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Trabalho - Penal III

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Aluna: Angela Fontinele dos Santos 
Matrícula: 201408480905 
Professor(a): DANIELA BASTOS SOARES VIEIRA / Penal III 
 
1 - O contexto social: 
 
Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser 
mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento 
de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em 
sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, 
como é o caso brasileiro. 
No Brasil, o cenário que mais preocupa é o do feminicídio cometido 
por parceiro íntimo, em contexto de violência doméstica e familiar, e que 
geralmente é precedido por outras formas de violência e, portanto, poderia ser 
evitado. 
Trata-se de um problema global, que se apresenta com poucas 
variações em diferentes sociedades e culturas e se caracteriza como crime de 
gênero ao carregar traços como ódio, que exige a destruição da vítima, e 
também pode ser combinado com as práticas da violência sexual, tortura e/ou 
mutilação da vítima antes ou depois do assassinato. 
 
“Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 
com o fim de reconhecer e dar visibilidade à discriminação, opressão, 
desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que, em sua 
forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não 
constitui um evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao 
contrário, faz parte de um processo contínuo de violências, cujas raízes 
misóginas caracterizam o uso de violência extrema. Inclui uma vasta 
gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, como o estupro, e 
diversas formas de mutilação e de barbárie.” 
Eleonora Menicucci, ministra chefe da Secretaria de Políticas para as 
Mulheres da Presidência (SPM-PR) 
 
O principal ganho com a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) é 
justamente tirar o problema da invisibilidade. Além da punição mais grave para 
os que cometerem o crime contra a vida, a tipificação é vista por especialistas 
como uma oportunidade para dimensionar a violência contra as mulheres no 
País, quando ela chega ao desfecho extremo do assassinato, permitindo, assim, 
o aprimoramento das políticas públicas para coibi-la e preveni-la. 
 
“A tipificação em si não é uma medida de prevenção. Ela tem por 
objetivo nominar uma conduta existente que não é conhecida por este 
nome, ou seja, tirar da conceituação genérica do homicídio um tipo 
específico cometido contra as mulheres com forte conteúdo de gênero. 
A intenção é tirar esse crime da invisibilidade.” 
Carmen Hein de Campos, advogada doutora em Ciências Criminais e 
consultora da CPMI-VCM. 
 
2 - O contexto jurídico: 
 
Conforme determina o art. 121ºm §-A,II, do CP, a qualificadora do 
homicídio deve ser reconhecida nos casos em que o delito é cometido em fase 
de mulher em violência doméstica e familiar. Assim, o fato de o paciente valer-
se do relacionamento familiar que possuía com a vima é aferível de maneira 
objetiva, e não se confunde com a circunstância de ter cometido o delito em 
razão de acreditar que tinha posse sobre a vítima, a qual é de natureza subjetiva. 
Assim, presentes uma qualificadora de cunho subjetivo (motivo torpe) 
e outra de cunho objetivo (feminicídio), circunstâncias de natureza diversas que 
coexistem em perfeita harmonia, não há nulidade a ser declarada. 
Projeto de Lei 292/2013, possui o intuito de penalizar o homicídio 
como consequência da violência de gênero, ou seja, o intuito de trazer para o 
Código Penal Brasileiro a diferença entre o sexo biológico e o gênero, com isso, 
pessoas do sexo feminino, assim, como transsexuais, seria enquadradas como 
vítima de feminicídio a partir do momento em que sofressem violência por motivo 
de gênero, levando ao óbito. 
 
3 - Os fatos relevantes 
 
Não é cabível sustentação oral no julgamento de agravo de regimental 
 
 
 
4 - Os dispositivos jurídicos aplicáveis ao caso: 
 
Lei Maria da Penha, Lei nº 13.104/2015, §2, VI. Artigo 159, RISTJ 
Projeto de Lei nº292/2013 
 
5 - Avaliações da decisão: 
 
Ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada, negou o 
provimento ao agravo. 
 
 
6 – Consequência para a sociedade, instituições para o Ordenamento Jurídico: 
 
Se o réu não puder ser julgado mais de uma vez pelo crime cometido, 
como será que irá ficar os crimes cometidos por feminicídio na sociedade? 
Praticado uma única vez e, assim, poderá ser praticado por diversa vezes e nada 
será feito? Injusto com a sociedade, mulher e totalmente inconstitucional, com 
base no nosso ordenamento jurídico. 
De acordo com entendimentos de doutrinadores, feministas e 
estudiosos sobre o assunto abortado, é possível a clara visão de que por conta 
do gênero feminino, parte da sociedade impõe determinadas obrigações e 
deveres a serem cumpridos pelas mulheres, e que por esse fator pode ensejar 
a violência contra mulher, podendo inclusive vir a causar o seu óbito. 
Passento expõem que assim como também analisado por Fragoso, 
as mulheres não devem ser vista na sociedade apenas na forma de sujeitos 
passivos, que não estejam incluídas como membro daquela sociedade. 
 
 
7 - Consequências para as partes envolvidas: 
 
É total improcedente para a parte envolvida, haja vista, inadmissível 
alegar a dispensa do animus do agente, pois há intenção sim de ter o domínio 
sobre a vítima. 
A vítima fica totalmente traumatizada. Precisando de tratamento 
psicológicos.

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