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1 - NATAÇÃO

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Prévia do material em texto

Autores: Prof. Sérgio Hiroshi Furuya de Carvalho
 Profa. Carmen Lúcia Dalano
 Prof. Hermínio Mendes Barreto Junior
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
 Prof. Marcel da Rocha Chehuen
Natação: Aspectos 
Pedagógicos e 
Aprofundamentos
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Professores conteudistas: Sérgio Hiroshi Furuya de Carvalho / 
Carmen Lúcia Dalano / Hermínio Mendes Barreto Junior
Sérgio Hiroshi Furuya de Carvalho
Cursou Educação Física na USP. Leciona natação desde 1986. Na UNIP, é responsável pela disciplina Natação desde 
1998. Especializou‑se em mergulho desportivo com cursos nacionais e internacionais.
Carmen Lúcia Dalano
Bacharel e licenciada em Educação Física pela Universidade de Santo Amaro. Pós‑graduada lato sensu em Atividades 
Físicas de Academia. Fez mestrado em Psicopedagogia e pós‑graduação em Arteterapia Aplicada. Leciona na UNIP desde 
2005. Professora corresponsável pelo Departamento de Estágio Supervisionado em Educação Física, onde participou da 
reestruturação, implantação e supervisão de atividades referentes aos estágios na área de Educação Física. Atuou como 
professora no Ensino Fundamental I em escolas da rede pública e particulares na cidade de São Paulo.
Hermínio Mendes Barreto Junior
Formado pela UMC em 1982, pós‑graduado pela FMU em 1995. Professor das disciplinas de Natação, Medidas e 
Avaliações, Metodologia do Treinamento Físico e Projeto Técnico Científico Interdisciplinar da UNIP desde 2005.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C331 Carvalho, Sérgio Hiroshi Furuya de.
Natação: Aspectos Pedagógicos e Aprofundamentos / Sérgio 
Hiroshi Furuya de Carvalho, Carmem Lúcia Dalano, Hermínio Mendes 
Barreto Junior. ‑ São Paulo: Editora Sol, 2018.
188 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2‑105/18, ISSN 1517‑9230.
1. Metodologias de ensino. 2. Estilos da natação. 3. Treinamento. 
I. Dalano, Carmem Lúcia. II. Barreto Junior, Hermínio Mendes. III. Título.
CDU 797.2
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Fabrícia Carpinelli
 Lucas Ricardi
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Sumário
Natação Aspectos pedagógicos e Aprofundamentos
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE NATAÇÃO .............................................................. 13
1.1 Histórico ................................................................................................................................................... 13
1.2 Atuação do professor de natação ................................................................................................. 15
1.2.1 O mercado de atuação profissional ................................................................................................. 15
1.3 Segurança e o ensino de natação ................................................................................................. 16
1.3.1 Segurança e conforto ........................................................................................................................... 18
1.3.2 Autossegurança dos alunos e do professor ................................................................................. 18
1.3.3 Riscos envolvidos com o ensino de natação ............................................................................... 19
1.3.4 Postura e atuação do professor de natação ................................................................................ 26
1.3.5 Resgate aquático .................................................................................................................................... 28
2 FÍSICA APLICADA À NATAÇÃO: HIDROSTÁTICA, HIDRODINÂMICA E SUAS 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DA NATAÇÃO................................................................................ 31
2.1 Hidrostática ............................................................................................................................................ 31
2.1.1 Conceitos iniciais .................................................................................................................................... 32
2.1.2 Relação entre densidade corporal e densidade da água ........................................................ 35
2.1.3 Princípio de Arquimedes ...................................................................................................................... 35
2.1.4 Flutuabilidade na água doce segundo o princípio de Arquimedes .................................... 37
2.1.5 Flutuabilidade na água salgada segundo o princípio de Arquimedes .............................. 37
2.1.6 Flutuação: capacidade ou habilidade? ........................................................................................... 38
2.1.7 Fatores que influenciam a flutuabilidade individual ................................................................ 39
2.1.8 Equilíbrio ao se estabelecer flutuação ........................................................................................... 39
2.1.9 Materiais de auxílio à flutuação ....................................................................................................... 42
2.2 Hidrodinâmica e suas considerações sobre o ensino da natação..................................... 47
2.2.1 Propulsão ................................................................................................................................................... 48
2.2.2 Resistência ao deslocamento ............................................................................................................. 52
3 METODOLOGIAS DE ENSINO NAS FASES DE INICIAÇÃO E DA APRENDIZAGEM 
DAS HABILIDADES DA NATAÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO 
ENSINO DA NATAÇÃO ....................................................................................................................................... 55
3.1 Metodologia de ensino na fase de adaptação ao meio aquático .................................... 55
3.1.1 Histórico do ensino da natação ........................................................................................................ 55
3.1.2 Adaptaçãoao meio aquático ............................................................................................................. 58
3.2 Desenvolvimento das habilidades básicas para a natação .................................................. 60
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3.2.1 Imersão da face e controle respiratório ......................................................................................... 61
3.2.2 Flutuação e equilíbrio ........................................................................................................................... 64
3.2.3 Recuperação vertical ............................................................................................................................. 66
3.2.4 Recuperação vertical a partir da posição de decúbito ventral ............................................ 66
3.2.5 Recuperação vertical a partir da posição de decúbito dorsal .............................................. 67
3.2.6 Propulsão ................................................................................................................................................... 68
3.2.7 Atividades de submersão ..................................................................................................................... 71
3.3 Metodologia de ensino e progressão para habilidade complexa ..................................... 73
3.3.1 O ensino do mergulho elementar a partir da borda................................................................. 73
3.4 A importância de metodologias lúdicas na natação ............................................................. 75
3.4.1 Metodologias lúdicas na natação e os níveis de desenvolvimento ................................... 77
3.4.2 Atividades lúdicas na fase de adaptação e iniciação ............................................................... 80
3.4.3 Atividades recreativas na aprendizagem dos quatro nados, saídas e viradas ................ 83
3.5 Metodologia de ensino dos nados formais ............................................................................... 85
3.5.1 Principais correntes e métodos de ensino da natação ............................................................ 85
3.5.2 Fase de aprendizagem dos nados formais .................................................................................... 89
4 O NADO CRAWL ............................................................................................................................................... 90
4.1 Histórico do nado crawl .................................................................................................................... 90
4.2 Movimentação geral do nado crawl e seu ensino .................................................................. 91
4.2.1 Posição do corpo na água na aprendizagem do nado crawl ................................................ 91
4.2.2 Movimentação geral das pernas na aprendizagem do nado crawl ................................... 91
4.2.3 Movimentação geral dos braços na aprendizagem do nado crawl .................................... 93
4.2.4 Respiração na aprendizagem do nado crawl .............................................................................. 95
4.3 Aspectos técnicos, aperfeiçoamento e habilidades complexas do nado crawl........... 97
4.3.1 Aspectos técnicos e aperfeiçoamento da pernada de crawl ................................................. 97
4.3.2 Coordenação da pernada com a braçada ..................................................................................... 98
4.3.3 Aspectos técnicos e aperfeiçoamento da braçada de crawl ................................................. 98
4.3.4 Aperfeiçoamento da respiração lateral do nado crawl .........................................................102
4.3.5 Frequência respiratória .......................................................................................................................105
4.3.6 O papel dos exercícios educativos da natação .........................................................................105
4.4 Saída do nado crawl ..........................................................................................................................107
4.4.1 Saída do bloco de partida .................................................................................................................107
4.5 Viradas das provas do nado livre .................................................................................................110
4.6 Regras da prova de nado livre .......................................................................................................113
Unidade II
5 O NADO DE COSTAS .....................................................................................................................................116
5.1 Histórico do nado de costas ..........................................................................................................116
5.2 Movimentação geral do nado de costas e seu ensino ........................................................116
5.2.1 Posição do corpo na aprendizagem do nado de costas ........................................................ 117
5.2.2 Movimentação de pernas na aprendizagem do nado de costas ....................................... 117
5.2.3 Aprendizagem da braçada do nado de costas .......................................................................... 118
5.2.4 Respiração na aprendizagem do nado de costas ................................................................... 120
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5.3 Aspectos técnicos, aperfeiçoamento e habilidades complexas do nado 
de costas ........................................................................................................................................................120
5.3.1 Aspectos técnicos e aperfeiçoamento da pernada do nado de costas .......................... 120
5.3.2 Aspectos técnicos e aperfeiçoamento da braçada do nado de costas .......................... 120
5.3.3 Aspectos técnicos e aperfeiçoamento da posição de corpo no nado 
de costas ............................................................................................................................................................. 123
5.3.4 Aperfeiçoamento da coordenação da respiração no nado de costas ............................ 124
5.4 Saídas do nado de costas ................................................................................................................125
5.4.1 Divisão da saída do nado de costas ............................................................................................. 126
5.5 Viradas do nado costas ....................................................................................................................127
5.6 Regras do nado de costas ...............................................................................................................129
6 NADO DE PEITO ..............................................................................................................................................129
6.1 Histórico do nado de peito .............................................................................................................129
6.2 Movimentação geral do nado de peito e seu ensino ..........................................................130
6.2.1 Posição do corpo no nado de peito e apresentação geral .................................................. 130
6.2.2 Ensino da pernada do nado de peito ........................................................................................... 130
6.2.3 Ensino da braçada do nado de peito ...........................................................................................133
6.2.4 Aprendizagem da respiração no ensino do nado de peito ................................................. 134
6.2.5 Coordenação básica no ensino do nado de peito .................................................................. 134
6.3 Aspectos técnicos, aperfeiçoamento e habilidades complexas do nado 
de peito ..........................................................................................................................................................135
6.3.1 Aperfeiçoamento da braçada do nado de peito ..................................................................... 135
6.3.2 Aperfeiçoamento da pernada do nado de peito ..................................................................... 137
6.4 Saídas do nado de peito ..................................................................................................................138
6.5 Viradas do nado de peito ................................................................................................................140
6.6 Regras do nado de peito .................................................................................................................140
Unidade III
7 NADO DE BORBOLETA .................................................................................................................................144
7.1 Histórico do nado de borboleta ....................................................................................................144
7.2 Movimentação geral do nado de borboleta e seu ensino .................................................144
7.2.1 Aprendizagem da pernada do nado borboleta ........................................................................ 144
7.2.2 Exemplos de exercícios para desenvolvimento da pernada do nado de 
borboleta ............................................................................................................................................................ 145
7.2.3 Posição do corpo .................................................................................................................................. 145
7.2.4 Aprendizagem da braçada do nado de borboleta .................................................................. 146
7.2.5 Exemplos de exercícios para desenvolvimento da braçada do nado de 
borboleta ............................................................................................................................................................ 146
7.2.6 Aprendizagem da respiração do nado de borboleta .............................................................. 147
7.2.7 Ensino da coordenação das braçadas com as pernadas ...................................................... 148
7.3 Aspectos técnicos, aperfeiçoamento e habilidades complexas do nado 
de borboleta .................................................................................................................................................148
7.3.1 Aperfeiçoamento das pernadas do nado de borboleta ........................................................ 148
7.3.2 Aperfeiçoamento das braçadas do nado de borboleta......................................................... 148
7.3.3 Aperfeiçoamento da respiração no nado de borboleta ........................................................151
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7.3.4 Exemplos de educativos para o nado de borboleta ............................................................... 152
7.4 Saídas do nado de borboleta .........................................................................................................152
7.5 Viradas do nado de borboleta .......................................................................................................153
7.6 Regras do nado de borboleta ........................................................................................................153
8 PLANEJAMENTO DE AULAS E TREINAMENTO ....................................................................................154
8.1 Planejamento de aulas de natação .............................................................................................154
8.2 Treinamento de natação ..................................................................................................................160
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APRESENTAÇÃO
Prezado aluno,
O livro‑texto que aqui apresentamos servirá de apoio ao estudo da disciplina Natação: Aspectos 
Pedagógicos e Aprofundamentos.
No início, trataremos da fundamentação teórica geral necessária para embasar a atuação do 
professor. Apresentaremos conceitos de segurança e de física aplicada, assim como aspectos históricos 
e de atuação profissional.
Na sequência, os objetivos são desenvolver os conhecimentos das habilidades e seu ensino, iniciando 
pelas habilidades básicas para tornar o contato com o meio aquático prazeroso e positivo para o aluno, 
sem comprometimentos técnicos de qualquer natureza formal, passando então para a análise de 
execução e ensino dos nados formais, que são a expressão de uma eficiência motora econômica em 
cada modo de deslocamento atualmente utilizado como topo do desenvolvimento da arte de nadar. 
Terminamos cada análise dos quatro nados formais com o entendimento das regras competitivas, não 
como uma finalidade de objetivação do ensino dos nados, mas sim com o intuito da compreensão 
técnico‑profissional que se faz necessária.
Esperamos que aproveitem este material ao máximo e se tornem ótimos profissionais!
INTRODUÇÃO
A natação é uma das expressões culturais de movimento significativas nas sociedades. Os povos 
desenvolveram contatos com a água nos seus diferentes ambientes e necessidades, e assim houve 
uma evolução relacionada a cada situação encontrada pelo ser humano. Segundo Velasco (1997, 
p. 27), nada‑se por:
• Saúde: produção de efeitos benéficos ao físico.
• Lazer: oportunidade de satisfações emocionais.
• Necessidade: sobrevivência ou reabilitação.
• Esporte: performance e resultados.
Tornar‑se um professor de natação é uma tarefa que envolve desenvolvimento de conhecimentos, 
dedicação, habilidades práticas e muito cuidado com os alunos.
Neste livro‑texto iremos trabalhar alguns dos conceitos, sem a pretensão de esgotar todos os 
assuntos pertinentes, fornecendo uma visão geral sobre a função do professor de natação.
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Figura 1 – A relação do homem com a água é importante fonte de sobrevivência
Nadar, aprender a nadar e ensinar a nadar
A natação existe há muito mais tempo do que o esporte homônimo. Inicialmente vinculada à 
sobrevivência, busca de alimentos, proteção e ampliação das possibilidades de exploração, a natação foi 
se tornando parte das diferentes culturas com finalidades educativas, formativas, de saúde e até de lazer 
e convívio social em piscinas, lagoas e cachoeiras. Quando o acesso aos corpos aquáticos da natureza se 
mostrou difícil, foram criados os tanques e, posteriormente, as piscinas, para possibilitar o seu uso mais 
amplo e independentemente de distância ou clima.
Assim como as lutas, hoje esportivizadas em regras e competições, mas antes presentes na 
realidade da sobrevivência humana, a natação como conceito amplo também evolui desde as raízes 
da civilização.
Uma versão restrita do que é a natação moderna nos leva a pensar sobre a organização dos 
movimentos e o ensino dos quatro nados formais (borboleta, costas, peito e crawl), que veremos a seguir. 
No entanto, o professor de Educação Física deve ter uma visão ampliada, compreendendo a natação 
não somente como o ensino e a utilização dos nados competitivos,mas também as demais formas de 
locomoção e sustentação na água, como os nados rudimentares, adaptados ou contatos recreativos (o 
próprio ato de brincar deslocando‑se na água ou usufruindo de seu contato).
Nadar pode significar mais do que chegar de um ponto a outro através da água. Para alguns 
indivíduos, significa uma forma de fazer exercícios físicos prazerosos; para outros, é a quebra vitoriosa de 
uma barreira psicológica que demanda muita perseverança, ou ainda pode ser uma forma de comparar 
seu desempenho consigo mesmo ou com outros.
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Figura 2 – Piscina do Parque Olímpico, Rio 2016
Também podem ser citadas interações mais complexas, como o nado sincronizado, o polo aquático e 
os saltos ornamentais, compondo, estes últimos, juntamente com as maratonas aquáticas, os chamados 
esportes aquáticos, componentes do programa dos Jogos Olímpicos de Verão e regidos pela Federação 
Internacional de Natação Amadora (Fina), com sede em Lausanne, na Suíça.
Por fim, algumas outras atividades aquáticas desenvolvem‑se a partir das vivências desta natação 
mais ampla, pois dependem do contato com a água, como o surfe, mergulho desportivo, triatlo etc. 
São também oportunidades que podem aparecer em sua carreira de professor, muitas vezes a partir do 
contato com a natação.
Figura 3 – O nado sincronizado é também uma forma de expressão 
cultural aquática competitiva e regida pela Fina
Alguns conceitos difundiram a natação como importante fator para a saúde humana, como a célebre 
frase: “A natação é o esporte mais completo”. Na verdade, dependendo das diferentes necessidades dos 
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indivíduos, este conceito pode não ser sempre uma realidade incontestável, mas, de fato, a natação 
envolve uma série de ações musculares, coordenativas e psicomotoras que a tornam uma atividade 
bastante rica. Outro conceito predominante na nossa cultura é que “o homem vem do meio líquido”, 
pois enquanto passou por nove meses de gestação esteve imerso, mas isso também não garante que 
o indivíduo terá facilidade de se habituar automaticamente à água de uma piscina, por exemplo. Cada 
situação de interação com a água, nos diferentes indivíduos, irá passar por suas experiências anteriores 
(ou ausência de experiência) e por fatores psicológicos, como sensação de autossegurança e medos 
próprios ou implementados pelas diferentes culturas, para que o ponto de partida do trabalho do 
professor de natação seja estabelecido.
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NATAÇÃO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE NATAÇÃO
Analisaremos a evolução do conceito de nadar e ensinar a nadar dentro da história. Em seguida, 
apresentaremos aspectos que irão embasar a atuação do professor: a segurança e a física aplicada ao 
mergulho, possibilitando ao profissional tomar as decisões sobre o programa a ser proposto.
Passaremos então a estudar metodologias para o ensino de natação, iniciando pela importante fase 
de adaptação ao meio aquático.
Por fim, estaremos prontos a iniciar a análise dos nados formais, que buscam uma forma econômica 
e eficiente de deslocamento, começando pelo nado crawl, caracterizado pelos movimentos escolhidos 
dentro de uma gama de “quase ausência” de regras formatadas para o movimento.
1.1 Histórico
Na Antiguidade, saber nadar garantia ao homem maiores chances de sobrevivência em caso de 
ataques, maiores oportunidades para busca de alimentos e possibilidades de locomoção quando 
necessário transpor corpos aquáticos. A natação, inicialmente, teve a característica de sobrevivência e 
utilitarismo, auxiliando o homem na sua jornada. Esta natação utilitária não tem necessariamente uma 
ordem evolutiva única, pois ocorreu paralelamente em diversos povos e locais. Tornou‑se importante 
também no treinamento de soldados em algumas sociedades. Aprender a sustentar‑se e deslocar‑se na 
água fez, portanto, parte da história da humanidade.
Escavações mostram a existência de piscinas aquecidas na antiga Índia há cinco mil anos (LENK; 
PEREIRA, 1966 apud PEREIRA, 1999, p. 36). Isso mostra que o contato com a água era valorizado ou 
praticado nesta sociedade milenar, a qual até hoje utiliza e venera o seu rio sagrado, o rio Ganges.
Em antigas inscrições egípcias (desenhos rudimentares) é possível identificar figuras de pessoas 
nadando. Os egípcios “eram adeptos da Natação” (LOTUFO, 1980 apud SCAGLIA, 1999, p. 36). Alguns 
autores, como Velasco (1997), enxergam em algumas dessas pinturas um esboço rudimentar da braçada 
do nado crawl, ao analisar a posição dos membros e gestos representados.
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Unidade I
Figura 4 – Antigas pinturas rupestres egípcias ilustram a natação na Antiguidade
Na Grécia de Platão, a Lei 689 prescrevia que “todo cidadão educado era aquele que sabe ler e nadar” 
(LENK, 1986 apud DAMASCENO, 1997, p. 7). Os gregos valorizavam a forma física, e a natação fazia parte 
de suas práticas.
Também na Roma antiga era sinal de requinte e distinção social (LOTUFO, 1980 apud DAMASCENO, 
1997, p. 7). As termas romanas eram grandes piscinas artificiais de convivência e lazer.
Figura 5 – A natatio, antiga piscina romana
Já na Idade Média, como outras formas de expressão humana, a natação passou por uma estagnação, 
sofrendo ainda com a crença de que a água “servia para disseminar doenças” (LOTUFO, 1980 apud 
NISTA‑PICCOLO, 1999, p. 36).
Com o Renascimento, novamente a prática da natação ganha espaço e, posteriormente, com a 
organização das atividades esportivas disseminada a princípio na Inglaterra, a natação torna‑se parte 
deste fenômeno moderno.
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O fenômeno da esportivização levou a natação também para a seara competitiva. O regramento 
para padronização dos parâmetros competitivos fez “nascer formalmente” três nados competitivos: 
crawl, costas e peito; depois, a partir de uma variação deste último, o borboleta.
Figura 6 – O fenômeno da esportivização transformou diversos esportes em instrumentos de competição internacional por 
dominância política. Este selo de 1956, da extinta União Soviética, retrata o nado crawl da época
“Saber nadar” diferenciou‑se então de “nadar para competir”. Enquanto a primeira situação envolve 
segurança, prazer, diversão e envolvimento diverso com a água, a realidade competitiva diferentemente 
levava à formalização, padronização e superação.
Nos Jogos Olímpicos da era moderna, a natação tem destaque. No Brasil, foi origem de grandes 
nomes e, mais recentemente, também se destaca na natação Paralímpica.
1.2 Atuação do professor de natação
Ensinar a nadar pode ser um desafio. Requer sensibilidade, paciência, rigor, perseverança, 
planejamento, confiança, desconfiança, energia, atenção e estimulação.
1.2.1 O mercado de atuação profissional
Para o professor de Educação Física, abrem‑se inúmeras possibilidades, seja qual for a área de atuação 
do profissional. Na Licenciatura, quando as condições da escola oferecem oportunidade para incluir a 
natação no currículo da Educação Física escolar, é uma atividade desafiadora e enriquecedora, tanto 
para alunos como para professores. Estudo de Merida et al. (2007) indica que a utilização da natação, 
especialmente em ambiente escolar privado, vem aumentando nãosomente nas aulas curriculares de 
Educação Física, como também em projetos extracurriculares.
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Unidade I
Segundo Betti e Zuliani (2002 apud MERIDA, 2007, p. 111‑123): “as aulas de Educação Física devem 
respeitar os princípios metodológicos, oferecendo conteúdos e estratégias que incluam todos os alunos 
[...] levando em conta as características, capacidades e interesses de cada aluno”.
Para os profissionais da graduação plena (bacharel em Educação Física), a atuação na área da 
natação é rica em oportunidades, como em aulas extracurriculares, academias, clubes, projetos sociais, 
condomínios, hotéis, recreação em piscinas etc. Para atuar neste mercado, o professor deve passar pela 
formação estruturada e buscar a vivência e preparação técnica necessárias para atuar em cada nível de 
aprendizagem, com exigências crescentes em níveis mais elevados de performance, desde a adaptação 
ao meio aquático até o nível competitivo.
Figura 7 – A natação é uma das atividades que podem ser proporcionadas às crianças 
mais precocemente, antes mesmo de se aprender a andar. A natação para 
bebês é fascinante e vai requerer um preparo especial do professor
Portanto, prepare‑se adequadamente para este mercado, estudando, praticando, vivenciando e 
conhecendo as melhores formas de levar seus alunos aos objetivos de cada fase.
1.3 Segurança e o ensino de natação
A segurança é uma das principais considerações ao organizarmos um programa de ensino de natação. 
Um professor de Educação Física é responsável por seus alunos enquanto estes estiverem em sua aula, 
e, mesmo nos períodos pré‑aula e pós‑aula, a integridade dos alunos deve estar assegurada, ou seja, 
principalmente restringindo o acesso à área da piscina, onde poderiam ocorrer acidentes diretamente 
relacionados à prática da natação.
Tecnicamente, os alunos (ou seus responsáveis) conferem ao professor de natação a tarefa de zelar 
por sua segurança. Assim, cabe a este profissional planejar, supervisionar e dirigir as atividades para 
que nenhuma ameaça à segurança dos alunos se estabeleça. Certamente, em um caso de incidente, 
o professor será responsabilizado judicialmente até que se comprove ou não sua relação com o dano 
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causado. Da mesma forma, o empregador deste professor deve garantir a seus clientes (alunos) que o 
professor responsável tem conhecimento e habilidade para manter a turma segura, e que o ambiente 
seja adequado à prática da natação.
Portanto, o professor deve estar consciente de sua responsabilidade e usar todos os meios possíveis para 
evitar que seus alunos passem por incidentes durante as aulas de natação. Para tornar‑se um professor, 
deve se preparar com conhecimentos e habilidades para cumprir seu papel. Exemplificando, pode ser 
presumível que um aluno venha a ter problemas para se equilibrar e até engolir um pouco de água ao 
tentar respirar. Mas não é aceitável que o professor não intervenha logo nesta situação para evitar que 
haja pânico ou risco de afogamento, ou seja, deve estar atento, bem posicionado e com atitude adequada.
Segundo dados da Austswim (2001), 70% dos afogamentos ocorrem a uma distância de até 20 metros 
de um ponto seguro, 80% dos afogados são do sexo masculino, e cerca de 40% são crianças ou jovens 
com até 18 anos. Dados indicam que, no Brasil, o afogamento é a terceira causa de mortes em todas as 
idades e a segunda causa na faixa etária entre 1 e 14 anos (SZPILMAN, 2000). De acordo com a Sociedade 
Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA, 2017), 51% das mortes de crianças entre 1 e 9 anos ocorrem 
em piscinas e residências, o que demonstra o papel primordial na educação aquática desse público.
Além das questões sobre nível de habilidade ou possibilidade de incidentes, também será importante 
ao professor de natação ter conhecimento sobre alguma condição médica que seu aluno possa ter que 
o coloque em situação de risco aumentado. Problemas cardíacos, epilepsia, labirintite e outras afecções 
podem aumentar o risco de um problema com potencial grave durante a prática da natação ou outro 
exercício físico, ou seja, em alguns casos, deve‑se obter liberação médica antes do início do programa. 
Ao se conhecer tais condições, pode‑se planejar aulas adequando‑se a sua exigência de intensidade e 
cuidados de atenção, os quais se tornam mais críticos. Para completar este ciclo de cuidados, deve‑se 
solicitar exame dermatológico para evitar doenças transmissíveis como micose, e ao considerarmos 
atenção à higiene da piscina, o uso da ducha antes de entrar na água.
Figura 8 – Alguns ambientes oferecem riscos extras. Movimentação da água, temperatura 
e transparência são fatores que podem influenciar em acidentes
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1.3.1 Segurança e conforto
A temperatura é um fator importante para se considerar. Temperaturas muito baixas podem causar 
hipotermia, que é uma condição de queda da temperatura corporal muito comum em indivíduos que 
ficam à deriva no mar. Para o ensino de natação, temperaturas baixas vão tornar a atividade desagradável. 
Sempre que possível, a piscina deve ser ajustada entre 28 oC e 30 oC (DI MASI; BRASIL, 2001) para os 
aprendizes que passam mais tempo parados e precisam de uma recuperação maior entre um exercício 
e o próximo. Entretanto, temperaturas muito altas da água podem causar exaustão e dificuldade em 
dissipar o calor corporal em exercícios mais intensos.
Os óculos de natação são muito úteis por diversos aspectos: reduzem a sensação de olhos ardendo, 
protegendo‑os de irritação, e permitem enxergar embaixo d’água, o que aumenta a segurança e o 
conforto. Sempre que possível, encoraje seus alunos a possuírem óculos de natação. Alguns modelos são 
bem acessíveis, outros contam até com película antiembaçante. Se o seu modelo não possui tal película, 
basta passar um pouco de saliva pelo lado interno da lente para diminuir o embaçamento.
Já as toucas são de uso obrigatório nas piscinas de aprendizagem, pois previnem a queda de cabelos 
na água da piscina, uma condição de higiene e, no caso de cabelos longos, protegem ainda contra 
enroscos nas raias.
Figura 9 – O uso de óculos de natação aumenta a segurança e o conforto do nadador. 
O uso de touca, além de evitar enrosco dos cabelos, aumenta a higiene 
da piscina ao evitar acúmulo de cabelos no fundo
1.3.2 Autossegurança dos alunos e do professor
Em geral, um incidente aquático ocorre por associação de alguns fatores. Normalmente, mais de um 
fator está presente na geração de um incidente – com potencial para tornar‑se grave:
• Falta de conhecimento do risco: uma pessoa pode se colocar em risco simplesmente por 
desconhecê‑lo. Alguém que caminha calmamente com água na altura da cintura em uma praia 
pode não estar ciente de que a areia pode estar irregular e pode haver um buraco bem à sua frente.
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• Falta de senso de responsabilidade: em alguns casos, mesmo sabendo que há riscos, a pessoa pode 
não tomar a precaução necessária para evitar um acidente. Mergulhar em um lago, por exemplo, 
pode parecer inofensivo, mas o risco de haver uma pedra ou tronco submerso remete à necessidade 
de checar o local antes, ou aprender com quem já conhece o local, se é seguro ou não mergulhar.
• Falta de habilidade: às vezes, mesmo se conhecendo o risco, a falta dehabilidade pode ser 
predominante na instalação de uma emergência. Uma pessoa que está andando e se segurando 
na borda em uma piscina relativamente rasa, caso escorregue e deixe a borda escapar do seu 
contato, pode ter dificuldade em ficar novamente em pé, mesmo que não seja fundo. Ela tem 
pouca habilidade para permanecer em pé caso venha a escorregar, não tem controle corporal 
suficiente para usar a água como apoio para ficar em pé novamente e tem pouca vivência sobre 
a resposta do corpo ao movimento do braço e do tronco para restabelecer a posição. É possível 
até mesmo que ela tente apoiar a mão no fundo da piscina para tentar se levantar – como faria 
se estivesse fora da água –, o que muitas vezes não será efetivo dentro da água.
 Lembrete
A segurança de um indivíduo na água relaciona‑se com três importantes 
fatores: conhecimento do risco, senso de responsabilidade consigo e com 
os outros, habilidades para sobrevivência e resgate (AUSTSWIM, 2001).
Em relação ao professor, é importante que esteja preparado para evitar incidentes e lidar com eles 
caso aconteçam. É importante o professor estabelecer regras, estar atento aos alunos e ambientes, não 
permitir brincadeiras perigosas e estar apto fisicamente e com as suas próprias habilidades de natação 
e conhecimento de auxílio e resgate em dia.
1.3.3 Riscos envolvidos com o ensino de natação
Para que o professor tenha uma maior clareza ao planejar atividades e considerar seus riscos, pode‑se 
dividir os riscos envolvidos com a natação em dois principais grupos.
1.3.3.1 Riscos ambientais
O ambiente aquático oferece um risco exclusivo e que pode ser fatal: o afogamento. Este deve ser 
a principal preocupação do professor, que também deve ter conhecimento e controle sobre outros 
riscos ambientais. Nos primeiros contatos com a piscina, o professor deve orientar os alunos sobre as 
características da piscina, os riscos e as atitudes desejadas no dia a dia.
Local raso
A parte rasa da piscina ou de um ambiente natural, como um lago, oferece apoio no piso para os alunos 
que possuem menos experiência. No entanto, pode ser um risco se alguém mergulhar ou mesmo saltar em um 
local raso. Assim, alunos devem ser orientados a não saltar sem a permissão do professor, pois asseguraremos 
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Unidade I
que saltarão em local permitido e seguro. Devem ser ainda orientados sobre os riscos que envolvem mergulhar 
em outros locais rasos, contribuindo para que saibam julgar situações fora da aula, no ambiente familiar ou 
social, por exemplo, evitando acidentes. Um segundo fator importante está presente quando o local é raso, mas 
o aprendiz é pouco habilidoso, pode se desequilibrar e não conseguir manter o rosto fora da água para respirar. 
Pode parecer pouco provável, mas é uma situação que necessita da atenção do professor por seu alto risco.
Figura 10 – Mergulhar em um local raso é extremamente perigoso, pois se houver colisão com o fundo em velocidade, o risco de 
lesão na coluna ou crânio é muito grande. Também pode haver pedras ou bancos de areia em um local que se considere fundo para 
mergulhar, portanto devemos orientar nossos alunos
Um acidente ao mergulhar em local raso pode matar ou causar lesões irreversíveis. Oriente seus 
alunos a se comportarem com segurança na água e nos arredores. Não permita que mergulhem sem 
orientação em sua aula. O professor pode evitar acidentes através da educação!
 Saiba mais
Marcelo Rubens Paiva é autor de Feliz Ano Velho. Ele descreve, a partir 
de um acidente ao mergulhar em uma lagoa, o rumo que sua vida tomou 
devido ao acidente. Não deixe de ler o livro, que ao invés de relatar uma 
tragédia, mostra a força necessária para quebrar barreiras!
PAIVA, M. R. Feliz ano velho. São Paulo: Alfaguara, 2015.
Local fundo (risco de afogamento)
Especialmente envolvendo aprendizes, o risco de afogamento é aumentado se está presente uma 
das condições a seguir: falta de equilíbrio, ou seja, mesmo em água rasa o suficiente para dar pé, o aluno 
não tem habilidade para manter a cabeça para fora da água, ou profundidade excessiva – local onde não 
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é possível se apoiar no fundo – associada à pouca habilidade, impossível de garantir a manutenção da 
cabeça fora da água. Havendo essas condições presentes, o professor deve atuar de modo a garantir a 
segurança de seus alunos primordialmente.
Figura 11 – O acesso à piscina deve ser controlado. Crianças não devem ter acesso sem a supervisão de um adulto, pois, para uma 
criança, a visão de uma bola na superfície da água não mostra o risco real envolvido, e ela pode se sentir atraída
Os professores responsáveis devem instituir um controle de acesso à piscina. Mesmo uma piscina 
rasa pode ser perigosa para uma criança que não consegue se equilibrar. Devem ser instaladas portas 
com trava em altura que uma criança não alcance ou, se possível, com fechadura, para que possa ficar 
trancada enquanto não tiver supervisão de um responsável.
Se no local houver uma porta de emergência, deve haver uma trava que permita apenas a saída do 
local, mas nunca a entrada sem autorização.
Piso escorregadio
No entorno da piscina, nos acessos aos vestiários e até mesmo em áreas de circulação próximas, 
o piso pode estar molhado, bem como os pés. Há um grande risco de escorregamento, podendo 
causar danos à coluna, cabeça ou membros tanto em crianças como em adultos e idosos. Avisos de 
piso escorregadio podem ajudar a orientar os usuários em áreas como estas. Se o professor planejar 
atividades de aquecimento fora da água, não deve incluir corridas ou mudanças bruscas de direção. No 
limite da abrangência deste item, devemos considerar até mesmo o piso da própria piscina, geralmente 
de azulejos, que também fica escorregadio e pode gerar quedas ou perda de equilíbrio, perigosos 
especialmente para o aluno que não tem habilidade para reequilibrar‑se novamente sozinho.
Entrada e saída da água
Esta manobra é geralmente feita sem nenhum problema, mas com pessoas que têm pouca intimidade 
com o ambiente da piscina pode provocar um acidente. Oriente seus alunos a usar a escada com cuidado 
para não escorregar, especialmente para alunos obesos, idosos ou gestantes, para os quais um escorregão 
pode levar mais facilmente à queda ou lesão. Para sair da piscina sem usar a escada, há o risco de escoriação 
na borda, portanto esteja certo que seu aluno tem força e habilidade necessárias para fazê‑lo sem risco.
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Figura 12 – Entradas e saídas na água podem ser feitas pela escada com 
mais segurança, especialmente para idosos, obesos ou pessoas com mais 
dificuldade de locomoção. Certifique‑se de que a escada está em boas condições
Bordas ou superfícies
As bordas de azulejo de uma piscina podem ser cortantes, especialmente quando a pele fica macia 
após algum tempo de contato na água. Portanto, tenha conhecimento se alguma parte da borda ou 
dos azulejos de uma piscina tiver esta característica para evitar acidentes. Além disso, pode também 
haver algum azulejo quebrado, aumentando o risco de cortes. O professor deve orientar os alunos 
a evitar o uso da parte da piscina que apresentar problema de superfícies cortantes e comunicar os 
responsáveis pela manutenção sobre a necessidade de reparo. Esteja atento também a parafusos da 
escada, do ralo etc.
Raias
As raias que dividem uma piscina podem apresentar risco aos alunos, especialmente quando os 
alunos não usam óculos de natação e podemse chocar contra a raia. Um risco maior é associado se o 
aluno usar correntes ou brincos grandes, que podem se enroscar na raia.
Figura 13 – As raias divisórias apresentam um possível risco de colisão, pois sua superfície 
pode ser cortante dependendo da velocidade do choque. Também oferecem risco 
de emaranhar em correntes ou cabelos longos soltos
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Ralos
Os ralos são uma questão importante de risco de vida. Em geral, teme‑se que a força de sucção do 
ralo – que pode estar localizado no fundo ou na lateral – possa prender o nadador, impedindo‑o que 
suba para respirar. Além desse risco, há ainda a possiblidade de o cabelo ou uma corrente ou brinco entrar 
pelo ralo e se emaranhar, também impedindo a soltura e causando o risco de afogamento. A NBR 10339 
estabelece que novas piscinas devem contar com o ralo antissucção, minimizando parte dos riscos, 
mas o professor deve estar atento de qualquer modo, proibindo brincadeiras com este equipamento e 
orientando os alunos.
Figura 14 – O sistema de escoamento da piscina é um item importante de segurança. Deve seguir as normas 
de segurança para diminuir o risco de prender por sucção alguma parte corporal ou mesmo de emaranhamento 
de cabelos, correntes ou quaisquer outras partes de vestimenta (cordão de sunga ou biquíni) ou equipamentos. 
A integridade dos azulejos também é importante para a segurança dos alunos
Eletricidade
A água é altamente condutora de eletricidade. O professor deve se certificar que o risco de choque 
elétrico está ausente. São fontes perigosas de acidentes a presença de fios elétricos pelo chão molhado, 
mesmo que momentaneamente, instalações elétricas que ficam expostas à umidade (como interruptores 
de luz em paredes úmidas), aparelhos sonoros instalados na piscina e bombas de circulação de água 
sem a devida proteção. Fique atento à presença destas ou outras condições de risco e alerte o pessoal 
de manutenção quando necessário. Certifique‑se com o bombeiro ou responsável pela instalação 
sobre a existência de para‑raios e o risco local de descargas elétricas atingirem a piscina e, em dias de 
tempestade, siga as orientações recebidas.
1.3.3.2 Riscos atitudinais
Ao mesmo tempo em que riscos ambientais podem estar presentes, muitos acidentes ocorrem por 
uma atitude incorreta dos nadadores ou dos professores. Analisemos a seguir os riscos decorrentes de 
atitudes inapropriadas.
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Falta de imposição e cumprimento de regras
O ambiente de aprendizado deve ter regras definidas para a segurança dos usuários. É importante 
que a equipe de professores defina quais serão as regras de utilização para minimizar os riscos. 
Algumas regras comumente utilizadas podem ser vistas no quadro a seguir, que podem ser aplicáveis 
em situações específicas.
Quadro 1 – Regras de utilização do ambiente da piscina (exemplos)
Regras
Proibido entrar 
na área da piscina 
sem a presença de 
um professor
Não correr 
em volta 
da piscina
Não mergulhe fora 
do espaço e do 
momento permitidos
Proibido entrar 
com alimentos 
ou chicletes
Entrar na água 
pela escada ou 
sentado da borda
Uso de touca 
é obrigatório
Aguarde seu 
horário para 
entrar na área 
da piscina
Simultaneamente ao estabelecimento de regras, é importante verificar se estas estão sendo 
cumpridas. O comprometimento e o profissionalismo da equipe de professores e funcionários é 
fundamental para que a segurança do espaço seja aumentada. Já houve casos de afogamento em 
piscinas escolares porque possivelmente algum funcionário deixou a portinhola de acesso destravada 
– o risco seria zero se houvesse uma regra estabelecida e cumprida.
Figura 15 – Regras podem, às vezes, ser proibitivas, mas são necessárias. Ao se tornar um professor de natação, 
você deve entender a necessidade de impor regras para utilização do espaço sob sua responsabilidade
Brincadeiras perigosas
Muitas brincadeiras podem parecer inofensivas, até que ocorra um acidente. Correr para mergulhar 
pode causar um escorregamento e lesão, o mesmo ocorrendo com um pega‑pega em torno da piscina. 
Algumas brincadeiras, como a “pirâmide humana”, mesmo dentro da água, podem provocar quedas e 
lesões. Algumas crianças e adolescentes gostam de ameaçar amigos com brincadeiras de submersão, 
como o “caldo”, que podem gerar pânico e afogamento. O professor deve estar atento aos alunos mesmo 
nos momentos de lazer livre, para garantir sua segurança, estabelecendo as regras e mantendo a ordem, 
sem perder a oportunidade da ludicidade, mas privilegiando a segurança. Brincadeiras de fingir estar 
se afogando também devem ser desencorajadas, por confundir as pessoas em volta e mascarar uma 
possível emergência real.
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Falta de comprometimento com a segurança
As pessoas devem estar cientes e se preocupar com sua segurança. Alguns acidentes acontecem 
porque indivíduos nem sempre estão cientes, avisados ou comprometidos com a sua segurança, e 
eventualmente colocam também em risco outras pessoas. Atitudes como mergulhar em uma lagoa 
rasa ou com pedras, ou mesmo caminhar para o fundo em uma praia podem colocar em risco sua 
segurança e a de quem o acompanha. Inúmeros casos de afogamento ou lesões na coluna ocorrem em 
acidentes com causas como estas. Em geral, uma aula de natação bem conduzida não oferecerá tais 
perigos. Mas para que você seja um professor comprometido com a segurança de seus alunos, você pode 
orientá‑los dos riscos que podem estar presentes em outros ambientes aquáticos fora da aula. No caso 
de crianças, sempre que possível também oriente os pais sobre os principais focos de atenção que devem 
ser mantidos em cada ambiente aquático.
Falta de atenção do responsável
Pais são responsáveis por suas crianças enquanto brincam na água, professores são responsáveis 
por seus alunos (crianças ou adultos). Deixar aqueles pelos quais somos responsáveis constitui 
um grave erro de responsabilidade. Mesmo em brincadeiras inofensivas, na parte rasa, uma 
criança pode ter dificuldades e se afogar. Ainda que esteja usando boias, e tenha outras pessoas 
próximas, os pais (ou professores) não devem subestimar a chance de um problema ocorrer. 
Mesmo pessoas que saibam nadar podem ter problemas, como uma cãibra ou mal súbito. Por 
isso, nunca deixe pessoas sem atenção adequada frequentarem um ambiente aquático quando a 
responsabilidade for sua.
Figura 16 – Uma brincadeira inofensiva e aparentemente segura 
pode se transformar em uma situação de risco. Nunca deixe pessoas 
sozinhas na água, especialmente quando você for o responsável
Muito se pode fazer para evitar acidentes e afogamentos nas piscinas e outras áreas aquáticas. Veja, 
por exemplo, o que propõe Szpilman (2000) no quadro a seguir:
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Quadro 2 – Medidas de prevenção para afogamentos
Praias
1. Nade sempre perto de um guarda‑vidas
2. Pergunte ao guarda‑vidas o melhor local para o banho
3. Não superestime sua capacidade de nadar – 46,6% dos afogados acham que sabem nadar
4. Tenha sempre atenção com as crianças
5. Nade longe de pedras, estacas ou piers
6. Evite ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados antes do banho de mar
7. Crianças perdidas: leve‑as ao posto de guarda‑vidas
8. Mais de 80% dos afogamentosocorrem em valas
9. Nunca tente salvar alguém em apuros se não tiver confiança em fazê‑lo
10. Ao pescar em pedras, observe antes se a onda pode alcançá‑lo
11. Antes de mergulhar no mar, certifique‑se da profundidade
12. Afaste‑se de animais marinhos como água‑viva e caravelas
13. Tome conhecimento e obedeça às sinalizações de perigo
Piscinas
1. Mais de 65% das mortes por afogamento ocorrem em água doce
2. Crianças devem sempre estar sob supervisão de um adulto. 89% das crianças não têm supervisão durante o banho de piscina
3. Leve sempre a criança consigo caso tenha que se afastar da área da piscina
4. Isole a piscina. Grades de segurança com 1,5 m de altura e 12 cm entre as verticais reduzem afogamentos em 50% a 70%
5. Boia de braço não é sinal de segurança. Cuidado!
6. Evite brinquedos próximos à piscina, pois estes atraem uma criança sem supervisão
7. Desligue a circulação da piscina quando for usá‑la
8. Tenha telefone por perto quando estiver na piscina
9. Não pratique hiperventilação sem supervisão confiável
10. Cuidado com mergulhos em local raso. Coloque avisos
11. 84% dos afogamentos ocorrem por distração do adulto
12. Ensine sua criança a nadar
13. Mais de 40% dos proprietários de piscinas não sabem realizar os primeiros socorros. Cuidado!
Adaptado de: Szpilman (2000).
1.3.4 Postura e atuação do professor de natação
Podemos então enumerar algumas das principais considerações para que o professor possa se 
preparar para prevenir e agir em emergências:
Habilidades de natação
Por mais óbvio que pareça, é importante o professor estar em pleno desenvolvimento de suas 
habilidades de natação compatíveis com o ambiente em que trabalha. Professores que trabalham 
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NATAÇÃO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
em piscinas fundas nunca poderiam estar em dúvidas sobre sua capacidade de lidar com alunos em 
dificuldade nesta condição. Mas essa habilidade pode não ser suficiente se este professor for trabalhar 
com natação em águas abertas, como no mar ou represas, por exemplo – será necessária preparação 
extra para se adequar a ambientes mais complexos. O professor deve ter a autocrítica e a capacitação 
necessária para cada situação.
Conhecimento de estratégias de auxílio
Em uma piscina rasa, com alunos pouco habilidosos, o professor deve estabelecer contato com a 
mão para ajudar um aluno a recobrar a posição vertical em uma situação inesperada de desequilíbrio. 
Se o aluno for um adulto mais pesado, provavelmente precisará das duas mãos para fornecer o apoio 
necessário. Já em uma piscina funda, a prevenção pode ser exercida ao se colocar alunos menos 
habilidosos nas raias das bordas, oferecendo uma mão ou um material de apoio. Estes conhecimentos 
são adquiridos com o tempo, mas é importante que o professor esteja atento a cada necessidade e 
situação possível, para agir corretamente.
Posicionamento adequado
Como citado anteriormente, uma posição adequada do professor vai ajudá‑lo a estar mais próximo 
de uma situação mais provável de ocorrer um problema. Isso primordialmente é importante para o 
reconhecimento antecipado de problemas e, como veremos a seguir, para atuar em uma emergência. 
Locais fundos, alunos pouco habilidosos ou locais de maior risco são considerados para o professor assumir 
seu posicionamento durante a aula. Isso inclui estar de frente para a piscina – parece óbvio, mas muitos 
professores descuidam‑se ao atender um pai de aluno ou outro colega e ficar de costas para a piscina, ou 
seja, deixando de estar bem posicionado para observar e para agir.
Atenção permanente
O professor, sendo o responsável pela segurança dos alunos, não pode deixar de estar atento 
por todo o tempo. Lembre‑se que a segurança dos seus alunos é o mais importante enquanto 
você estiver em serviço. Não negligencie a atenção e você evitará a possibilidade de ocorrerem 
muitos problemas. Muito possivelmente algum fato tentará desviar sua atenção – uma mensagem 
no celular, uma imagem na TV da sala de espera, um colega lhe perguntando algo. Mantenha a 
atenção nos seus alunos.
Prontidão para resposta
Caso algum problema venha a acontecer, é necessário que o professor aja rapidamente. Não há 
tempo a perder, você terá apenas o tempo para decidir sobre a melhor resposta e agir prontamente. 
Assim sendo, torna‑se importante a antecipação. O que você faria se um aluno habilidoso tivesse uma 
cãibra na raia central? Ou se um aluno iniciante escorregasse no raso do outro lado da piscina? Se uma 
criança caísse na água? Antevendo os problemas que podem acontecer, você terá uma prontidão maior, 
sem vacilar, e tomará a decisão correta.
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 Observação
Ao se preparar para dar aulas de natação, observe o ambiente, sabendo 
qual parte da piscina é mais crítica, e também os seus alunos, cada qual 
exibindo diferentes níveis de habilidade, requerendo, portanto, diferentes 
níveis de atenção. Por exemplo, alunos com pouca habilidade requerem 
a proximidade do professor. Leve ainda em consideração o número de 
alunos sob sua responsabilidade naquele momento, para determinar seu 
posicionamento ideal na piscina.
1.3.5 Resgate aquático
Um professor de natação deve estar preparado para lidar com situações de emergência. Sem ter a 
pretensão de treiná‑lo para ser um “salva‑vidas”, o que demandaria muito mais tempo e treinamento, 
algumas considerações são importantes para minimizar o risco de situações de emergência.
Em conjunto com as considerações estudadas anteriormente sobre os fatores de risco, o professor 
terá condições de trabalhar para evitar e lidar com emergências.
Os professores que desejam avançar nestes conhecimentos devem procurar serviços especializados 
de formação em primeiros socorros e salvamento.
 Observação
Estamos considerando situações em que o resgate é necessário 
para evitar afogamentos, e não lidando com o afogamento em si, 
que pode evoluir para uma parada cardiorrespiratória, por exemplo. 
Nesta situação extrema, você deverá seguir os procedimentos de 
primeiros socorros estabelecidos para a sua região, a depender 
do seu nível de treinamento e da distância da ajuda especializada 
(Resgate – tel. 193 ou Samu – tel. 192), dependendo da gravidade 
de cada caso.
Posicionamento
Procure um posicionamento próximo à situação de maior risco. Geralmente, alguns locais 
podem oferecer um risco maior, como a rampa para a parte funda, as bordas das plataformas de 
apoio para crianças pequenas, a raia onde ficam os alunos menos habilidosos ou a saída de um 
escorregador (na recreação aquática). Regiões menos visíveis devido a condições de iluminação ou 
névoa também são críticas.
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Atenção e prontidão
Como discutido anteriormente, o professor deve estar atento e pronto para agir. Evite 
distrair‑se com conversas, uso de telefone ou mensagens ou outras ações que o afastem da plena 
atenção aos alunos. Se necessário conversar com alguém, por exemplo, coloque a pessoa à sua 
frente, enquanto ao mesmo tempo consegue observar a piscina, ao invés de virar‑se de costas 
para a piscina para conversar.
O significado de prontidão também engloba sua preparação para lidar com estas situações. 
Você, como professor de natação, deve ganhar habilidades, capacidades e atitudes para poder estar 
preparado para lidar com emergências. Esteja ciente da responsabilidade de lidar com possíveis 
situações críticas e somente assuma uma turma de natação se estiverplenamente seguro.
Materiais de apoio
Tenha sempre prontos materiais que podem auxiliá‑lo. Algumas piscinas organizadas 
possuem boias circulares em suportes na parede ou próximas à água. Pode‑se também utilizar 
os “espaguetes”, ou algum bastão rígido, para poder oferecer a uma pessoa experimentando um 
problema próximo à borda.
Logicamente, o professor já terá antecipado tal necessidade, por exemplo, ao acompanhar um aluno 
na sua adaptação ao acesso na parte do fundo. Se estiver munido de um espaguete ou bastão, em 
qualquer sinal de necessidade, poderá oferecê‑los ao aluno sem precisar pular na água. Isso minimiza 
também o desconforto do fator psicológico causado no aluno que frequentemente precisa ser “salvo” 
pelo professor que pula na água.
Figura 17 – Uma boia circular à mão pode fazer uma grande diferença na hora de auxiliar um nadador 
que esteja experimentando dificuldades. A antecipação é um fator de aumento de segurança
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Também os materiais de apoio podem ser arremessados (especialmente a boia circular com corda, 
para trazer o resgatado para a borda) ou podem ser levados a um indivíduo distante da borda (a própria 
boia circular ou outro elemento flutuante).
Acesso ao aluno
Vamos aqui considerar um aluno em situação de aula primeiramente. Uma piscina pode apresentar 
dificuldades no acesso direto, por causa da distância, de raias no caminho ou de muitos usuários entre 
você e o aluno que precisa ser socorrido.
Em geral, se você tiver que entrar na água para acessar o aluno, escolha o ponto mais próximo da 
borda, em especial se a piscina for grande. Correr até o local de entrada na água próximo ao aluno 
pode significar ganhar tempo. Isso também vale em locais abertos, como represas, rios ou mar, onde a 
distância a ser nadada pode atrasar a chegada ao aluno.
Outro fator importante de julgamento antes de entrar na água é a possibilidade e necessidade de 
levar um objeto flutuante. Sempre leve consigo um objeto que possa auxiliar na flutuação do socorrido, 
pois, em situação de pânico, uma pessoa vai ter ações inesperadas, bruscas e usará toda sua força para 
permanecer na superfície, incluindo agarrar o socorrista.
Para evitar necessidade de usar técnicas de “luta” e desvencilhamento, uma vez agarrado com força 
por uma pessoa desesperada, leve o objeto flutuante e ofereça‑o ao chegar próximo, colocando o objeto 
entre você e o aluno. Assim, você evita ser agarrado se a pessoa estiver fora de controle. Mesmo socorristas 
treinados tentam evitar este tipo de abordagem de contato quando é possível oferecer um objeto flutuante.
Figura 18 – Em uma piscina grande, bem como em ambientes 
naturais, é importante acessar por um ponto 
próximo a quem necessita de ajuda
Reestabelecendo a segurança
Ao estabelecer flutuação através da entrega do objeto flutuante, acalme o aluno e lentamente 
traga‑o para a borda, ou para o raso, se estiver próximo. Não é interessante criar um alarde para o fato, 
tranquilize‑o e, quando possível, faça‑o entender o que houve de errado e o que foi feito para ele estar 
seguro novamente. A racionalização do entendimento do que estava faltando para o incidente ser 
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evitado e das ações de ajuda realizadas é importante para o seu aluno compreender o fato e trabalhar 
para evitar novas necessidades.
Em uma situação de lazer, quando você não está dando aulas de natação, ao se deparar com uma 
situação em que pode ajudar, utilize as mesmas técnicas vistas anteriormente. Entre na água somente 
em locais conhecidos e pelo ponto mais próximo à pessoa, esteja consciente de sua condição segura 
para voltar à terra, leve um material flutuante e ofereça‑o à sua frente, não permitindo ser agarrado.
 Lembrete
Técnicas especiais de salvamento são necessárias para ações mais 
complexas, e você precisará de treinamento especializado para algumas 
situações. Deixe resgates complexos para pessoal com treinamento 
adequado, limitando‑se a ajudar dentro de sua condição de preparo e 
competência, para não colocar sua vida em risco.
2 FÍSICA APLICADA À NATAÇÃO: HIDROSTÁTICA, HIDRODINÂMICA E SUAS 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DA NATAÇÃO
O entendimento de Física vai proporcionar ao professor de natação uma série de conhecimentos 
para melhorar sua atuação junto a seus alunos. As duas áreas da Física que interessam nessa tarefa são 
a Hidrostática e a Hidrodinâmica.
Com este conhecimento, será possível usar a Física a favor da natação, facilitando o aprendizado através 
do planejamento de atividades que utilizarão os conceitos para uma melhor eficiência na aprendizagem, 
levando em conta, evidentemente, o nível de maturação e desenvolvimento de cada aluno.
2.1 Hidrostática
Hidrostática é a parte da Física que estuda o equilíbrio dos corpos na água. No caso da natação, é 
importante ao professor dominar o conhecimento sobre a questão da flutuabilidade dos nadadores. A 
flutuabilidade é a condição que um corpo irá possuir de flutuar ou afundar. Esta é uma propriedade 
física, ou seja, não depende do aprendizado de técnicas.
Pode parecer estranho, mas a flutuação de um objeto ou pessoa na água não é definida pelo fato de 
saber ou não nadar. Na verdade, depende de características do material que compõe aquele objeto ou 
da composição corporal individual no caso do ser humano.
Portanto, uma pessoa pode saber nadar muito bem, mas se parar de se movimentar, ela irá afundar. 
E, por outro lado, mesmo uma pessoa que não saiba nadar, pode ainda assim ser capaz de flutuar muito 
bem. Como isso acontece?
Para entender a flutuabilidade de um corpo, os conceitos iniciais serão vistos a seguir.
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2.1.1 Conceitos iniciais
2.1.1.1 Massa e peso
Massa é a quantidade de matéria que um corpo possui. Objetos podem ser compostos de um só 
material, como um bloco de isopor, por exemplo, ou por diferentes substâncias, como o corpo humano, 
que possui muitos diferentes tecidos (ósseos, musculares, adiposos etc.).
Peso é normalmente um dos principais fatores que os leigos levam em conta para tentar “adivinhar” 
se uma pessoa irá flutuar ou não. Normalmente, podem‑se ouvir conversas animadas entre banhistas no 
sentido de que pessoas mais pesadas irão afundar com facilidade, enquanto que pessoas consideradas 
leves tendem a flutuar mais facilmente. Isso é pura crença popular.
O professor de natação deve conhecer os fatores físicos que determinam a chamada flutuabilidade 
de um objeto – ou de uma pessoa. Para isso será necessário revisar um pouco de Física.
O conceito de peso é a definição de uma força no sentido vertical, com direção para baixo, determinado 
através da multiplicação da massa de um objeto ou pessoa, pela força da gravidade (abreviado como 
“g”). Obtém‑se:
P = m . g (peso é igual a massa vezes a aceleração da gravidade)
Na Terra, logicamente nosso único ambiente de estudo, g = 9,8 m/s2.
Quando dizemos que uma pessoa pesa 100 quilogramas (denominação correta é 
quilogramas‑força), já que é a expressão de seu peso. Uma balança consegue fazer a medição 
desta força através de um sistema mecânico ou eletrônico que interpõe uma plataforma abaixo 
da pessoa, sofrendo, portanto exatamente a ação desta força. O peso também pode ser expresso 
em Newtons (N). Um Newton (1 N) é a força exercida por um corpo de massa igual a 1 kg em 
aceleração de 1 m/s2.
Diferentemente do que pensam os leigos – nossos alunos –, uma variável determinante na 
flutuabilidade deum objeto que o professor de natação deve saber para auxiliar no planejamento das 
atividades é o volume corporal.
2.1.1.2 Volume
O volume de um corpo representa o espaço que ele ocupa e pode ser determinado facilmente 
em um objeto regular, como um cubo ou paralelepípedo, multiplicando as suas dimensões de altura, 
largura e profundidade. As dimensões devem estar expressas na mesma unidade de medida (todas em 
centímetros ou todas em metros, por exemplo).
V = a. l . p (volume é igual a multiplicação de altura, largura e profundidade)
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Sendo uma multiplicação de três fatores de mesma unidade de medida, será expressa elevada 
à 3ª potência (cubo): centímetros cúbicos (cm3), metros cúbicos (m3) ou relações conhecidas 
(1 m3 = 1.000 litros, 1 litro = 1.000 cm3 etc.).
Um paralelepípedo de 15 cm de altura, 20 cm de largura e 10 cm de profundidade terá um volume:
V = 15 cm . 20 cm . 10 cm = 3.000 cm3 (ou 3 litros)
Para corpos irregulares, podem‑se fazer estimativas aproximadas ou a imersão em uma cuba 
com volume conhecido. Ao se submergir o objeto, basta verificar a variação de volume ocorrida 
em um medidor, ou coletar a água que tenha extravasado, para se conhecer o volume exato do 
objeto. O mesmo pode ser feito com o corpo humano, para determinar seu volume exato. Caso uma 
medida exata não seja necessária, podem‑se utilizar fórmulas antropométricas que irão, através 
de medidas de diâmetros e comprimentos dos segmentos corporais, aproximar‑se de um valor 
razoavelmente aceitável.
2.1.1.3 Densidade de um objeto
Densidade é a relação entre peso e volume. Pode ser expressa pela fórmula:
D = P / V (densidade é igual ao peso de um objeto dividido pelo seu volume)
Conhecendo as medidas de peso e volume, é possível então determinar a densidade de um objeto 
ou corpo. Essa medida vai ser expressa na relação entre as medidas de cada fator, ou seja, por exemplo, 
indicará kg/litro, ou g/cm3, ou ainda kg/m3 etc.
Cada substância – sólida, líquida ou gasosa – terá sua densidade específica nas CNTP (condições 
normais de temperatura e pressão).
Figura 19 – Os balões podem voar porque o ar quente em seu interior é 
menos denso que o ar frio circundante. Da mesma forma, objetos menos 
densos do que a água irão flutuar quando imersos na água
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2.1.1.4 Densidade da água
A densidade da água doce é estabelecida como padrão de comparação universal e equivale a 1 kg/litro 
(um quilograma por litro). Isso significa que cada litro de água doce pesa exatamente um quilograma, ou 
ainda que o volume equivalente à massa de um quilograma de água é exatamente de um litro.
Dágua = 1kg/l
Esta relação como padrão é extremamente importante para o professor de natação, pois justamente 
é a relação entre a densidade e a densidade do corpo humano que nos interessa para determinar a 
flutuabilidade de um indivíduo.
2.1.1.5 Densidade do corpo humano
Você já deve ter ouvido falar que o “corpo humano é composto basicamente por água”. Logicamente, 
muitos outros elementos vão ajudar a formar as estruturas das células, dos tecidos e demais componentes 
do corpo, mas a grande presença da água vai aproximar a densidade do corpo humano da densidade da água 
em si. Há uma variação que pode ser determinada pela raça, estado nutricional, hidratação, proporção entre 
tecidos etc. Mas pode‑se dizer que a densidade corporal humana é próxima de 0,98 kg/l (PALMER, 1990) em 
uma média populacional (em alguns indivíduos será maior que este valor, em outros será menor). Isso indicaria 
uma tendência ligeira à flutuação (2%), mas devemos lembrar que esta medida populacional é apenas uma 
média, ou seja, não representa a tendência de cada indivíduo. Outros autores determinaram valores diferentes, 
principalmente devido a diferenças populacionais ou metodologia (volume pulmonar, por exemplo).
Essa densidade é individual, pois a proporção de tecidos é diferente de pessoa para pessoa. Para 
considerar apenas tecidos mais significativos, podemos ter grandes diferenças na ossatura humana, alguns 
indivíduos possuem uma ossatura maior em volume e em densidade óssea. Também varia a quantidade de 
gordura corporal de acordo com uma série de fatores. Ou seja, apenas nestes dois tecidos citados pode haver 
uma grande influência de um tecido mais denso do que a água (osso) e um tecido menos denso do que a 
água (gordura), influenciando diretamente na flutuabilidade final do corpo. Um órgão também intervém 
enormemente na flutuabilidade final – os pulmões –, pois estão preenchidos com ar, o que os torna de 
densidade muito baixa (grande volume e baixo peso), impactando ao diminuir a densidade média do corpo.
É muito comum a afirmação de que os obesos flutuam mais. Certamente, uma maior quantidade de 
tecido adiposo proporcionalmente aos demais tecidos corporais vai resultar em uma menor densidade 
média daquele corpo (a gordura ocupa maior volume em relação a seu peso, por ser menos densa).
Portanto, a obesidade pode facilitar a flutuação. Por outro lado, indivíduos com pouca habilidade, 
mesmo que assegurada a flutuação, sofrem da perda de equilíbrio, não conseguindo permanecer com 
o rosto para fora da água quando flutuando. Como um fator adicional, mesmo que uma pessoa se 
equilibre para ficar flutuando de costas na água com a face livre, ela pode experimentar dificuldade para 
levar suas pernas em direção ao fundo da piscina novamente para ficar em pé, seja por falta de força, 
seja por falta de coordenação. Os exercícios de recuperação vertical (que serão estudados adiante) irão 
possibilitar o posicionamento conforme o desejo e necessidade do praticante.
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2.1.2 Relação entre densidade corporal e densidade da água
A relação entre a densidade de um corpo e a densidade da água é que vai determinar sua flutuabilidade. 
Se a densidade do corpo for maior que a da água, ele irá afundar. Se a densidade de um corpo for menor 
que a densidade da água, ele irá flutuar.
Pensemos em uma garrafa pet de refrigerante de 2 litros. Vamos desprezar o peso do plástico em 
si. Assim, se ela estiver cheia de isopor, terá um volume de 2 litros e um peso de aproximadamente 
120g. Certamente a garrafa flutuará, pois a densidade do isopor é cerca de 60 kg/m3, bem menor que a 
densidade da água (1.000 kg/m3).
Se a mesma garrafa de 2 litros estiver preenchida com areia, vai pesar cerca de 3 quilogramas, pois a 
densidade da areia é de cerca de 1.500 kg/m3. Certamente, a garrafa afundará, pois sua densidade será 
maior que a da água.
Mas o que aconteceria se a garrafa estivesse cheia de água? O seu peso (desprezando o recipiente plástico) 
seria exatamente de 2 quilogramas, e o seu volume, sendo 2 litros (a mesma garrafa pet dos exemplos anteriores) 
determinaria uma densidade de 1 kg/l. A garrafa, portanto, não afundaria, nem flutuaria – chamamos esta 
condição de flutuabilidade neutra. Se a garrafa fosse colocada na superfície, ficaria ali. Se fosse colocada no 
fundo, também ficaria parada. Até mesmo se, hipoteticamente, colocássemos a garrafa a meia‑água (sem tocar 
nem a superfície nem o fundo), ela ficaria ali estacionada, pois tem a mesma densidade do meio circundante.
2.1.3 Princípio de Arquimedes
Congregando estes conhecimentos até aqui desenvolvidos, podemos chegar à explicação encontrada 
por Arquimedes, que estabeleceu o enunciado do que hoje chamamos de princípio de Arquimedes, 
sobre a flutuabilidade: “Todo

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