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Fatores de risco para o suicídio

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XVIII - MÓDULO DE PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO PROBLEMA 02
SUICÍDIO
→ introdução
O suicídio é uma das três maiores causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. Para cada suicídio que
acontece, houve entre 10 e 20 tentativas, e cada morte por suicídio afeta emocionalmente outras 60 pessoas próximas à
vítima.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002), o suicídio consiste em um ato intencional para acabar
com a própria vida. Atualmente, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo.
A concretização do suicídio pode ser por meios letais mas também pode ocorrer por formas disfarçadas de
atentar contra a própria vida, como o uso abusivo de álcool e drogas, a prática de esportes ou atividades de lazer que
coloquem a vida em risco, a falta de cuidados com a própria saúde ou ainda uma vida sexual promíscua. Então o suicídio
pode acontecer de várias formas, e chamamos de suicídio todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de
um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado.
E pra esse módulo o suicídio é importantíssimo de se abordar não só por causa da relação entre isso e a saúde
mental, a literatura mostra que a associação entre suicídio e transtornos mentais é de mais de 90%. Dentre esses
transtornos mentais, a depressão maior se destaca, mas também temos os transtornos bipolares do humor, abuso de
álcool, esquizofrenia e transtornos de personalidade.
- CONCEITOS IMPORTANTES
× Intenção suicida: Expectativa subjetiva e desejo de morrer.
× Ideação suicida: Pensamentos de servir como agente de sua própria morte. Pode variar em gravidade, dependendo da
especificidade de planos de suicídio e do grau de intenção suicida.
× Tentativa de suicídio: Comportamento autolesivo com consequências não fatais, acompanhado de evidências de que a
pessoa pretendia morrer.
× Tentativa abortada de suicídio: Comportamento potencialmente autolesivo com evidências (explícitas ou implícitas) de
que a pessoa pretendia morrer, mas a tentativa foi interrompida antes do dano ocorrido.
× Letalidade do comportamento suicida: Ameaça objetiva para a vida associada a um método ou ação suicida.
× Suicídio: Morte autoprovocada com evidências (explícitas ou implícitas) de que a pessoa pretendia morrer.
→ fatores de risco
× SEXO: Homens cometem suicídio com frequência quatro vezes maior do que mulheres apesar do fato de que mulheres
fazem tentativas de suicídio ou têm pensamentos suicidas com frequência três vezes maior do que homens. Homens têm
maior probabilidade do que mulheres de cometerem suicídio com armas de fogo, por enforcamento ou pulando de locais
altos. Mulheres, por sua vez, normalmente ingerem uma overdose de substâncias psicoativas ou veneno. O uso de armas
de fogo entre mulheres, no entanto, está aumentando.
× IDADE: Em todos os grupos, suicídio é ocorrência rara antes da puberdade. Os índices aumentam com a idade e
destacam a relevância da crise de meia-idade. Entre homens, o suicídio atinge seu auge após os 45 anos; entre mulheres,
a maior quantidade de suicídios consumados ocorre após os 55 anos.
× RAÇA: Os índices de suicídio entre homens brancos são cerca de 2 a 3 vezes maiores do que entre homens e mulheres
afro-americanos.
× ESTADO CIVIL: O casamento reduz significativamente o risco de suicídio, sobretudo quando a união gerou filhos.
Pessoas solteiras que nunca se casaram registram quase o dobro do índice de suicídio de pessoas casadas.
× OCUPAÇÃO: Quanto maior o nível social do indivíduo, maior o risco de suicídio, mas uma queda do nível social também
aumenta esse risco. O trabalho, de forma geral, protege contra o suicídio. Considera-se tradicionalmente que, entre as
categorias profissionais, os médicos correm o maior risco.
× SAÚDE FÍSICA: A relação de saúde física e doença com suicídio é significativa. Cuidados médicos anteriores parecem
ser indicador de risco positivamente correlacionado a suicídio: cerca de um terço de todas as pessoas que cometem
suicídio precisou de atenção médica no período de seis meses anterior à morte, e estima-se que doença física seja um
importante fator que contribui para quase metade de todos os suicídios. Fatores associados a doenças que contribuem
tanto para suicídios quanto para tentativas de suicídio são perda de mobilidade, sobretudo quando a atividade física é
CRISLANE VITÓRIA- 6º semestre
XVIII - MÓDULO DE PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO PROBLEMA 02
importante para a profissão ou para recreação; deformação, especialmente entre mulheres; e dor crônica intratável.
Pacientes em hemodiálise correm alto risco. Além dos efeitos diretos da doença, os efeitos secundários – como
rompimento de relacionamentos e perda de emprego – são fatores prognósticos.
× DOENÇA MENTAL: Quase 95% de todas as pessoas que cometem suicídio ou que fazem tentativas de suicídio foram
diagnosticadas com algum transtorno mental. Transtornos depressivos respondem por 80% dos casos, esquizofrenia, por
10%; e demência ou delirium, por 5%. Entre todas as pessoas com transtornos mentais, 25% também são dependentes de
álcool e têm diagnóstico duplo.
× ESQUIZOFRENIA: O risco de suicídio é elevado entre pacientes com esquizofrenia: até 10% cometem suicídio.
Assim, os fatores de risco para suicídio entre pacientes com esquizofrenia são juventude, sexo masculino, solteiro,
tentativa anterior de suicídio, vulnerabilidade a sintomas depressivos e alta recente do hospital. Como
consequência, vítimas potenciais de suicídio são provavelmente do sexo masculino, solteiras, desempregadas,
socialmente isoladas e moram sozinhas
× DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL: Até 15% de todas as pessoas dependentes de álcool cometem suicídio. Em torno de 80%
de todas as vítimas de suicídio dependentes de álcool são do sexo masculino, um percentual que reflete bastante a
proporção de gênero para dependência de álcool.
Vítimas de suicídio dependentes de álcool normalmente são brancas, de meia-idade, não casadas, sem amigos,
socialmente isoladas e com consumo atual de álcool. Até 40% fizeram uma tentativa anterior de suicídio. O maior
grupo de pacientes dependentes de álcool do sexo masculino é composto por indivíduos com transtorno da
personalidade antissocial associado. Estudos mostram que eles são particularmente propensos a tentar o suicídio;
a abusar de outras substâncias; a exibir comportamentos impulsivos, agressivos e criminosos; e a estar entre
vítimas de suicídio dependentes de álcool.
→ fatores protetores
Destacam-se: suporte social,
vínculo familiar,
gestação,
maternidade e
religiosidade.
Ainda, podem ser citados habilidades na resolução de problemas e conflitos e acesso restrito a meios que
resultem no suicídio. Estilos de vida saudáveis, caracterizados por socialização com pessoas que não fazem uso de
drogas ou álcool de forma inadequada, manutenção de uma boa alimentação, de bons padrões de sono, prática de
exercício físico e conservação de uma vida ativa, complementam essa lista.
→ avaliação
Escalas e estratégias foram propostas com a finalidade de estimar o risco de suicídio, entretanto, nenhuma delas
demonstrou eficiência plena para essa finalidade. A entrevista clínica realizada de forma clara e empática permanece
sendo a melhor estratégia para avaliar o risco de comportamentos suicidas, sendo importante o estabelecimento de
vínculo baseado em confiança e colaboração para a efetividade dessa avaliação.
Cabe aos profissionais avaliar o risco individual para comportamentos suicidas, embora a capacidade de
predizer quem cometerá ou não suicídio seja limitada.
Essa avaliação deve ser baseada nos fatores de risco e nos fatores de proteção, estimados durante a entrevista
clínica.
Deve-se considerar a apresentação do paciente com relação ao comportamento suicida, transtornos psiquiátricos,
situação psicossocial, vulnerabilidade e capacidade de enfrentamento individuais, além da história médica pregressa e
história familiar. Entre os fatores de risco a serem avaliados diante de um paciente com risco de suicídio,o de maior fator
preditivo constitui as tentativas prévias de suicídio, observando-se um aumento de 5 a 6 vezes quanto à possibilidade
de uma nova tentativa.
1º O primeiro passo da avaliação do risco de suicídio consiste em determinar a presença de pensamentos
suicidas, incluindo conteúdo e duração desses pensamentos. Caso seja de caráter crônico, deve-se indagar sobre
mudanças nas características dos pensamentos dessa natureza, como aumento na intensidade ou na frequência, e
questionar sobre perda de interesse em viver ou sobre sentimentos de que seria preferível estar morto.
CRISLANE VITÓRIA- 6º semestre
XVIII - MÓDULO DE PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO PROBLEMA 02
× Deve-se perguntar diretamente se o paciente pensou em acabar com a própria vida. Questionamentos acerca
da formulação de um plano incluindo método, lugar e hora, além do acesso ao método, auxiliam na investigação.
× A letalidade do plano e o desejo de poder ser resgatado também fazem parte da avaliação.
- Determinar o quão intensa é a presença dos pensamentos e dos planos suicidas
- e a habilidade do paciente de controlar impulsos é fundamental para elucidar a presença de ideação suicida.
× O acesso a sistemas de suporte e recentes estressores que podem prejudicar o paciente na habilidade em
resolver conflitos também devem ser averiguados.
→ Estratificação de risco
De acordo com a OMS, os pacientes devem ser classificados em baixo, médio e alto risco. Os de baixo risco são aqueles
que têm pensamentos suicidas ocasionais, mas sem planos, enquanto os de médio risco apresentam pensamentos e
planos, embora não sejam de caráter imediato. No grupo de pacientes de alto risco, são incluídas as pessoas que têm um
plano definido e meios de execução, além de ter caráter imediato.
× Aos pacientes de baixo risco, orienta-se fornecer suporte emocional e encaminhamento a um profissional de
saúde mental ou médico, além de instituir a combinação de a pessoa ser vista em intervalos regulares. Cabe trabalhar os
sentimentos suicidas, propiciando um processo de reflexão.
× Já o médio risco devem ser estimulados quanto a trabalhar seus sentimentos suicidas e sua possível
ambivalência, fortalecendo o desejo de viver. Ainda, alternativas ao suicídio devem ser exploradas, na tentativa de que a
pessoa as considere. Deve haver o encaminhamento ao psiquiatra ou médico e agendamento de consulta rápido possível,
a família e os amigos devem ser informados.
× Já os pacientes de alto risco devem ser acompanhados em tempo integral até que se providencie a
hospitalização, que deve ser imediata. A família deve ser informada, e o apoio por parte do profissional, reafirmado. Se
houver meios de suicídio em posse do paciente, devem ser removidos.
→ manejo
Deverão ter sido considerados durante o processo de avaliação a condição clínica do paciente, o que inclui
transtornos psiquiátricos e doenças físicas, sintomas específicos, como impulsividade, desesperança e ansiedade,
severidade dos sintomas, nível de funcionamento, sistema de suporte disponível e razões que motivam o paciente a
querer viver. Deve-se considerar sua capacidade de prover o autocuidado, de compreender os riscos e os benefícios das
abordagens terapêuticas e de cooperar com o tratamento planejado e instituído. Logo, a decisão do local e da terapêutica
a ser instituída não está atrelada apenas à estimativa do risco
de suicídio, mas também à avaliação pormenorizada desse
conjunto de fatores.
→ manejo no paciente esquizofrênico
Os doentes com Esquizofrenia têm uma esperança média de
vida 20% menor que a população geral. Este excesso nas
taxas de mortalidade nos doentes com Esquizofrenia tem sido
justificado por uma combinação do risco de suicídio
aumentado nestes doentes.
Na prática clínica, ao estimar o grau de risco de suicídio do
doente, o médico vai guiando a sua decisão acerca das
medidas de segurança imediatas e o contexto terapêutico
mais adequado. Identificar os diagnósticos de alto risco e os
factores de risco modificáveis, ajuda a estabelecer objectivos
e a clarificar planos terapêuticos a curto e longo prazos.
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XVIII - MÓDULO DE PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO PROBLEMA 02
→ Fatores protetores de suicídio em individuos com esquizofrenia
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