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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
ANDRÉ ELIAS DE JESUS BATISTA
GILDEZIO RIBEIRO ROCHA
JAQUELINE RODRIGUES LOPES
JOÃO CARLOS DE SOUZA
MARCO AURÉLIO DA SILVA CRUZ
REGIANE CARDOSO DE MORAIS
ROSANA APARECIDA MARCONDES
ONG’S COMO ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE EDUCAÇÃO E A
CONTRIBUIÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL
Vídeo do Projeto Integrador
<link>
São Paulo - SP
2020
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
ONG’S COMO ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE EDUCAÇÃO E A
CONTRIBUIÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL
 
 
Relatório Parcial Técnico - Científico
apresentado na disciplina de Projeto Integrador
V para o curso de Licenciatura em Pedagogia
Universidade Virtual do Estado de São Paulo
(UNIVESP).
 
São Paulo - SP
2020
Batista, André Elias de Jesus; Rocha, Gildezio Ribeiro; Lopes, Jaqueline Rodrigues;
Souza, João Carlos de; Cruz, Marco Aurélio da Silva; Morais, Regiane Cardoso de;
Marcondes, Rosana Aparecida. ONG’S COMO ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE
EDUCAÇÃO E A CONTRIBUIÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL. 28f. Relatório
Técnico-Científico. Pedagogia – Universidade Virtual do Estado de São Paulo.
Tutora: Profª Mª Rosana de Morais. Polo Pêra Marmelo, 2020.
RESUMO
Em desenvolvimento
PALAVRAS-CHAVE: Em desenvolvimento
Índice de ilustrações
Ilustração 1: acompanhamento de jovens aprendizes em parceria com instituições
privadas.......................................................................................................................23
Ilustração 2: acompanhamento de jovens aprendizes em parceria com instituições
privadas.......................................................................................................................23
Ilustração 3: Participantes do programa social Diversidade e Inclusão.....................24
Ilustração 4: Projeto social "Culinária afro-brasileira".................................................25
Ilustração 5: Projeto social "Culinária afro-brasileira".................................................25
Sumário
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................6
2. . DESENVOLVIMENTO............................................................................................8
 2.1 Problema e objetivos...................................................................................8
 2.2 Justificativa..................................................................................................9
 2.3 Fundamentação teórica...............................................................................9
 2.4 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador.......................11
 2.5 Metodologia................................................................................................13
3. RESULTADOS.......................................................................................................14
 3.1 Protótipo inicial...........................................................................................14
 3.2 Protótipo Final.............................................................................................26
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................26
 REFERÊNCIAS..........................................................................................................27
6
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho objetiva fazer um estudo no contexto da educação não
formal, a partir do olhar do educador social que atua em Organizações Não
Governamentais (ONGs), com projetos que atuam na ampliação do exercício da
cidadania por parte de grupos populares.
A educação não formal ainda é um campo em disputa dentro da conceituação
teórica. As tentativas em delimitá-la dão conta, muito mais, de dizer o que ela não é,
principalmente, contrapondo-a a educação formal que é atrelada às escolas e ao
processo de escolarização. Porém, embora os documentos oficiais que norteiam a
educação formal dialoguem em certa medida com uma formação voltada para um a
participação plena e cidadã, o conceito de educação é muito mais amplo e engloba
saberes e práticas, muito além daquilo que é projetado – muitas vezes não
concretizado1 - pela maioria das unidades os sistemas educacionais públicos e
particulares. 
É nesse contexto de insuficiência da educação formal e, principalmente,
atrelado ao surgimento e fortalecimento dos diferentes movimentos sociais é que se
desenvolve e avoluma-se a importância da educação não formal, que procura dar
conta de várias dimensões, que vão desde aprendizagens dos direitos dos cidadãos
e a capacitação para o mundo do trabalho, até a busca por solucionar problemas
coletivos do cotidiano, a partir de propostas que fomentam uma leitura de mundo
objetivando compreender o que acontece em seu próprio entorno. 
Além disso, as práticas de educação não formal, alinhadas com processos de
aprendizagem coletivos e compartilhados, buscam aproximações com diversos eixo-
temáticos, que buscam visibilizar e dar voz aos grupos menos favorecidos e
excluídos. Acontecendo em tempos e espaços, na maioria das vezes, diferentes
daqueles destinados à educação formal, concretizando-se, principalmente, por meio
de ações, movimentos, programas e organizações de cunho social, que envolvem
diferentes movimentos de formação em direitos humanos, fortalecendo as lutas
contra desigualdades e exclusões sociais. Essas ações “[...] estão no centro das
atividades das Organizações Não governamentais (ONGs) nos programas de
1
 Ideia corroborada por diversos meios de comunicação em mídias digitais e impressas como, 
por exemplo a matéria divulgada na revista Época. Disponível em:
<https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/01/bo-ensino-publico-no-brasilb-ruim-desigual-e-
estagnado.html> Acesso em 12 mai. 2020. 
7
inclusão social” (GOHN, 2017). 
As Organizações não Governamentais – ONGs, aparecem inseridas,
inicialmente, no contexto dos movimentos sociais que, segundo o pesquisador José
Eustáquio Romão (2010), buscavam superar a ingerência dos partidos políticos e
dos sindicatos. As ONGs procuravam manter certa autonomia em relação à
estrutura estatal, mesmo que, algumas vezes, fossem financeiramente dependentes
dela. 
As ONGs buscam atuar em diferentes esferas, mas sua metodologia está
pautada em ações coletivas e de cunho educacional, que buscam intervir
politicamente, desenvolvendo uma atuação social focada na formação humana,
direcionada às camadas populares da sociedade (GALVÃO e ARAUJO, 2018).
Outras visões sobre o assunto, buscam dar conta de que as ONGs são
entidades dissociadas do poder estatal inclusive quanto aos seu financiamento,
sendo apoiadas principalmente por patrocínios empresariais e pelo trabalho
voluntário, visando atuar socialmente sem fins lucrativos (ALMEIDA e LIMA, 2019).
Por conta da sua associação com a educação2 muitas OGNs acabam
direcionado seus esforços para suprir falhas nos processos de escolarização
institucional, atuando junto a crianças e adolescentes em período escolar, buscando
melhorar seus índices de aprendizagem e engajando-os na busca por mais
cidadania. Essas instituições procuram atuar na educação de jovens e adultos - EJA,
junto aos grupos que não tiveram acesso ao processo de escolarização, pelos
diversos motivos, muitas vezes justificáveis a partir das enormes desigualdades
verificáveis no Brasil.
Ao atuar visando suprir falhas de escolarização, dar oportunidade a grupo
excluído, formar para cidadania, direitos humanos e muitas outras ações as ONGs
lançam mão de profissionais capazes de mobilizar e viabilizar as coletividades para
ativar os processos necessários em espaços de educação não formal. 
Esses profissionais são os educadores sociais que, mais que meros
animadores, precisam terum papel ativo a ponto de dinamizarem e construírem
processos qualitativos de participação, entendendo que esses profissionais atuam
diretamente em busca de uma sociedade mais justa e igualitária (GOHN, 2009). 
2
 Entendida aqui como processo amplo de formação humana e que vai muito além do 
processo de escolarização. 
8
Procurando entender o papel desempenhado pelo Educador Social, buscou-
se uma parceria com a ONG NEPI3, visando identificar os diferentes ambientes e
relações sociais que impulsionam a atuação dessa instituição e o trabalho dos
educadores sociais com ela envolvidos.
O Interesse pela investigação surge, incialmente, para dar conta do desafio
de elaborar o Projeto Integrador, atividade semestralmente direcionada aos alunos
do curso de pedagogia da UNIVESP, com o objetivo de integrar os alunos aos
possíveis espaços de atuação do pedagogo e apresentava como temática geral a
imersão em espaços não formais de educação. 
Propõe-se uma pesquisa bibliográfica, buscando contextualizar aspectos
relacionados à educação não formal como campo de atuação em diversas frentes,
que são viabilizados por diferentes instituições, das quais as ONGs recebem
destaque, buscando-se desvelar atuação do educador social dentro desses
espaços. 
2.. DESENVOLVIMENTO
 2.1 Problema e objetivos
O presente trabalho tem como intuito responder o seguinte problema: Dentro
do campo da educação não formal e tendo a ONGs por objeto central, como é a
atuação do educador social no Núcleo Educacional Pró-Infância – NEPI? 
Tendo como objetivo geral analisar aspectos relacionados ao público alvo,
aos campos de atuação e as expectativas em relação ao desenvolvimento das
ações empregadas pela Núcleo Educacional Pró-Infância – NEPI. 
Para alcançar os objetivos gerais foram traçados os objetivos específicos
descritos a seguir: compreender a importância da educação não formal; descrever
os perfis do educadores sociais no contexto das ONGs. E especificamente na ONG
NEPI: identificar o perfil do educador social atuante; levantar algumas práticas
realizadas e refletir sobre trabalho empregado por educadores socias no âmbito
dessa organização.
3
 https://www.nepi.org.br/sobre
9
 2.2 Justificativa
Como justificativa para a realização do trabalho, vale ressaltar que ele está
inserido no programa do projeto integrador, disciplina semestral do curso de
pedagogia da Universidade Virtual do Estado de São Paulo – UNIVESP, sendo de
grande importância para a formação dos futuros pedagogos, já que procura integrar
os alunos aos possíveis espaços de atuação profissional.
Diante do surgimento de algumas indagações relacionadas nas diferentes
disciplinas do semestre convergindo para discussões sobre os espaços não formais
de educação e a atuação por parte das Organizações Não Governamentais, foi
possível pensar em uma proposta de pesquisa, versando sobre o papel do educador
social atuando em ONGs, e buscando proporcionar a formação social dos diferentes
grupos alcançados por essas instituições. 
Dessa forma, a relevância em discutir a temática surgiu primeiramente em
decorrência da formação em Licenciada em Pedagogia e em segundo por ser uma
problemática que instiga investigação e pela importância da temática para
entendimento mais amplo de diferentes processos educacionais, sendo essencial
em nossa formação, uma vez que estaremos vivenciando enquanto futuros
docentes, uma problemática atual e urgente no contexto mais amplo de educação.
 2.3 Fundamentação teórica
O papel do educador social - muito se discute a respeito das atribuições do
pedagogo na educação não formal, sobretudo em projetos sociais e ONGs
espalhadas em todo território nacional. As ONGs (Organizações não
Governamentais) são entidades sem fins lucrativos e que realizam diversos tipos de
ações solidárias para públicos específicos, sendo assim, elas podem atuar nas
áreas da saúde, educação, assistência social, ambiental, entre outras. As ONGs
possuem um papel importante na sociedade na medida em que se tornam um
relevante espaço de educação não formal: 
"As práticas da educação não-formal se desenvolvem usualmente
extramuros escolares, nas organizações social, nos movimentos, nos
programas de formação sobre direitos humanos, cidadania, práticas
identitárias, lutas contra desigualdades e exclusões sociais" (GOHN, p.31,
2009). 
10
As ONGs também pode ser caraterizada pela não obrigatoriedade, pela
existência de poucas normas legais e administrativas a serem cumpridas,
desobrigando-as de seguir um currículo fechado (SILVA, 2011, p.143). Como isso as
ONGs favorecem para um ambiente mais flexível e interativo tomando como pano
de fundo os problemas enfrentados pelas comunidades. Apesar do reconhecimento
da importância das ONGs, é o educador social que estará na linha de frente destas
organizações promovendo atividades socioeducativas estimulando o senso crítico, a
criatividade, a cooperação entre os envolvidos do processo de ensino-
aprendizagem, assim como nos reconhecimentos dos direitos e deveres sociais. 
A atuação deste profissional assim como em qualquer outra área necessita de
metodologia, fundamentação teórica, dedicação e certa dose de vocação na medida
em que este profissional tem que lhe dar com a heterogeneidade de um público
inserido num contexto cultural tão amplo. O processo de ensino-aprendizagem
ocorre em diferentes espaços sendo ele em ambiente formal de ensino ou não e por
esse motivo a atuação do pedagogo qualificado e preparado para atender as
diversas demandas sociais é fundamental. Matheus (2012, p.64) nos esclarece que:
 
O educador social deve adquirir competências para exercer a sua atividade
profissionalizante numa perspectiva inclusiva e promover o desenvolvimento
de atividades de dinamização, usando estratégias mobilizadoras do quadro
sociocultural da comunidade e do indivíduo. 
Além do conhecimento científico o educador necessita de certa sensibilidade
com a diversidade encontrada em seu dia-a-dia. Gohn (2009, p.33) reforça a
importância desta sensibilidade para com a comunidade atendida ao nos dizer que o
educador deve usar da sensibilidade para entender e captar a cultura local, do outro,
do diferente, do nativo daquela região, sendo assim, algo primordial. É através das
interações, do diálogo e do vínculo com a comunidade que o educador social terá
subsídios para desenvolver seu trabalho de forma participativa, crítica e
democrática, cabendo a ele promover situações que viabilizem este dinamismo.
Para que ele exerça um papel ativo, propositivo e interativo, ele deve continuamente
desafiar o grupo de participantes para a descoberta dos contextos onde estão sendo
construídos os textos (2009, p.33).
 O trabalho do educador se torna cada vez mais necessário pois ele está
diretamente relacionado às transformações do educando. Atividades que envolvem
11
o trabalho de equipe planejamento, formação pessoal, orientação e coordenação,
sendo que o objetivo principal desse fazer está direcionado às transformações dos
sujeitos envolvidos na prática pedagógica (NASCIMENTO, 2010, p.63). O educador
social também deve estar atendo as demandas que aquela comunidade possui. Ao
propor temas geradores ele não deve estar desvinculado com a realidade desta
população. Estes temas devem interagir com o objeto de estudo, relacionando-os
com a vida cotidiana, valorizando a cultura local além de considerar as diferentes
faixas etária, diversidade religiosa, de gênero, entre outras. Ao desenvolver seu
trabalho com a comunidade isso deverá se relacionar numa perspectiva
socioeducativa e de produção de saberes a partir das manifestações culturais
existente naquele local. Desta forma, o educandopassará a exercer a cidadania de
maneira participativa, promovendo mudanças de sua própria realidade.
 2.4 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador
Este texto foi elaborado com base nas disciplinas de Educação Corporal e
Cultural e Educação em Espaços não Formais, que tratam da educação não formal
e da atuação do pedagogo como educador social. A educação não formal, parte da
concepção de que em meio a tantas formas de ensinar, existe a que está fora do
contexto escolar, mas é complementar a ela. Existe uma concepção nesse tipo de
educação, que facilita entender a grandeza da proposta na educação não formal e
evidencia a atuação do Educador Social em espaços não formais, através de
pesquisas do seu perfil profissional e atuação junto a crianças, jovens e adultos.
O termo educação abrange um universo que extrapola os muros da escola,
instituição com papel central na formação dos estudantes que por ela
passam, principalmente no que diz respeito ao acesso aos conhecimentos
historicamente sistematizados pela sociedade. As especificidades da
educação, no seu sentido mais amplo, são muitas. Entre elas a educação
não formal, uma modalidade que vem ocupando um espaço significativo no
cenário nacional e que, por isso, vem merecendo atenção por parte de
diferentes segmentos da sociedade. (VON SINSON, PARK, FERNANDES;
2001, p. 9)
É necessário saber que o educador social não é só um animador cultural, ele
é muito mais que isso, usa de suas habilidades cognitivas para interagir e atrair a
atenção daqueles que ele se propôs ensinar. Nessa perspectiva o aprendizado
12
acontece de forma natural, sem avaliações e notas, mas de uma forma cultural que
agrada todos os grupos e gêneros. 
O diálogo tematizado é o instrumento mais utilizado por esse profissional, é
através desse diálogo estruturado com base nas atividades, que o educador
consegue transpor as barreiras das dificuldades. Isso não significa que o educador
não tenha que planejar suas atividades, ao contrário, quanto mais preparado ele
estiver, mais dinâmica e lúdica será sua aula. 
Atuar com a comunidade faz parte do seu trabalho, o educador ajuda com
suas propostas socioeducativas a formar cidadãos com perspectivas de um bom
futuro. Em suma esse profissional produz saberes á partir do que ele aprende nas
comunidades, para depois desenvolver suas atividades e ensinar conforme os
cenários.
Por sua vez, a Educação e Cultura Corporal no contexto da educação não
formal dialoga-se com as diversas manifestações, propostas pedagógicas e
atividades socioeducativas nos mais diversos segmentos sociais. Ela contribui na
análise de suas estruturas e especificações além do perfil de trabalho de
profissionais que atuam em instituições que oferecem a Educação Física como
recurso no desenvolvimento cognitivo, motor, além das questões de valorização da
cultura local tematizando, problematizando e ressignificando algumas concepções
do corpo, esporte e cultura corporal.
O trabalho do educador social torna-se essencial no diálogo com estes temas
estimulando os educandos no acesso a diferentes discursos produzindo novos
sentidos quanto às práticas corporais. Como nos esclarece Santos e Neira (2019)
abra-se espaço para desconstruir as representações atribuídas às práticas corporais
e, consequentemente, para discutir mecanismos de dominação, regulação e
resistência nelas incutidas. Com isso, busca-se um diálogo entre o educador social,
os educandos e a expressão da cultura corporal socialmente disponível, assim como
a valorização da produção dos diferentes grupos, por meio da descolonização e
desconstrução das representações das classes dominantes. Desta forma, a ONG se
torna um espaço democrático importante para preservação dos direitos sociais,
redução da desigualdade e valorização cultural da comunidade atendida.
13
 2.5 Metodologia
A nossa metodologia está baseada em pesquisas e revisões bibliográficas,
consultas de websites, e, coleta de dados: informações contidas e pautadas através
de entrevista com educador social da ONG eleita para pesquisa. 
Definimos que devido à quarentena, parte desta pesquisa será desenvolvida
através do ambiente virtual utilizando-se diversas tecnologias, como: vídeo-
conferência, discussões por chat e redes sociais, construção de texto colaborativo
através das ferramentas disponíveis on-line, entre outras.
Inicialmente verificamos que o trabalho seria referente a um lugar de
educação não formal que é aquela que ocorre fora do sistema formal de ensino,
sendo muitas vezes complementar a esse, ou seja, um processo organizado com
resultados positivos mas não avaliativos. 
O interesse foi pensar em um local de educação não formal com pertinência
social da construção do cidadão como pessoa e que possa abrir janelas onde o
conhecimento seja acessível a todos os indivíduos onde muitas vezes trás também
uma formação política e sócio cultural. Dentre as opções tínhamos museus,
bibliotecas, entre outros e achamos importante escolher um local onde a narrativa do
impacto causados na comunidade fosse de uma maneira geral positiva.
Verificamos todas as opções que tínhamos e a escolha foi uma ONG -
Organização não Governamental, que são organizações sem fins lucrativos,
constituídas formalmente e autonomamente, e, geralmente são caracterizadas por
ações de solidariedade e tem como objetivo atuar em áreas onde não chega o poder
público. Promovem suas atividades através de voluntariado e são encontradas em
setores como saúde, meio ambiente, políticas públicas e como no nosso caso no
setor da educação.
A Ong escolhida pelo grupo foi a NEPI - Núcleo Educacional Pró-Infância,
uma associação civil de direito privado sem fins lucrativos, que por meio de
programas de educação e cidadania busca resgatar a dignidade e autonomia
humana gerando oportunidades, promovendo a inclusão social através da
solidariedade e do trabalho. Tem a missão de promover a integração e interação da
comunidade de forma igualitária oferecendo condições para o desenvolvimento
humano contribuindo para a transformação social resgatando valores éticos e
morais, e a visão de ser reconhecida como uma Instituição de referência na inserção
14
social estabelecendo vínculos que propiciem oportunidade sem desigualdades para
uma sociedade mais justa. Priorizando a valorização da sociedade, respeito ao
próximo, simplicidade e ética. 
O NEPI tem alguns projetos como empregabilidade para todos que auxilia na
iniciação ou reinserção ao mundo do trabalho, outro projeto é o Construindo Saberes
e Resgatando Vidas, que oferece atividades sócio educativas para crianças e
adolescentes inseridos nas famílias em situação de vulnerabilidade. Ainda conta,
com o projeto social Culinária Afro-Brasileira com o objetivo de resgate histórico e
cultural das manifestações africanas, a diversidade e Inclusão, assim como, tem o
objetivo de incluir no mercado de trabalho minorias em desigualdade social. E ainda,
presta serviços como consultoria pedagógica para escolas e organizações do
terceiro setor e orientação vocacional e profissional.
3. RESULTADOS
Em desenvolvimento.
 3.1 Protótipo inicial
ONG: Espaço Não Formal De Educação
As Organizações Não Governamentais – ONG, empresa do chamado terceiro
setor, tem suas atividades quase todas na área social. Ela atua em muitos campos,
parceiros, doadores ou financiadores e populações, especialmente aqueles que têm
mais dificuldade de serem ouvidos pela comunidade e seus representantes. 
Movimentos urbanos, crianças e adolescentes, mulheres, sindicatos e
trabalhadores rurais, público em geral: as ONGs não abandonam suas referências
classistas, sindicalistas, e as dadas pelos movimentos populares; porém, combinamessas questões a outros problemas emergentes, sobretudo nas áreas urbanas, em
que estão em jogo, na maior parte das vezes, questões como a discriminação, a
violência, a exclusão da cidadania. É o caso das crianças e adolescentes e das
mulheres, que sinaliza para vários outros grupos e setores que não estão entre os
mais frequentes, mas crescem no peso total das ações (TACHIZAWA, 2019).
Uma ONG se caracteriza inicialmente pelo seu status "não governamental",
ou seja, à sua autonomia em relação ao Estado, além de ser uma organização sem
fins lucrativos e agir de forma altruísta em favor de grupos minoritários e
15
desfavorecidos. Ela pode constituir um espaço de inovação e criatividade, oferecer
uma reação rápida a situações urgentes, tornando-se parceiro do Estado. 
Fazer com que o ingresso seja seguido da permanência, que os nove anos do
Ensino Fundamental sejam cumpridos em nove anos, e que as crianças se
desenvolvam intelectual, social e afetivamente, são aspectos do grande desafio do
País para qualificar a educação pública, onde se encontram praticamente nove em
cada dez alunos do Ensino Fundamental. É responsabilidade de todos os cidadãos,
e não apenas dos educadores, e um compromisso a ser assumido por todos os
setores, e não apenas pelo governamental. Por isso faz-se imperiosa a parceria
entre os três setores sociais: o poder público, o setor privado e a sociedade civil
(MISKALO, 2011)4.
Quando falamos em educação, mencionada ao longo deste trabalho, temos
que ter em mente que o aprendizado ocorre em vários espaços ou ambientes
diferentes e não apenas em escolas e instituições educacionais no sistema de
educação formal. 
Nesse contexto, as ONG’s têm atuação muito presente como espaço não
formal de educação, cuja evolução se dá em decorrência dos espaços
negligenciados pelo estado, fato que leva as ONG’s a agirem o mais próximo
possível das populações, fortalecendo assim o seu letramento e as suas
habilidades.
Entrevista Com Educador Social
Para termos um contato prático acerca da educação não forma em ONG’s,
consultamos o Núcleo Educacional Pró-Infância, conhecida pela sigla N.E.P.I.,
localizada na região do Jaraguá, na Rua Antonio de Cabezon, 954 – sala 02. É
dirigida pelo Pedagogo Professor Edilson Feitosa Cândido, que em conversa
preliminar por telefone, informou que o NEPI tem como missão promover a
integração e interação da comunidade de forma igualitária oferecendo condições
para o desenvolvimento humano contribuindo para a transformação social
resgatando valores éticos e morais e a inserção social estabelecendo vínculos que
propiciem oportunidades sem desigualdades para uma sociedade mais justa. Disse
4
 Disponível em: <https://www.institutoclaro.org.br/educacao/nossas-novidades/opiniao/a-importancia-
das-ongs-na-educacao/>. Acesso em: 19/05/2020.
16
também que devido a pandemia causada pelo “CORONAVIRUS”, os cursos e
palestras que levam conhecimento as crianças, jovens e adultos das comunidades,
tiveram que ser interrompidos para evitar aglomerações, mas que o trabalho do
NEPI e dos seus colaboradores e voluntários não parou por ai, pois, enquanto o
surto não passa, a instituição conseguiu reunir parceiros e tem doado centenas de
cestas básicas e vales-alimentação para essas mesmas comunidades, visto que
houve um aumento no desemprego e um enfraquecimento significante na
arrecadação dessas famílias.
Para um maior aprofundamento no tema, o senhor Edilson gentilmente
concordou em nos conceder uma entrevista para esclarecer detalhes práticos.
Todavia, como é notório, devido a pandemia do COVID-19, para preservar a saúde
de todos os envolvidos, marcamos uma entrevista utilizando recursos de tecnologia
da informação, videoconferência. 
Transcrição da entrevista:
- O educador social é um profissional da educação que trabalha no chamado
extramuro nos espaços não formais de educação e sobre esse assunto para uma
aproximação mais prática, temos hoje ajuda o professor Edilson do Núcleo
Educacional Pró-infância – NEPI. - Bom dia professor, obrigado pela sua
disponibilidade em nos ajudar.
 Bom dia a todos e a você e eu que agradeço a oportunidade.
1) O que é ser e qual é o perfil de educador social? 
Resp.: É um assunto de suma importância, mas primeiramente eu gostaria de
dizer que o educador social deve estar engajado, comprometido na prática e isso
condiz com a questão de ser acolhedor precisa ser acolhedor resgatar o indivíduo
porque ele chega do meio social com algumas situações não privilegiadas, e nós
trabalhamos nesse contexto não é de fortalecer os vínculos e fazer com que ele se
torne bem próximos de nós.
2) O que te levou a ser um educador social? 
17
Resp.: O que me levou é saber que existem espaços coletivos e alternativos
de aprendizagem isso fez com que eu obtivesse uma sensibilidade percepção de
que esse jovem tem que ter o seu valor, e com isso o nosso compromisso social e
humanizador faz com que isso acabe sendo uma realidade na vida deste indivíduo,
então, o que me levou foi essa questão de olhar de observar a valorização do outro.
3) Qual o público atendido pelos programas sociais do NEPI?
Resp.: As oportunidades nos levaram a buscar as necessidades da
sociedade e com isso nós acabamos desenvolvendo alguns projetos voltados à
questão do adolescente, que é o mundo do trabalho, nós trabalhamos com questão
de oficinas posturais e atitudinais, tivemos oportunidade com a EJA (Educação de
Jovens e Adultos), e crianças onde tivemos uma oportunidade e fomos até uma
cozinha profissional desenvolver uma atividade de culinária afro. A oportunidade
dessas crianças foi de se aproximar tanto do conteúdo, conhecendo a sociedade,
conhecer a culinária afrodescendente, os costumes e também conhecer a própria
cozinha e o trabalho do chefe diante dessa prática da culinária, então foi muito
importante a interação, muito interessante, muito boa essa atividade que foi
realizada.
4) Qual a sua área acadêmica e o que você ensina as crianças e
adolescente? 
Resp.: Eu atuo como pedagogo, sou pedagogo e tenho formação também em
letras e sou pós graduado em educação. Nosso trabalho é voluntário e trabalhamos
de uma maneira lúdica. Tudo aquilo que nós levamos, seja pedagógico ou
andragógico, nós levamos o conteúdo de uma maneira mais pura e direta para que
eles tenham um aprendizado rápido, e para que eles possam colocar em prática
aquele aprendizado a partir da saída daquele contexto social, sendo uma
oportunidade de se integra melhor dentro da sociedade de uma maneira igualitária,
o direito de todos.
18
5) Qual a sua expectativa com relação às crianças e ao seu
desenvolvimento?
Resp.: Sem dúvida é para todos, que eles criem autonomia, o ser humano
precisa buscar autonomia para que ele possa refazer a sua história e dentro desse
contexto no espaço social e coletivo nós fazemos isso, com que a sociedade seja
vista de uma maneira igualitária e ele mesmo se reconheça dentro dessa autonomia
para tomar atitudes e buscar seus objetivos.
6) As crianças e adolescentes gostam dessas aulas? Elas tem liberdade
para participar?
Resp.: Eles gostam, até mesmo porque nós procuramos da melhor forma
trabalhar esse contexto, fazemos as nossas aulas, elaboramos os nossos planos de
trabalho fazendo com que ele seja o próprio gerenciador do seu espaço e de suas
atitudes, então nós oferecemos um conteúdo não de maneira técnica, mas de uma
maneira natural, criando cases, algumas situações, alguns casos reais, para que ele
perceba que aquilo ali e fique próximo dele também, então, acabam gostando e a
interação fica boa, fica de maneira homogênea.
7) Como funciona o momento da realização dos projetos?
Resp.: Nós fazemos com que ele se sinta em família,então, no primeiro
momento, são momentos acolhedores, se ele tem uma necessidade dentro da sala
de aula ele tem a liberdade de perguntar. Nós não tornamos uma coisa mecanizada,
nós fazemos com que as relações sejam de fato igualitárias, avaliando o respeito,
então, quando você traz dentro de sala de aula mostrando que ele tem respeito que
ele tem que respeitar e ser respeitado, isso fica uma coisa muito natural, então os
nossos trabalhos eles são feitos de uma maneira natural para que o aprendizado
também seja natural e o resultado melhor ainda.
8) Qual o retorno que você tem? 
Resp.: O retorno é prazeroso porque a gente sabe que no momento em que
você eleva educação e você apresenta de uma maneira carinhosa, você traz ele e
19
ele entende se você é parte da família, que você ali tem o seu valor e que ele
principalmente que que é o centro mesmo do desenvolvimento, ele passa
justamente a refletir de uma maneira espontânea, ele leva a você um carinho como
forma de gratidão, e quantos desses alunos eu encontrei pela rua em outros
espaços e vieram me cumprimentar como se fosse realmente uma família, então, a
gratificação disso não tem preço. 
9) O educador social pode ser considerado um dos principais atores do
sistema garantia dos direitos humanos? porque? 
Resp.: Eu não tenho dúvidas porque a sociedade, o educador social quando
eles conhecem realmente aquilo que ele está fazendo, e ele está engajado, como eu
disse no início, ele vai se preocupar com direito, com direito a vida, a liberdade de
expressão, o que muitas vezes não é dado para esse indivíduo, então, nós
priorizamos essa questão de valorização do direito à vida, de liberdade de opinião e
expressão e também é vindo com a questão da oportunidade de trabalho para
aquele ele tem uma renda, um desenvolvimento socioeconômico no país e seja
tratado de uma maneira igual, então, a preservação do isso tudo leva ao direito que
ele tem, e ele passa a conhecer também os seus direitos perante a sociedade.
- Finalizadas as preguntas, gostaria que o senhor deixasse um recado
aos nossos futuros pedagogos.
Resp.: O recado que vai aquele que está na veia mesmo, que é a questão da
educação e é o que nós priorizamos. Eu gostaria de passar para os futuros
pedagogos que eles tenham realmente força e que eles sejam persistentes, que eles
não desistam do próximo porque eles precisam de vocês.
- Professor Edilson, eu agradeço muito obrigado pela sua participação,
pela sua ajuda e foi muito gratificante para gente, foi muito proveitoso. Muito
obrigado mesmo, e até a próxima!
- Para mim foi um prazer, é um assunto de importância social e sempre que
precisarem estarei à disposição. Até a próxima!
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Análise Da Entrevista
As respostas apresentadas na entrevista com o Professor Edilson foram muito
produtivas. Instituições como essa são de extrema importância para o sistema
educacional e para a formação da cidadania.
As práticas da educação não-formal se desenvolvem usualmente extramuros
escolares, nas organizações sociais, nos movimentos, nos programas de formação
sobre direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra desigualdades e
exclusões sociais. As ações desenvolvidas são analisadas destacando-se os
sujeitos que atuam como educadores nos projetos - aqui denominados como
Educadores Sociais (GOHN, 2009).
Os pedagogos que trabalharão com projetos sociais deverão, como
esclareceu, estar engajados nas causas sociais e dispostos a lidar com a
desigualdade social, racial, além de violações aos Direitos Humanos no seio das
comunidades paulistas, como é o caso do N.E.P.I..
A motivação para atuar como educador social deve estar ligada ao amparo
das crianças, jovens e adultos em espaços coletivos e alternativos, com
compromisso social e humanizador, trabalhando com a realidade interna desses
indivíduos.
O aprendizado do Educador Social numa perspectiva Comunitária realiza-se
numa mão-dupla, ele aprende e ensina. O diálogo é o meio de comunicação. Mas a
sensibilidade para entender e captar a cultura local, do outro, do diferente, do nativo
daquela região, é algo primordial. A escolha dos temas geradores dos trabalhos com
uma comunidade não pode ser aleatória ou pré-selecionada e imposta do exterior
para o grupo (GOHN, 2009).
Pelos projetos sociais, são levados as comunidades letramentos na forma de
cursos, palestras, orientações, etc, conteúdo cultural, como é o caso da cozinha afro
que levou centenas de crianças a conhecerem as receitas africanas, a cozinha
industrial e as peculiaridades de um chef de cozinha, tudo de maneira pura e
aprendizado de uma forma mais prática, afim de que possam usufruir dos seus
resultados como oportunidade de melhorar e integrar-se na sociedade com
cidadania, que é um dos objetivos da educação não formal. 
Movimentos sociais pela educação abrangem questões tanto de conteúdo
21
escolar quanto de gênero, etnia, nacionalidade, religiões, portadores de
necessidades especiais, meio ambiente, qualidade de vida, paz, direitos humanos,
direitos culturais etc. Esses movimentos são fontes e agências de produção de
saberes (GOHN, 2006).
A comunidade é a casa dessas pessoas e vice-versa, é ali que o seu
cotidiano acontece e suas histórias de vida são formadas, é ali que o educador
social busca levar conhecimento, objetivos justos e igualitários para conquistar
autonomia e ao mesmo tempo, aprende com a sua cultura. São questões que
deverão ser levadas em conta no momento que ocorre essa troca de saberes. Em
consonância com Alfredo Veiga-Neto :
Sem o acolhimento da casa e sem as memórias de que ela é a fonte
primeira, seríamos seres desenraizados; seres sem imaginação porque sem
história, e sem história porque sem memória. Mas, mesmo que acolhidos
pela casa, corremos sempre o risco de viver bloqueados, viver no
alheamento, isto é, alienados no mundo e do mundo. Isso será assim se
não soubermos ocupar toda a casa, se nos mantivermos confinados apenas
no espaço intermediário, nesse espaço das experiências imediatas em que
se desenrola o que chamamos de vida concreta e de realidade. (VEIGA-
NETO, 2012, p.269).
O educador social leva conhecimentos até as comunidades, amenizando as
desigualdades, e levando acolhimento. Ali eles aprendem desde atividades lúdicas
até a formação para o empreendedorismo e finanças pessoais. São recursos que
parecem muito simples para boa parte da população, mas que para eles, trata-se de
sobrevivência, da conquista de um trabalho, da sua autoestima, enfim, da sua
autonomia para o progresso pessoal e de toda a comunidade, estimulando-os para o
seu crescimento pessoal. Tal contato como afirmou o Profº Edilson, o levou a uma
relação mais próxima, com confiança e amor ao próximo, como uma verdadeira
família desde o primeiro contato, respeitando e sendo respeitado, fazendo com que
o aprendizado seja natural e o resultado melhor ainda.
A Educação tem a finalidade de viabilizar vários conhecimentos ao sujeito,
incentivando-o na busca por melhores condições sociais, por meio de uma visão
mais ampla, que se estenda por todos os ambientes da sociedade e não somente
nos espaços escolares. Dessa forma, a prática nos espaços não formais tem o
objetivo de formar cidadãos cada vez mais conscientes e desenvolver uma
educação de qualidade e melhores condições de um modo geral (ALVES, 2014).
22
Quando o educador social conhece a realidade e no realmente esta engajado,
contribuirá para a valorização dos direitos a vida, a igualdade, a liberdade de opinião
e expressão, entre outros que afetam as comunidades, locais onde as violações aos
direitos humanos acontecem.
O tema dos direitos é fundamental porque ele dá universalidade às questões
sociais, aos problemas econômicose às políticas públicas, atribuindo-lhes caráter
emancipatório. É a partir dos direitos que fazemos o resgate da cultura de um povo e
de uma nação, especialmente em tempos neoliberais que destróem ou massificam
as culturas locais, regionais ou nacionais (GOHN, 2006).
Por fim, abre-se um parêntese ao pensamento pedagógico quando o assunto
é educar. A educação formal é indispensável e obrigatória, mas é no seio da
comunidade que o coração está partido e esperando uma mão acolhedora. As lutas
pela educação envolvem a luta por direitos e são parte da construção da cidadania.
Dos projetos sociais
Neste item, articularemos de forma sucinta as ações e projetos do educador
social em um contexto prático com seus resultados junto as comunidades
paulistanas por meio do processo de educar-assistir, incluindo os modelos de
aplicação dos projetos para podermos conhecer um pouco desse indispensável
trabalho social.
O trabalho social do NEPI faz toda a diferença no cotidiano das crianças,
jovens e adultos, moradores das comunidades em situação de vulnerabilidade. Essa
ONG, tem a sua sede localizada no Parque Nações Unidas, região do Jaraguá,
porém, não é na sede que as práticas educacionais não formais acontecem, mas
sim, no seio da comunidade, pois é ali que estão materializados os problemas e a
falta de apoio governamental.
Para esses educadores sociais, é de extrema importância atender essa
demanda dentro do contexto da comunidade, bem de perto, em espaços ali mesmo
disponibilizados como quadras, salões, centros comunitários, igrejas, etc.,
observando e levando em consideração os seus problemas e suas histórias, além de
evitar que se locomovam a outro bairro. Essa forma de trabalho, permite a aplicação
das ações sociais nos quatro cantos da capital paulistana e até nas cidades da
grande São Paulo.
23
Entre os seus projetos, podemos destacar o projeto “Construindo saberes e
resgatando vidas” que consiste em oferecer atividades socioeducativas para as
crianças e adolescentes inseridos nas famílias em situação de vulnerabilidade. Entre
as práticas, realiza-se o acompanhamento de jovens aprendizes em parceria com
instituições privadas como o Banco Santander, LATAM Aviação, Citibank, entre
outros parceiros que disponibilizaram postos de trabalho na forma de estágio
(Ilustrações 1 e 2). Nesse processo, a ONG realiza cursos para levar habilidade e
orientação que contribuam para a postura, educação financeira, práticas de
escritório, entre outros, para que possam ascender em uma carreira dentro ou fora
dessas instituições. As crianças contam com programas de alfabetização e
suplência. Nesse programa, as crianças realizam atividades que visam suprir
carências na formação educacional por meio da alfabetização e suplência do 1º ao
9º ano do ensino fundamental, afim de desenvolver a escolaridade. 
A população pode contar também com o programa social “Diversidade e
Inclusão” (Ilustração 3), cujo objetivo é implementar juntamente com as Empresas e
Organizações um programa de gestão estratégica promovendo a DIVERSIDADE e
INCLUSÃO no mercado de trabalho de pessoas pertencentes a grupos em
desigualdades sociais e em situação de vulnerabilidade como: pessoas negras,
Ilustração 1: acompanhamento de jovens 
aprendizes em parceria com instituições privadas
Ilustração 2: acompanhamento de jovens 
aprendizes em parceria com instituições privadas
24
portadores de deficiências, identidade de gênero, mulheres, imigrantes, jovens e
idosos, apoiando-se na legislação relativa e dentro dos requisitos legais5.
Outro ponto de extrema relevância cultura se fez presente no projeto social:
“Culinária afro-brasileira” (Ilustrações 4 e 5), disponibilizado para crianças e
adolescentes, tem como objetivo o resgate histórico e cultural das manifestações
africanas, tendo em vista um recorte racial, promovendo o conhecimento, criação e
origem de pratos típicos da região, que foram adotados pela culinária brasileira.
Durante as práticas, as crianças e adolescentes tiveram contato com uma cozinha
profissional, conhecendo as habilidades de um chef de cozinha profissional, além
das receitas e pratos de origem africana, mas que foram incorporados ou adaptados
a nossa cultura culinária6.
5
 Disponível em <https://www.nepi.org.br/programas> Acesso em 17/05/2020.
6
 Disponível em <https://www.nepi.org.br/programas> Acesso em 18/05/2020.
Ilustração 3: Participantes do programa social Diversidade e Inclusão.
25
São muitos os projetos que atenderam milhares de pessoas ao longo dos
anos, porém, o objetivo aqui não foi o de demonstra-los um a um, mas sim
esclarecer como as ONG’s voltadas ao ensino não formal pode fazer a diferença
gerenciando planos de ação socioeducacionais afim de garantir uma abordagem
coerente com a realidade de todos os envolvidos e ao mesmo tempo contribuir para
fortalecê-los e reintegra-los no caminho do desenvolvimento humano e amenizando
as injustiças sociais.
Ilustração 4: Projeto social "Culinária afro-brasileira".
Ilustração 5: Projeto social "Culinária afro-brasileira".
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 3.2 Protótipo Final
Em desenvolvimento.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em desenvolvimento.
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REFERÊNCIAS
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não Escolar. Revista Internacional de Apoyo a la Inclusión, Logopedia, Sociedad y 
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VON SINSON, O.R.; PARK, M. B.; FERNANDES, R. S. (orgs). Educação não-
formal: cenários da criação. Campinas, SP: Editora Unicamp/Centro de Memória, 
2001. 
	1. INTRODUÇÃO
	2. . DESENVOLVIMENTO
	2.1 Problema e objetivos
	2.2 Justificativa
	2.3 Fundamentação teórica
	2.4 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador
	2.5 Metodologia
	3. RESULTADOS
	3.1 Protótipo inicial
	3.2 Protótipo Final
	4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS

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