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LITERATURA BRASILEIRA III (CEL0584)

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE LETRAS/LICENCIATURA EM: Língua Portuguesa. 
DISCIPLINA: Literatura Brasileira III (CEL0584) GRAD. 
TURMA: Literatura Brasileira III (CEL0584/3621974) 9001. 
DEPARTAMENTO: Trabalhos. 
TÍTULO DO RELATÓRIO: Apontar as leituras possíveis que o olhar contemporâneo 
produz sobre raça e etnia de forma preconceituosa, a partir da leitura dos contos: 
“Negrinha” de Monteiro Lobato e “Clara dos Anjos” de Lima Barreto. 
ALUNO(A): Jorge Alberto Santos Monteiro. 
MATRÍCULA DO ALUNO(A): 2019.08.60398-4. 
PROFESSOR(A) TUTOR(A): Marcia Pereira da Veiga Bucheb. 
DATA: 18/08/2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Ao realizar as leituras dos contos de Monteiro Lobato, Lima Barreto e o artigo sugerido das 
autoras Lourdes Bandeira e Analía Soria Batista, percebe-se o preconceito evidenciando a persistência 
de uma mentalidade escravocrata na sociedade brasileira, com a manutenção de relações marcadas pela 
violência, pelo sentimento de posse e a exclusão de direitos em relação à população negra. Apesar de 
haver toda estrutura social, política e literário no século passado e sendo mostrada em livros, músicas e 
artes as diversas problemáticas, parece não serem absorvidos completamente pela sociedade, os temas 
abordados por todos os autores que muito fizeram para que o preconceito e discriminação fossem banidos 
da sociedade. Continua até os nossos dias, as desigualdades sociais em todos os meios. Dessas leituras, 
pode-se analisar que mesmo tendo passado décadas, tudo se repete de forma idêntica ao período do pré-
modernismo; as lutas das classes sociais, dos artistas e políticos por um país melhor e sem desigualdades 
sociais. 
2. DESENVOLVIMENTO 
 Pode-se fazer uma comparação sobre o tema abordado através de uma análise do material 
sugerido nos contos e artigo. 
 O pré-modernismo não sendo uma escola literária, foi um período de transição entre as tendências 
das escolas literárias da segunda metade do século XIX onde o marco dessa transição para o modernismo 
foi à semana de arte moderna que ocorreu em 1922, composto pelos autores Monteiro Lobato, Euclides 
da Cunha, Lima Barreto e Graça Aranha; com esses autores ouve uma grande mudança no processo da 
leitura, a sociedade menos favorecida foi incluída na sociedade como leitora em potencial, começaram a 
usar uma linguagem coloquial, para que o povo pudesse ficar ser incluído sobre o que acontecia em seu 
país, mantendo ideias para prevalecer o pensamento crítico na sociedade de forma lúdica para aprender 
a lutar pelos seus direitos. Fato como esse nos remetem aos dias de hoje com os tiros de policiais que são 
liberados para atirar primeiro e perguntar depois não são mera coincidência, vem de muitas décadas, de 
governos patriarcais e retrógados que veem ainda nos dias de hoje os negros, pobres, mulheres 
trabalhadoras como escórias da sociedade. 
 No conto de Monteiro Lobato “Negrinha” é uma obra do pré-modernismo publicada em 1920, 
cuja, a narrativa puxa o lado emotivo das pessoas, mostrando no seu contexto social um lado racista por 
ainda não aceitar a abolição dos escravos, porém faz críticas aos pensamentos da época para mostrar tudo 
o que acontecia nesse período. No conto o autor narra a história de uma pobre órfã, menina negra, de sete 
anos de idade, criada por uma rica senhora branca chamada Dona Inácia, a qual sente imenso prazer em 
aplicar-lhe constantemente surras e castigos corporais. Houve um período que as sobrinhas de Dona 
Inácia brincavam de boneca com ela, quando as meninas foram embora ela ficou totalmente desiludida 
e acabou morrendo no canto da casa como um animal abandonando esquecida de todos. Nesse conto já 
podemos ver a depressão infantil e o preconceito enraizado até nas crianças da época. 
 O Conto Clara dos Anjos aborda-se na trama o racismo contra a mulher na sociedade do início 
do século XX, onde era marginalizada quando engravidava solteira. Escrito por Lima Barreto, foi 
publicado no ano de 1948. A personagem Clara dos Anjos se apaixona por um homem sem escrúpulos 
com o nome de “Cassi Jones” conhecido por jornalistas e várias autoridades com o que deflorava virgens 
negras e mulatas e seduzia senhoras casadas e depois as abandonava; era um homem que foi muito 
paparicado pela mãe que não deixava o marido dar corretivo quando fazia coisas erradas quando criança, 
cresceu sem a noção do certo e errado, sempre com a mão encobrindo seu erros. Vemos nesse trecho da 
vida de Cassi Jones muito de nossos jovens de hoje em dia, que são criados sem limites se tornando 
pessoas sem caráter. Nesse conto mais uma vez vemos uma forma de preconceito que continuamos a ver 
em nossos dias, a discriminação da mulher no meio profissional e social levando as agressões verbais e 
corporais. As leis precisam ser mais rigorosas, para que esses indivíduos não continuem com ações 
abusivas. 
 No artigo intitulado “Preconceito e discriminação como expressão de violência”, escrito pelos 
autores “Lourdes Bandeira e Analía Soria Batista” publicado em 2001, na página vinte e nove do artigo, 
segundo “Taussing, 29” mostra que já foi relacionado ao outro em todos os sentidos sociais, onde 
condutas morais equivocadas põem sempre a prova a capacidade do indivíduo de forma preconceituosa 
em vários segmentos sociais tirando possíveis crescimentos profissionais, estéticos e morais, fazendo às 
vezes com que esse indivíduos sofram psicologicamente com toda discriminação. As autoras também 
destacam em “taussing. 1999, p, 159” que atitude interior no sentido interno de um sujeito que viola os 
atributos e os qualitativos em relação ao outro sujeito, estabelecendo o funcionamento cognitivo e os 
contatos perceptivos de forma equivocada, cingida e traumática; portanto, pondo sempre à prova as 
capacidades e os recursos simbólicos do outro. Analisando esse artigo que foi escrito na atualidade, pode-
se ver que do Pré-modernismo para a atualidade a literatura pouco mudou em termos de preconceitos 
raciais, morais e estéticos, os indivíduos vivem em busca de padrões de beleza trazendo para o cotidiano 
preconceitos quanto a mulheres gordas, magras, negras etc. Vivem sendo marginalizadas pelos meios de 
comunicação como internet, televisão, com isso acabam indo em busca de um ideal de beleza que não 
está dentro de seu padrão, vivendo uma vida que não é sua, não buscam o que de melhor podem ter no 
seu interior ou intelecto; acabam com toda essa busca infrutífera vivendo a margem de uma sociedade 
preconceituosa adquirindo alguma doença psicológica. 
3. CONCLUSÃO 
 Durante séculos, a sociedade estava designada a seguir somente um parâmetro. Tais costumes e 
preceitos que ficaram, e ainda ficam enraizados na cultura de diversos povos. O preconceito existe para 
todos, afinal cada tem suas ideologias, e escolhas que diferem os grupos sociais. Entretanto a ideia do 
preconceito, quando afeta terceiros, por discriminação ou outros fins, prejudica toda a sociedade. 
 De acordo com a abordagem do material pesquisado sobre pré-conceito e preconceito pode-se 
concluir que naturalmente os conceitos pré-estabelecidos pela sociedade da época atribui-lhe nas pessoas 
conceitos, estereótipos, sem procurar conhecer a fundo de onde vieram, suas habilidades intelectuais, 
sonhos e anseios de futuro, julgam raças e etnias desfavorecendo o outro como pessoa. Essa desunião do 
ser humano tem que acabar, deve parar de ver o outro como uns objetos a serem manipulados, os 
indivíduos devem buscar os seus direitos e serem críticos lutando incansavelmente por leis que os 
mantenham em igualdade financeira, moral, intelectual, apesar de toda luta através da humanidade. 
4. REFERÊNCIAS 
--- https://brasilescola.uol.com.br>pré-modernismo 
 Negrinha 
--- https://metavest.com.br/livros/negrinha-Monteiro-Lobato.pdf 
 Clara dos Anjos 
--- http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000048.pdfPreconceito e discriminação como expressões de violência 
 Autoras: Lourdes Bandeira e Analía Soria Batista 
 ESTUDOS FEMINISTAS. 2002. Ano 10. pp. 119 -141. 
--- http://www.scielo.br/pdf/ref/v10n1/11632.pdf 
 
https://metavest.com.br/livros/negrinha-Monteiro-Lobato.pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000048.pdf

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