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Análise Crítica - Tempos Modernos

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NOME COMPLETO: PAULO BARBOSA DE LIMA JUNIOR 
ENTREGA: b1 
Análise crítica filme: Tempos Modernos 
O filme "Tempos Modernos" foi lançado no ano de 1936, com direção, roteiro e 
produção do famoso Charlie Chaplin, o maior gênio que o cinema conheceu. Todo seu 
conhecimento, sua técnica, caráter inovador e domínio da arte que o consagrou estão 
presentes de maneira total e absoluta nesta obra. Nesse filme, Chaplin interpreta um 
trabalhador industrial que realiza a tarefa de apertardor de parafusos repetidas vezes 
dia após dia, junto com outros operários, isso remete a um contexto de exploração pelos 
donos das empresas que na busca por mais lucros exigiam uma produção em série em 
um intervalo de tempo muito curto. Por ter que realizar sempre o mesmo trabalho, sem 
pausas para descansar e nem uma alimentação balanceada, o personagem acaba 
sofrendo um colapso nervoso, onde percebe-se ele repetindo de forma descontrolada 
os movimentos que ele realiza na fábrica. 
No trabalho do Alain Wisner (texto trabalhado anteriormente na atividade a1) em 
Organização do Trabalho, Carga mental e Sofrimento Psíquico, ele traz vários aspectos 
que influenciam o trabalhador na organização do trabalho. Define que todas as 
atividades, inclusive o trabalho, têm pelo menos três aspectos: físico, cognitivo e 
psíquico. Cada um deles pode determinar uma sobrecarga. A carga psíquica pode ser 
definida em termos de níveis de conflitos no interior da representação consciente ou 
inconsciente das relações entre a pessoa (ego) e a situação, no caso, a organização do 
trabalho. No caso de Chaplin ele sofreu uma carga psíquica e física elevada, o que 
ocasionou o colapso nervoso. 
Trazendo para os dias de hoje podemos citar várias atividades que trazem impactos de 
natureza psicológica nos trabalhadores. Irei citar apenas uma, o trabalho dos 
operadores de caixa, seja em supermercado, lojas ou farmácias, por exemplo, ter a 
tarefa de passar o troco corretamente, efetivar a venda de um produto pode parecer 
uma atividade simples mas ao enfrentar um público às vezes impaciente ou grandes 
filas, pode causar sintomas preocupantes ao longo do tempo. São eles, nervosismo; 
ansiedade; irritabilidade; fadiga; sentimentos de raiva; angústia; dor no estômago; dor 
nos músculos do pescoço e ombros e palpitações. A maioria dos sintomas identificados 
é de natureza psíquica e, no geral, são sintomas considerados clássicos na literatura 
(ZILLE, 2005). 
O filme mostra vários aspectos dos modelos Taylorista e Fordista nas linhas de produção 
da fábrica onde Carlitos, personagem interpretado por Chaplin, trabalhou. Lá utilizavam-
se as esteiras para acelerar a produção e cada trabalhador era responsável por apenas 
uma função na empresa. A transformação do operário em máquina é mostrada em 
vários momentos no filme, em especial na cena que Carlitos é “engolido” pelo 
maquinário e vai parar dentro das engrenagens da fábrica e mesmo assim não para de 
trabalhar. Um outro ponto interessante é que o personagem quando cai nas 
engrenagens ele não morre, isso faz-nos refletir que o personagem ali é demonstrado 
como parte das engrenagens, parte da máquina. Sobre isso, Alves (2006) afirma que o 
operário perde seu valor como ser humano, engolido pela modernidade-máquina, 
podendo ser trocado quando necessário, pois se tornou “um mero apêndice do sistema 
de máquinas”. 
Um outro ponto importante a se destacar no filme é o fato dele praticamente não ter 
fala e ser mais sonoro. Apesar de que na época do filme já se dispunha de tecnologia 
para fazer um filme falado, Chaplin decidiu não fazê-lo, pelo motivo de que naquele 
tempo o trabalhador não tinha voz nas empresas quem “falava” eram as máquinas. 
Então por isso, todos os destaques de voz no filme é por meio de máquinas e os 
principais momentos onde tem a fala mesmo assim não é ouvido o ator e sim uma 
máquina que reproduz o som. Quando o presidente da empresa dava as ordens para 
aumentar o ritmo da fábrica mostrava uma tela como de televisão e então o som 
produzido era pela TV. Outro momento semelhante foi quando um grupo de 
empresários tentou vender uma máquina que possuia a função de alimentar os 
trabalhadores sem que eles saíssem dos postos de trabalho para o dono da indústria, é 
possível perceber que durante a apresentação do produto todas a propaganda era 
reproduzida por uma espécie de vitrola. 
Entre prisões e fugas, Chaplin conheceu uma jovem orfã, os dois seguiam juntos em 
busca da realização do sonho de morar numa casa de qualidade e com condições de 
vidas melhores e em um desses momenos enquanto Carlitos estava preso, a jovem 
começou a trabalhar de bailarina num bar e restaurante, após Carlitos sair da prisão ele 
começa a trabalhar como garçom e é lá no restaurante que vemos um momento muito 
marcante no filme, finalmente é possível ouvir a voz de Carlitos que cantava sob 
improviso e ali podemos observar que ele se econtra “livre” no trabalho, pois não tinha 
pressão e era ele quem cadenciava o andamento do trabalho. Após essa cena o filme 
caminha-se para o seu desfecho e termina com Carlitos e a jovem orfã fugindo para não 
serem levados à prisão mais uma vez. A cena final é Carlitos e a jovem caminhando de 
braços dados seguindo rumo a um outro lugar que permitisse eles viverem livres. 
REFERÊNCIAS 
ALVES, Giovanni. Trabalho e cinema: o mundo do trabalho através do cinema. 
Londrina, PR: Praxis, 2006. 
Tempos Modernos (Filme), 1936. Em: YOUTUBE. Disponível em 
<https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4>. Acesso em 30/09/2020. 
WISNER, A. A inteligência no trabalho: Textos selecionados de ergonomia. São Paulo: 
Fundacentro, 1997. 
ZILLE, L. P. Novas perspectivas para a abordagem do estresse ocupacional para 
gerentes: estudos em organizações brasileiras de setores diversos. 2005. Tese 
(Doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte.

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