Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Direito ANA PAULA SCHILLER DE OLIVEIRA ME. NEUSA MESSIAS MIGLIORINI A COGNIÇÃO SUMÁRIA, A TUTELA PROVISÓRIA E A RESPONSABILIDADE OBJETIVA: O DEVER DE INDENIZAR Itatiba 2020 Dedico este trabalho aos meus filhos, Luiz Henrique e Leonardo. AGRADECIMENTOS O desenvolvimento desse artigo de conclusão de curso contou com a ajuda de inúmeras pessoas. Gostaria de agradecer a todos, que de alguma forma contribuíram para que chegasse esse momento tão importante. Em especial a minha mãe Katia, por tudo. Meus filhos pela força. Minhas irmãs Julie Ane e Mariana pelo incentivo. Meu pai Antonio pelo investimento. Meu companheiro de vida Junior pela compreensão. Minha orientadora Neusa pela dedicação e ensinamentos. A professora Gisele por todo auxílio e delicadeza. A Universidade São Francisco e todos os professores pelo aprendizado. Minha amiga Nilzélia e aos demais amigos queridos pela confiança. A COGNIÇÃO SUMÁRIA, A TUTELA PROVISÓRIA E A RESPONSABILIDADE OBJETIVA: O DEVER DE INDENIZAR. ANA PAULA SCHILLER DE OLIVEIRA1 RA 002201700344 RESUMO O presente artigo aponta as formas de cognição no âmbito jurídico, as modalidades de tutelas provisórias e discorre sobre os requisitos necessários para sua concessão, com destaque na irreversibilidade dos efeitos das decisões. Deste modo, com base na legislação e na doutrina, se observará a responsabilidade objetiva do favorecido pelos danos causados à parte contrária, após a revogação da tutela provisória ou julgamento de improcedência da lide. Palavras-chave: Cognição Sumária; Tutelas Provisórias; Irreversibilidade; Responsabilidade Objetiva. ABSTRACT This article points out the forms of cognition in the legal sphere, presents the modalities of provisional tutelage and discusses the necessary requirements for granting this judicial tutelage, with emphasis on the irreversibility of the effects of decisions. In this way, based on legislation and doctrine, the beneficiary's strict liability for damages caused to the party will be observed, after the revocation of provisional tutelage or judgment of unfounded action. Keywords: Summary Cognition; Provisional Guardianships; Irreversibility; Strict Responsibility. SUMÁRIO: Introdução. 1. Cognição sumária X cognição exauriente. 2. Tutela provisória: 2.1. Tutela provisória de urgência; 2.1.1. Reversibilidade da tutela provisória. 2.2. Tutela provisória de evidência. 3. Responsabilidade civil objetiva. 4. Dever de indenizar. Considerações finais. Referências. INTRODUÇÃO A tutela provisória é mecanismo processual essencial para o acesso à Justiça brasileira em razão da morosidade dos processos. O Processo Civil modifica-se com a evolução dos entendimentos e por esta razão a legislação atual contemplou, sob os ideais de celeridade e efetividade processual, mas sem desacautelar a garantia constitucional do contraditório o instituto das tutelas provisórias, na qual o provável direito da parte é concedido antes da sentença. 1 Aluna do curso de Direito da Universidade São Francisco, Campus Itatiba. 4 Partindo desse cenário o tema proposto tem como objetivo demonstrar que uma decisão concedida sem uma base substancial pode gerar equívocos, trazendo prejuízos a uma das partes e consequentemente à outra o dever de ressarcir os danos causados. O tema abordado justifica-se pela ampla aplicação prática no mundo jurídico, contudo apresentando a importância da análise e fundamentação pelo juízo, para que a concessão de uma tutela provisória não acarrete transtornos irreparáveis. Dessa forma, para alcançar o entendimento acerca das medidas e suas consequências, o presente artigo foi dividido em capítulos, propiciando uma melhor compreensão. Inicialmente, são analisadas as duas formas de cognição do magistrado no âmbito jurídico, a cognição sumária e a cognição exauriente. Sendo a primeira um juízo de valor fundado em probabilidade e a segunda um juízo de valor com base em certeza jurídica. Em segundo momento são analisadas as tutelas provisórias e suas modalidades. A tutela provisória é dividida em tutela de urgência e tutela de evidência, como a própria legislação determina, a primeira é verificada por meio dos seguintes aspectos: probabilidade do direito; perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, já a segunda, a probabilidade do direito ocorre em casos específicos que a lei elenca num rol taxativo, basicamente quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente. Para tanto, a lei pondera que só será concedida, qualquer modalidade de tutela provisória, se sua efetivação for reversível, ou seja, se os fatos anteriores sejam os mesmos após a sua revogação, o que será analisado no subtítulo da reversibilidade da tutela provisória. No terceiro capítulo será examinada a responsabilidade civil, na qual a doutrina certifica que no tocante aos efeitos da efetivação da tutela provisória será objetiva, independente do elemento culpa. Por sua vez, o quarto capítulo discorre sobre o dever de indenizar, onde demonstra que, se a parte contrária sofreu algum dano, que adiante foi reconhecido ilegítimo, o requerente da medida responderá por todos os danos causados, independentemente da aferição de culpa, que é irrelevante para o dever de indenizar ou ressarcir. Por fim, as considerações finais trazendo uma síntese dos principais aspectos abordados em cada capítulo. Deste modo, o presente artigo objetiva salientar a importância tanto das partes quanto do juízo em analisar atentamente o perigo de irreversibilidade da tutela concedida e os efeitos por ela gerados. Para isto, o método de pesquisa feito foi em doutrina jurídica, legislação, jurisprudência e artigos científicos acerca do tema proposto. 5 1. COGNIÇÃO SUMÁRIA E COGNIÇÃO EXAURIENTE Em todo processo jurídico são produzidas provas como meio de demonstrar o direito, e a cognição nesse âmbito é a capacidade do juiz de detectar um possível direito ali apresentado, ou seja, cognição é a técnica utilizada pelo julgador para analisar alegações e provas com o fim de emitir juízos de valor acerca delas. (LOPES, 2019). A doutrina faz distinção entre a cognição sumária e a cognição exauriente, fundadas em diferentes momentos processuais, assevera Daniel Neves: Uma tutela concedida mediante cognição sumária é fundada em um juízo de probabilidade, considerando que nessa espécie de cognição o juiz não tem acesso a todas as informações necessárias para se convencer plenamente da existência do direito. Já uma tutela concedida mediante cognição exauriente é fundada em um juízo de certeza, porque nesse caso a cognição do juiz estará completa no momento da prolação de sua decisão. (NEVES, 2018, p. 113) Em caráter sumário, o magistrado profere seu juízo de valor fundado em probabilidade, sem ouvir a parte contrária, sempre com atenção aos requisitos para concessão de tutelas antecipadas. A cognição exauriente, entretanto, consiste no proferimento de uma decisão baseada em juízo de certeza jurídica, através do contraditório e a ampla defesa que justifica a formação da coisa julgada. A lei dispôs elementos específicos para concessão de tutela provisória, uma espécie de cognição sumária. O artigo 300 do Código de Processo Civil (CPC) (BRASIL, 2015) indica que a tutela deverá ser concedida quando os elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil ao processo estiverem presentes. O fato de não estar relacionado em lei quais são os elementos capazesde formar o convencimento do juiz para conceder uma tutela provisória, demonstra que o legislador destacou o poder discricionário do magistrado em decidir justificadamente que ficou evidente a probabilidade do direito da parte. Caso a decisão não esteja devidamente fundamentada conforme exigências do CPC, poderá se tornar nula e suscetível de agravo de instrumento. (JUNIOR, 2015, p.925). Por fim, as tutelas provisórias são tutelas jurisdicionais não definitivas, concedidas em juízo de cognição sumária, que exigem confirmação posterior, através de sentença, proferida mediante cognição exauriente. (LUPETTI, 2016) http://www.rkladvocacia.com/author/renankfuri/ 6 2. TUTELA PROVISÓRIA O conceito de tutela provisória é o mecanismo processual pelo qual o magistrado antecipa a uma das partes um provimento judicial de mérito ou acautelatório antes da prolação da decisão final, seja em virtude da urgência ou da plausibilidade do direito. (AZEVEDO, MENDES, 2016). Entre a petição inicial de um processo e a sentença ocorrerão muitos atos processuais, o que demanda um longo espaço de tempo, necessário para análise completa e exaurida do magistrado, para fim de tomar a melhor decisão ao caso. Contudo, o ordenamento jurídico estabeleceu a existência de tutelas provisórias que tem como objetivo minimizar resultados danosos que o tempo possa causar. Dentre os efeitos negativos causados pela delonga, estão principalmente à possibilidade de perecimento do direito e privação de bem por quem evidencia seu direito. (SÁ, 2019). O instituto Tutela Provisória é um instrumento processual previsto como gênero que se divide em duas espécies: urgência ou evidência. O CPC, em seus artigos 294 e seguintes, assegura que as partes solicitem a antecipação do mérito, considerando sua urgência ou a probabilidade do direito. (CUNHA, 2020). A tutela provisória, seja cautelar, seja antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidente. Essa classificação discorre do momento em que o pedido de tutela provisória é requerido, relacionado com o momento em que se apresenta o pedido de tutela definitivo. A tutela provisória antecipada é concomitante, ou incidental, quando o autor já na petição inicial faz seu requerimento ou mesmo no transcorrer do processo, podendo ser requerida até em grau recursal; será antecedente, quando fizer o pedido da tutela sozinho, obedecendo ao requisito de contemporaneidade da urgência. (THAMAY, TESHEINER, 2016). Apesar dessas subdivisões o legislador estipulou algumas orientações gerais a todas as modalidades de tutela provisória. Dentre essas diretrizes, vale ressaltar a revogabilidade, que é inerente às decisões proferidas em cognição sumária. Evidente que esta revogação requer fundamentação, demonstrando a alteração do estado de fato. Outra diretiva aplicada é o poder geral de efetivação, que a lei concede ao magistrado estabelecer as medidas que entender necessárias para efetivação da tutela. (SÁ, 2019). 7 Essa discricionariedade do juiz esta inclusive relacionada à direção material do processo, elencada nos poderes, deveres e responsabilidades do juiz: O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniárias. (CPC, art.139, IV) As determinações adotadas devem resguardar relação de utilidade, adequação e proporcionalidade com o fim almejado, não podendo causar ao réu sacrifício maior do que o necessário. A aplicação de medidas coercitivas cabe a toda decisão judicial, inclusive nas interlocutórias denominadas tutelas provisórias. 2.1. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA A tutela de urgência, prevista no Livro V, da Parte Geral do Novo Código de Processo Civil, mais pontualmente no artigo 300 desse diploma, é uma das duas espécies de tutela provisória, previstas no artigo 294 da norma processual. A justificativa da existência da tutela provisória de urgência repousa na morosidade para a entrega de uma tutela definitiva. Desse modo, em uma situação de urgência, poderá ser oferecida uma tutela provisória de urgência de natureza antecipada ou cautelar. Em síntese, se de um lado, a tutela antecipada satisfativa certifica ou efetiva o direito material, de outro, a tutela cautelar protege-o, viabilizando sua futura satisfação. (BORGES, 2018). Segundo Wambier, a tutela cautelar e a tutela antecipada têm muitos aspectos similares. Ambas estão caracterizadas por uma cognição sumária, são revogáveis e provisórias e estão vocacionadas a neutralizar os males do tempo no processo judicial, uma preservando o direito (cautelar) e a outra satisfazendo o direito (antecipada.). Em palavras simples, pode-se afirmar como ponto de partida, que só é possível cogitar de tutela de urgência se houver uma situação crítica, de emergência. Dessa forma, a técnica processual empregada para impedir a consumação ou o agravamento do dano – que pode consistir no agravamento do prejuízo ou no risco de que a decisão final seja ineficaz no plano dos fatos, que geram a necessidade de uma solução imediata – é que pode ser classificada como a tutela de urgência. É, pois, a resposta do processo a uma situação de emergência, de perigo, de urgência. (TALAMINI ,WAMBIER, 2016, p. 498). 8 O artigo 300 do CPC assim dispõe: A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Sendo assim, os requisitos para concessão de medida de urgência dependem unicamente do convencimento do magistrado, em análise ao caso concreto. Presente os requisitos, concede-se. O primeiro dos pressupostos para deferimento exigido pela lei são elementos de convicção que evidenciem a probabilidade do direito, não sendo necessária a prova efetiva do direito suplicado. Desse modo ainda que não esteja integralmente demonstrada a presença do direito, se houver a probabilidade de sua existência, a tutela de urgência antecipada poderá ser concedida. (GONÇALVES, 2017) Para o doutrinador Didier Junior essa probabilidade traduz-se na verossimilhança fática, através da qual, se constata que há um grau considerável de plausibilidade em torno da narrativa dos fatos trazida pelo autor. Ou seja, apesar de não ser necessária a prova integral da existência do direito postulado, é preciso que se visualize uma verdade presumível sobre os fatos. O autor ainda acrescenta a necessidade de se verificar uma plausibilidade jurídica, isto é, deve-se aferir se é provável a adequação dos fatos à norma referida. (DIDIER, 2015). Ao observar o segundo pressuposto, o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, vale destacar que não é necessário que a ameaça esteja integralmente provada, bastando que seja provável. Mas deve ser objetiva, fundada em dados concretos. Indiretamente, ainda podemos verificar como um pressuposto da concessão da medida, a caução que o juiz possa vir a determinar caso entenda necessário, a fim de ressarcir os danos que eventualmente possam ser causados a parte contrária. (SÁ, 2019). Em suma, a tutela antecipada é a decisão que satisfaz total ou parcialmente o direito material almejado, enquanto a tutela cautelar visa assegurar uma futura satisfação, esta voltada a impossibilitar que o transcurso do tempo do processo frustre a realização do possível direito invocado pela parte. A tutela de urgência cautelar é a ferramenta utilizada pela parte para alcançar um provimento de prevenção do direito material pretendido. Elas não incidem sobre o mérito propriamente dito, mas acerca dos instrumentos que resguardam a efetividade do mérito e do processo. (AZEVEDO; MENDES, 2016). 92.1.1 Reversibilidade da Tutela Provisória O artigo 300, §3º do CPC traz importante requisito para tutela antecipada, dispõe que a tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. A doutrina majoritária trata esta irreversibilidade como pressuposto negativo. Constitui um impedimento com o intuito de evitar uma situação de fato definitiva. No artigo de lei fica demonstrada a preocupação em não trazer prejuízo irreversível ao réu; exige-se que a efetivação da decisão possa ser revogada sem trazer qualquer ônus às partes. Certificam os professores Didier Junior; Braga; Oliveira que: Conceder uma tutela provisória satisfativa irreversível seria conceder a própria tutela definitiva – uma contradição em termos. Equivaleria antecipar a própria vitória definitiva ao autor, sem assegurar ao réu o devido processo legal e o contraditório, cujo exercício, “ante a irreversibilidade da situação de fato, tornar-se-ia absolutamente inútil, como inútil seria, nestes casos, o prosseguimento do próprio processo”. (DIDIER JUNIOR; BRAGA; OLIVEIRA, 2015, p.600). Nesse sentido, o retorno ao status quo ante é o único meio de garantir que a deliberação do juiz não confronte a segurança jurídica, inclusive por haver, em algumas situações, terceiros envolvidos nos efeitos de uma decisão. O legislador, ao positivar os efeitos da decisão, assevera que a irreversibilidade se refere aos fatos circundados e não somente o seu provimento, uma vez que a tutela é sempre revogável, mas o retorno à situação fática anterior nem sempre seja possível. Vale ressaltar que o requisito da reversibilidade não se aplica à tutela de urgência de natureza cautelar. Logo, em análise de pedido de caráter cautelar, não poderia o magistrado, por exemplo, indeferi-lo sob o argumento da irreversibilidade do provimento jurisdicional. (RODRIGUES, 2016). 2.2 TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA No sistema do Código Processual, a tutela da evidência caracteriza-se por não depender da demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. A expressão evidência deve ser entendida que na sequência de elementos apresentados pelo requerente tudo indica que este é merecedor da tutela jurisdicional. Significa dizer que esse tipo de tutela é possível quando há provável liquidez e certeza do direito material, ou seja, 10 embora no início do processo, já estão reunidos elementos capazes de convencer o juiz em favor de uma das partes. (BUENO, 2019). Sobre a alegação de direito evidente, o doutrinador discorre: Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos fatos cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia. (MARINONI, 2017. p. 284) A sua instituição visa à valorização e proteção do direito evidente, assentado em afirmações de fato comprovadas. Isso se dá, pois, em certas ocasiões, o direito invocado pelo autor detém tamanho grau de probabilidade que há evidência concreta desse direito. (DIDIER JR.; BRAGA; OLIVEIRA, 2015). O artigo 311 do CPC traz um rol taxativo de situações em que o juiz concederá a tutela de evidência e assim o descreve: A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. (CPC, 2015, art. 311). Tanto o abuso de direito como o manifesto protelatório constituem conceitos vagos a serem preenchidos pelo magistrado no caso concreto. Parte da doutrina costuma afirmar que o abuso do direito de defesa estaria atrelado aos atos praticados dentro do processo, defesa essa entendida de maneira ampla, referente a qualquer resistência a pretensão do autor. Já o manifesto protelatório seriam atos praticados fora do processo que tenham ligação com a demanda. (SÁ, 2019). As demais hipóteses do artigo 311 exigem do autor a demonstração da maior juridicidade do seu direito. Em relação ao inciso II, trata de tutela documentada, fundada em precedente obrigatório. Deve ser pré-constituída e o pedido se fundamentar em tese firmada em súmula vinculante ou em julgamento de casos repetitivos. O inciso III também se refere à tutela documentada, fundada em contrato de depósito, que nada mais é a ação de depósito, 11 com pedido de devolução imediata do bem (pedido reipersecutório). Por fim, no inciso IV exige-se prova pré-constituída do autor e ausência de prova pré-constituída do réu, ou seja, o autor tem a prova pré-construída, com ausência de contraprova documentada suficiente. (DIDIER JR.; BRAGA; OLIVEIRA, 2015). Esse instrumento processual é um importante mecanismo pautado na celeridade processual e na concretização de direitos, beneficia a parte de maneira significativa, pois permite o alcance ao direito pleiteado, ainda que de modo provisório. Não há necessidade de protelar a concessão de uma medida para a parte, se essa tem fundamento suficiente para usufruí-la a contento. (LIMA, 2019) 3. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA A chamada responsabilidade objetiva foi apontada no parágrafo único do artigo 927 do atual Código Civil Brasileiro, que dispõe: Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. No tocante á tutela provisória, o legislador estatuiu no art. 302 do CPC que a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte contrária. O referido artigo enumera situações que são sujeitas a responsabilidade objetiva. Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - a sentença lhe for desfavorável; II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. (CPC, 2015). Trata-se, aí, de responsabilidade objetiva, pois o dispositivo desconsidera qualquer menção a dolo ou culpa do requerente. Trata-se, ademais, de regra de justiça, porque o réu será acometido de prejuízo por ato judicial indevidamente solicitado pelo autor em benefício próprio. (TESHEINER, 2016). https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_Civil_brasileiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Dano 12 Apesar do artigo não estar previsto nas disposições gerais da tutela provisória e sim na tutela de urgência, sua aplicação prática também abrange as tutelas de evidência, pois é inegável que em qualquer modalidade de tutela, se futuramente revogada, pode vir a ser danosa para outra parte. (SOARES, 2019). Vale ressaltar que o parágrafo únicodo artigo 297 do CPC, que está inserido nas disposições gerais, dispõe que a efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. E o inciso I do artigo 520 estabelece que o cumprimento provisório da sentença que reconhece a obrigação de pagar quantia corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido. (DIAS, 2020). No que concerne à indenização, a doutrina majoritária elegeu a responsabilidade objetiva, uma vez que para legitimar o dever de indenizar é necessário somente comprovar o dano e o nexo de causalidade com a concessão dos efeitos da tutela. A relação entre o dano e a conduta denomina-se nexo causal, de modo que a conduta lesiva deve ser oriunda da ação, diretamente ou como provável consequência. (DINIZ, 2015). 4. DEVER DE INDENIZAR A responsabilidade civil é tratada no ordenamento brasileiro como um dever jurídico e seu descumprimento consequentemente acarretam a obrigação de ressarcir ou reparar um dano causado por sua ação, sofrendo assim as sanções que lhe forem impostas de acordo com a lei. (SILVA, 2018). Para que haja a reparação dos danos causados por uma tutela provisória que depois foi revogada não é necessária a discussão de culpa da parte ou se esta agiu de má-fé. A indenização será devida com a comprovação do nexo de causalidade entre o fato e o prejuízo ocorrido. (SILVA, 2018). Se ficar provado que o autor da demanda agiu de forma maliciosa ou temerária, ele deverá, além de indenizar o réu, responder por outras sanções processuais previstas no CPC. Conforme explica a doutrina: (...) o requerente da tutela provisória assume o risco de ressarcir, ao adversário, todos os prejuízos produzidos pela concessão e a execução da providência urgente, quando essa vier a ser extinta por um ato ou omissão imputável ao autor da medida ou por se constatar que ele não tem o direito antes reputado plausível. E, para tanto, é irrelevante que o requerente da medida tenha agido de boa ou má-fé, com ou sem 13 dolo ou culpa. Aliás, se tiver havido litigância de má-fé responderá também, cumulativamente, pelas penalidades imputáveis a tal conduta. (WAMBIER, TALAMINI, 2016, p. 880). O tema é tratado no parágrafo único do art. 302 do CPC que dispõe: (...) A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. Logo, em regra, não é necessário o ajuizamento de ação autônoma para a cobrança dessa indenização. Isso porque a obrigação de indenizar a parte contrária pelos prejuízos derivados do deferimento da tutela provisória posteriormente revogada é decorrência ex lege (por força de lei) da sentença de improcedência ou da sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito, devendo o respectivo valor ser liquidado nos próprios autos em que a medida tiver sido concedida, como demonstrado no julgado: RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESISTÊNCIA DA DEMANDA APÓS A CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA. EXTINÇÃO DO FEITO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA FORMULADO PELA PARTE RÉ PLEITEANDO O RESSARCIMENTO DOS VALORES DESPENDIDOS EM RAZÃO DO DEFERIMENTO DA TUTELA PROVISÓRIA. CABIMENTO. DESNECESSIDADE DE PRONUNCIAMENTO JUDICIAL PRÉVIO NESSE SENTIDO. OBRIGAÇÃO EX LEGE. INDENIZAÇÃO QUE DEVERÁ SER LIQUIDADA NOS PRÓPRIOS AUTOS. ARTS. 302, CAPUT, INCISO III E PARÁGRAFO ÚNICO, E 309, INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE IMPÕE. RECURSO PROVIDO. (REsp 1770124/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 24/05/2019) Sendo assim, existe um título executivo judicial que permite o cumprimento de sentença. Esse título é a própria decisão que antecipou a tutela, juntamente com a sentença de extinção da lide sem resolução de mérito ou que a revogou, sendo, portanto, possível extrair a obrigação de indenizar os danos causados à ré. CONSIDERAÇÕES FINAIS Dada importância do assunto e a ampla aplicabilidade do tema na prática, tivemos a oportunidade de perceber a diferença entre as formas de cognição no ordenamento jurídico. Sendo a cognição sumária atribuída ao juízo de probabilidade e a cognição exauriente dotada de juízo de certeza. 14 Apresentamos a importância das tutelas provisórias, demonstrando que a delonga de um processo pode frustrar o pleito de uma das partes, principalmente pela possibilidade de perecimento do direito ou privação de bem por quem evidencia seu direito. Observamos também as modalidades de tutela provisória estabelecidas no nosso ordenamento, divididas em tutela de urgência e tutela de evidência. As tutelas provisórias de urgência ainda subdividem em antecipada e cautelar. De um lado, a tutela antecipada efetiva o direito material, de outro, a tutela cautelar protege-o, viabilizando sua futura satisfação. Notamos que a tutela de evidência pressupõe a demonstração de afirmações comprovadas. A legislação previu a responsabilidade civil objetiva do requerente beneficiário da medida em caso de improcedência da lide com a revogação dos efeitos da tutela. Ficou notória a preocupação do próprio legislador em resguardar a parte em caso de algum equívoco do juízo; logo ocorrendo dano a parte adversa, independentemente de culpa, o autor terá que arcar com os prejuízos apurados. A melhor forma de amenizar os efeitos negativos e uma futura obrigação de indenizar é a análise e fundamentação adequada do provável direito, que deve ser como medida de alerta para a não banalização desse tipo de tutela, e somente ser pleiteada e consequentemente concedida em casos de direito realmente prejudicado ou em ameaça. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Adolpho Augusto Lima; MENDES, Daniel de Carvalho. O panorama das tutelas provisórias no novo código de processo civil. 03 de abril de 2016. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2016-abr-03/panorama-tutelas-provisorias-cpc>. Acesso em 08 maio 2020. BORGES, Josué Martinho Santos. Tutela provisória de urgência: uma breve análise de suas peculiaridades. 01 maio 2018. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista- 172/tutela-provisoria-de-urgencia-uma-breve-analise-de-suas-peculiaridades/>. Acesso em: 10 mar 2020. BRASIL. LEI N° 13,105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869impressao.htm> Acesso em 10 mar. 2020. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça . Recurso Especial. ação de obrigação de fazer. desistência da demanda após a concessão da tutela provisória. RESP 1770124/SP, relator: https://www.conjur.com.br/2016-abr-03/panorama-tutelas-provisorias-cpc https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/tutela-provisoria-de-urgencia-uma-breve-analise-de-suas-peculiaridades/ https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/tutela-provisoria-de-urgencia-uma-breve-analise-de-suas-peculiaridades/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869impressao.htm 15 Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE. Data de Julgamento: 21/05/2019, T3 - Terceira Turma. Data de Publicação: DJe 24/05/2019. BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil. Vol único, 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. CUNHA, Alex. A Responsabilização Civil para as Tutelas Provisórias. 21 fev 2020. Disponível em: <https://aleexcunha1.jusbrasil.com.br/artigos/628426671/a-responsabilizacao- civilpara-as-tutelas-provisorias>. Acesso em: 18 mar 2020. DIAS, Fabrício Augusto. Concessão da tutela provisória de evidência de ofício na sentença. 14 abril 2020. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2020-abr-14/opiniao- tutela-provisoria-evidencia-oficio-sentenca>. Acesso em: 25 abril 2020. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. Vol 7, 29ed. São Paulo: Saraiva, 2015. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. Coleção esquematizado - Coord. Pedro Lenza.8. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. JUNIOR Didier Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 10. ed. Salvador: Juspodivm, 2015. JUNIOR, Humberto Theodoro. Curso de direito processual civil. Vol I. 56 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. LIMA, Erika Cordeiro de Albuquerque dos Santos. A tutela da evidência no novo código de processo civil brasileiro. 02 fev 2019. Disponível em: <(https://jus.com.br/1044558-erika- cordeiro-de-albuquerque-dossantos-silva-lima/publicacoes)> . Acesso em: 19 maio 2020. LOPES, Renan Kfuri. As liminares e a cognição sumária e superficial nas decisões interlocutórias, 09 outubro. 2019. Disponível em : http://www.rkladvocacia.com/categoria/doutrina). Acesso em: 31 mar 2020. LUPETTI, Barbara. Como diferenciar as tutelas de urgência e da evidência no novo CPC. 03 fev 2016. Disponível em:<https://www.conjur.com.br/2016-fev-03/barbara-lupetti-tutelas- urgencia-evidencia-cpc>. Acesso em 24 mar 2020. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum. 3. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. . ed. Salvador: Juspodivm, 2018. RODRIGUES, Daniel Colnago. Tutela provisória de urgência no NCPC: perplexidades em torno da unificação de seus pressupostos. 04 maio 2016. Disponível em: https://aleexcunha1.jusbrasil.com.br/artigos/628426671/a-responsabilizacao-civilpara-as-tutelas-provisorias https://aleexcunha1.jusbrasil.com.br/artigos/628426671/a-responsabilizacao-civilpara-as-tutelas-provisorias https://www.conjur.com.br/2020-abr-14/opiniao-tutela-provisoria-evidencia-oficio-sentenca https://www.conjur.com.br/2020-abr-14/opiniao-tutela-provisoria-evidencia-oficio-sentenca http://www.rkladvocacia.com/categoria/doutrina) https://www.conjur.com.br/2016-fev-03/barbara-lupetti-tutelas-urgencia-evidencia-cpc https://www.conjur.com.br/2016-fev-03/barbara-lupetti-tutelas-urgencia-evidencia-cpc http://www.justificando.com/2016/05/04/tutela-provisoria-de-urgencia-no-ncpc-perplexidades-em-torno-da-unificacao-de-seus-pressupostos/ http://www.justificando.com/2016/05/04/tutela-provisoria-de-urgencia-no-ncpc-perplexidades-em-torno-da-unificacao-de-seus-pressupostos/ 16 <http://www.justificando.com/2016/05/04/tutela-provisoria-de-urgencia-no-ncpc- perplexidades-em-torno-da-unificacao-de-seus-pressupostos/>. Acesso em: 19 abril 2020. SÁ, Renato Montans. Manual de direito processual civil. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. SILVA, Kassiandra Carmem da. Responsabilidade civil. 01 nov 2018. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/70482/responsabilidade-civil>. Acesso em: 14 abril 2020. SOARES, Beatriz de Carvalho. A responsabilidade na tutela provisória: irreversibilidade e o dever de indenizar. 01 abril 2019. Disponível em: <https://jus.com.br/imprimir/73488/a- responsabilidade-na-tutela-provisoria-irreversibilidade-e-o-dever-de-indenizar>. Acesso em: 21 fev 2020. TESHEINER, José Maria Rosa; THAMAY, Rennan Faria Krüger. Aspectos da tutela provisória: da tutela de urgência e tutela da evidência. 13 fev 2017. Disponível em: < http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_ servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RPro_n.257.12.PDF>. Acesso em: 15 maio 2020. WAMBIER, Luis Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil: cognição jurisdicional (processo comum de conhecimento e tutela provisória), volume 2. 16ª ed. São Paulo: RT, 2016. http://www.justificando.com/2016/05/04/tutela-provisoria-de-urgencia-no-ncpc-perplexidades-em-torno-da-unificacao-de-seus-pressupostos/ http://www.justificando.com/2016/05/04/tutela-provisoria-de-urgencia-no-ncpc-perplexidades-em-torno-da-unificacao-de-seus-pressupostos/ ../Downloads/Kassiandra%20Carmem%20da. https://jus.com.br/artigos/70482/responsabilidade-civil https://jus.com.br/imprimir/73488/a-responsabilidade-na-tutela-provisoria-irreversibilidade-e-o-dever-de-indenizar https://jus.com.br/imprimir/73488/a-responsabilidade-na-tutela-provisoria-irreversibilidade-e-o-dever-de-indenizar http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RPro_n.257.12.PDF http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RPro_n.257.12.PDF BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil. Vol único, 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. LIMA, Erika Cordeiro de Albuquerque dos Santos. A tutela da evidência no novo código de processo civil brasileiro. 02 fev 2019. Disponível em: <(https://jus.com.br/1044558-erika-cordeiro-de-albuquerque-dossantos-silva-lima/publicacoes)> . Acesso em: 1... MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum. 3. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. RODRIGUES, Daniel Colnago. Tutela provisória de urgência no NCPC: perplexidades em torno da unificação de seus pressupostos. 04 maio 2016. Disponível em: <http://www.justificando.com/2016/05/04/tutela-provisoria-de-urgencia-no-ncpc-perplexidades-em-to... SILVA, Kassiandra Carmem da. Responsabilidade civil. 01 nov 2018. Disponível em: SOARES, Beatriz de Carvalho. A responsabilidade na tutela provisória: irreversibilidade e o dever de indenizar. 01 abril 2019. Disponível em: <https://jus.com.br/imprimir/73488/a-responsabilidade-na-tutela-provisoria-irreversibilidade-e-o-dever-de-ind...
Compartilhar