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PSICOLOGIA SOCIAL

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1. Leia e responda o que se pede.
"A psicologia, cuja pretensão inicial foi o estudo científico da mente, teve que assumir de súbito que a
mente humana não surge nem se desenvolve num vazio social, se não que é produto da interseção da
pessoa dentro de uma coletividade. O mesmo se pode dizer da conduta individual. A sociologia, por sua
parte, que surgiu com a pretensão de converter- se no estudo científico da sociedade, tampouco pode
ignorar em suas análises a existência de fatores psicológicos ou individuais que influem no
comportamento social". (Álvaro & Garrido, 2004, p. 7). [Tradução livre]
Qual a diferença entre a Psicologia social psicológica e a psicologia social sociológica?
A Psicologia Social estuda a psique do indivíduo e sua subjetividade em relação aos processos sociais, tem um enfoque na sociedade. Segundo o psicólogo Gordon Allport, pode ser entendida como “uma disciplina que utiliza métodos científicos para compreender e explicar como o pensamento, sentimento e comportamento dos indivíduos são influenciados pela imaginada, real, ou implícita presença de outros seres humanos” (1985). Existem alguns temas abordados na psicologia social: conformidade, comportamento de grupo, percepção social, preconceito, liderança, agressão. 
Os métodos de estudo e investigação da conduta humana das duas áreas também são diferentes entre si, a psicologia social geralmente utiliza variáveis ​​situacionais e métodos científicos, enquanto a psicologia social sociológica utiliza estatísticas, observações populacionais, censos e outros métodos.
Já a Psicologia Social Sociológica surgiu para servir como ponte entre a psicologia social e as ciências sociais tais como, sociologia, antropologia, entre outras... tem como enfoque principal o estudo da experiência social que o indivíduo adquire a partir de sua participação nos diferentes grupos sociais com os quais convive. Sua principal vertente é o interacionismo simbólico que para Charles Cooley (1864-1929) traz o momento do homem em toda a sociedade, desde seu momento de nascimento até a sua morte, fazendo com que seja estudado e analisado toda a sua história e vida. Enquanto que para George Mead (1863-1931) só iremos entender o interacionismo simbólico se entendermos nossos próprios grupos através da linguagem, compreender a linguagem é fundamental a ponto de ele considerar o ato comunicativo como a unidade básica de análise, ou seja, a linguagem é um fenômeno inerentemente social e, consequentemente, as atitudes e os gestos só adquirem significado por meio da interação simbólica.
	Por fim, de forma resumida, conforme falamos acima, a diferença entre psicologia social e Psicologia Social Sociológica é que a psicologia social estuda o efeito do social sobre o indivíduo, enquanto a psicologia social sociológica se concentra nos fenômenos coletivos em si.
2. [...] quando as ciências humanas se atêm apenas na descrição, seja macro ou micros social, das
relações entre os homens e das instituições sociais, sem considerar a sociedade como produto histórico dialético, elas não conseguem captar a mediação ideológica e a reproduzem como fatos inerentes à
natureza do homem. (Lane, 1985, p. 13)
Como a Psicologia social crítica contribui para o conhecimento científico da Psicologia?
Refletir criticamente sobre uma disciplina significa considerar como ela evoluiu historicamente em relação ao menos três aspectos que compõem e delimita o seu espaço epistemológico: os pressupostos, a função social e a definição do objeto. Esses aspectos, embora estejam didaticamente abordados separadamente, não se configuram em aspectos isolados, constituem um todo cujas partes mantêm entre si uma relação recíproca de determinação. O pano de fundo para essa análise crítica é o da função social que a psicologia cumpriu e ainda cumpre em relação à prática social. 
Como bem citada por Adorno em sua "Dialética Negativa", temos que nos atentar para que a insistência no fazer prático não se transforme em pretexto "para que os executores estrangulem como vão o pensamento crítico do qual carece a práxis transformadora" (2009:11). O é pedido ao pesquisador é que ele incorpore o conhecimento produzido em seu pensamento e em sua prática, seja esta qual for; pede-se, também, que a partir daí ele desperte para novos modos de ser e agir, ou seja, assumir que fazer Psicologia Social Crítica é vem a contribuir diretamente ao conhecimento científico e a partir daí possa vislumbrar a necessidade de novos avanços.
Reconhecer-se como trabalhador que produz orientado por objetivos sociais e pelo produto desejável de seu trabalho é um processo que exige a redescoberta de uma linguagem própria, de um sentido de existência articulado ao sentido universal da existência humana. É preciso que o profissional se posicione, um posicionamento que é conflitivo em relação ao opressor que há dentro e fora dele (Nader, 1990:171)
Estas são preocupações que devem estar presentes nos estudos. Aceitá-las, porém, não significa que o pesquisador crítico tenha necessariamente que colocar a mão na massa no sentido de ser ele próprio o aplicador social dos resultados da sua pesquisa. 
Finalmente, conforme as menções de Nader (1990:168), que os discursos técnicos dos Psicólogos Sociais "não tem sido condição suficiente para que a prática psi
 seja uma prática transformadora de sua própria condição de trabalho, e da condição daqueles que são seu objeto de trabalho", é necessário lembrar que essa insuficiência não transcorre necessariamente de incorreções teóricas ou de pesquisas descomprometidas, mas sim, entre outros elementos, da falta de ação, da alienação ou simplesmente da postura burguesa de grande parte dos profissionais da psicologia, bem como dos formidáveis obstáculos sistêmicos que se opõem às iniciativas de mudança ou à adoção de novos e diferentes saberes.
Adorno, Theodor W. (2009). Dialética Negativa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Allport, Gordon W. The historical background of modem social psychology. In: Lindzey, Gardner & Aronson, Elliot. The handbook 01 social psychology. 2. ed. Reading, Mass., Addison-Wesley, 1968
Cooley, Charles; ed v. 9 n. 2 (2016): Desenvolvimento Humano & Diversidade Cultural; 
Nader, Rosa M. (1990). Psicologia e Transformação: caminhos para a prática Psi. Tese de Doutorado. São Paulo: PUCSP. 
SASS, O. Crítica da razão solitária: a psicologia social segundo George Herbert Mead. Bragança Paulista: Universitária São Francisco, 2004, 304p.

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