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Suicídio

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Suicídio
Definição 
• “Ato deliberado executado pelo próprio 
indivíduo, cuja intenção seja a morte, de 
forma consciente e intencional, mesmo que 
ambivalente, usando um meio que se acre-
dita ser letal.”; 
• Os pensamentos, os planos e as tentativas 
de suicídio fazem parte do comportamento 
suicida; 
• Ao longo da vida 17% das pessoas no Bra-
sil pensaram, em algum momento, em tirar 
a própria vida; 
• É um fenômeno presente em toda a histó-
ria da humanidade, em todas as culturas; 
• Seus determinantes são multifatoriais. É 
resultado da interação complexa de fatores 
psicológicos, e biológicos, inclusive gené-
ticos, culturais e socioambientais; 
• Trata-se de um desfecho de uma série de 
fatores que se acumulam na história de um 
indivíduo, não pode ser atribuído apenas 
a determinados acontecimentos pontuais. 
 
Impacto 
→ 
• É considerado um grave problema de sa-
úde pública; 
• De acordo com a OMS, no ano de 2012 
804.000 pessoas morreram por suicídio no 
mundo; 
 - 11,4 por 100 mil habitantes por ano. 15,0 
para homens, 8,0 para mulheres; 
 - 75% em países em desenvolvimento. Os 
países do Leste Europeu e Japão apresentam 
altos níveis percentuais, porém, em núme-
ros absolutos os países em desenvolvimento 
em maior quantidade numérica (ainda que 
menor porcentagem); 
• 2016: quase um milhão de mortes por sui-
cídio; 
• Para cada suicídio, há aproximadamente 
20 outras tentativas de suicídio. De aproxi-
madamente 3 tentativas, apenas 1 chega ao 
pronto-socorro; 
• A cada ano, o número de mortes por suicí-
dio é maior que o número combinado de 
mortes por homicídios e guerras (56% das 
mortes violentas). Em países desenvolvi-
dos essa taxa chega a 80%; 
• Trata-se da segunda causa de morte entre 
15 e 29 anos e a primeira causa de morte en-
tre garotas de 15 a 19 anos; 
• É possível prevenir, desde que os profis-
sionais de saúde, de todos os níveis de 
atenção, estejam aptos a reconhecer os seus 
fatores de risco e determinarem medidas 
para evitar o suicídio; 
• O risco de suicídio é uma urgência mé-
dica e a sua avaliação deve fazer parte da 
rotina de qualquer médico. 
 
→ 
• 8º país em número absoluto de suicídios; 
• Em 2012 foram 11.821 mortes, cerca de 
30 por dia, de forma que, 9.198 são homens 
e 2.623 são mulheres; 
• Entre 2000 e 2012 houve um aumento de 
10,4%, mais de 30% entre jovens; 
• Cautela: subnotificação, visto que, nos 
laudos são constados o método que ocorreu 
o óbito, e não que foi por suicídio. 
 
Barreiras à detecção e 
à prevenção 
• Durante séculos, por razões religiosas, 
morais e culturais o suicídio foi considerado 
um grande “pecado”. Atualmente, ainda 
tem-se medo e vergonha de falar aberta-
mente sobre o assunto, por ser um tabu; 
• Além disso, a dificuldade de buscar ajuda, 
a falta de conhecimento e atenção sobre o 
Marianne Barone (15A) Psicopatologia – Prof. Luís Antônio Bozutti 
assunto por parte dos profissionais de saúde 
e a ideia errada de que o comportamento 
suicida não é um evento frequente, impõem 
barreiras para a prevenção; 
• Lutar contra o tabu é fundamental para 
que a prevenção seja bem-sucedida. 
 
Mitos e verdades 
• Mito 1: o suicídio é uma decisão indivi-
dual, já que cada um tem pleno direito a 
exercitar o seu livre arbítrio; 
• Verdade 1: os suicidas estão passando 
quase invariavelmente por uma doença 
mental que altera, de forma radical, a sua 
percepção da realidade e interfere em seu li-
vre arbítrio. O tratamento eficaz da doença 
mental é o pilar mais importante da preven-
ção do suicídio. Após o tratamento da do-
ença mental o desejo de se matar desaparece; 
• Mito 2: quando uma pessoa pensa em se 
suicidar terá risco de suicídio pelo resto da 
vida; 
• Verdade 2: o risco de suicídio pode ser 
eficazmente tratado e, após isso, a pessoa 
não estará mais em risco; 
• Mito 3: as pessoas que ameaçam se matar 
não farão isso, querem apenas chamar a 
atenção; 
• Verdade 3: a maioria dos suicidas fala ou 
dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa 
parte dos suicidas expressou, em dias ou se-
manas anteriores, frequentemente aos pro-
fissionais de saúde, seu desejo de se matar. 
• Mito 4: se uma pessoas que se sentia de-
primida e pensava em se suicidar passa a se 
sentir melhor, normalmente significa que o 
problema já passou; 
• Verdade 4: isso não significa que o pro-
blema já passou, uma pessoa que decidiu se 
suicidar pode se sentir melhor ou se sentir 
aliviado simplesmente por ter tomado a de-
cisão de se matar; 
• Mito 5: quando alguém apresenta sinais 
de melhora ou sobrevive a uma tentativa de 
suicídio, está fora de perigo; 
 
• Verdade 5: um dos períodos mais peri-
gosos é quando se está melhorando da 
crise que motivou a tentativa, ou quando 
a pessoa ainda está no hospital, na sequên-
cia de uma tentativa. A semana que se segue 
à alta do hospital é um período durante o 
qual a pessoa está particularmente fragili-
zada. O comportamento passado é um pre-
ditor do comportamento futuro, a pessoa 
suicida muitas vezes continua em alto risco; 
• Mito 6: não devemos falar sobre suicídio, 
pois isso pode aumentar o risco; 
• Verdade 6: falar sobre suicídio não au-
menta o risco. Muito pelo contrário, falar 
com alguém sobre o assunto pode aliviar a 
angústia e a tensão que esses pensamentos 
trazem; 
• Mito 7: é proibido que a mídia aborde o 
tema suicídio; 
• Verdade 7: a mídia tem obrigação social 
de tratar do tema de forma adequada. Isto 
não aumenta o risco de uma pessoa se matar, 
ao contrário, é fundamental dar informações 
à população sobre o problema, onde buscar 
ajuda etc. 
 
Fatores de risco e de 
proteção 
→ 
• Os dois principais fatores de risco são: 
 - Tentativa prévia de suicídio: fator pre-
ditivo isolado mais importante. Aumenta 
em 5 a 6 vezes a chance de tentar suicídio 
novamente; 
 
 - Doença mental: quase todos os suicidas 
tinham uma doença mental, muitas vezes 
não diagnosticadas. Alguns quadros recor-
rentes ou crônicos, ou internação recente, 
aumentam o risco de suicídio. 
 
Outros fatores de risco: 
• Idade: 
 - Adolescentes e jovens: entre 15-30 anos, 
é a segunda causa de morte nesta faixa etá-
ria, com fatores como humor depressivo, 
abuso de substâncias, problemas sociais e 
familiares, abuso físico e sexual na infância; 
 - Idosos: acima de 65 anos, com fatores 
como perda do cônjuge, solidão, doenças 
degenerativas e dolorosas; 
• Eventos adversos na infância e adoles-
cência: 
 - Maus tratos, abuso físico e sexual, trans-
torno psiquiátrico familiar, entre outros fa-
tores podem aumentar o risco de suicídio; 
 - Atenção ao abuso de substâncias, ao mau 
desempenho escolar, aos conflitos relacio-
nados à identidade e orientação sexual e à 
falta de apoio social; 
 - Fator de risco adicional: suicídio de fi-
guras proeminentes; 
• Gênero: 
 - Os óbitos por suicídio são três vezes mai-
ores em homens do que em mulheres. Tal-
vez os homens procurem menos ajuda. A 
solidão e o isolamento social são fatores im-
portantes; 
 - Tentativas de suicídio são três vezes 
maiores em mulheres do que em homens. 
Elas têm redes sociais de proteção mais for-
tes; 
 - Conflitos em relação a identidade de gê-
nero e orientação sexual são também fatores 
de risco importantes; 
• Doenças clínicas não psiquiátricas: 
como câncer, HIV, doenças neurológicas 
(Parkinson, EM, Huntington e epilepsia), 
doenças cardiovasculares, DPOC e doenças 
reumatológicas; 
 - Diagnóstico recente; 
 - Sintomas refratários ao tratamento: 
comprometimento funcional, dor crônica, 
perda de visão ou audição; 
 - Desfiguração; 
 - Pacientes com doenças crônicas apre-
sentam comorbidades com transtornos 
psiquiátricos; 
• História familiar e genética: 
 - O risco aumenta entre aqueles com histó-
ria familiar suicídio ou tentativa de suicídio, 
com vulnerabilidade transmitida indepen-dente de qual transtorno mental; 
 - O risco também aumenta entre aqueles 
que foram casados com alguém que se sui-
cidou; 
• Fatores sociais: 
 - Quanto maiores os laços sociais em de-
terminada comunidade, menores seriam as 
taxas de mortalidade por suicídio; 
 - Situação laboral: desemprego e falta de 
qualificação profissional aumenta o risco. 
As taxas de suicídio são maiores durante as 
recessões econômicas; 
 - Estado marital: viver sozinho (os que 
nunca se casaram ou se divorciaram) au-
menta o risco; 
 - Fatores estressores crônicos e recentes: 
migração, separação conjugal, perda de 
uma pessoa próxima. Estressores social-
mente humilhantes como falência, prisão, 
traição e perda do emprego são particular-
mente importantes; 
• Estado mental: 
 - Constrição cognitiva e afetos intensos: 
desesperança, desespero, desamparo e im-
pulsividade; 
 - Menor resiliência, menor tolerância à dor 
psíquica, impulsividade e agressividade; 
 - Sintomas psicóticos. 
 
→ 
• São menos estudados, os dados não são 
muito consistentes; 
• São eles: 
 - Ausência de transtorno mental ou trans-
torno mental com vínculo terapêutico efe-
tivo; 
 - Autoestima elevada, bom suporte fami-
liar, fortes laços sociais; 
 - Religiosidade, independente da designa-
ção; 
 - Razões para viver como gravidez dese-
jada e planejada, ter criança em casa; 
 - Senso de responsabilidade com a família; 
 - Fácil acesso a serviços saúde, relaciona-
mento terapêutico positivo; 
 - Capacidade de adaptação positiva e de re-
solução de problemas. 
 
Avaliação e manejo 
→ 
Identificação de indivíduos de risco: 
• Fatores predisponentes: história psiqui-
átrica, internação recente, antecedentes pes-
soais e familiares de comportamento sui-
cida, dados demográficos, antecedente de 
abuso; 
• Fatores estressores precipitantes: pro-
fissionais, financeiros, conjugais e outros 
relacionamentos; 
• Quadro clínico atual: desesperança, de-
samparo, desespero, impulsividade; 
• Fatores protetores: vínculos na comuni-
dade e família que servem de auxílio; 
• Doença mental; 
• História pessoal e familiar de comporta-
mento suicida; 
• Pensamentos de morte, pensamento de 
suicídio, planos e meios para se matar; 
• Avaliar desespero, desesperança e desam-
paro; 
• Características de personalidade: resili-
ência, tolerância à dor psíquica, impulsivi-
dade e agressividade; 
• Fatores psicossociais e demográficos: si-
tuação laboral, estado marital, religiosidade, 
história de abuso físico ou sexual na infân-
cia ou adolescência, idade entre 15 e 30 
anos ou acima de 65 anos, sexo masculino; 
• Presença de outras doenças: doenças 
neurológicas, neoplasias, HIV/AIDS e do-
enças clínicas crônicas; 
 
• Grau de intencionalidade suicida: ideias 
de morte (ideias de suicídio passiva) → 
ideias de suicídio (ideias de suicídio ativa) 
→ planos de como se matar → pesquisa de 
poder letal → providências pós-morte. 
 
Avaliação de grau de intencionalidade suicida: 
• Questões dirigidas ao paciente: 
 - 1. Você tem planos para o futuro? 
 - 2. A vida vale a pena ser vivida? 
 - 3. Se a morte viesse, ela seria bem-vinda? 
 - 4. Você está pensando em se machucar, 
se ferir, fazer mal a si mesmo, em morrer? 
 - 5. Você tem algum plano específico para 
morrer, se matar ou tirar a própria vida? 
 - 6. Você fez alguma tentativa de suicídio 
recentemente? 
• Questões adicionais: 
 - 1. Há meios acessíveis para cometer sui-
cídio? (armas, venenos, andar do aparta-
mento) 
 - 2. Qual a letalidade do plano (médica e 
subjetiva)? Qual a probabilidade de resgate? 
 - 3. Alguma preparação foi feita? (cartas, 
testamentos ou acúmulo de comprimidos) 
 - 4. Quão próximo o paciente esteve de 
completar o suicídio? 
 - 5. O paciente tem habilidade de controlar 
seus impulsos? 
 - 6. Há fatores estressores recentes? 
 - 7. Há fatores protetores? 
 
→ 
• Inicialmente deve-se ouvir o paciente, 
muitas vezes o paciente procura o médico 
com outras queixas e o médico deve estar 
atento às motivações subjacentes que trou-
xeram o paciente à consulta; 
• A abordagem verbal pode ser tão ou 
mesmo mais importante do que a farmaco-
lógica. Ela faz com que o paciente se sinta 
aliviado, acolhido e valorizado, fortale-
cendo a aliança terapêutica; 
• Identificação de fatores de riscos estáticos 
(fatores de risco predisponentes que não 
mudam) e dinâmicos (fatores precipitantes 
que podem ser alterados), com tratamento 
de algum transtorno psiquiátrico e identifi-
cação de quadro psiquiátrico subjacente; 
• Fortalecer fatores de proteção; 
• Classificação de risco: baixo, médio e 
alto; 
 - Baixo risco: 
 ▷ Nunca tentou o suicídio; 
 ▷ Ideias de suicídio são passageiras e 
perturbadoras; 
 ▷ Não planeja como se matar; 
 ▷ Transtorno mental, se presente, com 
sintomas bem controlados; 
 ▷ Boa adesão ao tratamento; 
 ▷ Tem vida e apoio sociais; 
 - Moderado risco: 
 ▷ Tentativa de suicídio prévia; 
 ▷ Depressão ou transtorno bipolar; 
 ▷ Ideias persistentes de suicídio, vistas 
como solução; 
 ▷ Não tem um plano de como se matar; 
 ▷ Não é uma pessoa impulsiva; 
 ▷ Não abusa/depende de álcool ou dro-
gas; 
 ▷ Conta com apoio social; 
 - Alto risco: 
 ▷ Tentativa de suicídio prévia; 
 ▷ Depressão grave, com influência de 
delírio ou alucinação; 
 ▷ Desespero, tormento psíquico intole-
rável, não vê saída; 
 ▷ Plano definido de se matar; 
 ▷ Tem meios de como fazê-lo; 
 ▷ Já tomou providências para o ato sui-
cida. 
 
Manejo para risco baixo: 
• A pessoa teve alguns pensamentos suici-
das, mas não fez nenhum plano; 
• Manejo: escuta acolhedora para compre-
ensão e amenização do sofrimento, devendo 
facilitar a vinculação do sujeito ao suporte e 
ajuda ao seu redor, com tratamento de pos-
sível transtorno mental; 
• Encaminhamento: caso não haja melhora, 
encaminhar para o psiquiatra. 
 
Manejo de risco médio: 
• A pessoa tem pensamento e planos, mas 
não pretende cometer suicídio imediata-
mente; 
• Manejo: total cuidado com meios de co-
meter suicídio, escuta terapêutica que o pos-
sibilite falar e clarificar para si sua situação 
de sofrimento, realização de contrato de não 
suicídio, envolver a família e os amigos no 
acompanhamento do mesmo; 
• Encaminhamento: encaminhar para o 
psiquiatra o mais breve possível. 
 
Manejo de risco alto: 
• A pessoa tem um plano definido, tem os 
meios para fazê-lo e pretende fazê-lo pron-
tamente, ou tentou suicídio recentemente e 
apresenta rigidez quanto a uma nova tenta-
tiva, ou tentou várias vezes em pouco tempo; 
• Nunca deixar a pessoa sozinha, total cui-
dado com meios de cometer suicídio, reali-
zação de contrato de não suicídio, informar 
a família de forma já sugerida; 
• Encaminhamento: encaminhar para 
emergência psiquiátrica imediatamente 
para avaliar a indicação de internação. 
 
Manejo na urgência e emergência: 
• 3 objetivos principais: 
 - Depois de uma tentativa o paciente deve 
inicialmente ser atendido pela clínica mé-
dica ou cirúrgica dependendo dos meios 
empregados; 
 - Reduzir o risco imediato: vigilância 24 
horas, retirada de objetos que possam ser 
usados para machucar (facas, instrumentos 
pontiagudos, remédios, cintos, cordas); 
 - Manejo dos fatores predisponentes: 
identificação e início de tratamento de al-
gum transtorno mental, encaminhamento 
para tratamento em regime ambulatorial ou 
de internação. 
 
→ 
• Competências da atenção primária: 
 - Tem um canal de proximidade e territo-
rialidade com o paciente e a comunidade; 
 - Tem o poder de propiciar uma nova com-
preensão sobre o tema e descontruir o tabu; 
 - Identifica os casos, avalia o risco e, se ne-
cessário, encaminha para a rede de saúde 
mental; 
 - Identificar → avaliar → manejar → 
encaminhar; 
• Competências da atenção secundáriae 
terciária: são o Centros de Atenção Psicos-
social (CAPS), os Hospitais de Urgência e 
Emergência e os Serviços Especializados; 
 - Fundamentais em situação de crise, após 
tentativas e no acompanhamento de casos 
de maior gravidade; 
 - Diagnóstico psiquiátrico, orientação à fa-
mília, contrato terapêutico, atendimento 
mais intensivo e, em caso de maior risco, in-
ternação hospitalar; 
 - Receber/avaliar → tratar → acompa-
nhar → encaminhar. 
 
Estratégias de 
prevenção 
→ 
• Universal: 
 - Projetada para a população como um 
todo; 
 - Maximizar a saúde e reduzir risco de sui-
cídio; 
 - Acesso à assistência, oferta de ajuda, pro-
cessos de proteção (rede de apoio social e 
alteração de ambiente físico); 
• Seletiva: alvo para grupos de vulnerabili-
dade dentro de uma população; 
• Individual: intervenções para indivíduos 
avaliados com risco de suicídio ou tiveram 
uma tentativa de suicídio. 
 
→ 
• Vigilância: melhora na aquisição de dados 
epidemiológicos, com identificação de gru-
pos vulneráveis, indivíduos e situações; 
• Restrição de acesso a métodos: reduzir 
disponibilidade de meios para o suicídio 
(pesticidas, armas de fogo, lugares altos), 
reduzir toxicidade e letalidade dos meios 
disponíveis e construções inteligentes e pla-
nejamento da cidade com medidas de segu-
rança; 
• Divulgação: diretrizes de mídia para di-
vulgação responsável sobre suicídio nos 
meios de comunicação e uso da mídia para 
campanhas preventivas e maior regulação 
da veiculação em casos de tentativas. 
• Acesso a assistência: remover obstáculos, 
promovendo maior acessibilidade a serviço; 
• Treinamento e educação: programas de 
treinamento de profissionais-chave (área da 
saúde, área da educação, policiais). e 
aprimorar competências de profissionais da 
área de saúde mental e da atenção primária; 
• Tratamento: melhorar a qualidade da as-
sistência destinada a indivíduos vulneráveis, 
melhorar pesquisas; 
• Intervenção na crise: assegurar capaci-
dade de resposta da comunidade, garantir 
acesso a cuidados de saúde mental de emer-
gência (inclusive linhas de ajuda telefônica 
ou internet); 
• Posvenção: são medidas realizadas após 
uma tentativa de suicídio ou após uma ten-
tativa consumada; 
 - Estima-se que a cada morte por suicídio, 
60 pessoas são intimamente afetadas; 
 - O suporte a essas pessoas favorece a ela-
boração do luto de forma adequada e é be-
néfico. Essas ações aumentam o uso de ser-
viços projetados para ajudar no processo de 
luto e reduzem o sofrimento psíquico asso-
ciado a ele; 
 - Apoio e reabilitação de pessoas afetadas 
por tentativas de suicídio (com sequelas); 
• Alerta: campanhas de informação pública 
para esclarecer que suicídios são evitáveis; 
 - Aumentar acesso à informação pública e 
profissional sobre prevenção de suicídio; 
 - Campanhas nas escolas que problemati-
zem o assunto de forma a descontruir os ta-
bus e facilitar a prevenção; 
• Redução de estigma: 
 - Promover uso de serviços de saúde men-
tal; 
 - Conscientizar sobre a importância de sa-
úde mental; 
 - Reduzir discriminação sobre o uso de tais 
serviços; 
• Planejamento e coordenação: fortalecer 
instituições e agências para pesquisas, trei-
namento e assistência. 
 
Evitar 
• Deixar de falar sobre suicídio por temores 
de induzir o paciente a pensar sobre esse 
tema; 
• Considerar que suicídio é um evento raro 
e que não é necessário investigar ideação 
suicida ou tentativas prévias; 
• Apressar o paciente ou formular perguntas 
indutoras (“você não tem pensamentos de 
suicídio, tem?”); 
• Minimizar o desconforto da pessoa (“mas 
você está bem”, “não é tudo isso que você 
está pensando”); 
• Menosprezar pensamentos suicidas (“se 
você realmente quisesse morrer, já teria 
feito”).

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