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A desumanização operária presente no filme “Tempos modernos” TEMPOS Modernos. Direção: Charles Chaplin, produção: Charles Chaplin. Nova Iorque(EUA):Continental, 1936 Por: Sanielle W. B. Sobrinho Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie ou Charles Chaplin, nasceu no dia 16 de abril de 1889, em Londres, na Inglaterra, e morreu aos 88 anos, em 25 de dezembro de 1977, em Corsier-sur-Vevey, Vaud, na Suíça. Foi ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Charles Chaplin se tornou uma figura emblemática da era do cinema mundo. Ficou conhecido pelo personagem Carlitos ou O Vagabundo e por seus filmes, O Imigrante, O Garoto, Em Busca do Ouro (este considerado por ele seu melhor filme), O Circo, Luzes da Cidade, Tempos Modernos, O Grande Ditador, Luzes da Ribalta, Um Rei em Nova Iorque e A Condessa de Hong Kong. O longa-metragem, é um filme de 1936 dos Estados Unidos, é considerado uma forte crítica ao capitalismo e aos maus tratos que os empregados passaram a receber durante a Revolução Industrial dentro das fábricas onde trabalhavam. O mesmo retrata vários dilemas vividos na época, como: a crise do Wall Street 1929, A guerra, os movimentos sindicais, o Estado, desigualdades sociais, criminalidade, e o trabalho como atributo de dignidade do homem. A obra se passa em uma hora vinte e dois minutos, sendo quase todo o enredo do filme com mímica e pantomima, seu gênero é comédia, drama, romance, sendo livre a todos os públicos. Chaplin protagoniza o personagem Carlitos, um operário simples que é forçado a sujeitar-se as condições lamentáveis de exploração e abuso imposta pelos industriais, onde ele faz uma crítica cômica e irônica ao sistema de produção dessas industrias. Logo no início do filme percebe-se a alegoria do relógio mostrando a importância do tempo para essas fábricas, onde tempo era dinheiro, na visão do dono. O objetivo da mesma, era sempre produzir mais e mais, não se importando com os que produziam, ou seja a classe trabalhadora, sugando todo o esforço físico, psíquico dos operários. O tempo no trabalho é tão algo tão precioso, que é oferecido ao dono da fábrica, uma máquina que alimentaria os operários em apenas quinze minutos, sendo que ao mesmo tempo em que estes se alimentasse, trabalhariam diminuindo o tempo desperdiçado no almoço, assim como em quando os funcionários vão ao banheiro e tem um relógio para marcar o tempo que foi perdido no mesmo. Demostrando ser insignificante o fator humano dessa fábrica; Carlito e os operários, era tratado apenas como um item de troca, uma engrenagem da máquina, uma mercadoria sem nenhum valor. Na fábrica onde o Carlito trabalhava, percebe-se a implementação da análise do trabalho e estudo do tempos e movimentos, uma teoria Taylorista que tende a racionalizar e sistematizar o total controle do processo produtivo mediante a minimização do tempo de execução necessário em cada tarefa e em como maximizar a produção, ou seja só visava a produção. O objetivo desse processo era que o trabalho fosse executado melhor e mais economicamente, através da subdivisão de todos os movimentos necessário a execução de cada operação da tarefa isso é bem evidenciado no início do filme quando eles estão na fábrica e o protagonista faz apenas um movimento que é o de apertar os parafusos. De acordo a CHIAVENATO 2011. Na teoria clássica Taylorista a possibilidade de decompor cada parte do processo produtivo traria muitas vantagens como: eliminar o esforço humano e movimentos inúteis, racionaliza a seleção dos operários e sua adaptação ao trabalho, ou seja, seria mais fácil demitir e admitir funcionários, porque o treinamento seria simplificado e os operários teriam mais eficiência e rendimento de produção, pela especialização da atividades e estabelecendo uma base salarial invariável. A decomposição da produção, ou seja, a ampliação da divisão técnica das tarefas dentro das fábricas trouxe também desvantagens como alienação física e psicológica, uma cena retrata bem isso, quando o Carlito é tão cobrado que tem um surto psicótico, onde ele só pensava e agia como se fosse apertar parafusos, demostrando ali a desumanização da produção. Os operários eram tão especialistas em uma só tarefa que passaram a desconhecer o fruto do seu trabalho e o consideravam como sendo algo soberano de poder, capaz de dominá-lo e desvalorizá-lo. A desumanização desses operários é bastante evidente no decorrer do filme. Como na cena icônica onde o sistema devora ele, sendo sugado pela máquina fazendo parte das engrenagem, mostrando ali uma forte crítica a como a fábrica trabalhava e como não se importavam com os funcionários. Em pleno século XXI a obra cinematográfica ainda se faz tão presente em nosso cotidiano, onde empresas desvalorizam o fator humano e maltratam funcionários como é evidenciado no filme, sendo uma total falta de respeito e empatia para com o outrem. Sendo que existem teorias como a: Frederick Herzberg, o nível de rendimento dos profissionais varia de acordo com sua satisfação no trabalho, ou seja, depende de como se sentem em determinado ambiente corporativo e dos fatores que influenciam em sua motivação e desmotivação. CHIAVENATO, 2011. Comprovando que funcionário motivado é bem mais produtivo. Sanielle Wemylly Batista Sobrinho, acadêmica do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Oeste da Bahia.
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