Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/264974785 O CAMINHO DA ECOLOGIA HUMANA PARA UM MUNDO EM CRESCIMENTO Article · August 2013 CITATIONS 0 READS 1,358 1 author: Carlos Roberto Rodrigues Batista Universidade Federal Fluminense 2 PUBLICATIONS 3 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Carlos Roberto Rodrigues Batista on 23 August 2014. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/264974785_O_CAMINHO_DA_ECOLOGIA_HUMANA_PARA_UM_MUNDO_EM_CRESCIMENTO?enrichId=rgreq-ea8f8d111bb2958550dbe0bd6af3723c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2NDk3NDc4NTtBUzoxMzM0MTk0MjE5MzM1NjhAMTQwODgyMTA3NzM1NQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/264974785_O_CAMINHO_DA_ECOLOGIA_HUMANA_PARA_UM_MUNDO_EM_CRESCIMENTO?enrichId=rgreq-ea8f8d111bb2958550dbe0bd6af3723c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2NDk3NDc4NTtBUzoxMzM0MTk0MjE5MzM1NjhAMTQwODgyMTA3NzM1NQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-ea8f8d111bb2958550dbe0bd6af3723c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2NDk3NDc4NTtBUzoxMzM0MTk0MjE5MzM1NjhAMTQwODgyMTA3NzM1NQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Carlos_Roberto_Batista?enrichId=rgreq-ea8f8d111bb2958550dbe0bd6af3723c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2NDk3NDc4NTtBUzoxMzM0MTk0MjE5MzM1NjhAMTQwODgyMTA3NzM1NQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Carlos_Roberto_Batista?enrichId=rgreq-ea8f8d111bb2958550dbe0bd6af3723c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2NDk3NDc4NTtBUzoxMzM0MTk0MjE5MzM1NjhAMTQwODgyMTA3NzM1NQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Universidade_Federal_Fluminense?enrichId=rgreq-ea8f8d111bb2958550dbe0bd6af3723c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2NDk3NDc4NTtBUzoxMzM0MTk0MjE5MzM1NjhAMTQwODgyMTA3NzM1NQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Carlos_Roberto_Batista?enrichId=rgreq-ea8f8d111bb2958550dbe0bd6af3723c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2NDk3NDc4NTtBUzoxMzM0MTk0MjE5MzM1NjhAMTQwODgyMTA3NzM1NQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Carlos_Roberto_Batista?enrichId=rgreq-ea8f8d111bb2958550dbe0bd6af3723c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2NDk3NDc4NTtBUzoxMzM0MTk0MjE5MzM1NjhAMTQwODgyMTA3NzM1NQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf _____________________________________________________________ O caminho da ecologia humana para um mundo em crescimento. Author(s): Carlos Roberto Rodrigues Batista Source: Revista VITAS - Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade - Ano III, Ne 7, agosto de 2013. ISSN 2238-1627. Published by: UFF – Universidade Federal Fluminense Stable URL: http://www.uff.br/revistavitas Como citar (ABNT): BATISTA, C.R.R. O caminho da ecologia humana para um mundo em crescimento. Revista Vitas – Visões Transdiciplinares sobre Ambiente e Sociedade, Ano III, Ne 7, agosto de 2013. Disponível em: <http: //www.uff.br/revistavitas>. Acesso em: 20 jul 2014. Library João Alves Batista Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 O CAMINHO DA ECOLOGIA HUMANA PARA UM MUNDO EM CRESCIMENTO Carlos Roberto Rodrigues Batista* crobertoeng-web@yahoo.com.br Resumo: este artigo apresenta e analisa os principais aspectos teóricos da Ecologia Humana, sua relação com a Sociologia Ambiental e com a teoria social e uma visão crítica sobre a questão do desenvolvimento econômico. Palavras-chave: Ecologia Humana; Sociologia Ambiental; Teoria Sociológica Abstract: this paper focuses on the main aspects of Human Environment theory in its relation to the Environmental Sociology and Social Theory, discussing the limits of development. Keywords: Human Ecology; Environmental Sociology; Social Theory. 1. ANTECEDENTES DA ECOLOGIA HUMANA Desde os escritos de Thomas Malthus, no início dos anos 1800, a humanidade tem se preocupado com a finitude dos recursos naturais, estando o desabastecimento e a incapacidade de suprir as necessidades da população dentre as grandes preocupações do homem. O destino do planeta terra rumo ao esgotamento é tema recorrente em diversas ciências. O resultado prático destas discussões, entretanto, se resume a posições das mais variadas, ainda sem comprovação empírica que possibilite uma linha de ação com capacidade de reversão de uma esperada catástrofe. O presente estudo de natureza exploratória pretende tratar da questão do esgotamento dos recursos naturais, dentro do contexto atual, partindo da construção de uma história iniciada com o darwinismo e que hoje tem na sociologia ambiental um campo fértil para pesquisas e teorias. Apresentaremos uma síntese descritiva do surgimento da ecologia ambiental, comentando a posição dos clássicos da sociologia quanto à incorporação deste enfoque nos estudos sociológicos. Em seguida, descreveremos o desenvolvimento da ecologia humana na Escola de Chicago, nos anos 1920, disciplina que avançou na maneira de entender e enxergar as cidades e a sua ocupação. Concluiremos com considerações atuais desenvolvidas por sociólogos * Mestre em Ciências Sociais e Direito (UFF); Doutorando do programa de pós-graduação em sociologia e direito – PPGSD da Universidade Federal Fluminense. Professor da Universidade Estácio de Sá – Unesa – RJ. mailto:crobertoeng-web@yahoo.com.br Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 americanos contemporâneos sobre a mudança paradigmática do entendimento homem-ambiente, cuja tônica é a necessidade premente de levar em conta o esgotamento do planeta terra. Iniciemos comentando o pensamento dos autores clássicos da sociologia sobre o meio ambiente. O questionamento inicial presente na literatura crítica sobre a ecologia humana são os motivos da não incorporação dos elementos deste campo nos estudos de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber. Entendemos como questão relevante, uma vez que a inclusão de teorias ambientais na sociologia, pelas mãos dos clássicos, teria com certeza dado um rumo diferente a esta ciência, devido ao peso do argumento da autoridade. Os estudos sociológicos clássicos sempre estiveram focados na natureza antropocêntrica, sendo a avaliação do universo feita exclusivamente a partir da sua relação com o homem. Neste contexto, o único ambiente conhecido e aceito é o considerado apto para a garantia da existência humana. Como os fenômenos sociais eram explicados pela teoria clássica, priorizando a primazia antropocêntrica, não restava espaço para a incorporação de variáveis ecológicas em estudos em que o homem constituía o centro e único objeto. Teorias sociológicas alternativas correlacionadas com a biologia foram rechaçadas e descartadas por Marx, Durkheim e Weber (BUTTEL, 1992). As causas do descarte provavelmente se localizam no medo do determinismo físico e no fantasma da geografia humana. O primeiro, ao considerar que a ação humana é inteiramente causada por eventos anteriores e não pelo exercício da vontade, acaba por se contrapor ao determinismo histórico de Karl Marx, que é transpessoal e se baseia na natureza econômica dos fatos. Quanto à geografia humana, hoje completamente aceita, foi desconsiderada nas teorias dos sociólogos clássicos, já que isto os levaria a ter de considerar a interação entre a sociedade e o espaço numa época em que Marx se empenhava em descrever a sociedade exclusivamente com base na economia capitalista. Sob a direção dos citados autores clássicos, a sociologia moderna se desenvolveu considerando tabua incorporação de variáveis ecológicas nas suas análises o que, em última instância, significaria remeter a sociologia em direção às doutrinas como a de Spencer e Darwin. Este tipo de pensamento, entretanto, não permite desviar a atenção de uma realidade cada dia mais complexa em que os fenômenos ecológicos estão ligados à degradação e escassez de recursos naturais afetando, portanto, a sociedade. O fato de os teóricos clássicos não terem incorporado análises de base ecológica no desenvolvimento de sua teoria não nos permite afirmar que eles não tenham dedicado atenção a outros aspectos do meio ambiente natural, pois a biologia sempre foi assunto de pleno conhecimento. Ao contrário, todos os clássicos de uma forma ou de outra se inspiraram e dialogaram com a biologia, como não poderia deixar de ser frente a uma ciência que na época já estava plenamente consolidada. A Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 grande força das teorias clássicas, apesar de não incluírem a variável ambiental, está na deliberada simplificação biológica típica de uma época em que inexistia o nível de preocupação ecológica de hoje. É preciso ressaltar que os clássicos, apesar de conhecerem, se opunham a inovações teóricas decorrentes da introdução da variável biológica nos estudos da sociedade. Marx, por exemplo, criticou a teoria populacional de T.R. Malthus segundo a qual a espécie humana tende a reproduzir-se até o limite imposto pela oferta de alimentos. Marx criticava o pensamento determinista de Malthus que atribuía a uma lei natural a divisão da sociedade em classes, com consequente sofrimento e pobreza de uns e felicidade e riqueza de outros. Além disso, Malthus, criticado por Marx, privilegiava o entendimento das classes sociais mais elevadas que para ele tinham valor social, cultural e econômico, ao contrário da classe pobre que, se tivesse aumento de renda, voltaria à miséria, pois ele os considerava imorais, indolentes e voltados aos vícios (bebidas, jogo, farras e sexo). Na sua obra An Essay on the Principle of Population (1798), Malthus entendia que o trabalho produtivo, quando executado pelos trabalhadores pobres, os manteria no lugar restrito que lhes seria cabível dentro da sociedade, e com isto estaria garantido um regime capitalista1 sem o “conflito” de classes. A crítica de Marx à teoria demográfica e ao princípio de que a população mundial, quando não devidamente controlada, cresce em progressão geométrica e a produção de alimentos apenas em progressão aritmética2, está fundamentada na inexistência de uma lei geral supra-histórica que descreva o comportamento do crescimento demográfico. Para Marx, as dinâmicas populacionais diferem conforme as distintas formações sociais, e dependem unicamente do momento histórico em o fato social é observado. As evidências apontam que o extremismo de Malthus, com sua previsão de fome generalizada no final do século, não tinham razão de ser. Kinkartz (2011) lembra que o planeta já abriga sete bilhões de pessoas e que, mantida a tendência de crescimento, seremos nove bilhões em 2050. A questão é se seremos capazes de alimentar tanta gente. Segundo especialistas, é possível desde que melhoremos a produtividade de solos e sementes. Segundo o professor de agronomia Harald von Witzke, da Universidade Humboldt de Berlim, a resposta é "sim". Mas um "sim" seguido de um "porém". O enorme crescimento da produção agrícola nas últimas décadas deve-se 80% ao aumento da produtividade. Apenas 20% é o resultado da ampliação das áreas agricultáveis. "No futuro, precisaremos investir ainda mais no aumento de produtividade para satisfazermos as crescentes necessidades humanas de alimento. O solo será, cada vez, um fator limitante para a produção de gêneros alimentícios" (KINKARTZ, 2011. Disponível em: http://www.dw.de/crescimento-populacional-e-o-desafio-da- alimenta%C3%A7%C3%A3o/a-15486766. Acesso em 25 set 2013). Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 Nosso entendimento é que de fato a questão demográfica não obedece a uma lei supra-histórica que, de forma determinística, possibilite a estimativa de crescimento da população. O crescimento populacional deve levar em consideração também o momento da história, pois sempre estará sujeito a influências econômicas e políticas. Citamos dois exemplos para exemplificar esta afirmativa: a política do filho único, lançada pelo governo chinês no fim da década de 1970, segundo a qual fica proibido a qualquer casal ter mais de um filho e que punem os infratores com pesadas multas. Esta foi uma medida política de controle populacional, num país que hoje já ultrapassa 1 bilhão e 300 milhões de pessoas, cujo objetivo declarado era o de facilitar o acesso da população a um sistema de saúde e educação de qualidade. Propaganda do governo Chinês afirma que, sem a implantação da política do filho único, a população chinesa já estaria hoje em 1 bilhão e 700 milhões de pessoas. Mas há consequências. Pesquisa divulgada pela revista Science, feita com mais de 400 moradores de Pequim, nascidos na época da introdução da política do filho único, mostra os efeitos colaterais da medida. Segundo o pesquisador Nisvan Erkal, da Universidade de Melbourne, que participou do grupo de pesquisa formado também por L. Cameron e outros, é provável que a politica tenha efeitos indesejáveis na economia do país, pois “Descobrimos que as pessoas que cresceram como filho único são significativamente menos confiantes, menos confiáveis, mais relutantes ao risco, menos competitivas, mais pessimistas e menos escrupulosas” (CAMERON et al., 2013; POLÍTICA DO..., 2013). O segundo exemplo é a regressão populacional da Europa, um continente demograficamente envelhecido em que se observa uma redução absoluta da população. . Segundo Alban d’Entremont, professor de Geografia Econômica e da População na Universidade de Navarra, o fenômeno tem estreita ligação com a profunda crise social que se propaga no continente Europeu há mais de uma geração. No seu diagnóstico: O escasso dinamismo demográfico em praticamente todos os países da Europa (baixíssima natalidade; exígua nupcialidade; aumento da mortalidade; crescimento natural estanque; falta de renovação de gerações), faz-se sentir, mais do que em qualquer outro âmbito demográfico, na esfera da estrutura populacional, isto é, na estrutura e na configuração populacional, de acordo com os componentes individuais que caracterizam essa população – homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, idosos -, e nas suas componentes colectivas mais significativas e representativas – família, grupos primários e secundários, classes sociais e comunidades, que se encontram num país num determinado momento (d’ ENTREMONT, 2012. Disponível em: http://www.ver.pt/conteudos/verArtigo.aspx?id=1471&a=Actualidade. Acesso em 20 set 2013) Para o especialista, a crise é grave e requer medidas urgentes e contundentes como forma de corrigir uma situação atípica e altamente preocupante. Nos países envelhecidos da Europa do sul, a população com mais de 65 anos já ultrapassa 15%, com o percentual de jovens em declínio. Em consequência, os índices de dependência Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 entre população ativa e passiva vão aumentando em função do desequilíbrio na estrutura demográfica. O resultado é a repercussão nas políticas de segurança social, que passam a exigir maiores contribuições para garantir as pensões e disponibilidades de outros serviços sociais a toda população. Outros efeitos são os desequilíbrios entre produção e consumo,que possuem estreita ligação com a idade, com efeitos ramificados em outras áreas sociais, como o emprego, a educação, a habitação e os cuidados de saúde. Retomando os antecedentes clássicos da ecologia humana, devemos lembrar que os teóricos sociais do século XIX não ignoraram a literatura biológica de sua época. Este conhecimento, por parte de Comte, Spencer e Malthus constituiu o instrumental no cruzamento do pensamento social e biológico daquele século (BUTTEL, 1992). Clássicos da teoria sociológica não foram indiferentes ao biologismo. O próprio Marx rejeitou as tentativas de estabelecer uma analogia biológica que considerava as partes do organismo social com funções essenciais para a sobrevivência e evolução da sociedade. Apesar de não descartar completamente a validade da influência da biologia na teoria social, preponderante no pensamento organísmico (organismic thought) da sua época, Marx não viu a biologia como disciplina determinante para a constituição da base econômica e de classe da sociedade. Analisando a dissociação entre a estrutura e o processo social com as analogias biológicas preponderantes na época de Marx, podemos concluir que, pela unicidade de seu objeto – o homem, possibilitou uma maior evolução da teoria social, mas acarretou perdas para a ecologia humana. A influência de clássicos do porte de Marx, Durkheim e Weber, cada um a sua maneira, impediu a simbiose da teoria social com a biologia, retardando a evolução das teorias sociais ecológicas, para pesar dos modernos sociólogos ambientalistas. A crença atual é a de que a sociologia expressiva com bases ecológicas acabou sendo limitada devido à rejeição dos aspectos ecológicos pelos pensadores da tradição sociológica clássica, não tendo evoluído como poderia. 2. A ECOLOGIA HUMANA DE ROBERT E. PARK E ERNEST W. BURGESS Talvez a primeira referência conhecida sobre a existência de inter- relacionamento e de interdependência entre os seres vivos se deva a Sir John Arthur Thomson (1861-1933), naturalista escocês. O autor usou como métafora a “teia da vida” para expressar duas ideias distintas. A primeira é a de que a vida foi feita para ser lida e interpretada pela ciência. Como há muitas ciências, cada uma delas seguirá um determinado fio colorido da teia da vida, realizando suas descobertas particulares, correspondentes ao seu campo de conhecimento. A segunda ideia, considerada por Thomson de relevância para estudos da evolução humana, sugere Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 interrelacionamento e ramificação (1909b, p. 46–47). É esta segunda ideia a que nos interessa neste estudo. Nunca saberemos dizer aonde um determinado fio da teia levará. Se um fio é puxado para fora, muitos outros irão se soltar da teia. Nenhuma das partes da trama de fios consegue ficar fora do todo. “Quanto mais conhecemos em nossa volta, mais constatamos que a natureza é um vasto sistema de conexões em que o isolamento é impossível” 3 (1909a, p. 47). Assim, não há como ficar alheio ao que ocorre em nosso redor. Somos todos responsáveis uns pelos outros e fazemos parte de uma sociedade cujo destino é único. O conceito da teia da vida foi considerado por Thomson tão darwiniano como o da luta pela existência no processo de seleção natural das espécies. Mais tarde Robert Ezra Park (1864-1944), sociólogo americano, retoma a metáfora da “teia da vida” anteriormente descrita por Thomson para explicar o urbano a partir de conceitos darwinianos de biologia, sugerindo uma interação entre homem e meio ambiente. Park cria a expressão “Ecologia humana” (1936), a partir de conceitos oriundos da ecologia natural4, que utiliza no contexto econômico, e passa a ser considerado o pai da ecologia humana. Em associação com Ernest W. Burgess (1886–1966), Park estreita suas pesquisas sobre a teoria da ecologia humana, a partir do desenvolvimento de um programa de pesquisas sobre urbanismo, realizado no departamento de sociologia da Universidade de Chicago, tendo como objeto a cidade de Chicago. (PARK, 1952) Durante a pesquisa, Park e Burgess desenvolvem uma teoria sobre ecologia urbana propondo a similaridade entre as cidades e os meios ambientes encontrados na natureza. Na sua teoria, as cidades são governadas pelas mesmas forças presentes na evolução darwiniana e que afetam os ecossistemas naturais. A mais importante destas forças, a competição, leva grupos a disputarem os territórios disponíveis. O resultado da competição é a divisão do território em nichos ecológicos, também denominados “áreas naturais”, nos quais as pessoas apresentam características sociais similares, já que estão submetidas às mesmas pressões ecológicas. Outros tipos de relações ecológicas foram trazidos para a ecologia humana pelos autores como, por exemplo, a proto-cooperação, situação em que indivíduos se associam em busca do bem comum. Este mecanismo é o que explica a solidariedade encontrada nos guetos. O modelo de Park e Burgess, conhecido como modelo das zonas concêntricas, foi publicado pela primeira vez em The City (1925), e previa que as cidades se dividiriam em cinco anéis concêntricos, nos quais as áreas centrais estão física e socialmente deterioradas. Na medida em que se distanciam do centro, as áreas da cidade se tornam mais prosperas e mais caras. A conquista do território se dá pela competição entre as pessoas, que passam a ocupar os anéis mais distantes do centro da cidade. O aumento da prosperidade é o vetor que move pessoas e negócios na ocupação de áreas mais distantes dos centros, num processo chamado de Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 sucessão5, termo tomado emprestado da ecologia. O preço do solo regula a distribuição dos usos e de habitação no meio urbano. A desigualdade da capacidade econômica dos grupos sociais e profissionais e das atividades econômicas condiciona e explica a luta pela apropriação do espaço. As leis do mercado explicam a deterioração da zona de transição, a partir do centro da cidade, uma vez que os proprietários abandonam os imóveis a sua própria sorte, dado que os preços dos alugueis não estimula os cuidados na conservação dos imóveis (BROWN, 2011). (PARK; BURGESS; MCKENZIE, 1925) Fig. 1 – A cidade em zonas concêntricas (Modelo de Burgess) O modelo das zonas concêntricas, também conhecido como modelo de Burgess, foi a primeira tentativa para explicar a organização espacial da cidade. Como sociólogos, Park e Burgess utilizaram o modelo das zonas concêntricas para explicar problemas de desemprego e crimes nos distritos de Chicago. Sua pesquisa também utilizou o mapeamento para plotar a distribuição de problemas sociais ao longo da cidade e permitir a comparação entre as diferentes áreas. Como Burgess tinha interesses especiais em mapas, exigia dos alunos de seus seminários o desenvolvimento de habilidade nas técnicas de mapeamento. O esforço permitiu a Burgess e seus alunos completarem, em 1923-1924, o mapa básico de pesquisas em Chicago, combinando todas as informações disponíveis sobre as Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 características físicas, fronteiras políticas, zoneamento, desenvolvimento residencial e comercial e áreas livres na cidade. Este mapa passou a ser utilizado por pesquisadores para mostrar a incidência de determinadas características sociais de Chicago. Brown (2011) cita que um dos mais importantes legados para os estudos da ecologia urbana decorrente dos estudos de Burgess e Park foi a inclusão da metodologia de mapeamento nas disciplinas desociologia, criminologia e políticas públicas. 3. ECOLOGIA HUMANA E A SOCIOLOGIA DO MEIO AMBIENTE William Robert Catton, Jr. (1926-) é um sociólogo estadunidense conhecido por seus trabalhos acadêmicos sobre sociologia ambiental e ecologia humana. Seu projeto nestas áreas do conhecimento é amplo e interdisciplinar, o que o levou a ser conhecido além dos círculos acadêmicos, em especial por sua obra seminal, escrita em 1980, Overshoot: The Ecological Basis of Revolutionary Change. Catton desenvolveu diversos estudos sobre a sociologia ambiental em conjunto com Riley E. Dunlap, professor de sociologia na Universidade de Oregon. (CATTON, 1982) Neste item discutiremos os trabalhos de destaque destes pesquisadores, buscando a conexão entre termos comumente utilizados na literatura como ecologia, meio ambiente e sustentabilidade. Os citados autores bastante representativos no campo da sociologia ambiental podem nos ajudar a posicionar a sociologia ambiental dentro do campo desta ciência, especialmente a partir de questões relevantes como a evolução do paradigma HEP (human exceptionalism paradigm) para o NEP (new environmental paradigm), proposta por Catton e Dunlap (1978; 1979). Iniciemos pela definição dos citados paradigmas. O primeiro deles, o paradigma da excepcionalidade humana - HEP resume uma visão antropocêntrica do mundo, compartilhada sem exceção pelas teorias clássicas, como – funcionalismo, interacionismo simbólico, etnometodologia, teoria do conflito, marxismo, dentre outras. Este alinhamento antropocêntrico foi observado por Catton e Dunlap (1978) que assim se expressam “[as teorias clássicas] têm propensão para exagerar suas diferenças uma das outras [...]. Nós afirmamos que suas aparentes diversidades não são tão importantes quanto o antropocentrismo que permeia todas elas.” (1978, p. 42). As premissas que caracterizam o HEP pode ser entendido a partir das seguintes premissas: 1. O ser humano é singular entre as criaturas da terra, pois tem uma cultura. 2. A cultura pode variar quase que infinitamente, podendo mudar muito mais rapidamente que as características biológicas. 3. Assim, muitas das diferenças humanas são socialmente induzidas e não inatas, podendo ser socialmente alteradas, eliminando-se diferenças inconvenientes. Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 4. Assim, também, a acumulação cultural significa que o progresso pode continuar sem limites, possibilitando em última análise a solução de todos os problemas sociais (CATTON; DUNLAP, 1978, p. 42–43). Nosso comentário sobre o HEP é que, ao privilegiar o antropocentrismo e torna-lo o ponto comum na visão do mundo, o paradigma se mostrou ecologicamente reducionista, privilegiando o axioma durkheimiano e a noção de excepcionalidade ou isentabilidade humana. Ao se adotar o HEP como direcionador da ação humana passamos a ter uma falsa noção de mundo e a acreditar que, por mais que os recursos naturais sejam consumidos, sempre haverá uma solução tecnológica, idealizada pelo homem, capaz de corrigir os rumos. Catton e Dunlap atribuem este tipo de pensamento, ou seja, a prevalência do pensamento antropocêntrico, a uma espécie de superioridade que decorreu da euforia do capitalismo industrial americano pela dominância econômica e prosperidade que gerou na década de 1970. Há alguns fatos que levam a este comportamento. Por exemplo, apesar de o abastecimento ser finito, todos sabem que é prontamente acessível, como ocorre com os combustíveis fósseis e outras matérias primas não renováveis (CATTON, 1982). Este sentimento de onipotência, que conta com a tecnologia para ser preservado, levou à crença generalizada de que a capacidade do meio ambiente é passível de aumento segundo a necessidade, negando-se, portanto, a possibilidade de escassez. Os citados autores afirmaram, entretanto, que não pretendiam negar a existência de características excepcionais nos seres humanos e sua capacidade de usar a tecnologia em benefício próprio, mas sim salientar que a existência destas características excepcionais não nos isentaria da sujeição aos princípios naturais e suas consequências. Isto reduz a possibilidade de podermos contar com a excepcionalidade humana para a solução de problemas, pois podemos nos deparar com alguns problemas que se mostrem insolúveis. Catton e Dunlap observaram que o crescimento de problemas ambientais e o surgimento de apreensão quanto aos limites para o suprimento de recursos, levaram a uma mudança de pensamento quanto à possibilidade de aumentar a capacidade do meio ambiente. Isto requereu uma mudança de paradigma, sendo proposto por eles a evolução do paradigma antigo, com o surgimento de um novo paradigma ambiental (new environmental paradigm – NEP) em que incluem três novas premissas que vinculam a sociedade humana ao ecossistema: 1. Os seres humanos são apenas uma das muitas espécies que de maneira independente estão envolvidas nas comunidades bióticas que moldam nossa vida social. 2. As complexas ligações entre causa e efeito e o feedback na trama da natureza produzem muitas consequências não involuntárias a partir da ação social intencional. Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 3. O mundo é finito, existindo assim limites potenciais físicos e biológicos que reprimem o crescimento econômico, o progresso social e outros fenômenos da sociedade (CATTON, WILLIAM R.; DUNLAP, 1978, p. 45). Entendemos que as três premissas acrescidas por Catton e Dunlap introduzem uma simbiose entre a espécie humana e o ambiente natural. Não podemos deixar de considerar que a espécie humana mantem uma relação biológica com o ambiente, sendo esta uma característica fundamental da espécie humana. O NEP surge, portanto, para sensibilizar os sociólogos de que problemas ambientais também constituem fenômenos sociais e tem significância social. Entendemos que a dinâmica das sociedades industriais somente pode ser compreendida se levarmos em conta a influência reciproca entre sociedade e meio ambiente. A influência é mútua. Os exemplos desta interação são abundantes, citemos, por exemplo, o derramamento de petróleo nas águas da Bacia de Campos pela Chevron em 2011. As consequências da agressão ao meio ambiente foram sentidas pela sociedade. Pescadores ficaram impedidos de trabalhar e produzir alimentos durante a duração do incidente. Este foi um caso em que o homem compromete o equilíbrio ecológico e este, por sua vez, devolve na forma de prejuízos para a sociedade. A questão da mobilidade urbana é outro exemplo desta simbiose sociedade-meio ambiente. Com a proliferação de veículos automotores nas cidades estas estão parando, as ruas já não comportam a quantidade de veículos que respondem impedindo a mobilidade. . Dentro desta linha de pensamento, Catton publica em 1980 sua obra mais relevante, em que ressalta os efeitos do homem no meio ambiente. A mensagem central de Overshoot: The Ecological Basis of Revolutionary Change tem a ver com estilo de vida, costumes, instituições, padrões de interação, valores, expectativas assumidas pela pessoa humana, todos eles decorrentes de uma herança cultural que insiste em permanecer imutável. Esta herança, transmitida de gerações para gerações surgiu numa época remota quando a capacidade de consumo de recursos pelos humanos era menor que a capacidade de geração destes mesmos recursos pelo meio ambiente. É daqui, segundo Catton (1982) que derivam as dificuldades que vivemos hoje. A herança cultural permanece intacta, continuando a ser transmitida exatamente como na sua gênese sem que o homem adapte aos novos tempos em gastamos mais e mais dos recursos do meio ambiente.A vida humana, que continua com a mesma herança cultural, agora se desenvolve num cenário de carência de recursos. Os recursos do planeta são finitos. A sociedade humana sofre pressão irresistível dos aspectos familiares da vida e em decorrência está mudando: desorganização social, atritos, desmoralização das instituições, segundo Catton, tudo indica que os conflitos irão aumentar. Parece que a movimentação social ocorrida a partir de junho de 2013 no Brasil seja um exemplo destas mudanças. Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 4. À GUISA DE CONCLUSÃO Talvez a imagem que melhor represente a interdependência entre os seres habitantes do planeta terra seja a imagem da “teia da vida” descrita por Thomson. Assim como a ideia de fragilidade contida numa teia, também me parece ser o equilíbrio da vida. As partes constituintes passam a impressão de instabilidade. Basta puxar um dos fios da teia para que a trama toda se desfaça. Ratifica o conceito do “efeito borboleta” 6, amplamente utilizado na descrição de inter-relacionamentos, onde qualquer movimento de uma parte afeta as demais. Entendo que este conceito é intuitivo e não há como refutar sua validade. Concordamos que não temos como avaliar a extensão das influências mútuas homem-ambiente. Uma agressão à natureza, como por exemplo, a extração de minério de ferro por anos a fio no quadrilátero ferrífero reconfigurou montanhas de Minas Gerais, a ponto de não mais se perceber que são montanhas. Com certeza os efeitos não se restringem a topologia, mas afetam também às populações do entorno. Foi no sentido de verificar efeitos urbanos de desequilíbrios que Park e Burgess estudaram a cidade de Chicago. De suas pesquisas ficou o legado da compreensão da formação de nichos nas cidades, onde se observa o contraste de áreas supervalorizadas e áreas degradadas. O zoneamento urbano do modelo de Burgess nos permitiu entender os recentes fenômenos da megavalorização imobiliária das cidades brasileiras, associada a expulsão dos menos favorecidos, dentro dos processos de gentrificação. Pensamos que o modelo das zonas concêntricas poderia ser mais bem explorado no sentido de ajudar a explicar as cidades. Com certeza Malthus foi demasiadamente alarmista quando elaborou sua teoria demográfica, prevendo a chegada da fome no final do século XIX, devido ao descompasso entre o crescimento populacional e a produção de alimentos. No entanto, não podemos afirmar que ele estava completamente errado. O planeta terra vem sendo utilizado muito acima de sua capacidade. Estudos empíricos mostram que, por exemplo, os EUA consomem cinco vezes mais recursos em relação ao que lhes caberia numa divisão equitativa. E é nesta linha que pesquisadores como Catton e Dunlap desenvolveram suas teorias, cada qual a seu modo, sobre a necessidade de repensar o consumo. Há hoje uma consciência ecológica em desenvolvimento. Porém, como toda cultura, demandará muito tempo para ser assimilada como conhecimento prático. Acreditamos que cabe às ciências sociais um papel de relevância na condução destas reflexões. Somente a partir de estudos da sociedade, das suas motivações, da inflexibilidade da herança cultural que insiste em considerar o planeta terra exatamente como foi no passado, poderemos reverter nosso comportamento. Os sociólogos ambientais modernos lamentam não ter tido a influência de Marx, Durkheim e Weber. A ausência de manifestações destes Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 pensadores sobre a influência do meio ambiente na sociedade, com certeza, retardou uma aceitação mais completa das teorias ambientais hoje em vigor. É preciso, entretanto, entender seus motivos - o mundo na sua época era pleno de recursos, não representava riscos para a vida humana, portanto, não era um problema sociológico a ser estudado. ] NOTAS EXPLICATIVAS 1 Ressalvamos que o termo Capitalismo foi criado e utilizado por socialistas e anarquistas (Karl Marx, Proudhon, Sombart) no final do século XIX e no início do século XX, para identificar o sistema político-econômico existente na sociedade. Malthus não faz referências a esse termo na sua obra que, entretanto, menciona fazendeiros e capitalistas que detendo a riqueza, a aumentavam com os lucros decorrentes do trabalho realizado pelos pobres: “[...] farmers and capitalists are growing rich from the real cheapness of labour. Their increased capitals enable them to employ a greater number of men. Work therefore may be plentiful, and the price of labour would consequently rise”. (MALTHUS, 1798, p. 10). A economia de Marx tomou como ponto de partida a obra de economistas britânicos de seu tempo, Adam Smith, David Ricardo e de Thomas Malthus. 2 A métafora matemática relacionando o crescimento populacional e a produção de alimentos é expressa textualmente por Malthus:“Assuming then my postulata as granted, I say, that the power of population is indefinitely greater than the power in the earth to produce subsistence for man Population, when unchecked, increases in a geometrical ratio. Subsistence increases only in an arithmetical ratio. A slight acquaintance with numbers will shew the immensity of the first power in comparison of the second.” (MALTHUS, 1798, p. 4). (Grifos nossos). O fundamento de sua teoria populacional está em manter equilibrados o crescimento da população e a produção de alimentos, que ele considera como poderes em oposição. 3 No original: The more we know of our surroundings the more we realize that nature is a vast system of linkages, that isolation is impossible (THOMSON, 1909, p.47). 4 Os conceitos utilizados por Park para descrever a Ecologia humana, como simbiose, invasão, sucessão, dominação, gradiente de crescimento, superordenação e subordinação, foram tomados emprestados da ciência da ecologia natural. 5 Sucessão ecológica é o nome dado à sequência de comunidades, desde a colonização até a comunidade clímax, de determinado ecossistema. Estas comunidades vão sofrendo mudanças ordenadas e graduais. As primeiras plantas que se estabelecem (líquens, gramíneas) são denominadas pioneiras, e vão gradualmente sendo substituídas por outras espécies de porte médio (arbustos), até que as condições ambientais chegam a uma comunidade clímax (árvores grandes), apresentando uma diversidade compatível com as características daquele ambiente. Nesta fase, o ecossistema entra em equilíbrio com o meio. 6 Efeito borboleta é um termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais dentro da teoria do caos (STIX, 1999). Analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz, segundo a cultura popular, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas. O efeito borboleta encontra aplicações em qualquer área das ciências, incluindo a sociologia. REFERÊNCIAS http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_%28ecologia%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_cl%C3%ADmax http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADquens http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%ADnea http://pt.wikipedia.org/wiki/Arbusto http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_cl%C3%ADmax http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore http://pt.wikipedia.org/wiki/Diversidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Ambiente Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013BROWN, N. Robert Park and Ernest Burgess: Urban Ecology Studies, 1925. In Center for Spatially Integrated Social Science. Disponível em: <http://www.csiss.org/classics/content/26>. Acesso em: 21 set. 2013. BUTTEL, F. H. A sociologia e o meio ambiente: um caminho tortuoso rumo à ecologia humana. Perspectivas: Revista de Ciências Sociais, v. 15, p. 69–94, 1992. CAMERON, L. et al. Little Emperors: Behavioral Impacts of China’s One-Child Policy. Science, v. 339, n. 6122, p. 953–957, 10 jan. 2013. Acesso em: 20 nov. 2013. CATTON, W. R.; DUNLAP, R. E. Environmental Sociology: A new paradigm. The American Sociologist, v. 13, p. 41–49, fev. 1978. Acesso em: 20 nov. 2013. ______. Environmental Sociology. In Annual Review of Sociology, v. 5, p. 243–273, 1979. CATTON, W. R. Overshoot: the ecological basis of revolutionary change. Urbana: University of Illinois Press, 1982. D’ ENTREMONT, A. A actual situação demográfica na Europa. In Portal VER - Valores, ética e responsabilidade. Disponível em: <http://www.ver.pt/conteudos/verArtigo.aspx?id=1471&a=Actualidade>. Acesso em: 20 nov. 2013. DUNLAP, Riley E. Promoting a paradigm change: reflections on early contributions to environmental sociology. In Organization & Environment. Vol. 21 n.4, Dec. 2008. KINKARTZ, S. Crescimento populacional e o desafio da alimentação. In Deutsch Welle online. Disponível em: <http://www.dw.de/crescimento-populacional-e-o-desafio-da- alimenta%C3%A7%C3%A3o/a-15486766>. Acesso em: 20 nov. 2013. MALTHUS, T. R. An essay on the principle of population. London: J. Johnson, 1798. Disponível em: <http://222.177.245.237:8082/books/2011/P0/23140.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2013. PARK, R. E. Human Ecology. Human Communities: The City and Human Ecology. New York: Free Press, 1952. Cap. 12. P. 145–158. PARK, R. E.; BURGESS, E.; MCKENZIE, R. D. The City. Chicago: The University Chicago Press, 1925. Disponível em: <https://archive.org/details/TheCityRobertEPark>. Acesso em: 20 nov. 2013. POLÍTICA DO FILHO ÚNICO AFETA COMPORTAMENTO NA CHINA. In Portal G1 - Ciência e Saúde. Disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/01/politica-do-filho-unico- afeta-comportamento-na-china-diz-estudo.html>. Acesso em: 20 nov. 2013. STIX, Gary. The butterfly effect. In Scientific American. 19 ago 1999. Disponível em: http://www.ask- force.org/web/Bt/Stix-Scientific-American-Monarch-1999.pdf. Acesso em 13 set 2013. THOMSON, J. A. Darwinism and human life - The South African Lectures for 1909. Londres: Andrew Melrose, 1909a. View publication statsView publication stats http://www.ask-force.org/web/Bt/Stix-Scientific-American-Monarch-1999.pdf http://www.ask-force.org/web/Bt/Stix-Scientific-American-Monarch-1999.pdf https://www.researchgate.net/publication/264974785
Compartilhar