida de reconciliação
àQuebra da base objetiva (convivência) e subjetiva (intenção de
compromisso) do relacionamento
Requisitos
5) Publicidade:
à Relação notória, não clandestina
àReconhecimento público “como se casados fossem”
6) Ausência de impedimentos:
à Proibição de casamento, porque a união estável deve poder ser convertida
(art. 226, § 3º, CF)
àExceção do companheiro casado, mas separado de fato (art. 1.521, inciso
VI, CC)
Requisitos
ATENÇÃO! NÃO há requisito de:
- Tempo mínimo para configuração da união estável
- Prole comum
- Convivência sob o mesmo teto
- Requisito formal
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ UNIÃO ESTÁVEL X CONCUBINATO
❖ O CONCUBINATO É O TERMO UTILIZADO PARA AS RELAÇÕES
NÃO EVENTUAIS ENTRE O HOMEM E A MULHER, IMPEDIDOS DE
CASAR. (ART. 1.727 C.C.)
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ IMPEDIMENTOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL: ART.
1.723, § 1º C.C.
❖ § 1 O A UNIÃO ESTÁVEL NÃO SE CONSTITUIRÁ SE OCORREREM OS
IMPEDIMENTOS DO ART. 1.521;
❖SE PRESENTES OS IMPEDIMENTOS DO ART. 1.521 DO C.C. NÃO SE
CONFIGURA A UNIÃO ESTÁVEL.
❖RESSALVA PARA O INCISO VI, DO ART. 1.521:
PESSOAS CASADAS, MAS SEPARADAS DE FATO OU JUDICIALMENTE
PODEM CONSTITUIR UNIÃO ESTÁVEL
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ AS CAUSAS SUSPENSIVAS DO ART. 1.523 NÃO IMPEDEM A
CARACTERIZAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL (ART. 1.573, § 2º)
❖ART 1.523: NÃO DEVEM CASAR + ART 1.641: REGIME DA SEPARAÇÃO
Espécies de relações de fato
1) Concubinato – impedimento para o casamento (art. 1.725, CC) →
sociedade de fato
2) União estável putativa – caso de união estável nula ou anulável, um 
dos cônjuges está de boa-fé (objetiva) → companheiro sabe do 
casamento do outro, mas é levado a acreditar que há uma 
separação de fato, que os cônjuges não dormem mais no mesmo 
quarto e que o divórcio virá quando os filhos crescerem →
reconhecimento de direitos
Segundo MARIA BERENICE DIAS, trata-se de uma questão de justiça e ética
3) Namoro qualificado
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ EFEITOS PESSOAIS DA UNIÃO ESTÁVEL: ART. 1.724
❖ TRATA-SE DOS DIREITOS E DEVERES ENTRE OS COMPANHEIROS. SÃO
ELES:
❖ DEVER DE LEALDADE
❖ DEVER DE RESPEITO
❖ DEVER DE ASSISTÊNCIA
❖ DEVER DE GUARDA, SUSTENTO E EDUCAÇÃO DOS FILHOS.
OBS: NA ESSÊNCIA, TAIS DEVERES SÃO IGUAIS ÀQUELES PREVISTOS PARA OS
CÔNJUGES.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ EFEITOS PATRIMONIAIS DA UNIÃO ESTÁVEL: ART. 1.725 C.C.
❖ O CÓDIGO CIVIL ESTABELECEU O REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE
BENS COMO O REGIME LEGAL A VIGORAR NA UNIÃO ESTÁVEL
❖ DESDE QUE OS COMPANHEIROS NÃO O AFASTEM POR CONTRATO
ESCRITO
❖ Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO: ART. 1.726 C.C.
❖ A CONVOLAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO É FACILITADA,
DISPENSANDO-SE A FORMALIDADE DA CELEBRAÇÃO DO ATO.
❖ A CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO DEVE SER FEITA
NECESSARIAMENTE PELA VIA ADMINISTRATIVA OU PODERIA SER FEITA PELA VIA
JUDICIAL?
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
❖ REGISTRO DA UNIÃO ESTÁVEL
❖ ATO NORMATIVO: PROVIMENTO 37/2014 CNJ
❖ É ATO FACULTATIVO COM VISTAS A DAR SEGURANÇA JURÍDICA ÀS RELAÇÕES
ENTRE OS COMPANHEIROS E ENTRE ESSES E TERCEIROS.
❖ RESOLUÇÃO 174 DO CNJ DE 2013 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA
Dissolução
• Simples separação de fato faz cessar a união estável (natureza
jurídica)
• Havendo consequências jurídicas (patrimônio, alimentos, guarda e 
regime de convivência dos filhos):
•dissolução de união estável extrajudicial (ausência de filhos menores e 
incapazes)
•dissolução de união estável judicial (filhos maiores e capazes)
GUARDA
Tratamento legal
• Códígo Civil de 1916: em caso de desquite, os filhos menores ficavam com o
cônjuge inocente;
• Lei do Divórcio (1977): mantinha previsão do CC/1916, mas facultava ao juiz decidir
de modo diferente;
• Constituição Federal de 1988: igualdade entre os gêneros teve reflexos na divisão
de responsabilidades parentais;
• Estatuto da Criança e do Adolescente: doutrina do melhor interesse com status
principiológico;
• Código Civil de 2002: estabeleceu diretrizes para a guarda unilateral → a guarda
seria atribuída a quem revelasse “melhores condições” para exercê-la (cláusula
geral);
• Lei 11.698/2008: definiu o que é a guarda compartilhada e sugeriu a preferência
pelo compartilhamento (“sempre que possível”), o que se tornou letra morta
• Lei 12.318/2010 – Lei da Alienação Parental: prioridade da guarda compartilhada;
• Lei 13.058/2014: imposição da guarda compartilhada e compartilhamento de
tempo equilibrado entre os genitores.
Guarda
Ausência/fim da conjugalidade – redefinição dos papéis 
Manutenção do poder familiar 
(direitos e deveres parentais)
a separação é conjugal, não parental 
Guarda
A guarda pode ser concedida durante o processo judicial ou em 
escritura pública de divórcio/ separação, podendo ser alterada sempre 
que for necessário, pois tem-se em vista buscar o bem-estar do filho 
(art. 1.583 do CC). 
Poder familiar e guarda
▪ Poder familiar: conjunto de direitos que permitem que os pais possam
proporcionar o desenvolvimento integral dos filhos. É um munus público,
dividod em criação e educação, guarda, consentimento para certos atos
(casar, viajar, mudar de residência permanente, nomear tutor, representar ou
assistir). Dá direito de fiscalização aos genitores. É irrenunciável, indivisível,
indisponível e inalienável.
▪ Guarda: instituto através do qual uma pessoa assume a responsabilidade
pelos cuidados da criança ou do adolescente. Possibilita o exercício de todas
as funções parentais, sobretudo com relação ao poder de decisão. São direitos
e deveres decorrentes do poder familiar, muito embora o exercício da guarda
não afete o exercício do poder familiar. É um dos deveres do poder familiar.
➢ A lei civil no seu artigo 1.584 mostra relevância na proteção do menor quando os pais não
decidem sobre a guarda quando há a separação.
➢ Para o legislador a guarda deve ser concedida com foco no melhor interesse da criança, ou seja,
utiliza-se de uma expressão aberta, abrangente e que deve ser interpretada em preservação da
criança.
➢ Judiciário deve ter o cuidado de ver qual o melhor ambiente para ser vivido pelo menor que
muitas vezes não está ligado a questões financeiras e sim ao bem-estar físico e espiritual (melhor
desenvolvimento material e afetivo) o qual pode estar com a mãe, com o pai ou mesmo com um
terceiro.
➢ Quando nenhum dos pais oferece condições para atender o interesse da criança (material e
afetivo) o juiz pode deferir a guarda a pessoa idônea da família de qualquer dos cônjuges e que
revele compatibilidade com a natureza da medida, levando em conta a "relação de afinidade e
afetividade"com os filhos (art. 1584 § 5º do CC).
Poder familiar e guarda
▪ Tema de intensa judicialização
▪ Legislação contém as leis cláusulas abertas
▪ Adequação ao caso prático
▪ Necessidade de atenção à realidade atual
▪ Atendimento às necessidades dos menores e dos pais
Modalidades
▪ GUARDA UNILATERAL
▪ GUARDA ALTERNADA
▪ GUARDA COMPARTILHADA
▪ GUARDA DE NIDAÇÃO
A) Guarda unilateral
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1º. Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a
alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a
responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que
não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.”
A) Guarda unilateral
▪ Guarda exercida por apenas um dos genitores (guardião)
▪ Genitor não guardião:
odireito de visitas:
“Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-
los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for
fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.”
o fiscalização (poder familiar)
“Art. 1.583, § 5º. A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos
genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de
contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente
afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.”
B) Guarda alternada
▪ Conceito:
o “Modalidade de guarda unilateral ou monoparental, caracterizada pelo
desempenho exclusivo da guarda, segundo um período predeterminado, que
pode ser anual, semestral, mensal ou outros. Essa modalidade de guarda não
se encontra disciplinada na legislação brasileira e nada tem a ver com a guarda
compartilhada, que se caracteriza pela constituição de famílias multinucleares,
nas quais os filhos desfrutam de dois lares, em harmonia, estimulando a
manutenção de vínculos afetivos e de responsabilidades, primordiais à saúde
biopsíquica das crianças e dos jovens. (MARIA BERENICE DIAS, 2011, p. 528)
B) Guarda alternada
▪ Ausência de previsão legal
▪ Crítica:
o “Em nível pessoal o interesse da criança é prejudicado porque o constante
movimento de um genitor a outro cria uma incerteza capaz de desestruturar
mesmo a criança mais maleável” (PAULO LÔBO, 2011, p. 204)
• Ausência de referência de lar
• Ausência de rotina
• Criança não sabe a qual genitor deve respeito
• Instabilidade→ “crianças tartarugas”
C) Guarda compartilhada
▪ Conceito legal: Art. 1.583, § 1º, parte final, CC:
▪ “responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e
da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder
familiar dos filhos comuns.”
▪ “Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do
filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder
familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos
genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do
menor.”
C) Guarda compartilhada
▪ Regra em nosso ordenamento jurídico→ Art. 1.584, § 2º, CC -
▪ § 2 o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos
deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre
tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.
C) Guarda compartilhada
▪ Divisão nas atribuições dos filhos;
▪ Maior convivência entre pais e filhos;
▪ Harmonização e coparticipação dos pais na vida da prole,
preservando condições de igualdade dos laços de cada um dos
genitores com os filhos;
▪ Tomada de decisões conjuntas.
C) Guarda compartilhada
▪ MARIA BERENICE DIAS: a guarda compartilhada está justificada em
princípios constitucionais e psicológicos. Garante o melhor interesse
da prole. “pluralização das responsabilidades”,“democratização de
sentimentos” e “superação de mágoas”.
▪ JOSÉ FERNANDO SIMÃO: a imposição da guarda compartilhada é uma
forma errada de a lei dizer o que diz sem observar o preceito
constitucional do melhor interesse. O conflito entre os genitores pode
inviabilizar a guarda compartilhada.
C) Guarda compartilhada
▪ FIXAÇÃO DA GUARDA COMPARTILHADA:
oConsenso (art. 1.584, I);
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em 
ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou 
em medida cautelar; 
C) Guarda compartilhada
▪ FIXAÇÃO DA GUARDA COMPARTILHADA:
oDeterminação judicial (art. 1.584, II)
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em
razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a
mãe.
• Pode ser aplicada com ou sem a oitiva dos genitores, dependendo da urgência
na fixação da medida;
• É recomendável que a decisão esteja amparada em laudo de equipe técnica;
• A decisão não é imutável e depende das circunstâncias do caso concreto.
C) Guarda compartilhada
▪ CAUSAS DE AFASTAMENTO DA GUARDA COMPARTILHADA:
- Segundo a lei (art. 1.584, § 2º):
- Falta de condições de um dos genitores;
- Ausência de interesse de um dos genitores.
- Segundo a jurisprudência:
- Falta de consenso entre os genitores (superada após a Lei
13.058/2014);
- Genitores que residem em cidades distantes.
C) Guarda compartilhada
▪ CAUSAS DE AFASTAMENTO DA GUARDA COMPARTILHADA:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. GUARDA COMPARTILHADA. REGRA DO
SISTEMA. ART. 1.584, § 2º, DO CÓDIGO CIVIL. CONSENSO DOS GENITORES.
DESNECESSIDADE. ALTERNÂNCIA DE RESIDÊNCIA DA CRIANÇA. POSSIBILIDADE.
MELHOR INTERESSE DO MENOR. 1. A instituição da guarda compartilhada de
filho não se sujeita à transigência dos genitores ou à existência de naturais
desavenças entre cônjuges separados. 2. A guarda compartilhada é a regra
no ordenamento jurídico brasileiro, conforme disposto no art. 1.584 do Código
Civil, em face da redação estabelecida pelas Leis nºs 11.698/2008 e
13.058/2014, ressalvadas eventuais peculiariedades do caso concreto aptas a
inviabilizar a sua implementação, porquanto às partes é concedida a
possibilidade de demonstrar a existência de impedimento insuperável ao seu
exercício, o que não ocorreu na hipótese dos autos. 3. Recurso especial provido.
(STJ, REsp 1591161/SE, Terceira Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. em
21/02/2017)
C) Guarda compartilhada
▪ CAUSAS DE AFASTAMENTO DA GUARDA COMPARTILHADA:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DIVÓRCIO. GUARDA COMPARTILHADA. NÃO
DECRETAÇÃO. POSSIBILIDADES. Diploma legal incidente: Código Civil de 2002 (art. 1.584, com
a redação dada pela Lei 13.058/2014). Controvérsia: dizer em que hipóteses a guarda
compartilhada poderá deixar de ser implementada, à luz da nova redação do art. 1.584 do
Código Civil. A nova redação do art. 1.584 do Código Civil irradia, com força vinculante, a
peremptoriedade da guarda compartilhada. O termo "será" não deixa margem a debates
periféricos, fixando a presunção - jure tantum - de que se houver interesse na guarda
compartilhada por um dos ascendentes, será esse o sistema eleito, salvo se um dos
genitores [ascendentes] declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor (art.
1.584, § 2º, in fine, do CC). IV. A guarda compartilhada somente deixará de ser aplicada,
quando houver inaptidão de um dos ascendentes para o exercício do poder familiar, fato
que deverá ser declarado prévia ou incidentalmente à ação de guarda, por meio de decisão
judicial, no sentido da suspensão ou da perda do Poder Familiar. Recurso conhecido e provido.
(STJ, REsp 1629994/RJ, Terceira Turma, Relª. Minª. Nancy Andrighi, j. em 06.dez.2016)
C) Guarda compartilhada
▪ GUARDA COMPARTILHADA X GUARDA ALTERNADA
Art. 1583, § 2º, CC:
§ 2 o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada
a guarda compartilhada, salvo se umdos genitores declarar ao magistrado que não
deseja a guarda do menor.
tempo de convívio dividido de forma equilibrada = ter duas casas?
C) Guarda compartilhada
▪ GUARDA COMPARTILHADA X GUARDA ALTERNADA
Estudos científicos não recomendam a manutenção de dois lares, porque a
criança necessita do desenvolvimento do referencial de lar e de rotina
Guarda alternada é rechaçada
Juízes ignoram a redação legal literal
→ Guarda compartilhada não pressupões a divisão salomônica do tempo com
cada um dos genitores
C) Guarda compartilhada
▪ GUARDA COMPARTILHADA E LAR HABITUAL
- Guarda compartilhada pressupõe a custódia física do filho;
- Relevância do conceito de “lar habitual” ou moradia-base:
- § 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos
filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos.
- Guarda compartilhada como poder de decisão, decorrência do poder familiar;
- Na prática, os cuidados diários dos filhos são desempenhados por quem tem o
“lar habitual”coincidente ao da prole.
C) Guarda compartilhada
▪ GUARDA COMPARTILHADA E REGIME DE CONVIVÊNCIA
oGuarda: gestão dos interesses da prole
oConvivência: período em que cada um dos genitores desfrutrará da presença
da prole
Art. 1589: "O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua
companhia, segundo que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar
sua manutenção e educação.”
o “Visita” dá ideia de crianças e adolescentes como objetos de direitos,
negando a expressão o direito de convivência familiar
oDoutrina passou a falar em “regime de convivência” na guarda compartilhada.
C) Guarda compartilhada
▪ GUARDA COMPARTILHADA E ALIMENTOS
- O dever de prestar alimentos recai sobre o binômio necessidade-
possibilidade
- O filho permanece gerando despesas, independente da modalidade
da guarda;
- Enunciado 607 do CJF: “A guarda compartilhada não implica ausência
de pagamento de pensão alimentícia”
C) Guarda compartilhada
▪ GUARDA COMPARTILHADA E ALIMENTOS
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. A guarda compartilhada tem
por escopo possibilitar a participação mais ativa dos pais na vida dos filhos, sem
perdimento dos laços afetivos e com a minoração dos efeitos da separação.
Com efeito, a modalidade compartilhada da guarda não impede a fixação de
alimentos, mesmo porque, é preciso sempre se atentar às condições
econômicas de cada um dos genitores. Pretensão exoneratória que deve ser
rejeitada. No mais, o agravante não comprovou a impossibilidade de pagar os
alimentos provisoriamente fixados. Ao revés, declarou, na ação de guarda, que
sua renda é de R$ 2.700,00, deixando certo o acerto do magistrado de piso
quanto ao valor do encargo alimentar. Decisão mantida. Negado provimento ao
agravo de instrumento. (TJSP, AI n. 2064729-45.2016.8.26.0000, 5a. Câmara de
Direito Privado, Rel. Des. Fabio Podestá, j. em 04.jul.2016)
D) Guarda de “nidação”
▪ Ausência de previsão legal, mas ausência de vedação
▪ Conceito:
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, trata-se de modalidade
comum em Países Europeus, presente quando os filhos permanecem no mesmo
domicílio que vivia o casal dissolvido, revezando OS PAIS em sua companhia.
Permanência dos filhos na mesma residência em que vivia o casal antes do
divórcio. Os pais se retiram de casa e retornam em períodos fixos pré-
estabelecidos, de modo que a criança não tem qualquer alteração em sua rotina
espacial.
Será possível na realidade brasileira?
ALIENAÇÃO PARENTAL
➢ A Lei 13.058/14 (Guarda Compartilhada) mostra que a preferência do compartilhamento do
menor é melhor do que aguarda individual (art. 1.584 § 2º do CC), pois acaba garantindo
maior participação de ambos os pais no crescimento e desenvolvimento das crianças.
➢ Em alguns casos, a guarda compartilhada não é suficiente para solucionar as desavenças
entre o casal quando do término do relacionamento.
➢ Os ressentimentos que podem continuar existindo podem gerar vingança e represálias
como o afastamento do outro genitor da convivência dos filhos, de manipular e denegrir a
imagem do ex-cônjuge perante os filhos e ainda, inviabilizar o direito de visitas.
ALIENAÇÃO PARENTAL
➢ Para situações como essas, a doutrina intitulou como “Síndrome da Alienação Parental” a
qual vem definida pela interferência psicológica de um genitor na criança ou adolescente
que denigre a imagem do outro genitor ou de outros parentes.
➢ Dessa forma, o Estado novamente interveio na solução de problemas como esse e
promulgou
➢ Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010, visando coibir a denominada Alienação Parental
ALIENAÇÃO PARENTAL
“Lei 12.318/2010 - Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos
avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou
vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim
declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de
terceiros:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade
ou maternidade;
II – dificultar o exercício da autoridade parental;
III – dificultar contato de criança ou adolescente com o genitor;
IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou
adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço.”
ALIENAÇÃO PARENTAL
“
ALIENAÇÃO PARENTAL
➢ Para que seja reconhecida a alienação parental é necessário requerimento expresso da
parte interessada em processo que estiver em andamento ou em ação própria para que
o juiz possa tomar as medidas necessárias para proteção psicológica da criança.
➢ O reconhecimento de alienação parental também pode ser feito de ofício pelo juiz que
mandará ouvir o Ministério Público e, após tomará as medidas de urgente que achar
cabível.
ALIENAÇÃO PARENTAL
Lei 12.318/210 - Art. 6º Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que
dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o
juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e
da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a
gravidade do caso:
I – declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III – estipular multa ao alienador;
IV – determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII – declarar a suspensão da autoridade parental.
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à
convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou
adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência
familiar.”
ALIENAÇÃO PARENTAL
➢ O art. 699 do CPC/15 recepcionou o instituto, podendo tomar depoimento do incapaz
para averiguar se há alienação parental com acompanhamento de especialistas.
➢ O juiz pode deferir “ in limine” a alteração da guarda se identificada a alienação, mesmo
sem equipe multidisciplinar.
➢ Perícias, e-mails, rede sociais são usados para identificação da alienação.
➢ As chamadas “Falsas memórias” são identificadas quando há influência do genitor sobre
a criança sugestionando-a a memórias de eventos que não ocorreram e, por
consequência ela verbaliza abusos que não ocorreram. Distorção deve ser analisada por
profissionais habilitados.

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