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Farmacologia-T2

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FARMACOLOGIA APLICADA A MEDICINA I - T2
 AULA XII → Tratamento farmacológico da depressão
Neurotransmissores do SNC: Ach, NA (relacionada ao alerta), dopamina (prazer, motivação
– relação com sistema límbico), serotonina/5-HT (modulação do humor e prazer) e glutamato (principal
neurotransmissor excitatório) são neurotransmissores que em geral possuem ação estimulatória,
enquanto que o GABA possui ação inibitória.
De forma geral, os fármacos de ação no SNC estão relacionados ao aumento ou diminuição
das concentrações dos neurotransmissores e a hiperestimulação ou inibição de sua ação.
Receptores: NA → α e β; GABA → GABA-r – receptor de GABA; DA → D1, D2, D3, D4 e
D5; 5-HT → 5HT1A, 5-HT1B, 5-HT1C etc; Glutamato – NMDA e AMPA.
Ansiedade X Depressão: Ambas apresentam sintomas de irritabilidade, falta de energia e
concentração, preocupação e distúrbios do sono.
Ansiedade → inquietação, taquicardia, falta de ar, dor torácica, náuseas e vertigem.
Depressão → perda de interesse, tristeza, dores corporais, sentimento de culpa, distúrbios de
apetite.
Fatores de risco da depressão → vida estressante, relacionamentos interpessoais, traços de
personalidade, fatores biológicos, puerpério, alterações endocrinológicas, drogas, infecções virais,
histerectomia, câncer ou doenças crônicas.
Caracterização do transtorno depressivo
A) Transtorno depressivo maior/depressão/depressão unipolar → Alteração de apetite, perda
ou ganho de peso, humor deprimido, fadiga e perda de energia, apatia e perda de interesse, agitação ou
tendência de isolamento
B) Depressão bipolar/Doença maníaco depressiva → O paciente cicla entre depressão
(sintomas supracitados) e mania/euforia (sensação de extremo bem-estar, aceleração do pensamento e
da fala, agitação e hiperatividade, diminuição do sono e concentração, desinibição e impulsividade →
exposição à riscos).
Depressão maior → Caracteriza-se como depressão a apresentação dos seguintes sintomas
por um período de pelo menos duas semanas: adinamia (fadiga), agressividade, anorexia, diminuição
da atenção, indecisão psicomotora (reflexos lentos), perda de interesse e de prazer pelas atividades do
cotidiano, além das atividades sexuais (problemas de ereção estão inclusos), problemas de sono
(hipersonia ou insônia), inibição verbal, problemas de memória, pensamentos recorrentes de morte,
ideias suicidas, pesadelos, atitude pessimista, retração social.
Transtornos de humor podem causar problemas individuais (sintomas) e familiares, além de
gastos socioeconômicos (farmacológico, psicoterapêutico, suicídios etc. 
Uso racional X uso irracional de medicamentos → Depressão maior e transtornos de
ansiedade, embora sejam subdiagnosticados e subtratados, requerem tratamento farmacológico que, no
geral, induz melhoras significativas dos sintomas, porém alguns pacientes apresentam resistência a
terapia medicamentosa ou são irresponsivos. Contudo, alguns antidepressivos e ansiolíticos são
utilizados de maneira indevida. Confunde-se muito os momentos de tristeza (normais ao ciclo de vida
humano) com transtornos psiquiátricos e de ansiedade e, além disso, a ideação de plena alegria e bem-
estar pode causar o uso irracional de fármacos. Exemplo disso foi o uso da Fluoxetina (Prozac ®) como
pílula da felicidade e que ainda é utilizada para o emagrecimento.
Fisiopatologia da Depressão maior 
Dois fatos facilitam entendimento das classes de antidepressivos: MA geral e o nome da classe
que remete ao neurotransmissor cujo fármaco atua nas concentrações.
MA geral → Na década de 50, o uso de iproniazida e imipramina teve como constatação a
melhora do humor. Dessa forma, questionou-se qual o mecanismo que justificava esse fato. Nesse
sentido, duas hipóteses surgiram:
A) Hipótese monoaminérgica: Ambos os fármacos supracitados aumentavam a quantidade de
monoaminas (5-HT, DA e NA) na fenda sináptica no SNC. Com isso, postulou-se que a depressão é
relacionada a diminuição de monoaminas. Monoaminas estão relacionadas no SNC com funções:
sexualidade, gratificação, motivação, socialização, irritabilidade, insônia, ansiedade, obsessão etc.
Partindo desse fato, medicamentos desenvolvidos alvejam o aumento de monoaminas na fenda
sináptica através da inibição da recaptação, aumento da liberação ou inibição de enzimas que realizam
degradação.
Problemas: Anfetamina, cocaína e L-DOPA não têm ação antidepressiva, embora aumentem
NA e DA na fenda sináptica. Além disso, acreditava-se que a mania estava relacionada ao aumento das
monoaminas na fenda sináptica, porém nela ocorria a mesma alteração bioquímica que no quadro de
depressão (diminuição de monoaminas); antidepressivos atípicos não facilitam transmissão
monoaminérgica (não aumentam monoaminas). Por fim, pode-se citar que os efeitos farmacológicos
dos antidepressivos apresenta uma discrepância temporal com o aumento de monoaminas que é quase
imediato, enquanto que o efeito farmacológico inicia-se apenas 2-3 semanas após início do tratamento.
B) Hipótese neurotrófica → O aumento de monoaminas não é autossuficiente para a ação
farmacológica da melhora do quadro depressivo. Para tanto é necessário a ocorrência de adaptação
celular no tecido que é mediada por fatores de crescimento (NGF – fator de crescimento neural; BDNF
– fator neurotrófico derivado do encéfalo; neurotrofinas) que promovem aumento de espinhas
dendríticas e aumento da plasticidade (fato que explica demora para o efeito farmacológico).
Ambas as hipóteses fisiopatológicas são complementares: o aumento de monoaminas de
maneira indireta induz ao aumento de fatores neurotróficos (BDNF) que atinge valores apreciáveis
dentro de 2-3 semanas levando ao aumento de espinhas dendríticas que permite efeito benéfico máximo
do fármaco.
O fim do tratamento com fármacos antidepressivos não dever ser realizado de maneira abrupta
porque diminui o estoque de monoaminas de maneira abrupta pela cessação dos estímulos exógenos,
logo deve ser realizado o “desmame” para que o organismo por feedback se adapte a ausência de tais
estímulos e passe a produzir as quantidades suficientes do próprio neurotransmissor.
Farmacologia dos antidepressivos
CLASSE FÁRMACO
i-MAO – inibidores da monoaminoxidase Tranilcipromina, fenelzina, moclobemida
ADT – antidepressivos tricíclicos Imipramina, desipramina, amitriptilina, nortriptilina, clomipramina,
maprotilina, trimipramina, protriptilina, doxepina, amoxapina 
ISRS – inibidores seletivos da recaptura de serotonina Fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram, fluvoxamina
IRSN – Inibidores recaptação da serotonina e noradrenalina Venlafaxina, duloxetina
ISRD – Inibidores seletivos da recaptura da dopamina Bupropiona
A 5HT - antagonistas de serotonina Trazodona, nefazodona, mianserina e mirtazapina
 AULA XIII → Tratamento farmacológico da Depressão
Os principais neurotransmissores aumentados pelos fármacos antidepressivos são NA e DA
cujo tempo de ação farmacológica é de no mínimo 2 semanas.
1- i-MAO → Inibidores da monoaminoxidase (enzima que degrada monoaminas na fenda
sináptica ou dentro do terminal pré-sináptico. Ex: moclobemida, fenelzina e tranilcipromina.
MAO: No SNC, regula a concentração livre de NA e 5-HT na fenda sináptica. No fígado e na
parede intestinal está relacionada a metabolização das monoaminas endógenas (5-HT, NA, e DA) e das
monoaminas exógenas (ex: tiramina – estimula liberação de NA) o que conduz a interações
medicamentosas e alimentares significativas. MAO apresenta duas isoformas:
* MAO A → Possui maior afinidade pela 5-HT e NA → alvo interessante de antidepressivos
como a moclobemida.
* MAO B → Possui preferência pela DA → alvo de fármacos que são utilizados no tratamento
de Doença de Parkinson como a selegilina.
Uso clínico: Utilizados em caso de depressão refratária quando outros tratamentos
farmacológicos são ineficientes ou em depressão atípica.
Interações com alimentos → Atiramina (presente em alimentos como o queijo curado
(gorgonzola), cerveja, vinho, alguns tipos de peixes, carnes embutidas, favas, vísceras em geral etc) é
metabolizada pela MAO A e tem efeito estimulatório sobre a liberação de NA na fenda sináptica, pois
adentra as células do terminal pré-sináptico estimulando a liberação de vesículas do neurotransmissor.
Quando ocorre utilização de i-MAO A, a inibição da enzima já é suficiente para o aumento do
neurotransmissor, no entanto, o uso conjunto de tiramina pode acarretar aumento expressivo de NA no
fígado, intestino e SNC, cujo efeito principal é causar vasoconstrição imediata que leva a um aumento
da pressão arterial causando uma hipertensão aguda. Por sua vez, essa leva a cefaleia latejante grave
que pode gerar hemorragia intracraniana potencialmente fatal → Utilização refratária desse fármaco.
Interações farmacológicas → O uso conjunto de i-MAO com fármacos que aumentam
quantidade de monoaminas (em elevada quantidade) têm exacerbação do efeito. Ex:
descongestionantes nasais (agonistas simpáticos); simpatomiméticos de ação indireta (anfetamina,
metilfenidato).
2- Antidepressivos tricíclicos (ADT) → Os fármacos apresentam três ciclos e a eficácia
clínica entre eles é semelhante, portanto a escolha depende principalmente do custo e dos efeitos
adversos do fármaco. São eles: imipramina, amitriptilina, nortriptilina, trimipramina, doxepina,
desipramina, protriptilina etc. 
MA: Competem pelo transportador de membrana de NA e de 5-HT, inibindo sua recaptação.
Latência de ação de 1-3 semanas.
Uso clínico : Utilizados na depressão, mas não são primeira escolha porque apresentam uma
série de efeitos colaterais (Transtorno do pânico; TOC; fobias). Embora não seja analgésico pode ser
utilizados como adjuvantes na dor neuropática (diferentemente da dor nociceptiva que é mediada por
substâncias químicas, a dor neuropática ocorre quando existe lesão do nervo que pode ocorrer por
secção, danos a bainha de mielina, pacientes diabéticos – glicemia – e no Herpes hoster) em doses mais
baixas; utilizados na enxaqueca (nortriptilina) e na enurese (xixi na cama) em crianças.
Efeitos adversos → Sistema cardiovascular: afetam os canais de sódio causando retardo na
condução do impulso elétrico que pode ser potencialmente fatal porque causa bloqueio atrioventricular.
Efeito menos frequente, mas o mais grave, logo a utilização com pacientes com problemas
cardiovasculares deve ser bem estudada.
Efeitos colaterais → São mais frequentes: Bloqueio de receptores histaminérgicos (H1 →
sedação, ganho de peso e confusão – idosos), muscarinérgicos (M1 → constipação, boca seca, visão
turva, retenção urinária, disfunção sexual e de memória), e α-adrenérgicos (α1 → vasodilatação,
contudo mecanismos reflexos monitoram PA arterial e realizam controle de forma constante, contudo
em alterações posturais podem causar hipotensão postural, taquicardia reflexa – para corrigir
hipotensão –, sonolência e tontura).
* Podem desencadear episódios de mania
3- Inibidores seletivos da recaptura de 5-HT (ISRS) → São fármacos que causam poucos
efeitos adversos quando comparados com i-MAO e ADT, logo em seu lançamento ficaram conhecidos
como pílula da felicidade. São eles: fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram e escitalopram
(mistura racêmica) e fluvoxamina.
* MA: Competem pelo transportador de membrana 5-HT.
* Uso clínico → Classe de primeira escolha utilizada em: Depressão unipolar; TOC; bulimia
nervosa; transtorno de pânico; usos sob investigação: farmacodependência, fobia social, transtorno do
estresse pós traumático, anorexia nervosa, enxaqueca e ejaculação precoce (transtorno de ansiedade
causam disfunção sexual - podem causar retardo da ejaculação).
* Vantagens → menos efeitos adversos que i-MAO e ADT; não são cardiotóxicos; Em
superdosagem são tóxicos, mas benignos se comparados com potencial letal dos ADT. Menor efeito
nos receptores M1, H1 e α1 adrenérgicos.
* Efeitos adversos → Dependem do paciente. Disfunção sexual (30-40% pacientes);
Desconforto TGI → Sertralina – diarreia, Paroxetina – constipação intestinal; ansiedade, nervosismo,
insônia, sonolência, tremor, fadiga, tontura, prurido, erupção cutânea, sudorese, boca seca.
Podem causar em caso de superdosagem e interação medicamentosa (ISRS x metilfenidato) a
Síndrome serotoninérgica → hipertermia, rigidez muscular, mioclonia, flutuações do estado mental e
dos sinais vitais.
* Síndrome de descontinuidade → Não causam farmacodependência, mas levam a quadros de:
ansiedade, disforia (tristeza crônica), sintomas TGI, sintomas gripais, insônia, despersonalização e
tendência suicida. Tarja vermelha (exige receita, mas não causam dependência). Nesse sentido, a
retirada do fármaco é realizada diminuindo aos poucos a dosagem que o paciente consome.
* Escolha → Baseada no custo, na tolerabilidade aos EA individualmente apresentados. Além
disso, o tempo de meia-vida de depuração (Citalopram 36, Escitalopram 30, fluoxetina 53/240,
paroxetina 17, sertralina 23/66) e a interação medicamentosa (metabólitos gerados a partir da
biotransformação são metabolizados pela família do citocromo P450, logo fármacos que são
metabolizados por um maior número de enzimas (fluvoxamina, escitalopram) possuem mais interações
medicamentosas dos que os que são metabolizados por pequeno número de enzimas – paroxetina e
sertralina) também são consideradas.
Titulação da dose → inicia-se o tratamento com pequena dose que aos poucos vai sendo
aumentada.
4- Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs) → Embora muito
utilizados, são mais mais caros que os ISRS, logo menos utilizados que eles. Também chamados de
tricíclicos de terceira geração, não apresentam os efeitos cardiovasculares nem afinidade pelos
receptores H1, M1 e α1. São eles: venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina
* MA: competem pelo transportador de membrana de NA e 5-HT.
Vantagens: poucos efeitos sedativos e muscarínicos.
EA: semelhantes aos dos ISRS
Uso clínico: dor neuropática (especialmente duloxetina) e na depressão maior.
5- Inibidores de recaptação de dopamina (ISRD) → O único exemplo da classe é a
bupropiona que é utilizada como antidepressivo e ansiolítico.
MA: inibe os sítios de recaptura de DA.
Uso clínico: Retirada da farmacodependência, principalmente da nicotina (aumenta a
quantidade de DA no SNC) e apresenta como vantagem os efeitos estimulantes e pouca disfunção
sexual.
Efeitos adversos: tontura, tremor, boca seca, sudorese, agrava sintomas psicóticas (em
pacientes que apresentam suscetibilidade ou a doença).
 AULA XIV → Tratamento Farmacológico da Depressão
6- Antagonistas de 5HT → São considerados antidepressivos atípicos porque inibem a
atividade da serotonina de forma competitiva pelo sítio de ação nos receptores 5-HT2A, 5-HTB e 5-
HTC, contudo, de forma indireta levam ao aumento de fatores neurotróficos. Principais exemplos são a
trazodona e nefazodona.
MA: Através de vias indiretas ocorre aumento do BDNF, que por sua vez induz a formação de
espinhas dendríticas (Receptores 5-HT2A ativam de forma indireta cascatas enzimáticas que têm efeito
inibitório sobre produção de fatores neurotróficos – BDNF –, logo o bloqueio de receptores 5-HT2A
promove ausência de estimulo inibitório).
* Trazodona → É um inibidor fraco da recaptura de 5-HT e NA, além de ser antagonista do 5-
HT2A. Possui poucos efeitos adversos anticolinérgicos, todavia causa bloqueio de receptores H1 e α1
que gera seus efeitos adversos (sedação, tontura, hipotensão ortostática, dor de cabeça, náusea). Em
casos raros pode causar priapismo.
* Nefazodona → É um inibidor fraco da recaptura de 5-HT e NA. Antagonista dos receptores
5-HT2, do 5-HT1C e α1 adrenérgicos (hipotensão postural). Apresenta poucos efeitossedativos e
muscarínicos. EA: semelhantes ao ISRS. Pode causar insuficiência hepática (retirada na Europa).
Mania → Todas as classes de medicamentos supracitadas (i-MAO, ISRS, IRSN, ADT, ISRD e
A 5-HT) podem causar nos casos de depressão maior um episódio de mania. Além disso, os pacientes
com transtorno bipolar podem ser tratado com esses medicamentos, no entanto, na maioria das vezes, o
medicamento utilizado é o lítio.
* LÍTIO → Utilizado (a priori, sozinho) nos quadros de mania, previne episódios recorrentes
de transtorno bipolar. Muito utilizado na terapêutica pelo excelente efeito farmacológico, no entanto,
devido a sua alta toxicidade e baixo IT dever ser realizado a monitorização terapêutica (quantificação
do fármaco no organismo do paciente).
Pertencente a família 1A, o lítio é extremamente parecido com o Na : efeito em eletrólitos e⁺
no transporte iônico, atravessa canais de Na , raio iônico semelhante, pode substituir o Na na geração⁺ ⁺
do PA, no entanto, não sai para o LEC com mesma facilidade, pois a Na/K-ATPase não é tão eficiente
em sua retirada, logo pode acumular-se dentro da célula alterando o potencial de membrana e, além
disso, pode saturar os canais de Na dependentes de voltagem.⁺
EA → IT estreito → tremor, diminuição da função da tireoide – podendo levar a casos de
bócio; efeitos cardíacos sérios (acúmulo do lítio na célula altera gradiente eletroquímico); gestação:
risco D → Evidência positiva de risco para o feto.
Embora se saiba o MA de ação do lítio, desconhece-se o porquê de alterar o humor.
 → Sedativos e Hipnóticos
Fisiologia do sono → Durante o estado de vigília, o EEG apresenta ondas de alta frequência e
baixa amplitude que são descoordenadas, enquanto que ao longo dos 4 estágios do sono não REM
ocorre aumento da amplitude das ondas, diminuição da frequência e sincronização. No estágio REM,
no entanto ocorre o sono paradoxal. Ciclo de 4-5 vezes de alternância entre sono REM e não REM.
Alterações do sono podem ser do tipo: sonolência excessiva, comportamentos anormais (bruxismo,
sonambulismo), insônia.
Insônia → Principal indicação de fármacos hipnóticos. Consiste na incapacidade de iniciar
e/ou manter o sono que pode significar: sono de má qualidade/agitado, sono de curta duração, sono
insuficiente para manter o alerta e o bem-estar físico e mental durante o dia. 
Segundo o período em que ocorre pode ser classificada em: inicial – dificuldade de adormecer;
intermediária – sono entrecortado com despertar frequente; terminal – despertar precoce. De acordo
com o tipo de insônia um fármaco será utilizado (Ex: insônia inicial – fármaco de tempo de ação e
início de ação rápido).
Além disso, também pode ser classificada por tempo de duração em: Transitória (períodos < 3
semanas → associada a situações de conflito, tensão, luto, enfermidade, viagem aérea, cirurgia etc) ou
Crônica (> 3 semanas → apneias do sono, mioclonias noturnas, insônia psicofisiológica).
Pode ser associada a inúmeras causas: 1- tratamentos específicos para diferentes etiologias; 2-
Tratamentos não medicamentosos: medidas de higiene do sono (evitar luz azul, deixar ambiente mais
escuro), redução do estresse, técnicas de relaxamento, terapias cognitivo-comportamentais; 3-
Tratamento medicamentosos.
Hipnótico ideal → Deve apresentar: ação em receptores específicos, lipofilicidade (atravessar
BHE); efeito rápido; duração de efeito (de acordo com tipo de insônia); sono normal (ciclização entre
REM e não REM); eficácia em todas as idades. Não deve causar: tolerância (quantidade inicial deve
causar o efeito a longo tempo sem que a dose seja aumentada); alterações de memória; depressão
respiratória; dependência física; efeito residual (efeito no dia seguinte).
Na prática, no entanto, esses fármacos têm potencial de causar os efeitos indesejáveis, sendo
classificados como tarja preta (causam dependência).
Sedativos e hipnóticos
Receptor de GABA (GABA-r) → Receptor de GABA é um canal ionotrópico (dependente de
ligante) que transporta íons Cl , ou seja, o GABA é um neurotransmissor classicamente inibitório. O⁻
GABA-r possui sítio ativo de ligação do GABA (ligante endógeno) e além desse apresenta os sítios
alostéricos: de ligação de barbitúricos (álcool também atua) e de ligação dos BDZs (mesmo em que se
ligam zolpidem, zaleplon, zopiclona, álcool e o flumazenil – esse último antagonista dos BDZs).
Através dos sítios de ligação, agonismos (GABA, barbitúricos, BDZs) e antagonismos (flumazenil) não
competitivos podem ser realizados.
1- Derivados do cloral
* Hidrato de cloral → Não suprime o sono REM, não tem efeito analgésico e não deprime
sistema respiratório. Utilizado em alguns locais em uso pediátrico e nos procedimentos não operatórios
(exames radiológicos, procedimentos invasivos, intubação traqueal, ventilação mecânica).
2- Barbitúricos → Podem ser utilizados para sedação (estado de sonolência); pré-anestésicos;
hipnose (indução do sono), anestesia (pouco utilizados), anticonvulsivantes (principal uso clínico)..
Apresentam tolerância cruzada com BDZs. Exs: pentobarbital, fenobarbital, secobarbital, amobarbital e
bultabarbital.
* MA: potencializam/prolongam ação do GABA através do aumento do tempo de abertura do
GABA-r. Em altas quantidades podem atuar na ausência do GABA, pois o fármaco induz a abertura do
canal e gera o efeito farmacológico (baixo IT → podem causar grave depressão do SNC).
Fármacos Tempo início efeito/Tempo efeito Principais usos
Fenobarbital 30-60'/6-10 horas Sedativo, hipnótico, anticonvulsivante
Pentobarbital 10-15'/3-4 horas Insônia inicial e raramente adjuvante anestésico
Secobarbital 10-15'/3-4 horas Adjuvante anestésico
* Alta toxicidade: depressivos do SNC e indutores de diversas enzimas hepáticas
(hepatotoxicidade)
* Uso clínico: São usados principalmente como anticonvulsivantes (fenobarbital) ou como
adjuvantes na anestesia.
* Álcool → Pode atuar no GABA-r através dos sítios alostéricos de barbitúricos e BDZs, logo
podem potencializar ação desses medicamentos.
 AULA XV → Sedativos e Hipnóticos
3- Benzodiazepínicos → São agonistas do GABA-r. Em comparação aos barbitúricos são
relativamente seguros, pois possuem um IT muito maior, contudo também são tarja preta. Possuem
como efeitos: ansiolítico, relaxante muscular (adjuvante na anestesia; atenção a motoristas e
alveneiros), anticonvulsivante, sedativo e hipnótico (nitrazepam, flurazepam, midazolam,
flunitrazepam, triazolam). Exs: diazepam, lorazepam, oxazepam, nitrazepam, triazolam, alprazolam,
clonazepam, flurazepam, midazolam, flunitrazepam.
* MA: potencializam/prolongam a ação do GABA através do aumento da frequência de
abertura do GABA-r. Diferentemente dos barbitúricos, não atuam na ausência do GABA,
independentemente da concentração, por isso seu IT é maior.
f:(concentração, efeitos no SNC) → De acordo com aumento da concentração de barbitúricos ou de BDZs eles
podem evoluir com os seguintes efeitos no SNC: sedação, desinibição, diminuição da ansiedade, hipnose, anestesia (causada
pela depressão do SNC), depressão medular (inibição de reflexos). BDZs não evoluem a partir do nível de depressão
medular, pois o gráfico atinge um platô em que aumentos de concentração não são capazes de causar progressão dos efeitos,
enquanto isso, barbitúricos evoluem a partir do nível de depressão medular podendo gerar coma porque em altas
concentrações é capaz de promover a abertura do GABA-r (ação ausente em BDZs). Contudo, caso exista uso conjunto de
BDZs com álcool, a curva assemelha-se à curva dos barbitúricos, ou seja, pode-se chegar ao coma.
* Efeitos: anticonvulsivantes e relaxantes musculares (redução do tônus muscular por atuação
a nível central e não na junção neuromuscular).
* Anticonvulsivantes → Clonazepam (relativamente mais eficaz como anticonvulsivante de
uso crônico do que outros BDZs) e diazepam (administrado por via intravenosa é um eficaz bloqueador
de convulsões – tempo de ação longo → usocrônico pode causar efeito residual de sedação).
* Interações medicamentosas: 1- Depressão respiratória grave – causada por drogas que
promovem aumento do efeito depressor no SNC: etanol, antipsicóticos, hipnoanalgésicos (analgésicos
opioides) e anti-histamínicos. 2- Cimetidina → Protetor gástrico que causa inibição das enzimas
CYP2C19 e 3A3/4 da biotransformação de BDZs (diazepam, midazolam, flurazepam) promovendo
aumento do efeito hipnótico.
* Contraindicações → 1- Glaucoma de ângulo estreito (aumento de pressão por retenção de
humor aquoso) → relaxante muscular: midríase; 2- Gravidez → depressores do SNC (inibição do
desenvolvimento por transferência placentária; tolerância e dependência → síndrome de abstinência
pós natal: choro intenso, irritabilidade, convulsão; relaxante muscular) e dificuldade no parto; 3- Idosos
(efeito sedativo e relaxante muscular → queda). No caso do idoso, no entanto, a prescrição quando
paciente faz uso do SUS e não tem condição de pagar deve levar em conta o tempo de ação
(clonazepam e midazolam possuem ação mais curta – 3 a 8 horas – , enquanto que diazepam tem ação
prolongada: 1-3 dias).
* EA:
1- Frequentes → tontura, falta de coordenação motora (pacientes que operam máquinas ou
automóveis), xerostomia, boca amarga e amnésia (pode ser desejável – ambiente hospitalar, episódios
traumáticos).
2- Amnésia anterógrada (episódica), dependência, tolerância, síndrome de abstinência (retirada
brusca).
* Tolerância/Dependência → A tolerância é causada por regulação no GABA-r (mecanismos
não estabelecidos, supõe-se: alteração da produção do GABA, mudança conformacional do receptor,
modificação do receptor, alteração na composição das subunidades) e a dependência está relacionada
ao aumento de DA no sistema límbico de forma direta ou indireta, mas ambas são reversíveis.
* Abstinência → Quadro clínico pouco específico que pode causar: irritabilidade, agitação,
insônia (diferencial importante com retorno da ansiedade), tremor, sudorese, palpitações, náusea,
letargia, cefaleia, dor/tensão muscular, aumento da sensibilidade para luz e sons, parestesia (diminuição
sensibilidade, queimação, dormência), cãibras e convulsões.
* Toxicidade dos BDZ → Em casos de superdosagem (intoxicação acidental em crianças ou
tentativas de suicídio – sozinho) causam sono prolongado com depressão respiratória ou do sistema
cardiovascular. O tratamento consiste na administração do flumazenil (antagonista do mesmo sítio
alostérico dos BDZs que está relacionado a: reversão da superdosagem de BDZs associado ou não a
outros fármacos, despertar de pacientes comatosos – efeito estimulante pela inibição do GABA-r – ou
na anestesiologia na reversão da sedação por BDZs após cirurgia). O seu uso exige atenção em casos de
intoxicação porque é eficiente em paciente que utilizam BDZs de forma aguda, contudo em paciente
com uso crônico de BDZs, em que ocorre tolerância e dependência – alteração do GABA-r e da
transmissão do GABA – a administração do flumazenil pode mimetizar uma síndrome de abstinência
porque mimetiza retirada brusca do fármaco.
 Casos fatais são muito raros e só acontecem com associação do BDZs com álcool ou outras
drogas (evolução com depressão respiratória grave).
4- Hipnóticos mais recentes → São fármacos de início de ação rápido e ultracurta duração
(indica-se que o paciente já tome o medicamento na cama, principalmente o idoso – sonolência em 5';
insônia inicial) que ligam-se ao mesmo sítio de ação dos BDZs. Não possuem efeitos relaxantes,
anticonvulsivantes ou sobre a memória. A ½ vida de eliminação é ultracurta (0,9 horas) e causam pouca
insônia rebote (ou seja, o sono de qualidade em um dia não causa necessidade de tomar o medicamento
para dormir bem em outro dia). O potencial de abuso ainda não é claro, mas parecem não causar
dependência. Os fármacos são: zolpidem, zaleplon e zopiclona.
 → Farmacologia dos ansiolíticos 
* Ansiedade → O tratamento farmacológico só é utilizado quando sintomas interferem de
forma significativa nas atividades cotidianas do indivíduo. Ex: transtorno de ansiedade generalizado,
TOC, transtorno do pânico, ansiedade de separação, estresse agudo, estresse pós traumático, fobia
social etc.
Os fármacos utilizados são:
1 - ISRS → fluoxetina, paroxetina, citalopram, escitalopram, sertralina. Utilizados de forma
crônica – adaptação tecidual para efeito terapêutico (2-3 semanas).
2- IRSN → Venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina. Utilizados de forma crônica – adaptação
tecidual para efeito terapêutico (2-3 semanas).
3- BDZs → Diazepam, clonazepam, midazolam. Utilização crônica (clonazepam) ou aguda
(diazepam – via sublingual ou intravenosa em crises). São evitados na clínica porque podem causar
dependência e tolerância.
4- Antagonistas β-adrenérgicos → Utilizados ocasionalmente para ansiedade de desempenho
(ansiedade situacional). Propranolol e nadolol → podem causar crises hipotensivas por regulação
central – atravessam a BHE por serem altamente lipossolúveis – (efeito colateral) ou agravar quadros
respiratórios (bronquite e asma).
5- Agonistas 5-HT1A → São agonistas não seletivos do receptor 5-HT1A cujo efeito demora
vários dias ou semanas (uso crônico) porque requerem neuroadaptação. Exemplos são: buspirona,
gespirona e tandospirona. Efeitos farmacológicos: não causam sedação nem modificam desempenho
psicomotor e apresentam menor tendência de indução de dependência. Efeito colateral: náusea, dor de
cabeça e tontura.
Boa noite Cinderela
Os principais fármacos utilizados para esse tipo de crime (abuso sexual, roubos) são os BDZs,
em especial o flunitrazepam (Rohypnol ®). Tal fármaco tem características de ser facilmente diluível
na bebida, relativamente sem sabor, rapidamente incapacitante (mais potente que o diazepam;
dissociação mais lenta do GABA-r; rapidamente absorvido e distribuído – início ação 20-30';
amnésico; hipnótico e desinibidor) e de acordo com a dose pode gerar desde sedação até estágio 4 do
coma, sendo que seus efeitos duram de 8 a 24 horas. Além disso, é um fármaco indetectável por testes
de triagem (somente detectados por CG-MS em até 72 horas ou através da análise do cabelo em até 14
dias em caso de uso único) e geralmente é co-ingerido com etanol que causa amplificação do efeito.
Sintomas iniciais: tontura, desorientação, falta de coordenação, fala arrastada → semelhante
ao álcool.
Outros efeitos: amnésia anterógrada (1' após adm oral); rápida alternância de flashes quente e
frio seguidos de perda de consciência.
Doses maiores (>2g) → hipotonia muscular, hipotensão, bradicardia, coma e morte (se álcool).
 AULA XVI → Anticonvulsivantes
A trepanação – realização de um buraco na calvaria para “liberação de pressão” - constitui o
primeiro tratamento de doenças de caráter do SNC (convulsão). Muitos artistas (Van Gogh,
Dostoiévski, Machado de Assis) tiveram quadros de crises epilépticas e isso foi importante para o
conhecimento da medicina de como a doença afeta a vida e arte dos indivíduos através da
representação artística.
Epilepsia → Distúrbio cerebral crônico, de etiologia variada que se caracteriza pela
ocorrência de crises epilépticas recorrentes e espontâneas.
Crise epilépticas → Constituem o resultado de breves descargas eletroquímicas cerebrais cuja
característica clínica da crise depende da localização e função do local envolvido na descarga; alteração
cerebral caracterizada por descarga excessiva e síncrona de um grupo de neurônios. Trata-se de uma
manifestação clínica variável que quando envolve um componente motor é dita “convulsiva”. Um
quadro convulsivo pode ser gerado por síndrome de abstinência, tratamento medicamentoso, febre, e
algumas infecções caracterizando um quadro de crise epiléptica.
Quando ocorre um quadro de crise epiléptica única, o tratamento só ocorre de acordo com
alguns fatores, entre eles a faixa etária: 1- Crianças → nãotratar; 2 – Adultos → Discutir cada caso
(fatores de risco de recorrência); 3- Idosos → tratar sempre (prevenção da queda)
Classificações das crises epilépticas – 1981
1 - Crises focais
A) Simples → Ativação inicial de apenas uma parte do hemisfério encefálico. Consciência
preservada. Ex: epilepsia do lobo parietal (crise focal motora com sinais motores clônicos)
B) Complexas → Descargas uni ou bilaterais. Consciência alterada.
C) Secundariamente generalizadas → Descargas focais uni ou bilaterais com rápida
generalização (se dissemina por grande parte do encéfalo).
2- Crises generalizadas (iniciam-se de forma generalizada)
A) Ausência → Crises rápidas e abruptas de perda de consciência, associadas a olhar fixo e
interrupção de atividades. Atinge principalmente crianças. Pode estar relacionada a deficit de
aprendizado.
B) Mioclônica → Contrações rápidas dos músculos tipo “choque elétrico”.
C) Tônico-clônica → Perda de consciência e contrações mantidas da musculatura (tônica)
seguidas por períodos que se alternam contrações e relaxamento (clônicas).
Fisiopatologia
A maioria das crises caracteriza-se pela predominância da atividade excitatória (glutamato)
sobre a atividade inibitória (GABA) do SNC, ou seja, caracterizam-se pelo excesso de glutamato e
diminuição do GABA.
Fármacos anticonvulsivantes/antiepilépticos → De forma geral, reduzem a frequência e a
gravidade das crises em indivíduos com epilepsia tratando os sintomas da crise e não a patologia
subjacente. Ou seja, o objetivo do tratamento é o controle da crise (diminuir frequência e gravidade) e
melhora da qualidade de vida sem causar efeitos adversos significativos.
Crises focais Lennox Gastaut Espasmos infantis Ausência Mioclonia EME
Carbamazepina +++
Fenitoína +++ ++ +++
Fenobarbital + +++
Valproato + +++ +++ +++ +++ ++
Oxcarbazepina +++
Lamotrigina ++ +++ +++ ++
Topiramato ++ +++ ++ + ++ ++
Vigabatrina +++
Gabapentina +
Escolha do fármaco → depende de vários fatores: 1- Tipo epilepsia/Síndrome epiléptica; 2-
Fármaco (farmacocinética e farmacodinâmica); 3- Paciente (idade, sexo, condições socioeconômicas).
Contudo, no tratamento antiepiléptico, o principal fator é o tipo de epilepsia, pois fármacos tem atuação
diferente sobre diferentes quadros. Na tabela acima, por exemplo, verifica-se esse fato e na mesma
verifica-se que os fármacos com melhor ação são: o valproato, lamotrigina e topiramato. O uso
conjunto de dois anticonvulsivantes é feito quando se utiliza dois mecanismos diferentes no intuito de
gerar um melhor efeito farmacológico.
Mecanismos geral de ação:
1- Aumento da atividade sináptica inibitória
Potencializam ação do GABA através do aumento da sua disponibilidade (inibição enzimática
ou de transportadores de recaptura) ou através de alteração no GABA-r.
A) Barbitúricos - Fenobarbital→ Atuação no GABA-r pós sináptico promovendo aumento do
tempo de abertura do receptor. Usos: crises focais, tônico-clônicas generalizadas, crises neonatais,
convulsões febris, Estado de mal epiléptico (crise isolada, porém prolongada (>15min) ou repetidas a
curtos intervalos, sem recuperação da consciência, levando a uma condição ou estado duradouro). EA:
sedação, erupções cutâneas, ataxia e depressão, tolerância (cruzada com BDZs) e dependência, baixo
IT, não recomendado o uso conjunto com álcool por potencialização do efeito.
B) Benzodiazepínicos – Diazepam e clonazepam → Atuação no GABA-r aumentando a
frequência de abertura e potencializando ação do GABA. Uso: crises de ausência (utilização refratária,
pois efeito sedativo pode causar retardo de desenvolvimento escolar e social), convulsões mioclônicas,
EME. Diazepam (crise aguda – atuação em todos os tipos de crises) e clonazepam (quadro crônico).
EA: sedação e prejuízo de memória (amnésia anterógrada), abstinência pode causar crise convulsiva,
tolerância e dependência, relaxante muscular (interessante no momento da crise, mas causa efeito
residual).
C) Vigabatrina → Inibe GABA-T (enzima que degrada o GABA) gerando aumento do
neurotransmissor na fenda sináptica.
D) Tiagabina → inibem o transportador de recaptura do GABA (GAT 1)
E) Valproato/Ácido valproico → Inibe a GABA T entre outras enzimas responsáveis pelo
processo de degradação do GABA. Além disso, valproato tem outros mecanismos atuando na
excitabilidade neuronal.
2- Controle da excitabilidade da membrana neuronal e da permeabilidade iônica
De forma geral, esses fármacos atuam através de canais de Na e de Ca ² dependentes de⁺ ⁺
voltagem, ou seja, inibem potenciais de ação através da indução do processo de hiperpolarização.
Fármacos de ação no canal de Na dependente de voltagem favorecem o estado inativo (período⁺
refratário) desses receptores impedindo a entrada de Na , enquanto que os fármacos atuantes em canais⁺
de Ca ² tem a sua abertura diminuída inibindo influxo facilitado de Ca ².⁺ ⁺
A) Fenitoína → Apresenta baixo VD (↑ ligação proteínas plasmáticas – não indicada a
pacientes com problema hepático). Favorece estado inativo dos canais de Na diminuindo velocidade⁺
de recuperação. Uso: crises tônico-clônicas generalizadas e crises parciais complexas, sendo que não
são efetivos em crises de ausência. EA: ataxia, hipertrofia gengival (↑ produção colágeno –
adolescentes são mais suscetíveis - 20% dos pacientes) placas dentais, reações de hipersensibilidade,
anemia megaloblástica, má formação fetal. 
 → Continuação anticonvulsivantes
B) Carbamazepina → Prolongam estado inativo do canal de Na . Uso: crises tônico clônicas⁺
generalizadas e crises parciais simples e complexas. Também não são efetivos em crises de ausência,
podendo agravá-las. EA: Relacionados ao processo de biotransformação (formação de um epóxido –
função orgânica extremamente reativa, logo tóxica) → ataxia, sonolência, anemia, doenças
hematológicas graves (anemia e agranulocitose). Metabolizada pela CYP3A4, enzima a qual possui
efeito indutor, contudo não apresenta problemas porque isso é pensado na farmacotécnica, no entanto,
pacientes (idosos) que fazem uso de polifarmácia podem apresentar alterações no tempo de meia-vida,
por exemplo.
C) Oxcarbamazepina → Análogo da carbamazepina que durante a biotransformação não
forma o epóxido (menos EA), embora tenha o mesmo efeito farmacológico (não indicado para crises
de ausência e mioclonias). Apresenta indução enzimática mínima, logo menor interação
medicamentosa. Reações cutâneas menos frequentes. 
D) Ácido valproico → Além de causar aumento do efeito inibitório pela inibição da GABA-T
e de outras enzimas que degradam o GABA (efeito secundário), o principal efeito é a diminuição da
excitabilidade neuronal atuando através dos canais de Ca ² (tipo T) e de Na . Ademais, apresenta⁺ ⁺
ainda um outro efeito secundário de diminuição da atividade excitatória através da indução da enzima
ácido glutâmico descarboxilase (glutamato → GABA + CO2) promovendo formação do GABA e
diminuição do glutamato. Uso: crises generalizadas (71,94% efetivo), crises focais, crises
indeterminadas (espasmos infantis, neonatais), Síndrome de Lennox-Gastaut, crises de ausência etc.
EA: náuseas, sedação, elevação das transaminases hepáticas (TGO e TGP → marcadores da função
hepática → níveis elevados no sangue podem indicar problema hepático ou de outros tecidos como os
cardiomiócitos e músculo estriado, no caso da TGO), tremor, queda de cabelo, ganho de peso,
trombocitopenia (idosos, principalmente), teratogênico (contraindicado na gestação).
E) Etossuximida → atua em canais de Ca ² do tipo T⁺
Novos fármacos antiepilépticos
F) Gabapentina → Atua no bloqueio de canais de Ca ², sendo efetivo em convulsões parciais⁺
com ou sem generalização quando associada a outros anticonvulsivantes. Também utilizada na dor
neuropática. EA: sonolência, tontura, ataxia, cefaleia e tremor.
Pregabalina → Utilizada na dor neuropática.
3- Diminuição da atividadesináptica excitatória
Atuação em sinapses glutamatérgicas (inibição da liberação do glutamato – agonista
excitatório – ou bloqueio de receptores glutamatérgicos). Além disso, possuem como efeito secundário,
mas menos expressivo o bloqueio de canais de Na .⁺
A) Lamotrigina → Inibe liberação do glutamato. Uso: Eficaz contra uma maior variedade de
convulsões do que a fenitoína e carbamazepina e além disso, é utilizada atualmente no transtorno
bipolar como escolha a utilização do lítio porque não necessita de monitorização terapêutica. EA:
tontura, diplopia (visão dupla), sonolência e rash cutâneo.
B) Topiramato → Bloqueiam receptores de glutamato, especialmente o Cainato. Uso:
equivalente ao valproato e carbamazepina nas crises parcial e generalizada primária recém
diagnosticadas; muito utilizado no tratamento da enxaqueca.. EA: sonolência, fadiga, retardo cognitivo,
parestesias (sensações cutâneas subjetivas). 
C) Levetiracetam → MA: se ligam à proteína da vesícula sináptica (SVZA) e supõe-se que
inibe a liberação de neurotransmissores, especialmente o glutamato. Usos: monoterapia nas convulsões
parciais ou como terapia adjuvante das convulsões parciais ou como terapia adjuvante das convulsões
parciais, mioclonia e crises tônico-clônicas. EA: sonolência, astenia, tontura e ataxia.
 → Antipsicóticos
Psicose → estado no qual o indivíduo perde o contato com a realidade. Pode ser dos tipos:
* Alucinações: alterações das percepções (visual, auditiva, táteis, olfativa, etc).
* Ilusões: percepção distorcida de objetos.
* Delírios: alterações do pensamento.
* Transtornos do pensamento formal: alterações do pensamento.
Esquizofrenia → Pode ser cíclica assim como o transtorno bipolar, ou seja, pacientes
apresentam ciclos entre sintomas positivos ou negativos, contudo alguns pacientes podem ter
predominância em algum dos sintomas. O primeiro episódio costuma ocorrer em adultos ou jovens e
numericamente 25% dos indivíduos apresentam um episódio agudo, 50% estado permanente e 25%
estados recorrentes ao longa da vida. Fatores de risco: estresse, privação de sono, uso de
psicostimulantes (predisposição de psicose pode ser causada por várias substâncias: canábis, cocaína,
anfetamina etc).
* Sintomas positivos → delírios (alterações pensamento), ilusões (percepção distorcida),
despersonalização (sensação de que o seu corpo está sofrendo modificações), distorção ou exagero na
linguagem, pensamento fragmentado com perda das associações lógicas, expressando-se de forma
incoerente, vaga e repetitiva, alucinações (visuais, olfativas, auditivas, táteis etc)
* Sintomas negativos → Embotamento afetivo, Incapacidade de sentir emoção, falta de
motivação, isolamento social, dificuldade na abstração dos pensamentos, deficiência intelectual e de
memória, anedonia: incapacidade de sentir prazer, alogia: restrição da fluência e pobreza de discurso.
Teorias da Esquizofrenia
Abordagens:
1- Da disfunção no neurodesenvolvimento → Exposição fetal ao vírus influenza durante o
segundo trimestre; complicações obstétricas; baixo peso ao nascimento.
2- Neuroanatômica → diminuição do tamanho ventricular cerebral, do tamanho dos neurônios,
do córtex pré-frontal e hipocampo.
3- Genética → alteração no gene NT-3 (essencial para crescimento de células embrionárias).
4- Neuroquímica →Teve início a partir da descoberta dos MA de diferentes antipsicóticos.
Tem como teorias:
A) Teoria dopaminérgica → Maioria dos fármacos antipsicóticos com eficácia possuem alta
afinidade por receptores D2. Ex: anfetamina → agonista dopaminérgico indireto (aumento da liberação
de DA) que exacerba sintomas de esquizofrenia e cujo uso crônico induz efeitos semelhantes aos
sintomas positivos da esquizofrenia – psicose anfetamínica.
B) Teoria serotoninérgica → O LSD e mescalina (agonistas parciais de receptores 5HT2A) são
alucinógenos. Além disso, antipsicóticos atípicos estão relacionados ao bloqueio de 5HT2A e de D2.
C) Teoria glutamatérgica → A fenciclidina (pó de anjo) é um antagonista do receptor NMDA
(glutamatérgico) induzindo psicose semelhante à esquizofrenia.
Agonistas DA (anfetamina) e serotoninérgicos (LSD) e antagonistas glutamatérgicos
(fenciclidina) são psicotomiméticos piorando sintomatologia de esquizofrenia.
Fármacos antipsicóticos
A partir das teorias supracitadas verifica-se que o MA de fármacos antipsicóticos são efeitos
de: antagonismo dopaminérgico e serotoninérgico e o agonismo glutamatérgico.
Antipsicótico típico Antipsicóticos atípicos
Ação Principalmente sintomas positivos
(mais comuns nos pacientes)
Melhora os sintomas positivos e negativos
EA Muitos efeitos extrapiramidais
(intolerância e interrupção do uso)
Poucos efeitos extrapiramidais
Disponibilidade Mais baratos (comuns no SUS) Mais caros (>efeito farmacológico e <EA)
1- Antipsicóticos típicos
Indicados para o tratamento da esquizofrenia, controlam sintomas (principalmente positivos)
com uso crônico e não possuem capacidade de causar dependência. Apesar de EA extrapiramidais, são
muito seguros (IT=200). Exs: haloperidol e clorpromazina.
EA extrapiramidais: → desordem nos movimentos: tremor, movimentos faciais involuntários,
alterações posturais, membros flexionados, rigidez muscular, membros flexionados e dificuldade de
manter-se em pé. Ocorrem devido ao bloqueio dos receptores D2 em regiões específicas do SNC
(receptores metabotrópicos acoplado a Gi que modulam atividade de Ach), logo a ausência da inibição
da DA provocada pelo antipsicótico (agonista de D2) promove aumento da atividade colinérgica.
* Parkinsonismo farmacológico → Bradicinesia, rigidez, tremor variável, marcha arrastando
os pés e face inexpressiva. Tempo: 5-30 dias. Idosos em maior risco. Mecanismo: antagonista da
dopamina. Tratamento: redução da dose; mudança do medicamento; agentes antiparkisonianos.
* Distonia aguda → espasmos dos músculos da língua, da face, do pescoço e do dorso.
Mecanismo: antagonismo de DA agudo. Tratamento: agentes antiparkisonianos são diagnósticos e
curativos
* Acatisia → inquietação subjetiva e objetiva: ansiedade ou agitação. Aparece entre 5 a 60
dias. Tratamento: reduzir a dose ou substituir o fármaco: clonazepam, propranolol mais eficazes do que
agentes antiparkisonianos
* Síndrome neuroléptica maligna → rigidez extrema, febre, instabilidade da PA,
mioglobinemia, pode ser fatal. Tempo: Semanas ou meses e podem persistir até alguns dias após
interrupção tratamento. Tratamento: interrupção imediata; cuidado de suporte; dantroleno ou
bromocriptina.
* Discinesia tardia → Movimentos involuntários da língua e da face (interferência na fala,
deglutição e mastigação) que é muito problemático (15-20% irreversível). Paciente apresenta perda de
peso (dificuldade de alimentação). Tempo: > frequência em idosos após 1 ano de uso. Tratamento:
redução de dose ou mudar para antipsicótico atípico.
Outros efeitos: não relacionados ao MA de ação do antipsicótico
1- Bloqueio de receptores:
* Muscarínicos → boca seca, taquicardia, constipação, retenção urinária, fotofobia.
* α1 → hipotensão postural.
* H1 → sedação.
2- ↑ liberação prolactina → ginecomastia, galactorreia (inclusive em homens) e
irregularidades no ciclo menstrual (atraso)
3- Disfunção sexual → 25-60% pacientes → redução da libido em homens e mulheres, além
de disfunção erétil.
2- Antipsicóticos atípicos
Possuem menos efeitos extrapiramidais (menos graves) e possuem diferente MA, sendo
portanto primeira escolha no tratamento da esquizofrenia. Causam poucos efeitos extrapiramidais e têm
ação sobre sintomas positivos e negativos. Reduzem número de hospitalizações em uso crônico
(hospitalização também causada por EA do fármaco) e causam pouca ou nenhuma disfunção sexual.
Exs: clozapina, sulpirida, setindole, ziprasidona, risperidona, olanzapina e quetiapina.
MA: Antagonismo de receptores:serotoninérgicos 5-HT 2A , dopaminérgicos D1 e D2,
muscarínicos, α1,2 adrenérgicos e histaminérgicos, contudo somente efeito em receptores D1 e D2 e 5-
HT2A são responsáveis pelo efeito farmacológico, enquanto os demais estão relacionados aos efeitos
colaterais. De forma geral, atuam em alta gama de receptores (depende do medicamento), mas
mecanismo principal é atuação em D1 e D2 e 5-HT2A.
EA: 
* Efeitos extrapiramidais reduzidos
* Efeitos anticolinérgicos → boca seca, retenção urinária, constipação, visão turva
* Agranulocitose → redução de eosinófilos, basófilos e neutrófilos – incomum
* “Diabetes” → causa hiperglicemia, aumento do apetite, desidratação
* Ganho de peso → bloqueio de receptores 5 HT2 – recomenda-se exercícios
* Predispõe indivíduo a outras doenças ou as agrava quando já possuem fatores de risco:
dislipidemia, hipertensão, diabetes.

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