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S. Mental – Diangeli Tatiana Valente 16.09.2020 Suicídio A mortalidade é maior entre homens, mas as tentativas são maiores entre as mulheres. A alternativa mais adequada para um paciente com depressão unipolar com ideação suicida é o uso de ISRS, por conta do perfil de segurança. O remédio mais seguro em caso de ideação suicida é ISRS. Depressão bipolar se usa lítio. Não se usa tricíclicos pois tem alta toxidade. CONCEITOS ESSENCIAIS: Ideação suicida: Ter a ideia de se matar, o pensamento de se matar. Intenção suicida: É o tanto que a pessoa quer se matar tem um grau de planejamento. Tem diversos estágios Planejamento suicida: Planejar como fazer, saber como, onde, com o que Tentativa: O ato em si sem sucesso. Autolesões podem ser suicidas ou não. São suicidas quando feitas com a intensão de chegar ao óbito. FATORES DE RISCO: Autolesão: Embora a maioria das pessoas que se lesiona possa não ter a intenção de dar fim á sua vida, a autolesão está associada com um aumento de 50 a 100 vezes no risco de futuro suicídio. Com cada repetição da autolesão o risco de suicídio aumenta. Transtorno mental: 90% das pessoas que morrem por suicídio têm um diagnostico psiquiátrico, na maioria das vezes, transtorno depressivo maior ou abuso de substâncias (tanto o álcool quanto a substância ilícita). Em pessoas jovens, a relação entre transtorno mental e suicídio é mais fraca, com apenas uma minoria de jovens que morrem por suicídio tendo um transtorno mental diagnostico Meios letais: O acesso aos meios letais aumenta significativamente o riso de morte por suicídio. Uma pesquisa de acompanhamento nacional da mortalidade nos EUA mostrou que a chance de suicídio aumenta 28 vezes com a existência de uma arma de fogo em casa. 15mg de paracetamol já mata pois gera alto dano hepático História familiar de morte por suicídio: Constatou-se que história de tentativa de suicídio ou morte por suicídio de um dos pais associam-se a um risco quase duas vezes maior de morte para o suicídio nos descendentes Abuso ou abandono na infância: O abuso emocional na infância parece transmitir um risco particularmente elevado de autolesão na vida adulta. Um estudo de coorte retrospectivo observou que a probabilidade de história de tentativas de suicídio ao longo de toda a vida triplicou entre os pacientes que relataram abuso sexual ou físico na infância. S. Mental – Diangeli Tatiana Valente 16.09.2020 Plano de suicídio atual: em geral, os planos de suicídio premeditados e bem pensados indicam um alto risco de suicídio. Em uma amostra de pacientes hospitalizados em um hospital psiquiátrico Britânico, as chances de morte por suicídio aumentaram 11 vezes com a presença de um plano de suicídio. Por outro lado, a não divulgação de um plano suicida não significativo a ausência do risco. Sexo masculino: A morte por suicídio é geralmente mais comum em homens que em mulheres. No entanto, a taxa de episódios de autolesão ao longo da vida é maior nas mulheres que nos homens. Os homens são menos propensos a revelar a extensão de sua angústia e procuram menos os cuidados de saúde para tratar o sofrimento emocional Detento em prisão: Como grupo os detentos apresentam taxas de suicídio mais altas que seus equivalentes na comunidade. Uma revisão sistemática dos fatores de risco de suicídio em prisioneiros identificou a ocupação de uma célula individual, a ideação suicida recente, a história de tentativa de suicídio, o diagnóstico psiquiátrico e a historia de problemas com bebidas alcoólicas como sendo os mais importantes. Doença crônica grave CASO CLÍNICO: Maria, 43 anos, solteira. Vem á consulta na UBS porque se sente muito angustiada. A empresa em que trabalha tem apresentado severas dificuldades financeiras. Maria trabalha lá há 19 anos e não sabe o que fazer se ficar desempregada. Refere que se sente ameaçada por demissão, devido a comentários de colegas e da chefia. Em certa ocasião, ficou tão ansiosa que perdeu o controle dos esfíncteres urinando em publico no ambiente de trabalho, situação que lhe causou extremo desconforto. Depois desse episódio, não conseguiu voltar ao trabalho e então decidiu consultar. Durante a entrevista, relata sintomas ansiosos e depressivos, em crescente intensidade ao longo de pelo menos 1 ano. O médico de familiar, apesar de atender Maria pela primeira vez, notou que ela estava muito transtornada: extremamente apreensiva, tinha dificuldades de falar e encharcava os olhos, não vendo solução para seu problema. Diante disso, o médico perguntou se maria chegara a pensar em acabar com a sua vida, e Maria, com dificuldade, confessou que sim COMO CONDUZIR: Pergunte abertamente Seja claro nas perguntas Estratifique o risco: Baixo, médio, alto o Paciente com risco baixo: Ideação suicida sem plano. Sem histórico de tentativa. o Paciente com risco médio: Ideação suicida frequente e persistente, sem plano. Com ou sem autoagressão (por ex. automutilação). Histórico de tentativa. Ausência de impulsividade ou abuso/ dependência de álcool ou outras drogas o Paciente com alto risco: Ideação suicida frequente e persistente com plano, ameaça ou tentativa. Histórico de tentativas. Fatores agravantes (impulsividade, rigidez no proposito, desespero, delirium, alucinações, abuso/dependência de álcool ou outras drogas) Esquiva de dano: No que a pessoa se prende para não fazer. Ex. não me matei porque pensei nos meus filhos. Os filhos seriam a esquiva de danos. S. Mental – Diangeli Tatiana Valente 16.09.2020 Manejar conforme o risco: o Manejo no risco baixo: Oferecer apoio emocional, trabalhar sobre os sentimentos que motivam a autoagressão (por ex. automutilação) e/ ou pensamentos suicidas. Focalizar nos aspectos positivos. Levar a pessoa á autorreflexão. Manter encontros regulares. Indicar inserção em atividades comunitárias/grupos/oficinas. Solicitar apoio matricial ou encaminhar para CAPS/ ambulatório quando a pessoa não consegue refletir sobre sua condição e não apresenta melhora. o Manejo no risco médio: Oferecer apoio emocional. Trabalhar sobre os sentimentos que motivam os pensamentos suicidas. Focar na ambivalência do desejo e explorar alternativas. Chamar um familiar/ responsável. Contratualizar (acordo de não efetivar o suicídio). Manter encontros regulares. Seguir na unidade com apoio matricial ou encaminhar ao CAPS/ambulatório. Fazer o pacto de não suicídio (combinar com o paciente dele não se mata). Incluir uma pessoa de referência (alguém em que o paciente confie) o Manejo no risco alto: Acolher, prestar os primeiros cuidados, chamar um familiar/responsável, não deixa a pessoa sozinha e encaminhar ao serviço de referência de urgência e emergência (PS, SAMU, UPA...). Manter contato regular. Oferecer apoio emocional, nunca deixar a pessoa sozinha. Remover meios de suicídio. Chamar família/responsável. Trabalhar sobre os sentimentos suicidas (motivações/pensamentos). Contratualizar (acordo de não efetivar o suicídio). Encaminhar ao serviço de referência de urgência e emergência (PS, SAMU, UPA...) Faça um plano de segurança individualizado: Uma discussão colaborativa com o paciente pode produzir um plano de segurança personalizado que inclua estratégias para lidar com o sofrimento, remoção do acesso aos meios e uma lista de pessoas e organizações a serem contatadas caso fiquem angustiadas ou se tornem suicidas no futuro. Este plano de segurança pertence ao paciente, idealmente com o médico (e outras pessoas importantes) mantendo uma cópia. O plano de segurança pode ser reavaliado regularmente como parte integrante das discussões de rotina e em ponto de mudança transição. MANEJO DO RISCO DE SUICIDIO NA APS: Definição do local de cuidado Plano de segurança Intervenções psicossociais Intervenções farmacológicas TRANSTORNO MENTAL ATUAL: Trate os transtornos psiquiátricos identificados usando as melhoresintervenções baseadas em evidências disponíveis, tanto de natureza farmacológica quanto psicológica. Dados mostram que a descontinuação do tratamento de saúde mental aumenta o risco de suicídio. A eliminação ou redução do grau da doença associada aos transtornos mentais diminui as taxas de suicídio. Transtorno Afetivo Bipolar (TAB): tratamento com carbonato de lítio. Depressão: Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS). Estão associados a aumento do risco de suicídio entre crianças, adolescentes e adultos jovens com menos S. Mental – Diangeli Tatiana Valente 16.09.2020 de 25 anos. Não há dados de risco aumentado em pessoas maiores de 25 anos. Há dados de redução do risco em maiores de 65 anos. Pico do risco: de 4 a 6 semanas de tratamento. Manejo do risco: monitoramento cauteloso, orientação do paciente e da família para sinais de alerta. Transtorno Ansioso: Manejo padrão: uma vez que existem evidências consideráveis de que os sedativos/hipnóticos produzem efeitos depressivos e/ou desinibidores em uma pequena proporção de pessoas, é melhor evitar sedativos/hipnóticos em pacientes suicidas. Transtorno de Personalidade: Uma metanálise de 2011 concluiu que nenhum esquema medicamentoso melhora os sintomas globais do transtorno de personalidade limítrofe. Ela concluiu que os antipsicóticos podem melhorar a paranoia, dissociação, labilidade humoral, raiva e funcionamento global e que os antipsicóticos e o divalproato de sódio podem diminuir a raiva, ansiedade, depressão e impulsividade. O National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido não recomenda a utilização de tratamento medicamentoso especificamente para transtorno de personalidade limítrofe ou sintomas associados ao transtorno, com a autolesão repetida. Abuso de substâncias: Pacientes com abuso ou dependência de bebidas alcoólicas ou substâncias, que estejam apresentando ideação suicida ou mostraram comportamento suicida, devem receber atenção imediata e tratamentos específicos para a dependência química e/ou para qualquer transtorno comórbidos. Isso pode incluir tratamentos de desintoxicação ou voltados aos sintomas como ansiedade, agitação, insônia e ataques de pânico.
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