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HIV: Imunodeficiência e Transmissão

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20.09 MDD III – Tatiana Valente 
Imunodeficiência secundária: HIV 
• O objetivo para aa era pós-2015 é nada menos que o fim da epidemia de AIDS até 2030 
• Até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saberão que têm o vírus. 
• Até 2020, 90% de todas as pessoas com infecção pelo HIV diagnosticada receberão 
terapia antirretroviral ininterruptamente 
• Até 2020, 90%de todas as pessoas recebendo terapia antirretroviral terão supressão 
viral 
Histórico: 
• Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) 
• Reconhecida em meados de 1981 nos EUA 
• Pacientes apresentavam: 
• Sarcoma de Kaposi: é um tipo de câncer de pele que indica imunodepressão. É 
causado pelo herpes vírus 
• Pneumonia por Pneumocystis carinii 
• Comprometimento do sistema imune 
• Conclusão: 
• Nova doença 
• Ainda não classificada 
• Etiologia provavelmente infecciosa e transmissível 
• Em 1983: Luc Montaigner (França) e Robert Gallo (EUA) -> Isolaram ao mesmo tempo 
HIV-1 de pacientes com AIDS e denominaram -> LAV e HTLV-III 
• Em 1986: Identificação do HIV-2 e o comitê internacional alterou os nomes para HIV 
(vírus da imunodeficiência humana) 
• Doença tenha origem na África 
• Semelhança (98%) do HIV-1 com o vírus da imunodeficiência símia (SIV) 
• Ambos teriam evoluído de uma origem comum 
O que é o HIV? 
• Retrovírus 
• Genoma RNA 
• Família retroviridae (retrovírus) 
• Subfamília Lentivirinae 
• Expressam a transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral para uma 
cópia DNA, que pode, então, integrar-se ao genoma do hospedeiro 
 
 
 
 
 
 
 
20.09 MDD III – Tatiana Valente 
• Bastante lábil no meio externo 
• Inativado por uma variedade de agentes físicos (calor) e químicos (hipoclorito de sódio, 
glutaraldeído) 
• Condições experimentais controladas: 
• Partículas virais parecem sobreviver no meio externo, por até um dia 
• Partículas virais livres podem sobreviver por 15 dias, á temperatura ambiente, 
ou até 11 dias, a 37ºC 
 
Quais células o HIV apresenta tropismo? 
Células que expressam a glicoproteína de CD4: 
• Monócitos 
• Macrófagos 
• Linfócitos T 
• Células dendríticas 
Replicação viral: 
• Ligação de glicoproteínas virais (gp120) ao receptor específico da superfície celular 
(principalmente linfócitos T-CD4); 
• Fusão do envelope do vírus com a membrana da célula hospedeira; 
• Liberação do "core" do vírus para o citoplasma da célula hospedeira; 
• Transcrição do RNA viral em DNA complementar, dependente da enzima transcriptase 
reversa; 
• Transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde pode haver 
integração no genoma celular (provírus), dependente da enzima integrase, ou a 
permanência em forma circular, isoladamente; 
• O provírus é reativado, e produz RNA mensageiro viral, indo para o citoplasma da 
célula; 
• Proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades, por intermédio da 
enzima protease; 
• As proteínas virais produzidas regulam a síntese de novos genomas virais, e formam a 
estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira; 
• O vírion recém-formado é liberado para o meio circundante da célula hospedeira, 
podendo permanecer no fluído extracelular, ou infectar novas células. 
 
 
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Fatores de transmissão: 
• Sexo vaginal sem camisinha 
• Sexo anal sem camisinha 
• Sexo oral sem camisinha 
• Uso de seringa por mais de uma pessoa 
• Transfusão de sangue contaminado 
• Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação 
• Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
História natural da doença: 
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1, o HIV-1, cursa com um amplo 
espectro de apresentações clínicas, desde a fase aguda até a fase avançada da doença. 
Em indivíduos não tratados, estima-se que o tempo médio entre o contágio e o aparecimento 
da doença esteja em torno de dez anos. 
Infecção aguda: 
A infecção aguda é definida como as primeiras semanas da infecção pelo HIV, até o 
aparecimento dos anticorpos anti-HIV (soroconversão), que costuma ocorrer em torno da 
quarta semana após a infecção. Nessa fase, bilhões de partículas virais são produzidas 
diariamente, a viremia plasmática alcança níveis elevados e o indivíduo torna-se altamente 
infectante. 
 
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Como em outras infecções virais agudas, a infecção pelo HIV é acompanhada por um conjunto 
de manifestações clínicas, denominado Síndrome Retroviral Aguda (SRA), que se apresenta 
geralmente entre a primeira e terceira semana após a infecção. Entre 50% a 90% dos 
indivíduos infectados apresentam SRA. 
Os principais achados clínicos de SRA incluem febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e 
cefaleia. A SRA pode cursar com febre alta, sudorese e linfadenomegalia, comprometendo 
principalmente as cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar. 
Podem ocorrer, ainda, esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia e depressão. Alguns 
pacientes desenvolvem exantema de curta duração após o início da febre (frequentemente 
inferior a três dias), afetando geralmente a face, pescoço e/ou tórax superior, mas podendo se 
disseminar para braços, pernas, regiões palmares e plantares. 
Sintomas digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais podem 
estar presentes. 
A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em três a quatro 
semanas. Linfadenopatia, letargia e astenia podem persistir por vários meses. A presença de 
manifestações clínicas mais intensas e prolongadas (superior a 14 dias) pode estar associada à 
progressão mais rápida da doença. 
Fase de latência: 
Na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal, exceto pela linfadenopatia, que 
pode persistir após a infecção aguda. A presença de linfadenopatia generalizada persistente é 
frequente e seu diagnóstico diferencial inclui doenças linfoproliferativas e tuberculose 
ganglionar. 
Podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais, sendo a plaquetopenia um achado 
comum, embora sem repercussão clínica na maioria dos casos. 
Além disso, anemia (normocrômica e normocítica) e leucopenia leves podem estar presentes. 
Enquanto a contagem de linfócitos T-CD4+ (LT-CD4+) permanece acima de 350 células/mm3 , 
os episódios infecciosos mais frequentes são geralmente bacterianos, como as infecções 
respiratórias ou mesmo tuberculose, incluindo a forma pulmonar cavitária. 
Com a progressão da infecção, apresentações atípicas das infecções, resposta tardia à 
antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas começam a ser observadas. 
 À medida que a infecção progride, os sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal, 
sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções 
bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa, 
tornam-se mais frequentes, além de herpes-zoster. 
Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS): 
“O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias é definidor da Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida (AIDS).” 
Nesse período, já é possível encontrar diminuição na contagem de LT-CD4+, situada entre 200 
e 300 células/mm³. A candidíase oral é um marcador clínico precoce de imunodepressão 
grave, e foi associada ao subsequente desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis 
jiroveci. 
 
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Diarreia crônica e febre de origem indeterminada, bem como leucoplasia oral pilosa, também 
são preditores de evolução para aids. 
 
TBL: Só respostas corretas 
1. Sobre características do HIV assinale a alternativa correta: 
• Retrovírus que expressa a transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA 
viral para uma cópia DNA, que pode,então, integra-se ao genoma do hospedeiro. 
2. O HIV é o tipo clássico. Trata-se do subtipo que foi responsável pela pandemia de AIDS 
dos anos 1980 e trouxe à tona a preocupação com a doença e o vírus. Por ser analisado 
há mais tempo, são conhecidos múltiplos grupos com variações distintas do HIV-1. São 
características do HIV-1: 
• O principal desses grupos é chamado de M e corresponde a 90% dos casos de infecção 
por HIV no mundo. As demais divisões costumam ser encontradas em diferentes partes 
do mundo e são todas tratáveis basicamente da mesma forma, com o uso dos 
antirretrovirais mais adequados. 
3. Analise as alternativas: 
• O HIV -2 é um subtipo do vírus que tem uma taxa de replicação mais lenta que o outro, 
mas ainda assim pode causar o mesmo volume de danos ao sistema imunológico e 
evoluir para um quadro de AIDS 
• O teste que detecta o HIV é capaz de apontar qual subtipo o paciente possui em caso 
de resultado positivo 
• Quem é infectado com o HIV-2 tem uma taxa de reprodução do vírus mais lenta, o que 
pode tornar o diagnóstico mais difícil porque os sintomas também demoram a se 
desenvolver. 
4. Por quais células o HIV apresenta tropismo? 
 
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• Células que expressam a glicoproteína de CD4: Monócito, Macrófago, Linfócito T, 
Células dendríticas 
5. A glicoproteína viral gp120 tem como função: 
• Ligar-se ao receptor específico da superfície celular (principalmente linfócitos T-CD4) 
6. A enzima integrasse tem como função: 
• Transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde haver integração no 
genoma celular (provírus). 
7. Marcadores da infecção pelo HIV são identificados na corrente sanguínea de acordo 
com o período em que surgem após a contaminação, seu desaparecimento ou 
manutenção ao longo do tempo. Assinale a alternativa que corresponda ao 
aparecimento e desaparecimento em semanas (16 no total, relacionados a fase aguda 
da infecção) de IgM e IgG: 
• IgM: 3,5 até aproximadamente 5 semanas e IgG: de 4 a 16 semanas 
8. Como em outras infecções virais agudas, a infecção pelo HIV é acompanhada por 
conjunto de manifestações clínicas, denominado síndrome retroviral aguda (SRA), que 
se apresenta geralmente entre a primeira e terceira semana após a infecção. Entre 50% 
e 90% dos indivíduos infectados apresentam SRA. Assinale a alternativa que descreva os 
principais achados clínicos as SRA: 
• Febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e cefaleia. A SRA pode cursas com febre 
alta, sudorese e linfadenomegalia, comprometendo principalmente as cadeias cervicais 
anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar 
9. A AIDS é uma doença causado pelo HIV. Sobre essa síndrome, considere as alternativas 
a seguir. 
• A queda dos níveis dos linfócitos TCD4 é uma das principais características da doença 
causada pelo HIV 
• Na infecção pelo HIV o desequilíbrio nas respostas contribui para o desequilíbrio do 
sistema imune e progressão da infecção. O ideal para o paciente em tratamento é 
manter a carga viral baixa e a taxa de CD4+ alta. 
• Na infecção aguda ocorre grande viremia, que é transitória. Ocorre tambem 
desaparecimento dos sintomas, seguindo um período de latência. 
10. Analise as afirmativas: 
• O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias é definidor da AIDS 
• No período de imunodeficiência, já é possível encontrar diminuição na ocntagem de LT-
CD4+, situada entre 200 e 300 células/mm². a candididase oral é um marcador clinico 
precoce de imunodepressão grave, e foi associada ao subsequente desenvolvimento de 
pneumonia por Pneumocystis jiroveci 
• Diarreia crônica e febre de origem indeterminada bem como leucoplasia oral pilosa 
(lesão branca, não-descartável, localizada com maior frequência nas bordas laterais d 
língua), também são preditores de evolução para AIDS. 
• Com a progressão da infecção, apresentação atípicas das infecções, resposta tardia á 
antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas começam a ser observadas.

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